As trevas irão possuir Jackie Estacado em um enredo diabólico!
O filho da escuridão e das trevas finalmente ganha vida fora dos quadrinhos e se envolve em uma trama – praticamente cinematográfica – nos consoles Xbox360 e PlayStation 3. Seu nome é Jackie Estacado, um matador de aluguel que trabalha para a máfia em Nova Iorque.
Estacado é um rapaz durão e muito perturbado, tem cabelos compridos e bem escuros; e veste-se à moda dark sem deixar de usar uma bela jaqueta de couro. Tal como a musa Lara Croft, nunca se abstém de duas pistolas, que o acompanham por todo lugar onde passa. A história de The Darkness acontece em Nova Iorque, onde Estacado está passando por grandes apuros.
É o vigésimo primeiro aniversário de Jackie, mas ele mal sabe que este dia (além de longo) mudará completamente a sua vida. A situação não é nada confortável, ele e alguns comparsas entraram numa enrascada ao perder dinheiro em negócios do chefão do crime da região: o tio de Jackie, Paulie.
O hospedeiro infernal
Embasado na história em quadrinhos homônima da Top Cow Productions, The Darkness consegue se destacar no gênero de tiro em perspectiva de primeira pessoa. O enredo, consistente e marcado pela violência, transmite a essência de alguns sentimentos incompreensíveis para o ser humano: o ódio e a vingança.
Jackie é o hospedeiro das trevas, as quais se manifestam apenas quando ele completa 21 anos. Diferente das revistinhas, é notável o desaparecimento do jeito mulherengo de Estacado (há poucas mulheres na trama). Ele também largou mão do seu terno italiano e passou a usar roupas mais casuais. Mas para a alegria dos fãs, a violência nada mudou na adaptação para os consoles.
Como uma espécie de simbiose sádica e irreversível, as trevas irão atormentar e tentar dominar a mente do protagonista, contudo também oferecerão poderes horripilantes ao anti-herói. Jackie Estacado pode evocar criaturas infernais para o auxiliarem nas matanças ou utilizar dois demônios em formas de cobras gigantes, que saem como tentáculos de suas costas. As cobras podem fazer diversas ações, dentre elas, alcançar lugares inacessíveis para humanos, mover objetos, matar e... Comer corações, muitos corações!
Pode parecer estranho (acredite, é estranho), mas devorar o coração dos inimigos após matá-los e ser possuído pelas trevas não é algo que se encontra em filmes, peças de teatro, livros e outros jogos por aí. É esta obscuridade que faz de The Darkness singular, ímpar.
Afinal, quem já se imaginou mandando bala em mafiosos junto de diabos que esfaqueiam (ou metralham) os oponentes e cobras demoníacas devorando corações ao mesmo tempo? Haja estômago.
Enredo cinematográfico
Logo nos primeiros momentos, o jogador desperta no meio de uma fuga de carro insana digna dos melhores filmes hollywoodianos de ação. Enquanto você aprecia os gráficos movimentando a câmera, a história vai sendo introduzida pelos comparsas de Jackie, que estão discutindo na direção do veículo.
A perseguição ganha ritmo, e, em poucos segundos, você já está armado com uma escopeta, passando fogo nos policiais que tentam, a todo custo, impedir sua sobrevivência. Tanta insistência ocasiona um grande acidente. Este começo cinematográfico revela como The Darkness possui um bom roteiro, apresentando ação frenética e coerência.
Após a capotagem, é possível observar diversos detalhes gráficos que chamam a atenção. O principal, à primeira vista, é a visão do personagem, a qual fica desfocada se Jackie deslocar-se ou realizar movimentos bruscos rapidamente. Outro destaque fica por conta do corpo de Jackie, que pode ser visualizado parcialmente se você olhar para o chão.
No início do jogo, o motorista acidentado, Mikey, apresenta uma fratura exposta que impressiona os mais desatentos. Ele entrega pistolas a Estacado e em seguida inicia uma pequena conversa. Os diálogos, aliás, estão presentes em todo o momento do jogo e definem o caminho que você deve percorrer.
A história exige percepção e entendimento constante: um ponto a favor para quem gosta de enredos bem amarrados, no entanto totalmente contra para os que não sabem nada de inglês. Para estes, o idioma estrangeiro torna-se uma barreira em diversos pontos-chave da trama, visto que Jackie deve se deslocar por vários pontos de Nova Iorque de metrô e necessita saber aonde ir.
Para os jogadores com inglês básico, o uso de legendas é extremamente aconselhado.
Mira (quase) automática
Tendo uma vez em mãos as armas de fogo, a mira é exibida. Ela corresponde a um ponto vermelho (relativamente pequeno) no centro da tela, mas que se divide em dois quando existem obstáculos separando os oponentes das mãos de Jackie.
