Taiko no Tatsujin: Drum ‘N’ Fun é simples, mas traz grande dose de diversão
A Bandai Namco pegou muita gente de surpresa ao anunciar que traria Taiko no Tatsujin: Drum ‘N’ Fun viria ao Ocidente. O game tem um apelo oriental muito grande e por aqui sempre teve uma pegada arcade para jogar de vez em quando. Mas com um novo jogo no mercado, será que vale dar uma chance para a franquia?
Vale lembrar que Taiko no Tatsujin: Drum ‘N’ Fun chegou para as bandas de cá ao Switch e PlayStation 4, mas sem o seu fiel parceiro: o controle de tambor, que é exclusivo do Japão e só quem quiser importar terá a chance de ter um. Mas, honestamente: isso não me impediu de ter ótimos momentos de diversão com o game. Confira a nossa análise completa!
-
Do pop ao anime: uma boa seleção de músicas
Para quem não conhece a franquia, vale dar uma pincelada: Taiko no Tatsujin é um game musical em que você deve tocar taiko (tambores) em músicas das mais diversas categorias, indo do pop ao japonês a músicas de anime. Como qualquer jogo rítmico, você deve acertar as notas (no caso, batidas vermelhas e azuis) no tempo certo.
E em títulos como esse, certamente um dos pilares da diversão é ter músicas famosas e divertidas de reproduzir com tambores. E nesse caso a seleção é certeira e tem muito a agradar. Certamente, não é para gregos e troianos: vale lembrar que Taiko no Tatsujin: Drum ‘N’ Fun é um jogo para o público oriental e a seleção é quase inteira japonesa e não traz músicas que qualquer um vai reconhecer. Se você é um fã da cultura nipônica, estará em bons lençóis, caso contrário, talvez seja melhor ficar com Guitar Hero.
A lista de músicas traz desde Gimme Chocolate, do Babymetal, a We Are, abertura da primeira temporada de "One Piece". Entre os dois extremos, há categorias de vocaloides, música pop japonesa, aberturas de outros animes (como "Evangelion" e "Attack on Titan") e até mesmo faixas clássicas (como Abertura de Guilherme Tell, de Rossini).
A seleção é relativamente grande e bem diversificada, mas principalmente divertida para aproveitar no estilo rítmico. Entretanto, a lista ainda deixa um gostinho de "quero mais" que só pode ser saciado por DLCs. Não há passe de temporada e cada música custa US$ 1,49, o que dá cerca de R$ 6, um preço salgado por uma única faixa.
O game já tem muitos DLCs
Em outras palavras, apesar de termos uma seleção relativamente grande, a quantia de DLCs já disponível logo de início dá o tom: se quiser mais variedade, somente com dinheiro (e sabe-se lá quanto dinheiro você vai precisar para expandir os seus horizontes).
Jogar com o controle quebra um galho
Em um jogo rítmico, um dos pilares é a seleção de músicas, mas o outro (e talvez até o alicerce) é a jogabilidade para fazer tudo isso acontecer. E nisso Taiko no Tatsujin: Drum ‘N’ Fun pode dividir opiniões. Certamente o controle de tambor é a forma ideal, mas pessoalmente não me incomodei com a opção de jogar no DualShock tradicional (apesar de ter sentido dores ocasionais depois de uma longa sessão) e achei muito bom os modelos de inputs diferentes, que oferecem as setas direcionais ou gatilhos para as batidas.
No Switch, há a opção de usar os sensores de movimento dos Joy-Cons ou o touchscreen no modo portátil, mas como não foi a versão que joguei, não posso opinar (apesar de relatos dizerem que não é muito bom). De qualquer forma, é possível jogar tudo sem o tambor e quebrar um bom galho.
Como são apenas duas notas e não há grandes saraivadas de batidas (não a ponto de serem comparadas às palhetadas extremas de Guitar Hero, pelo menos), é perfeitamente possível se virar com um DualShock 4 ou Joy-Cons, apesar de não ser o ideal (e ter algumas exceções pontuais que dão trabalho). E é simplesmente muito divertido, relaxante e gostoso jogar algumas músicas de anime e acompanhar a progressão.
Vale ressaltar que a curva de aprendizado é muito boa e cada salto de dificuldade é significativa e traz o desafio ideal para elevar os seus próprios parâmetros. No fim, esse é o maior fator para continuar jogando.
