Muito mais que um elo com o passado [vídeo]
Videoanálise
Tão logo os primeiros acordes da clássica canção começam a tocar, o arrepio. A velha paisagem que se desdobra à nossa frente é tão familiar que enche nossas cabeças com velhas memórias e nossos corações de nostalgia. Tudo está lá exatamente da forma como deixamos há mais de duas décadas, mas com um ar completamente novo que faz com que o misto de saudades e empolgação nos impulsione a explorar cada canto da velha Hyrule.
É a partir deste conflito de sensações que The Legend of Zelda: A Link Between Worlds se desdobra para nós. Afinal, como não se sentir assim diante da sequência de um dos melhores jogos já feito até hoje? A Nintendo apostou alto e acertou em cheio ao retornar ao mundo de A Link to the Past, mostrando que, apesar de nunca envelhecer, é possível revisitar um clássico e ainda expandi-lo.
Para isso, a nova aventura aposta na familiaridade, mas não tem medo de arriscar e traz mudanças significativas dentro da velha fórmula que acompanha a série. O jogo adiciona grandes doses de inovação, seja em termos de mecânica ou no próprio desenvolvimento da trama, e mostra que o saudosismo é apenas um tempero a mais neste elo com o passado.
Mexer em um clássico é sempre algo arriscado, mas The Legend of Zelda: A Link Between Worlds não desaponta em momento algum. Mais do que isso, ele empolga e se destaca por conta de seus próprios méritos e não apenas por ser uma continuação de um dos títulos mais elogiados de todos os tempos. Como dito, o fator nostalgia é apenas um extra perto do resto que a Nintendo apresentou.
Mas o maior mérito do game é exatamente saber se renovar — e talvez tenha sido por isso que a empresa apostou em algo relacionado a A Link to the Past. Por ser um dos títulos mais marcantes de toda a série, o desafio de fazer algo realmente novo era ainda maior, já que o risco de ficar à sombra do original era uma ameaça constante. Felizmente, isso não acontece em momento algum.
Por fim, A Link Between Worlds é uma ótima aula sobre renovação. Ele deixa claro que não há problemas em aproveitar aquilo que deu certo no passado, mas que é preciso não ter medo de fazer mudanças, por mais radicais que elas sejam. É trazer o inédito e colocá-lo lado a lado com o clássico, por mais que isso mexa em suas estruturas. É quebrar o dogma. É não ter medo de ignorar toda e qualquer fórmula — tudo em prol da diversão. Enquanto isso, o original continua intocado, mas agora muito mais rico.
Nota do Voxel