Assim, se, por exemplo, em um determinado momento você estiver em uma aresta, é provável que somente uma das armas (ou seja, um dos dois pontos) consiga focalizar o inimigo. Logo, dos dois pontos vermelhos que aparecem, um vai acertar o inimigo e o outro, apenas a parede. Enfim, o sistema é uma faca de dois gumes: traz realismo ao game, mas comumente confunde o jogador. Não raro você vai se atrapalhar para escolher em qual dos pontos se espelhar nestas situações. Mas, a mira volta a ser uma só, quando não há mais nenhum obstáculo entre Estacado e seus inimigos.
Jogos de tiro em perspectiva de primeira pessoa, na maioria das vezes, têm problemas de mira e movimentação nos consoles. Felizmente, não é o caso de The Darkness, pois a jogabilidade é boa e de fácil aprendizado. Isso se deve, em grande parte, à mira automática, que ajusta o alvo quando o ponto da mira estiver muito próximo dele.
O auxílio nem sempre funciona, mas com certeza deixa o jogo mais adaptado aos videogames — onde mirar e mover-se sempre requer ótima coordenação motora. Vale ressaltar que tiros na perna não matam: se você quer mandar os adversários para o âmago do inferno, não pode dispensar os tiros certeiros na cabeça. Outra característica importante, e que salva o gamer em situações de risco, são os golpes fatais realizados quando você está a poucos centímetros dos inimigos.
Arsenal reduzido pelas forças do mal
Entre as armas figuram pistolas, escopetas e metralhadoras. Não há granadas, rifles de longo alcance ou lança-mísseis — para que tanto aparato se você tem as forças do inferno a seu favor? As pistolas (não se esqueça que Estacado é um mafioso) serão as mais usadas durante todo o jogo e podem ser seguradas pelas duas mãos. Portanto, cada gatilho do gamepad fica encarregado por uma arma.
A munição é escassa e sempre capturada dos adversários mortos — um fator que comprova a evolução dos jogos FPS nos dias de hoje. Ao ficarem imóveis na tela, as mãos de Jackie, assim como Duke Nukem, fazem alguns movimentos para não deixar o cenário insosso. Contudo, não é possível utilizar as mãos vazias para atacar ou pegar objetos no ambiente — uma lástima.
Nas cenas de ação ou quando as trevas conversam com Jackie, o clima fica mais tenso e frenético. É uma pena que o jogo não utilize as paredes e rochas para o personagem se esgueirar, logo a movimentação é aberta.
Sobrevivendo aos ferimentos mais demoníacos
O jogador que se sentir com risco iminente de morte pode se salvar correndo para cima dos oponentes. Desta forma, uma pequena animação surge com Estacado causando mortes ainda mais violentas. É divertido, porém totalmente falso quando há milhares de policiais ou mafiosos ao seu redor, pois você não sofre dano enquanto aplica os golpes mortais. Por fim, o recurso é semelhante ao uso da motosserra em Gears of War, mas a visão é em primeira pessoa.
O sistema de danos também é parecido com o do Gears, não havendo uma barra de vida sequer, tampouco um número representativo. Em The Darkness, o que interessa é a quantidade de danos recebidos em seqüência. Em outras palavras, se você tomar muitos tiros em seguida, o protagonista morre, mas ao se afastar do perigo, a visão volta ao normal aos poucos, permitindo retrucar com uma nova investida.
Ao receber muito tiros a tela fica vermelha, com a visão manchada de sangue e o som propagando-se abafadamente. O resultado é agradável, visto que apenas dois ou três tiros podem matar o anti-herói. Por outro lado, são exigidos destreza e pensamentos táticos, de forma que muitas vezes você terá que se esconder dos inimigos para então atacá-los. Apesar de exercitar o cérebro, em muitos locais, a matança pode ficar burocrática, ou seja, você aniquilará os oponentes um a um, esperando se recuperar lentamente.
Em contrapartida, tomar diversos ferimentos e se reabilitar em poucos segundos, você só verá neste mundo virtual, pois fora dele não funciona bem assim. O fato de não existir kits de sobrevivência ou vida agiliza o jogo, mas não está nada de acordo com as leis vigentes na vida real.
Escuridão eterna
A engine sobre a qual foi construído The Darkness — além de sólida e estável — merece os melhores elogios. Não é para menos, The Chronicles of Riddick, também desenvolvido pela Starbreeze, foi uma das grandes surpresas no mundo dos games em 2004, conquistando um sucesso inegável que nem o filme conseguiu alcançar.
Em The Darkness, você pode interagir com diversos objetos do cenário, como ligar e desligar televisões, apertar botões, usar telefones públicos, máquinas de auto-atendimento, mover ou quebrar caixas. A engine de The Darkness lembra muito a de Half-Life 2 (outro sucesso fantástico do ano de 2004), embora seja menos interativo quando o assunto é os itens do cenário. Finalmente, os bugs relativos à engine são pequenos e passam despercebidos perante olhos desatentos.
Como o próprio nome do jogo sugere, os aspectos mais trabalhados são os efeitos de sombra e iluminação. Pode-se dizer que atualmente poucos jogos abusam dos efeitos HDR (responsáveis pelas variações de iluminação bruscas no olho humano) como The Darkness. Os poderes das trevas, adormecidos em Jackie, só ganham forças no escuro. Então, para suprir a falta de escuridão das ruas e lugares explorados, você gastará praticamente metade do armamento destruindo postes, lâmpadas, abajures, lustres e derivados. Conseqüentemente, era de se esperar que a iluminação (ou falta dela) estivesse espetacular — e está.
