Com erros corrigidos, a sequência supera Phantom Hourglass e dá um show de jogabilidade
O surgimento da franquia The Legend of Zelda confunde-se com as origens da era dourada dos games. Afinal, não podia ser diferente, pois a criação de Shigeru Miyamoto realmente revolucionou o universo do entretenimento eletrônico — ao lado, é claro, de outra criação do mestre: Mario. Felizmente, a série conseguiu manter a qualidade, lançando diversos títulos cada vez mais interessantes.
Em 2007, Link, o protagonista principal desta história, estreou no portátil de duas telas da Nintendo, o DS, com The Legend of Zelda: Phantom Hourglass. O jogo trazia uma fórmula bastante semelhante a outro aclamado sucesso da franquia, intitulado The Legend of Zelda: The Wind Waker — lançado para GameCube. Mas, obviamente, aproveitando-se de todos os recursos do pequeno grande console. O resultado? Um dos melhores e mais belos jogos do Nintendo DS.
Com uma jogabilidade que abusava da stylus, assim como o uso inteligente de cada recurso do portátil, Phantom Hourglass simplesmente conquistou tudo e a todos. Jogadores encarnavam um Link marinheiro, disposto a navegar pelos mares para salvar a vida de uma antiga companheira capturada por um misterioso barco fantasma. Uma aventura inesquecível, com combates magníficos e uma trama fiel às origens da série.
Finalmente, durante a Games Developer Conference (GDC) de 2009, a sequência para o título foi anunciada. Intitulada The Legend of Zelda: Spirit Tracks, o novo jogo — também exclusivo para DS — arremata a trilogia que surgiu no GameCube. Desta vez, Link é um maquinista e terá de utilizar um trem a vapor para restaurar a ordem no reino de Hyrule. Um detalhe importante: Zelda, que, anteriormente, era apenas uma personagem secundária, agora pode ser controlada pelo jogador.
Mas será que Spirit Tracks supera o excelente Phantom Hourglass? Certamente, a sequência conta com diversos elementos de seu predecessor, incluindo a jogabilidade — devidamente aprimorada — e o próprio estilo visual. Entretanto, existem algumas boas diferenças que podem responder esta pergunta e você confere-as aqui no TecMundo Games. Todos a bordo, o trem está partindo!
Trama característica
Bem, quando iniciamos Spirit Tracks pela primeira vez tivemos uma sensação semelhante a algo ocorrido na era do Nintendo 64. Você deve se lembrar do lendário The Legend of Zelda: Ocarina of Time, que estourou no console de 64 bits e é considerado, até hoje, como um dos maiores jogos de todos os tempos. O Nintendo 64 também recebeu uma sequência, Majora’s Mask. Notou a semelhança? Dois jogos em uma só plataforma.
Mas o fato é que assim como Majora’s Mask, Spirit Tracks também compartilha uma série de semelhanças com seu antecessor. Basicamente, a estrutura do jogo é a mesma, ou seja, jogabilidade parecida, gráficos, alguns ambientes, trilhas sonoras e outros diversos elementos. Entretanto, muitos diziam que Majora’s Mask não superava seu antecessor — algo que ainda é constantemente discutido. Será que Spirit Tracks também tem esta semelhança?
Para ajudar em sua conclusão, vamos aos detalhes. Spirit Tracks se passa cerca de 100 anos após os eventos de Phantom Hourglass. A paz reina sobre Hyrule e o jovem Link mostra-se muito feliz por estar prestes a adquirir seu certificado de Maquinista Real, algo não muito comum para uma criança. Ao chegar ao castelo, o herói depara-se com a lendária princesa Zelda, que, apressada pelo chanceler Cole, realiza uma cerimônia apurada, mas consegue entregar o documento para Link.
A princesa revela, através de uma carta secreta, que precisa ir à Tower of Spirits, um monumento lendário que parece estar em Hyrule desde seu surgimento. Entretanto, ao se aproximar do local, Link, Zelda e Alfonso — o maquinista mestre do jovem herói — são surpreendidos por Cole, que se revela como uma terrível criatura que deseja restaurar o caos de Hyrule. O traidor quer, simplesmente, ressuscitar um demônio que, há muito tempo, devastou o reino: Malladus.
Com a ajuda de seu comparsa Byrne, Cole consegue roubar o corpo de Zelda, deixando apenas seu espírito livre. Para piorar ainda mais a situação, os trilhos do reino, conhecidos como Spirit Tracks, começam a desaparecer. Na realidade, descobre-se que estes trilhos servem como o selo para aprisionar o demônio Malladus.
Link, ao lado da fantasmagórica princesa Zelda, passa a procurar pelos Rail Maps, que, assim com os Sea Charts de Phantom Hourglass, servem para restaurar os locais que podem ser explorados. Como é possível perceber, a essência é praticamente a mesma. O bacana é que a equipe consegue repetir alguns elementos de forma muito inteligente, convencendo o jogador de que tudo é pura coincidência e evitando uma impressão negativa.
Finalmente, Link e Zelda
Como você já deve saber, o jogador utiliza um trem a vapor para explorar o reinado. Assim como na versão que antecede o game, você terá de traçar caminhos para chegar até o local desejado. Entretanto, em vez de poder desenhá-los livremente pelo mapa, o jogador limita-se a preencher apenas os trilhos disponíveis.
Outra novidade interessante é a possibilidade de controlar a princesa Zelda. No game, o jogador tem a chance movimentar a personagem para resolver quebra-cabeças e obter auxilio nas batalhas. Tudo isto só é possível porque Zelda pode assumir o controle dos Phantoms, guardiões praticamente invencíveis que cuidam da Tower of Spirits.
Spirit Tracks também apresenta alguns ajustes muito bem-vindos na jogabilidade e consegue fazer um uso ainda mais impressionante dos recursos do Nintendo DS. O microfone assume um papel importante, pois, um dos itens mais importantes do jogo é acionado com sua ajuda. Trata-se da Spirit Flute, um instrumento especial que possui funções semelhantes à ocarina de Ocarina of Time, trazendo de volta o foco musical do game.
Há ainda uma série de itens novos, como o Whirlwind, que também faz uso do microfone para lançar redemoinhos, e outros elementos inéditos que contribuem para a longevidade do título. Fora a campanha principal — que conta com cerca de 20 horas de duração — Spirit Tracks apresenta ainda uma série de quests secundárias que garantem mais algumas horas de diversão.
Em suma, Zelda: Spirit Tracks conta com a mesma essência de seu predecessor, mas adiciona elementos que o tornam superior ao primeiro game. Você notará que muitos problemas foram corrigidos, como a necessidade de explorar exaustivamente o mesmo local sem encontrar grandes diferenças, algo que tornava o jogo repetitivo. Os problemas com o ritmo e o limite de tempo para cumprir determinados objetivos também sumiram.
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