Pule entre planetas e plataformas na nova aventura do encanador italiano favorito da Nintendo.
Criado em 1981 pelo artista japonês Shigeru Miyamoto, Mario tornou-se o mascote oficial da Nintendo após uma estréia arrebatadora. Originalmente criado para jogos de plataforma, o personagem logo conquistou outros gêneros e aumentou seu elenco de coadjuvantes.
Cerca de 100 jogos e muitos anos depois, o encanador italiano — que já estrelou desenhos e filmes — retorna ao gênero que o tornou uma estrela e redefine o gênero criando um impacto tão grande quanto o do seu lançamento original.
Aguardado como um dos melhores títulos do Wii, Super Mario Galaxy utiliza-se do sistema de controle único do console de última geração da Nintendo e, principalmente, da mente fértil de seu criador, Shigeru Miyamoto, para criar um jogo que brinca com as leis da física e coloca toda a habilidade atlética do bigodudo mais conhecido do mundo.
Seqüência direta de Super Mario Sunshine, para o GameCube, o Galaxy é o segundo título da franquia para o Wii, sendo que o Mario já havia aparecido em outros títulos como Wario Ware e como protagonista em Super Paper Mario.
A estréia oficial no novo console vem em grande estilo, com muitas novidades, gráficos de qualidade, trilha sonora orquestrada e jogabilidade revitalizada. Super Mario Galaxy destaca-se como um dos melhores títulos do ano para o Nintento Wii.
“Joguinho de pular”
Super Mario Galaxy coloca o gênero de plataforma em nova perspectiva. Os cenários esféricos, a manipulação da gravidade e a brincadeira inteligente com os conceitos de “para cima” e “para baixo”, fazem de Galaxy um verdadeiro jogo de plataforma, você passará horas pulando de bloco em bloco, planeta em planeta e o mais interessante é ver como o personagem comporta-se em cada um dos cenários.
Os cenário esféricos, ou circulares, não são nenhuma grande novidade no mundo dos jogos, sendo que já apareceram em títulos como o recente Rachet & Clank e até mesmo em jogos mais antigos, como nos estrelados pelo arqui-rival do encanador italiano: o porco-espinho Sonic.
Entretanto, fica claro que SMG utiliza a jogabilidade patenteada do bigodudo para transformar tais cenários em uma galáxia de possibilidades. Correndo em uma parede ou saltando na imensidão do espaço, Mario brinca com as leis da física mostrando que há espaço para se trabalhar com idéias que já transitam pelo mundo dos games.
Sem pé nem cabeça
Um grande problema do jogo é o controle de câmera, desde Super Mario 64, que inovou ao colocar o mascote da Nintendo em um ambiente totalmente em 3D, a movimentação e controle da câmera apresentam-se como grandes problemas para o time de desenvolvimento.
Desta vez não é diferente, ainda mais por tratar de cenário tão singulares como os de SMG, as dimensões ganham nova perspectiva: seja com o personagem de pé ou de cabeça para baixo, a disposição pode mudar, inverter posições são coisas comuns em uma galáxia onde cada planetóide e cada plataforma possui uma dinâmica própria.
Nesse mundo sem pé nem cabeça, a câmera faz o possível para acompanhar os saltos e rodopios de Mario, mas muitas vezes falha. Isso é um problema quando um inimigos está se aproximando e você não consegue ver nem o inimigo e muito menos o seu próprio personagem.
Contudo, o jogo permite algum controle da câmera, mesmo que esse não seja total e acessível somente em determinados momentos do jogo.
Super Mario Redux
Taaduzido do latim, a palavra redux significa "trazer de volta", revisitar, revisar... Nada mais apropriado para descrever a jogabilidade de SMG. Um apanhado do que deu certo na franquia, o jogo combina os comandos de fácil execução que transformaram a série em um sucesso instantâneo com os movimentos multifuncionais inerentes a um cenário 3D.
Você verá todos os pulos, acrobacias e trejeitos, que estavam presentes em Super Mario 64. O salto triplo, a famosa “bundada”, os mortal de costas, as derrapadas, tudo está de volta só que revisado e adaptado ao sistema de controles do Wii.