Agora, vendo por outra perspectiva, ficar destruindo lâmpadas durante todo o jogo pode ser irritante com o passar do tempo. A cada quarto ou sala que você entrar utilizando seus poderes, será necessário extinguir a luz. Os piores são as pequenas luminárias, as quais precisam de tiros certeiros para serem reduzidas a cacos de vidro.
Fugir da luz pode chegar a virar obsessão ao prosseguir na história, e quando você menos esperar estará dando prioridade à destruição da iluminação ao invés dos oponentes. É claro, você terá um aliado nesta busca insana pela escuridão: as trevas. Elas sussurram o tempo todo clamando por escuridão, e os Darklings, criaturas evocadas por você para realizar o trabalho sujo, também necessitam da falta de luz para se materializarem.
Inteligência artificial sedenta de sangue
A inteligência artificial do jogo tem seus créditos, principalmente porque consegue torná-lo acessível para vários níveis de jogadores. The Darkness não é difícil, mas está longe de ser fácil demais.
Os oponentes se escondem quando ameaçados, correm atrás de Jackie quando ele está em perigo e se movimentam estrategicamente. É muito importante não deixar de atirar neles quando exposto, para não permitir que abram fogo. Tendo qualquer chance de aniquilá-lo, eles não terão misericórdia, e três tiros bem dados podem levá-lo para a cova...
As pessoas que andam pelas ruas da fria Nova Iorque também têm percepção apurada — se virem você armado ou utilizando seus poderes sobrenaturais, saem correndo e gritando ou pedem clemência para não morrer.
Porém nem tudo são flores, em diversos momentos a inteligência peca, principalmente quando os NPC's (personagens não jogáveis) têm seu caminho ofuscado por objetos ou outras pessoas. O defeito maior, aqui, é relativo aos inimigos, que podem se perder quando você está próximo demais de uma parede ou coluna entre eles.
A queda dos adversários é muito bem feita, e os corpos ficam no chão por um tempo mediano, sumindo subitamente quando a troca de cenário é realizada. Se você morrer, receberá mensagens maléficas das trevas, com imagens medonhas e vozes macabras.
A fria Nova Iorque nunca foi tão assustadora
Muitas vezes é necessário prestar atenção no enredo para saber qual destino deve tomar, e o único meio de transporte para se locomover é o metrô, que possui duas estações centrais. Caso você não entenda para onde ir, é bem provável que se perca pela cidade e se entedie. Isso é extremamente negativo em The Darkness: em ambientes mais abertos é notável a falta de pessoas, como nas ruas da grande metrópole. Além disso, parte delas nem conversa com o personagem, o que transmite um sentimento solitário. E quando falam com Jackie apenas perguntam se ele está bem ou se ele não possui educação.
É essencial reparar que nas madrugadas correntes não há um horário de picos nos metrôs, e as pessoas dentro deles são sempre parecidas. Faltou a interação com outros veículos, que, com certeza, trariam ótimos desafios e seqüências de ação. Muitas conversas burocráticas também atrapalham a diversão dos jogadores que desejam mais adrenalina. O jogo é totalmente focado na história, então é bom estar preparado para ler os diálogos, senão você não gostará de boa parte do game.
Para equilibrar os personagens que nem conversam com Jackie, existem alguns que fornecem missões secundárias, que podem variar entre expulsar o marido de alguém de casa até exterminar uma gangue de malfeitores na região. Durante as telas de carregamento, que acontecem na troca de ambientes grandes pela cidade, Jackie Estacado aparece num beco escuro falando frases humorísticas ou revelando o enredo. A aleatoriedade destas falas é boa, e geralmente o que Estacado diz tem a ver com o progresso do jogador.
Querendo ou não, estas animações amenizam o carregamento e descontraem os gamers. Em algumas delas, Estacado conta mais sobre a sua vida, como a história do seu primeiro beijo com uma prostituta.
Estacado é um rapaz durão e muito perturbado, tem cabelos compridos e bem escuros; e veste-se à moda dark sem deixar de usar uma bela jaqueta de couro. Tal como a musa Lara Croft, nunca se abstém de duas pistolas, que o acompanham por todo lugar onde passa. A história de The Darkness acontece em Nova Iorque, onde Estacado está passando por grandes apuros.
É o vigésimo primeiro aniversário de Jackie, mas ele mal sabe que este dia (além de longo) mudará completamente a sua vida. A situação não é nada confortável, ele e alguns comparsas entraram numa enrascada ao perder dinheiro em negócios do chefão do crime da região: o tio de Jackie, Paulie.
O hospedeiro infernal
Embasado na história em quadrinhos homônima da Top Cow Productions, The Darkness consegue se destacar no gênero de tiro em perspectiva de primeira pessoa. O enredo, consistente e marcado pela violência, transmite a essência de alguns sentimentos incompreensíveis para o ser humano: o ódio e a vingança.
