Imagem de The Destiny of Zorro
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The Destiny of Zorro

Nota do Voxel
15

Uma chicotada no próprio pé.


Zorro não é qualquer personagem. Trata-se da matriz que inspirou todo um universo de super-heróis: o fidalgo cheio de dinheiro que, munido de recursos praticamente ilimitados, resolve utilizar uma máscara para expurgar da sociedade elementos nocivos — que normalmente são liderados por um arqui-inimigo. Realmente não é difícil encontrar esse mesmo arquétipo em outros lugares. É só nomear o seu: Doc Savage, Arqueiro Verde ou o próprio Batman.

Dessa forma, era realmente de se esperar que a indústria de games desse um tratamento um pouco mais condizente com a nobreza do herói. Mas infelizmente essa não é a realidade. Afora uma adaptações facilmente esquecíveis como The Mask of Zorro, para Game Boy Color, o mais perto que o herói mascarado chegou de ganhar uma adaptação em pixels um pouco mais expressiva foi com o mediano The Shadow of Zorro, lançado para PS2 em 2001.
El Zorro certamente merecia uma boa adaptação em game, entretanto...

E o que dizer então de The Destiny of Zorro, jogo projetado para ser lançado em 2007, mas que apenas apareceu para o Wii em 2009? Bem, entre outras coisas, pode-se dizer que The Shadow of Zorro (PS2) continua sendo a empreitada mais razoável do herói em um console. Sem sombra de dúvida.

Sem meias palavras, The Destiny of Zorro provavelmente é um dos piores jogos jamais produzidos para um console de video game. E olha que nós estamos falando de uma indústria que já regurgitou maravilhas do naipe de E.T. the Extra-Terrestrial (Atari 2600) e The Typing of the Dead (SEGA Dreamcast). De fato, é difícil encontrar um único ponto positivo através de todas as penosas e repetitivas fases do jogo.

Não que o problema esteja com a proposta da Pronto Games: um prosaico jogo de ação e luta regado aos clássicos malabarismos do Wii, conforme você tenta executar movimentos e combos que recriam o estilo de luta do Zorro para despachar dúzias de inimigos. Até aí tudo bem; seria apenas mais um jogo mediano e que desapareceria rapidamente do mercado. O problema é que nada aqui funciona como deveria, nem controles, nem gráficos, nem áudio — quase uma lavagem cerebral este último.

Embora Destiny of Zorro conte com uma história interessante — o clássico “salve a donzela e derrote o bandido”, que tornou os primeiras revistas “pulp” do herói conhecidas no início do século passado — e com a presença de um herói nada menos que consagrado, após alguns minutos de jogo você infalivelmente vai se perguntar: será que The Destiny of Zorro pode se tornar o primeiro vizinho de E.T. the Extra-Terrestrial naquele famoso aterro do Novo México? Quem sabe...

Aprovado

Do que nós gostamos

É Zorro!

Um ponto positivo? Bem, é o Zorro...Mesmo sabendo do histórico do Wii com jogos de heróis famosos. Mesmo sabendo que a Pronto Games é uma desenvolvedora — na melhor das hipóteses — anônima, é impossível não ligar o console com um mínimo de esperança. Afinal, é Zorro! O clássico personagem que representa o quase excesso de virtude que construiu os primeiro super-heróis, e que também fez parte da infância da maioria das pessoas que hoje já não tem muito cabelo.

De fato, a história de The Destiny of Zorro não é ruim. Quer dizer, conforme já mencionado acima, trata-se da típica trama que habitava as revistas “pulp” do herói ainda em início de carreira.

O jogo se passa nas regiões costeiras e desérticas da chamada Califórnia Espanhola — que ainda não pertencia aos Estados Unidos — no início do século XIX, e vai colocá-lo no papel do clássico espadachim cuja principal missão é frustrar os planos do maligno Calavera e seu bando. Basta sair espalhando o clássico “Z” em tudo que se atravessar pela frente.

Reprovado

O que espantou o Baixaki Jogos... No mau sentido

Torne-se um sério candidato a desenvolver atrite


The Destiny of Zorro é repetitivo. Terrivelmente repetitivo. E o pior, sequer existe precisão nos controles do Wii. Em outras palavras: você vai continuar fazendo movimentos erráticos com o WiiMote até que não exista mais nenhum inimigo no cenário — ou até tombar de forma vergonhosa porque simplesmente não aguenta mais chacoalhar os controles.