Mais prático e intuitivo do que nunca, Mario desloca-se pelo cenário através do botão analógico do Nunchuk, os saltos ficam por conta do botão A do Wii-mote, o botão Z do Nunchuk faz o com que o Mario se agache e quando ele está no ar desfere a poderosa “bundada”.
O sensor de movimento do Wii-mote também marca presença, com um movimento para o lado você faz com que Mario dê um giro — movimento essencial já que tonteia os inimigos e permite a execução de saltos mais longos. Em algumas fases você também poderá utilizar o sensor de movimento do Wii-mote para controlar a direção do Mario; apontando-o diretamente para a tela basta, girar o pulso no sentido desejado para mudar a direção do personagem.
A jogabilidade traz de volta o que deu certo em Super Mario 64, ao mesmo tempo que incorpora novos elementos inerentes a nova plataforma (Nintendo Wii).
O próprio sistema de coletar estrelas e a estrutura das fases são muito similares ao presente SM64. Ao todo o jogo possui cerca de 120 estrelas, mas você pode terminá-lo com apenas metade delas coletadas (o número de estrelas adquiridas até o momento determina o final que você irá visualizar).
Para exemplificar como foi feita a construção do mapa: cada casa tem um mini-universo com várias galáxias, cada galáxia várias fases.
Cogumelos psicodélicos e flores especiais
Super Mario Galaxy traz várias novidades a franquia, entre elas está um novo cardápio repleto de cogumelos estranhos que não fazem nenhum mal ao herói italiano. O tradicional cogumelo verde está de volta e com o mesmo significado, todos os fãs da franquia anseiam por aqueles cogumelos escondidos nos locais mais inacessíveis possíveis, já que o seu sabor inigualável garantem uma vida extra (1UP), outro que retorna é o cogumelo vermelho, só que ao contrário de seus predecessores 2D, essa versão não aumenta o tamanho do personagem, mas aumenta o tamanho do seu medidor de vida, que passa de três para seis pontos.
Mario pode se transformar em uma abelha ou em um Boo (fantasminha). O cogumelo da abelha permite que ele voe ou plane por alguns segundo, já o cogumelo Boo faz com que o Mario atravesse superfícies sólidas. Outra novidade é o cogumelo de mola, que transforma o Mario em uma mola capaz de saltar grandes alturas.
Como nos primeiros games, as flores estão presentes. Em duas versões, a flor de fogo e a flor de gelo. Ambas fornecem poderes especiais ao Mario: enquanto a flor de fogo dispara bolas de fogo que pulverizam os inimigos, a flor de gelo permite que o encanador italiano ande sobre a água.
Em substituição ao chapéu alado de Super Mario 64, surge a estrela vermelha, que concede liberdade de voo por alguns segundos. A outra estrela do jogo é a estrela arco-íris, velha conhecida dos jogadores (que deixa o herói invencível).
Temos que pegar!?
Talvez a grande novidade que Super Mario Galaxy traz à franquia seja a mudança de foco, que deixa de lado a coleta incansável de estrelas e moedas e volta-se a diretamente a ação.
Ao contrário do que acontecia nos títulos que antecedem Galaxy, muito da jogabilidade ficava atrelada a sua capacidade de explorar o cenário atrás de uma estrela escondida ou uma moeda especial.
Em Galaxy, o mais importante é a ação em plataformas, tanto que as moedas servem apenas para restaurar sua energia, e o novo elemento, os fragmentos de estrela (star bits) podem ser coletados mesmo a distância, bastando apontar o Wii-mote.
Super “Marios” Galaxy
Uma boa novidade que SMG apresenta à franquia é a inserção de um modo de jogo multiplayer cooperativo onde dois jogadores podem participar simultaneamente da ação. O co-star mode permite que um jogador controle o Mario, enquanto o outro controla apenas uma mira de estrela (star pointer).
Ao contrário do que possa parecer, o sistema garante grande participação de ambos os jogadores. O segundo jogador, que controla apenas uma mira de estrela, pode coletar as Star Bits e também pode atirar contra inimigos tonteando-os.
Outra vantagem é que o segundo jogador também pode auxiliar Mario na hora dos saltos, se ambos os jogadores pressionarem os botões A ao mesmo tempo o salto de Mário será muito maior do que o normal. Além disso, o usuário que controla a mira de estrela pode atirá-las contra o cenário, destruindo blocos por exemplo.