Jackie é o hospedeiro das trevas, as quais se manifestam apenas quando ele completa 21 anos. Diferente das revistinhas, é notável o desaparecimento do jeito mulherengo de Estacado (há poucas mulheres na trama). Ele também largou mão do seu terno italiano e passou a usar roupas mais casuais. Mas para a alegria dos fãs, a violência nada mudou na adaptação para os consoles.
Como uma espécie de simbiose sádica e irreversível, as trevas irão atormentar e tentar dominar a mente do protagonista, contudo também oferecerão poderes horripilantes ao anti-herói. Jackie Estacado pode evocar criaturas infernais para o auxiliarem nas matanças ou utilizar dois demônios em formas de cobras gigantes, que saem como tentáculos de suas costas. As cobras podem fazer diversas ações, dentre elas, alcançar lugares inacessíveis para humanos, mover objetos, matar e... Comer corações, muitos corações!
Pode parecer estranho (acredite, é estranho), mas devorar o coração dos inimigos após matá-los e ser possuído pelas trevas não é algo que se encontra em filmes, peças de teatro, livros e outros jogos por aí. É esta obscuridade que faz de The Darkness singular, ímpar.
Afinal, quem já se imaginou mandando bala em mafiosos junto de diabos que esfaqueiam (ou metralham) os oponentes e cobras demoníacas devorando corações ao mesmo tempo? Haja estômago.
Enredo cinematográfico
Logo nos primeiros momentos, o jogador desperta no meio de uma fuga de carro insana digna dos melhores filmes hollywoodianos de ação. Enquanto você aprecia os gráficos movimentando a câmera, a história vai sendo introduzida pelos comparsas de Jackie, que estão discutindo na direção do veículo.
A perseguição ganha ritmo, e, em poucos segundos, você já está armado com uma escopeta, passando fogo nos policiais que tentam, a todo custo, impedir sua sobrevivência. Tanta insistência ocasiona um grande acidente. Este começo cinematográfico revela como The Darkness possui um bom roteiro, apresentando ação frenética e coerência.
Após a capotagem, é possível observar diversos detalhes gráficos que chamam a atenção. O principal, à primeira vista, é a visão do personagem, a qual fica desfocada se Jackie deslocar-se ou realizar movimentos bruscos rapidamente. Outro destaque fica por conta do corpo de Jackie, que pode ser visualizado parcialmente se você olhar para o chão.
No início do jogo, o motorista acidentado, Mikey, apresenta uma fratura exposta que impressiona os mais desatentos. Ele entrega pistolas a Estacado e em seguida inicia uma pequena conversa. Os diálogos, aliás, estão presentes em todo o momento do jogo e definem o caminho que você deve percorrer.
A história exige percepção e entendimento constante: um ponto a favor para quem gosta de enredos bem amarrados, no entanto totalmente contra para os que não sabem nada de inglês. Para estes, o idioma estrangeiro torna-se uma barreira em diversos pontos-chave da trama, visto que Jackie deve se deslocar por vários pontos de Nova Iorque de metrô e necessita saber aonde ir.
Para os jogadores com inglês básico, o uso de legendas é extremamente aconselhado.
Mira (quase) automática
Tendo uma vez em mãos as armas de fogo, a mira é exibida. Ela corresponde a um ponto vermelho (relativamente pequeno) no centro da tela, mas que se divide em dois quando existem obstáculos separando os oponentes das mãos de Jackie.
Assim, se, por exemplo, em um determinado momento você estiver em uma aresta, é provável que somente uma das armas (ou seja, um dos dois pontos) consiga focalizar o inimigo. Logo, dos dois pontos vermelhos que aparecem, um vai acertar o inimigo e o outro, apenas a parede. Enfim, o sistema é uma faca de dois gumes: traz realismo ao game, mas comumente confunde o jogador. Não raro você vai se atrapalhar para escolher em qual dos pontos se espelhar nestas situações. Mas, a mira volta a ser uma só, quando não há mais nenhum obstáculo entre Estacado e seus inimigos.
Jogos de tiro em perspectiva de primeira pessoa, na maioria das vezes, têm problemas de mira e movimentação nos consoles. Felizmente, não é o caso de The Darkness, pois a jogabilidade é boa e de fácil aprendizado. Isso se deve, em grande parte, à mira automática, que ajusta o alvo quando o ponto da mira estiver muito próximo dele.
O auxílio nem sempre funciona, mas com certeza deixa o jogo mais adaptado aos videogames — onde mirar e mover-se sempre requer ótima coordenação motora. Vale ressaltar que tiros na perna não matam: se você quer mandar os adversários para o âmago do inferno, não pode dispensar os tiros certeiros na cabeça. Outra característica importante, e que salva o gamer em situações de risco, são os golpes fatais realizados quando você está a poucos centímetros dos inimigos.