A única variação para essa regra surge com os ataques que consomem energia. Uma vez que a sua barra esteja cheia, será possível desenhar diversos símbolos — como o famigerado “Z” — para tirar um pouco mais de energia dos seus algozes praticamente infinitos. Na realidade, trata-se do único ataque realmente efetivo. E como ele ainda recompleta a sua barra de energia, pode contar que você fará muitos... muitos “zês” com o WiiMote ao longo do jogo.

Completa falta de precisão


A jogabilidade de Destiny of Zorro representa, provavelmente, uma das piores utilizações dos controles do Wii. Absolutamente tudo aqui carece de precisão, desde os movimentos, até os golpes e mesmo a utilização do eterno chicote do herói — que, inexplicavelmente, deixa os inimigos tontos.

Apenas para citar alguns exemplos, é normal que você seja segurado por uma parede invisível, receba golpes mesmo estando completamente fora do alcance da lâmina do inimigo, se desloque sobre uma plataforma inexistente (literalmente flutuando) ou ainda fique completamente preso no chão sem absolutamente nenhum motivo razoável para tanto — nesse momento, apenas um heroico suicídio pode destravar o jogo.
Enquanto você não ficar grudado no chão, tudo bem...
Filhos de chocadeira

Destiny of Zorro simplesmente reinventa o termo “inimigos genéricos”. Absolutamente nenhum jogo, desde que Double Dragon deu as caras na terceira geração de consoles, conseguiu reunir tamanha quantidade de irmãos gêmeos em um único cenário. E o pior: todos eles compartilham da mesma inteligência “primorosa”.

Eles surgem, então eles atacam. Isso se não acabarem estancando atrás de algum anteparo, embora também seja possível que eles passem correndo diretamente por você ou ainda que — é sério! — desapareçam sem deixar vestígio. Entretanto, na maior parte das vezes, eles apenas serão uma aporrinhação que torna as fases desnecessariamente longas.

Numa patética tentativa de acrescentar mais algumas horas à campanha do jogo, a desenvolvedora ainda utiliza diversas vezes as mesmas partes dos cenários, repetindo à exaustão as mesmas batalhas até que algum objetivo mal elaborado seja atingido. Isso cansa. E como cansa.

Bons tempos do Nintendo 64...

A arte conceitual até que vai bemCaso você seja um otimista, é possível encontrar nos gráficos de Destiny of Zorro uma singela homenagem aos bons anos do Nintendo 64. Não, você é um realista que acredita que um jogo de sétima geração deveria se portar como tal? Então prepare-se para encontrar alguns dos piores gráficos jamais produzidos para o Wii.

São polígonos toscos, texturas praticamente inexistentes, queda brutal na atualização de quadros e, para completar, efeitos especiais de dar pena — é só reparar na água. Nem mesmo animações existem aqui: a história é contada unicamente através de quadros, tal qual se fazia na época de ouro do Super Nes, numa óbvia esquiva por parte da Pronto Games para não gastar mais alguns tostões produzindo uma animação minimamente apreciável.

Avaliação Final
 
Vale a pena?

Com uma alguma dose de boa vontade, quase seria possível deixar Destiny os Zorro passar como um apelo a audiências de até, no máximo, seis anos de idade. Entretanto, a falta de precisão dos controles é tamanha, que poderia acabar afetando o desenvolvimento motor de alguma criança. Dessa forma, é melhor não arriscar.

The Destiny of Zorro é simplesmente um dos piores jogos jamais produzidos para um console. Não seria demais considerá-lo como um possível candidato a E.T. (Atari 2600) da atual geração. Absolutamente nada funciona como deveria. Os gráficos são horríveis e superlotados de “glitches”, servindo apenas para criar cenários toscos recheados de inimigos com Q.I. de abóbora. Enfim, uma verdadeira afronta ao intelecto e um teste monástico de paciência.
E a capa do Zorro? Acredite, esse é o menor dos problemas aqui

Talvez, daqui a algum tempo, coisas assim assumam certa aura “cult” — mais ou menos como aconteceu com os filmes do Ed Wood. Mas, por enquanto, fica a recomendação inflamada do Baixaki Jogos: faça um favor a si mesmo e passe longe de The Destiny of Zorro!
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