Galeria 1
O que incomodou, na verdade, é a falta de um “modo campanha” ou algo dê mais peso à jogatina além das sessões descontraídas do estilo arcade. O Switch tem alguns mini games que também estão fora da versão de PlayStation 4, que de certa forma se parece mais com uma versão incompleta do jogo.
Pequenos extras para aproveitar
Além da progressão natural de um jogo rítmico, que consiste em aprimorar cada vez mais os reflexos e percepção das músicas, Taiko no Tatsujin: Drum ‘N’ Fun também traz um sistema de Bingo em que você deve cumprir algumas missões para cada música do catálogo para ganhar moedas que servem para personalizar o seu personagem na tela.
As roupas são bem legais e há outros itens cosméticos, mas a recompensa é o de menos: a cartela de Bingo realmente traz desafios bem legais e que me fizeram rejogar a mesma música mais de uma vez para tentar alcançá-los. E, caso queira, você pode apimentar as coisas com inversão de cores ou até mesmo brincar com sons diferentes para cada nota (como baterias comuns, batidas eletrônicas ou até mesmo vozes no lugar do som do taiko).
Além disso, você pode competir com os “fantasmas” dos seus amigos e ganhar moedas extras. Vale ressaltar que esse não é o modo versus tradicional, mas sim uma forma de incentivar a jogar músicas diferentes e ganhar moedas extras, o que acaba sendo bem interessante também.
Apesar de não ser exatamente um bônus, há um recurso que achei consideravelmente bom para o game: a calibragem de tela, um antigo inimigo dos jogos musicais. Aqui, você pode ligar um headset no DualShock 4 e deixar o game resolver tudo sozinho: ele mesmo escuta e regula o input lag dos comandos com base no som. Realmente uma solução boa.
Online simples demais
Pra ir direto ao ponto: Taiko no Tatsujin: Drum ‘N’ Fun não tem um modo online. O que a Bandai Namco chama de online é, basicamente, uma batalha ranqueada para lutar contra performance fantasmas. Não é de todo ruim, já que você está jogando contra um desconhecido e não sabe onde ele vai errar, ou seja, acaba não fazendo muita diferença.
Galeria 2
Mas ele é um tanto confuso, já que você não escolhe músicas nem a dificuldade e apenas repete o que já faz no single player. Basicamente, a faixa é escolhida pelo sistema e você apenas compete por fazer mais pontos (e pode ver em um ranking online sua posição). A única competição em tempo real possível é o clássico multiplayer de sofá, com dois controles, que é competente, mas não traz nada além do esperado.
Vale a pena?
Taiko no Tatsujin: Drum ‘N’ Fun é um jogo muito divertido, especialmente para os fãs de cultura japonesa. Mesmo que não seja o tipo de jogatina contínua que perdura por horas a fio, doses homeopáticas com tanto exímio em mecânicas rítmicas (que misturam desafio com simplicidade em uma dose surpreendentemente boa) é ideal para dar uma alegrada rápida no dia ou para animar encontros de amigos.
Certamente, ter o controle tambor seria melhor, tal como ter uma seleção de músicas mais vasta sem precisar pagar tão cedo para ter mais músicas. No fim, Taiko no Tatsujin: Drum ‘N’ Fun é um jogo simples e ele surfa em sua própria simplicidade: pegue, jogue e se divirta, sem grandes firulas ou rodeios (para bom e para ruim).
Taiko no Tatsujin: Drum ‘N’ Fun foi gentilmente cedido pela Bandai Namco para a realização desta análise.
Categorias
- Extremamente divertido para se jogar de vez em quando ou com amigos
- A seleção de músicas é muito boa para amantes da cultura japonesa
- A curva de aprendizado está na medida e há muitos desafios para manter a jogatina contínua
- Apesar de não ser ideal, jogar no DualShock 4 ou Joy-Con quebra um galho e torna qualquer música possível
- O modo online e coop local não são revolucionários, mas são divertidos
- A calibragem de som é realmente muito boa e evita problemas de input lag
- A seleção de músicas poderia ser maior e incluir alguns DLCs (que são caros)
- O jogo é extremamente simples, sem modo campanha ou qualquer outro extra
- Alguns bônus da versão de Switch estão ausentes no PlayStation 4
Nota do Voxel