Arsenal reduzido pelas forças do mal
Entre as armas figuram pistolas, escopetas e metralhadoras. Não há granadas, rifles de longo alcance ou lança-mísseis — para que tanto aparato se você tem as forças do inferno a seu favor? As pistolas (não se esqueça que Estacado é um mafioso) serão as mais usadas durante todo o jogo e podem ser seguradas pelas duas mãos. Portanto, cada gatilho do gamepad fica encarregado por uma arma.
A munição é escassa e sempre capturada dos adversários mortos — um fator que comprova a evolução dos jogos FPS nos dias de hoje. Ao ficarem imóveis na tela, as mãos de Jackie, assim como Duke Nukem, fazem alguns movimentos para não deixar o cenário insosso. Contudo, não é possível utilizar as mãos vazias para atacar ou pegar objetos no ambiente — uma lástima.
Nas cenas de ação ou quando as trevas conversam com Jackie, o clima fica mais tenso e frenético. É uma pena que o jogo não utilize as paredes e rochas para o personagem se esgueirar, logo a movimentação é aberta.
Sobrevivendo aos ferimentos mais demoníacos
O jogador que se sentir com risco iminente de morte pode se salvar correndo para cima dos oponentes. Desta forma, uma pequena animação surge com Estacado causando mortes ainda mais violentas. É divertido, porém totalmente falso quando há milhares de policiais ou mafiosos ao seu redor, pois você não sofre dano enquanto aplica os golpes mortais. Por fim, o recurso é semelhante ao uso da motosserra em Gears of War, mas a visão é em primeira pessoa.
O sistema de danos também é parecido com o do Gears, não havendo uma barra de vida sequer, tampouco um número representativo. Em The Darkness, o que interessa é a quantidade de danos recebidos em seqüência. Em outras palavras, se você tomar muitos tiros em seguida, o protagonista morre, mas ao se afastar do perigo, a visão volta ao normal aos poucos, permitindo retrucar com uma nova investida.
Ao receber muito tiros a tela fica vermelha, com a visão manchada de sangue e o som propagando-se abafadamente. O resultado é agradável, visto que apenas dois ou três tiros podem matar o anti-herói. Por outro lado, são exigidos destreza e pensamentos táticos, de forma que muitas vezes você terá que se esconder dos inimigos para então atacá-los. Apesar de exercitar o cérebro, em muitos locais, a matança pode ficar burocrática, ou seja, você aniquilará os oponentes um a um, esperando se recuperar lentamente.
Em contrapartida, tomar diversos ferimentos e se reabilitar em poucos segundos, você só verá neste mundo virtual, pois fora dele não funciona bem assim. O fato de não existir kits de sobrevivência ou vida agiliza o jogo, mas não está nada de acordo com as leis vigentes na vida real.
Escuridão eterna
A engine sobre a qual foi construído The Darkness — além de sólida e estável — merece os melhores elogios. Não é para menos, The Chronicles of Riddick, também desenvolvido pela Starbreeze, foi uma das grandes surpresas no mundo dos games em 2004, conquistando um sucesso inegável que nem o filme conseguiu alcançar.
Em The Darkness, você pode interagir com diversos objetos do cenário, como ligar e desligar televisões, apertar botões, usar telefones públicos, máquinas de auto-atendimento, mover ou quebrar caixas. A engine de The Darkness lembra muito a de Half-Life 2 (outro sucesso fantástico do ano de 2004), embora seja menos interativo quando o assunto é os itens do cenário. Finalmente, os bugs relativos à engine são pequenos e passam despercebidos perante olhos desatentos.
Como o próprio nome do jogo sugere, os aspectos mais trabalhados são os efeitos de sombra e iluminação. Pode-se dizer que atualmente poucos jogos abusam dos efeitos HDR (responsáveis pelas variações de iluminação bruscas no olho humano) como The Darkness. Os poderes das trevas, adormecidos em Jackie, só ganham forças no escuro. Então, para suprir a falta de escuridão das ruas e lugares explorados, você gastará praticamente metade do armamento destruindo postes, lâmpadas, abajures, lustres e derivados. Conseqüentemente, era de se esperar que a iluminação (ou falta dela) estivesse espetacular — e está.
Agora, vendo por outra perspectiva, ficar destruindo lâmpadas durante todo o jogo pode ser irritante com o passar do tempo. A cada quarto ou sala que você entrar utilizando seus poderes, será necessário extinguir a luz. Os piores são as pequenas luminárias, as quais precisam de tiros certeiros para serem reduzidas a cacos de vidro.
Fugir da luz pode chegar a virar obsessão ao prosseguir na história, e quando você menos esperar estará dando prioridade à destruição da iluminação ao invés dos oponentes. É claro, você terá um aliado nesta busca insana pela escuridão: as trevas. Elas sussurram o tempo todo clamando por escuridão, e os Darklings, criaturas evocadas por você para realizar o trabalho sujo, também necessitam da falta de luz para se materializarem.
Inteligência artificial sedenta de sangue
A inteligência artificial do jogo tem seus créditos, principalmente porque consegue torná-lo acessível para vários níveis de jogadores. The Darkness não é difícil, mas está longe de ser fácil demais.
