The Elder Scrolls V: Skyrim mantém sua essência preservada no Switch
Quando The Elder Scrolls V: Skyrim foi lançado em 2011, ele representou um verdadeiro salto de popularidade para a franquia. Antigamente apreciada somente por fãs de RPGs mais dedicados, ela passou a fazer parte da cultura pop e referências a “flechas no joelho” foram usadas a exaustão nos mais diversos meios.
Chegando a 2017, o “hype” pelo game pode ter passado um pouco, mas a Bethesda continua disposta a colocá-lo nas mãos de ainda mais jogadores. Dessa vez, no entanto, a desenvolvedora decidiu agir de forma um tanto diferente, colocando a aventura completa no Switch, a plataforma híbrida da Nintendo.
O resultado disso? A possibilidade de apreciar o mundo de Skyrim de uma forma muito mais conveniente do que no passado. Os gráficos podem não estar tão bonitos quanto no PC ou nas versões remasterizadas para PlayStation 4 e Xbox One, mas a simples possibilidade de levar o jogo a qualquer lugar é estímulo suficiente para se aventurar novamente nesse universo — ou para finalmente entrar nele, caso você nunca tenha tido essa oportunidade antes.
Atenção: esta análise tem como objetivo principal comentar sobre a adaptação do RPG para o Switch. Caso você queria conferir um texto mais focado no game como um todo, basta clicar aqui para conferir nossa análise de sua versão original.
Experiência preservada
O maior medo de transportar um game da escala de Skyrim para o Nintendo Switch era ter que lidar com uma série de sacrifícios que prejudicassem a experiência. Na prática, felizmente, não foi isso o que aconteceu — mesmo que alguns “cortes” sejam notados quando comparados o lançamento com suas demais versões.
Surpreendentemente, a versão para a plataforma híbrida é a Enhanced Edition do RPG, que trouxe texturas com resolução maior e um novo sistema de iluminação. E ela roda muito bem na plataforma, oferecendo um desempenho de 30 quadros quase constantes (eles caem um pouco em cidades mais povoadas ou durante batalhas com muitos efeitos).
O custo disso é que o jogo trabalha com uma resolução nativa menor, algo que é especialmente notável ao jogar no modo dock. Além disso, também há um campo de visão menor, o que pode irritar alguns preciosistas: se você é daqueles que não gosta de ver “matinhos surgindo do nada” no horizonte, essa versão não vai ser para você.
Skyrim no Switch é exatamente o mesmo game que vemos em plataformas mais “parrudas”
Fora isso, Skyrim no Switch é exatamente o mesmo game que vemos em plataformas mais “parrudas”: para o bem e para o mal. Os modelos de personagens, que já não eram muito bonitos em 2011, envelheceram muito mais e não conseguem esconder a idade do jogo. Da mesma forma, o sistema de combates em primeira pessoa ainda é desengonçado, especialmente para quem, como eu, prefere apostar nas lutas mais físicas.
Também há uma quantidade generosa de bugs que permanecem mesmo após a desenvolvedora ter lançado diversos patches e correções para a experiência. Felizmente, a maioria deles cai na categoria das “bizarrices”, não interferindo com sua capacidade de progredir em uma missão ou encontrar um item de que precisa.
Novidades que nem sempre funcionam
Além da portabilidade, o Switch traz para Skyrim algumas novidades que nem sempre funcionam tão bem assim. A mais evidente delas é o novo sistema de controles por movimentos, que nem sempre funciona conforme o desejado — especialmente nos combates corpo a corpo, que respondem de forma lenta a seus movimentos.
Já na hora de mirar uma flechada ou direcionar um feitiço, o sistema funciona com mais precisão e traz certa satisfação. No entanto, a solução deve ser encarada mais como uma curiosidade do que como algo essencial: ainda é mais confortável e responsivo simplesmente usar os analógicos e os botões de face para mover seu personagem e resolver os combates.
O game também ganhou suporte a amiibos da série Zelda, que funcionam de forma semelhante à maneira como atuam em The Legend of Zelda: Breath of the Wild. Basta encostar qualquer boneco da série no local adequado para surgir dentro do jogo um baú aleatório contendo dinheiro ou uma quantidade limitada de recursos.
A principal vantagem que você pode obter dessa maneira são alguns equipamentos temáticos, incluindo a lendária Master Sword. Eles até podem ser evoluídos para que o jogador não tenha que abrir mão deles em pouco tempo, mas se mostram mais como uma vantagem para os momentos iniciais do que como algo que faz diferença a longo prazo.
Um dos melhores RPGs agora em qualquer lugar
Caso você nunca tenha jogado The Elder Scrolls V: Skyrim ou queira reviver a aventura, há poucas maneiras melhores de fazer isso do que no Switch. O game pode não estar tão bonito na plataforma quanto em outros consoles, mas isso não é um exatamente um problema quando levamos em consideração que agora é possível levá-lo a qualquer lugar.
A Bethesda surpreendeu ao oferecer um port que roda bem e preserva a essência daquele que até hoje é considerado por muitos como seu melhor trabalho. O tempo não foi exatamente gentil com todos os aspectos do game (principalmente com seus modelos de personagens), mas a aventura continua trazendo centenas de horas de diversão.
Por US$ 60, a versão do Switch traz todas as expansões lançadas para o RPG, o que garante conteúdo mais do que suficiente para você passar meses se dedicando. Só faltou mesmo o suporte aos mods vistos nos demais consoles e no PC, que ajudariam a tornar essa versão ainda mais imperdível para os donos da plataforma que nunca tiveram a chance de se aventurar pelos territórios gelados do Norte.
- Ótimo desempenho
- Traz todos os conteúdos do jogo-base e de suas expansões
- Experiência consistente no modo portátil ou no dock
- Controles de movimento são uma adição fraca
- Os modelos de personagens envelheceram mal
- O combate em primeira pessoa continua desengonçado
Nota do Voxel