Este modo é interessante por colocar ambos os usuários ao mesmo tempo na tela e com um objetivo comum.
Faltou motor!
Os gráficos de SMG são um destaque do jogo, coloridos, vibrantes e repletos de humor, no melhor estilo Shigeru Miyamoto. Cenários com design criativo que utiliza-se muito bem da jogabilidade, criando um ambiente de jogo fantástico.
Na realidade, muito pode ser dito a respeito da qualidade dos gráficos do jogo, mesmo ainda que estes não sejam os melhores do console, título este que fica com Metroid Prime 3: Corruption, entretanto o que se deve comentar é a falta de espaço que estes gráficos encontram no Wii.
O console da Nintendo não possui capacidade para suportar grandes efeitos gráficos. Um console criado com uma proposta diferente de seus concorrentes diretos, Xbox 360 e PS3, em nenhum momento foi considerado que um maior cuidado com a parte interna do console poderia trazer mais vantagens a marca.
Talvez por traumas causados com o fraco desempenho dos dois últimos consoles — Nintendo 64 e o GameCube —, que possuíam grande potencial gráfico mas falharam no mercado, a Nintendo tenha mudado a proposta, focando-se quase que exclusivamente na jogabilidade e interatividade de seus jogos.
Isso é uma pena, visto que vários títulos do console poderiam se beneficiar de uma hardware mais poderoso, jogos como Metroid Prime 3: Corruption, o próprio Super Mario Galaxy e Super Paper Mario poderiam mostrar efeitos de luz, texturas e modelagens que aumentariam consideravelmente o grau de imersão do jogador.
Se mesmo com as limitações óbvias do console os desenvolvedores conseguem apresentar gráficos de tamanha qualidade imagine os mesmos títulos rodado em uma máquina à altura. Uma boa comparação é a de um grande piloto em um carro pouco competitivo. O talento é evidente mas as limitações técnicas são contundentes.
Super Mario Orquestra
A trilha sonora é tão fantástica quanto todo o resto do jogo, totalmente orquestrada, a música compõe o universo repleto de vida e cor. Apenas de ser uma trilha diferente da presente em toda a franquia, as músicas são condizentes com o mundo do encanador italiano. Desde a primeira nota você pensa que a música é típica de um jogo do Mario, mesmo que esta seja a primeira vez que você esteja ouvindo algo parecido.
Os efeitos sonoros estão condizentes com todo o jogo, e principalmente com a franquia, em alusões diretas aos primeiros títulos, como os habituais sons de transformação e outras efeitos menores.
As “dublagens”, ou melhor, os sons cacofônicos produzidos pelos personagens, em especial Bowser e dos cogumelos, podem tornar-se incrivelmente irritantes, mas nada que prejudique a apresentação final deste que já é um dos maiores jogos do Wii.
Tudo de “Bowser”
Idealizado e concebido por Shigeru Miyamoto para o Nintendo Wii, talvez apenas isso baste para definir Super Mario Galaxy. Seu pai Miyamoto é um artista que foi obrigado a utilizar o jogos como mídia da sua arte; e do outro lado a Nintendo e seu console Wii proporcionam experiências inéditas.
A união de Miyamoto e Nintendo já rendeu alguns dos melhores e mais populares títulos do mundo dos jogos, tais como Donkey Kong, Super Mario e a saga épica de Zelda.
Com as propriedades originais do console Nintendo Wii, Miyamoto encontrou um terreno fértil onde poderia plantar suas idéias fantásticas, repletas de plataformas, cogumelos e monstros estranhos.
Super Mario Galaxy tem seus problemas, como a câmera pouco cooperativa, a pouca dificuldade — que torna o jogo pouco desafiador — as fases que acabam se tornando repetitivas por utilizarem o mesmo cenário, entre outros problemas técnicos, entretanto nenhum desses problemas afeta a apreciação do título por completo.
Você ficará entretido por horas mesmo depois de terminar o jogo uma vez. São mais de 120 estrelas a serem coletadas, várias galáxias a serem descobertas, além do conteúdo extra, como o livro de histórias, alia-se a isso um multiplayer inteligente que dá nova luz a uma faceta pouco explorada da franquia, o multiplayer cooperativo.
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