Os oponentes se escondem quando ameaçados, correm atrás de Jackie quando ele está em perigo e se movimentam estrategicamente. É muito importante não deixar de atirar neles quando exposto, para não permitir que abram fogo. Tendo qualquer chance de aniquilá-lo, eles não terão misericórdia, e três tiros bem dados podem levá-lo para a cova...
As pessoas que andam pelas ruas da fria Nova Iorque também têm percepção apurada — se virem você armado ou utilizando seus poderes sobrenaturais, saem correndo e gritando ou pedem clemência para não morrer.
Porém nem tudo são flores, em diversos momentos a inteligência peca, principalmente quando os NPC's (personagens não jogáveis) têm seu caminho ofuscado por objetos ou outras pessoas. O defeito maior, aqui, é relativo aos inimigos, que podem se perder quando você está próximo demais de uma parede ou coluna entre eles.
A queda dos adversários é muito bem feita, e os corpos ficam no chão por um tempo mediano, sumindo subitamente quando a troca de cenário é realizada. Se você morrer, receberá mensagens maléficas das trevas, com imagens medonhas e vozes macabras.
A fria Nova Iorque nunca foi tão assustadora
Muitas vezes é necessário prestar atenção no enredo para saber qual destino deve tomar, e o único meio de transporte para se locomover é o metrô, que possui duas estações centrais. Caso você não entenda para onde ir, é bem provável que se perca pela cidade e se entedie. Isso é extremamente negativo em The Darkness: em ambientes mais abertos é notável a falta de pessoas, como nas ruas da grande metrópole. Além disso, parte delas nem conversa com o personagem, o que transmite um sentimento solitário. E quando falam com Jackie apenas perguntam se ele está bem ou se ele não possui educação.
É essencial reparar que nas madrugadas correntes não há um horário de picos nos metrôs, e as pessoas dentro deles são sempre parecidas. Faltou a interação com outros veículos, que, com certeza, trariam ótimos desafios e seqüências de ação. Muitas conversas burocráticas também atrapalham a diversão dos jogadores que desejam mais adrenalina. O jogo é totalmente focado na história, então é bom estar preparado para ler os diálogos, senão você não gostará de boa parte do game.
Para equilibrar os personagens que nem conversam com Jackie, existem alguns que fornecem missões secundárias, que podem variar entre expulsar o marido de alguém de casa até exterminar uma gangue de malfeitores na região. Durante as telas de carregamento, que acontecem na troca de ambientes grandes pela cidade, Jackie Estacado aparece num beco escuro falando frases humorísticas ou revelando o enredo. A aleatoriedade destas falas é boa, e geralmente o que Estacado diz tem a ver com o progresso do jogador.
Querendo ou não, estas animações amenizam o carregamento e descontraem os gamers. Em algumas delas, Estacado conta mais sobre a sua vida, como a história do seu primeiro beijo com uma prostituta.
À sombra de “O Corvo”
Você usará o telefone público o jogo inteiro, pois além da história principal, há diversos números espalhados pelo jogo, os quais você deve coletar e ligar para desbloquear conteúdo adicional (incluindo histórias completas em quadrinhos). O engraçado é que todas as pessoas que atendem ao telefone conversam muitas vezes sozinhas (Jackie dificilmente fala algo), e os assuntos possuem teor humorístico, mas são poucos que conseguem arrancar risos. As animações são sempre idênticas e chegam a ser enfadonhas em sua grande parte.
Ficar atento ao mapa da metrópole e aos objetivos no inventário é essencial, contudo nenhum lugar é retratado detalhadamente, o que significa maior exploração. A cidade de Nova Iorque, no jogo, lembra muito os becos e ladeiras freqüentadas por Brandon Lee no filme “O Corvo”. O visual dark, a sujeira e os lugares da pesada dão um ar sombrio ao game. Nada melhor do que um cenário amedrontador para se andar sozinho à noite.
Nas estações de metrô, há mendigos, músicos, rappers e pessoas comuns. Mas é nos becos e bares que o pessoal “barra pesada” se encontra, no entanto o que eles podem fazer quando encontram as trevas... Em pessoa?!
Cadáveres apetitosos
Ao apertar apenas um botão no controle do videogame, as portas para as trevas estão abertas, literalmente. Basta que o ambiente esteja escuro para que Jackie Estacado utilize os super poderes mais malignos possíveis.
Caminhando ao relento pelas ruas e lugares sombrios, as trevas tentam Jackie com toda a sua magnitude, sussurrando em seus ouvidos como ele pode ser invencível e poderoso. Movidas a ódio e vingança, despertam e afloram na carne daquele que foi amaldiçoado pelos mais terríveis demônios.
Os olhos de Estacado ficam bem claros e tentáculos saem de suas costas. Deles, duas cobras com olhos bem vermelhos e dentes afiadíssimos estão prontas para se alimentar do órgão mais importante do ser humano... O coração.
Ao eliminar qualquer pessoa maléfica, as cobras (chamadas de Demon’s Arm) estão prontas para devorar o coração do cadáver caído. As cenas são fortes — lembrando o filme "Coração Satânico" de 87 — e não devem ser assistidas por quem tem estômago fraco. O número de corações comidos representa a evolução das forças das trevas. Logo, quanto mais traficantes, mafiosos e policiais corruptos você matar, maior será o seu poder.
O nível das trevas varia de um a cinco, e habilidades especiais são ganhas durante o progresso no jogo. Além de comer o órgão muscular vital, os tentáculos das cobras podem movimentar ou arrastar objetos, assim como quebrar luminárias e lâmpadas. O problema mais visível neste banquete infernal está relacionado à falta de balanço entre as duas bichanas. A cobra da direita sempre ganha o jantar, ao passo que a da esquerda nunca consegue se alimentar. Uma brincadeira obscura, talvez, mas, de fato, como apenas uma das cobras se alimenta, o tempo para se devorar uma pilha de corpos é grande — revoltante em várias situações.
De vez em quando, as duas brigam entre si, mas o animal da direita (com a boca cheia de sangue) sempre consegue afugentar a outra cobra. A habilidade de rastejar em ambientes fechados faz destes tentáculos vivos primordiais para a solução de diversos puzzles. Para abrir determinadas portas ou desligar a luz de lugares em que Estacado não pode chegar, você terá que ativar a visão da cobra da direita e rastejar pelo cenário para cumprir o objetivo. A idéia é bem interessante, mas você com certeza ficará tonto, pois a cobra pode (e precisa) subir em paredes e tetos.
A câmera, nestes locais, é confusa e de difícil controle. Caminhar por buracos é realmente complicado e normalmente será necessário fazer o mesmo trajeto mais de uma vez, devido à falta coordenação e orientação espacial.
Vale lembrar que, ao olhar para o corpo de Jackie usando os Demon’s Arm, você não visualizará o tentáculo que está utilizando, o que gera certa estranheza para os mais exigentes.
Os servos das trevas
Possuído pelas trevas, o mafioso Jackie poderá conjecturar servos demoníacos através de buracos no chão. Ao todo, são quatro tipos de criaturas, chamadas de Darklings. Eles se assemelham aos clássicos goblins de RPG e estão prontos para servir às suas ordens.
O humor dos monstrinhos, pela primeira vez no jogo, pode arrancar algumas gargalhadas altas. Ao se evocar ou pedir para se locomoverem, eles soltam frases como “Adoro pingüins” e “Não sou pago para fazer este tipo de trabalho”, quebrando o gelo formado pelo sangue frio de Jackie nas chacinas.
O primeiro escravo diabólico que você terá é o Bersecker, que pode utilizar uma série de armas capturadas no jogo. O Bersecker é capaz de empunhar serrotes, machados, martelos, britadeiras e espadas; enfim, ninguém gosta de topar com este diabinho insaciável. Muito útil para distrair inimigos.
Vestido com um capacete militar, o Gunner é uma verdadeira máquina de matar. Equipado com uma metralhadora giratória, este Darkling deve ser usado para aniquilar inimigos à distância. Seu uso é quase essencial na medida em que a dificuldade do jogo vai aumentando. O Darkling mais desnecessário é o Kamikaze, o qual possui um traje estilizado com chapéu e sobretudo; no entanto faz o que seu nome indica: um ataque suicida com uma carga de explosivos. Em momentos desesperadores pode até calhar bem, entretanto não faz falta alguma.
Por último, o Light Killer, criatura que destrói todas as lâmpadas acesas. Definitivamente, é necessário quando você avançar na história, pois é impossível ter paciência o suficiente para apagar todas as luzes dos cenários.
No início, e em boa parte do jogo, o uso destes servos pode ser descartado — é mais eficiente presentear os inimigos com a morte instantânea dos tiros na cabeça. Todavia, ao progredir na história, é nítido o porquê deles existirem. Com vários inimigos na tela, somente a ajuda dos diabinhos poderá salvá-lo do túmulo.
Do outro lado da morte
Sanidade é algo que você não encontrará em The Darkness. Na noite do seu vigésimo primeiro aniversário, Jackie Estacado tentará o suicídio numa seqüência de cenas chocantes. Após tal atentando, você se pergunta: ele irá para o céu? Para o inferno? Ele vai é para a Primeira Guerra Mundial — ora, nada mais sensato.
Aviões monomotores, trincheiras, soldados alemães, aliados... Uma reviravolta maluca e imprevisível num mundo conhecido como Otherworld, que pode ser interpretado como uma espécie de inferno alternativo. É nesta atmosfera atemporal que uma nova arma estará aguardando por Jackie. Nos atos finais do jogo, já em Nova Iorque, o protagonista vai adquirir o maior poder das trevas: o buraco negro. Ele é parecido com a anomalia ocorrida na Gravity Gun (arma de gravidade) em Half-Life 2, quando ela puxava os inimigos de Gordon Freeman e os jogava para longe.
Já com o buraco negro, o efeito é inverso. Este objeto gravitacional é capaz de sugar objetos e rodopiar os inimigos até a morte. Depois de adquiri-lo, o jogo se tornará mais divertido, porém, por outro lado, muito fácil também.
Qualidade gráfica dentro do esperado
Os gráficos de The Darkness são ótimos e de acordo com a nova geração de consoles. É bem verdade que não alcançam o patamar de Gears of War ou de jogos FPS mais recentes, como Bioshock, contudo conseguem suprir o nível desejado para a grandeza do título.
Os ambientes são ricos em texturas e as expressões faciais são interessantes, mas poderiam ser melhores. É possível ver piercings, cicatrizes, barba e até as veias das mãos das pessoas. Os olhos e o céu (em Nova Iorque e em Otherworld) estão bem legais e detalhados. Os efeitos gráficos são bem feitos, principalmente nos golpes de misericórdia. O efeito da fumaça que sai dos canos das armas também causa boa impressão. Mas nem tudo que reluz é ouro, serrilhados são visíveis e os personagens um pouco plastificados.
Ao ir ao banheiro, que por sinal é bem texturizado, você pode ver Jackie no espelho. É neste momento que se pode criticar o movimento dos cabelos, pois são bem rápidos e falsos. Utilizando os tentáculos, também nota-se eles atravessando as paredes de forma estranha. A taxa de quadros por segundo está abaixo do esperado, pois em vários momentos é claro o surgimento de slowmotions. Por fim, as animações, embora divertidas, são fracas e precisavam de maior polimento.
Da melancolia ao som cru do metal
A trilha sonora e a sonoplastia de The Darkness recebem a maior nota dentre todos os quesitos avaliados. As músicas variam entre calmas e melancólicas (como a trilha do filme Babel) até o som bruto e pesado do metal.
A nuance entre os dois tipos de música é presente o tempo todo, quando há ação incessante, o ritmo rápido e elevado impera, mas quando Jackie recorda suas mais profundas lembranças, canções lentas com grande calor atmosférico são reproduzidas.
Os efeitos sonoros dos cacos de vidros, de fogo e principalmente das cobras são de ótima qualidade. Destaque maior para a equipe de dubladores contratados: Lauren Ambrose (da série Six Feet Under) que personifica Jenny, namorada de Jackie; Kirk Acevedo (de Band of Brothers) interpreta Jackie Estacado; e Mike Patton, vocalista da banda Faith No More, dubla a voz macabra das trevas.
Multiplayer sem sal
O modo online de The Darkness é limitadíssimo, deixando de lado todos os poderes adquiridos por Jackie na campanha principal. As batalhas acontecem entre humanos e Darklings, sendo o destaque a jogabilidade destes últimos, que permitem saltos longos e movimentações pelas paredes e faces superiores dos recintos.
Pela rigidez da engine, o sistema multiplayer com certeza poderia ter sido mais bem explorado. No entanto, faltou feijão com arroz para que trouxesse partidas disputadas e divertidas. Sem contar a demora de resposta entre os jogadores, presente na maioria dos combates. Realmente foi incluído no jogo apenas como um adicional.
Pela rigidez da engine, o sistema multiplayer com certeza poderia ter sido mais bem explorado. No entanto, faltou feijão com arroz para que trouxesse partidas disputadas e divertidas. Sem contar a demora de resposta entre os jogadores, presente na maioria dos combates. Realmente foi incluído no jogo apenas como um adicional.
Não é para quem tem estômago fraco
The Darkness apresenta boa qualidade gráfica, com destaque para os efeitos de iluminação, que são de tirar o chapéu, e para a interação, a qual, embora limitada, mostra que a Starbreeze não brinca em serviço.
Os filmes e vídeos passados nas televisões do jogo também devem ser lembrados: há videoclipes, filmes e até desenhos antigos, como um episódio completo do clássico Popeye. Estrelado por Frank Sinatra, “O Homem do braço de Ouro” pode ser assistido em sua totalidade.
Tal preocupação artística merece elogios, ainda mais quando se trata de uma adaptação dos quadrinhos que chegou à barreira de um milhão de cópias vendidas. O jogo é bem fácil e os controles simples, o que garante uma maior imersão de jogadores novatos. As cenas e animações, com violência exagerada, podem ser chocantes; portanto, não deve ser jogado por menores de idades. A inclusão de elementos de terror e humor agrada, e a duração do game pode ser considerada mediana.
A variedade de armas é limitada, mas retribuída pelos poderes macabros de Jackie, sendo o buraco negro o mais interessante. A jogabilidade é boa, mas um pouco repetitiva, principalmente pelo número de lâmpadas, lustres e luminárias que você terá de destruir. A inclusão de elementos de terror e humor agrada, entretanto a movimentação dos tentáculos e o modo online são fracos.
Finalmente, com gráficos ótimos, enredo amarrado e sonoridade de qualidade, The Darkness é divertido e pode ser uma ótima aquisição para os jogadores adultos que gostam de mesclar ação incessante com um enredo violento e instigante.
Categorias
Nota do Voxel