objetivos genéricos tiraram o brilho das incursões do Aranha pelos céus de Nova Iorque.
O caos inicial de Web of Shadows embalado pela bela “Sonata ao Luar” (Beethoven) pode dar a impressão de que finalmente poderia ser interrompida a longa seqüência de títulos inexpressivos do aracnídeo. A prerrogativa para a desenvolvedora Shaba Games era ótima: um passe livre para criar um jogo do Homem-Aranha livre de qualquer comprometimento com os filmes. Assim sendo, o herói poderia ganhar um merecido “reboot” nos jogos acompanhado de uma trama saída diretamente da fonte.
Bem, ela realmente saiu dos quadrinhos. Porém, isso aconteceu em uma verdadeira profusão de personagens mal encaixados em uma história meio que sem pé nem cabeça. Além disso, pode-se encontrar a mesma jogabilidade dos jogos anteriores travestida de novidade por alguns adereços não muito significativos.
Não obstante, parte do que pode fazer um bom jogo do Homem-Aranha está presente: uma ampla cidade de Nova Iorque para se atravessar rapidamente de prédio em prédio, combates rápidos e no melhor estilo das HQs. O lado ruim? Bem, a Nova Iorque de Web of Shadows parece composta unicamente por monólitos e a jogabilidade pode ser divertida no início, antes que um rastro de inimigos idênticos mostre que o cerne continua igual: aperte botões o mais rápido que puder no melhor estilo “hack n’ slash” descerebrado.
Quer dizer, jogar teia em um inimigo e puxá-lo em meio a uma série de giros e cambalhotas em pleno ar sem dúvida pode ser revigorante. Mas o que dizer da necessidade de fazer isso 10... 20... 30 vezes seguidas — sem exageros aqui —? Enfim, o suficiente para deixar mesmo o mais fanático dos adoradores do aracnídeo com um tédio indisfarçável.
Dividido entre o Bem e o Mal (e algumas gafes)
Pois é, agora o Aranha terá decisões morais pela frente. Em vários momentos durante WoS, o jogo confrontará você com um dilema ético: matar ou não matar, ser correto ou nitidamente egoísta. E essas escolhas têm uma origem óbvia: o traje simbionte está de volta.
Dessa forma, ocasionalmente o jogo vai parar, e caberá a você escolher o caminho negro (do traje simbionte) ou o caminho heróico, o que terá um efeito direto na ação que estiver em andamento. Vale lembrar que essas escolhas determinarão como heróis e vilões devem reagir à sua presença no jogo.
Aliás, o Aranha não é o único a ser influenciado pelo traje. O caos mencionado no início do texto tem ligação com algo que se poderia chamar de “disseminação simbiótica”. Tendo sido iniciada por Venom — sem absolutamente nenhum motivo aparente —, a nova “doença” começa a transformar indistintamente as pessoas em fac-símiles de simbionte, o que ocasiona algumas cenas realmente bem patéticas.
Bem, quais são exatamente os motivos do senhor Eddie Brook para fazer isso? Em que momento cronológico dos quadrinhos está contextualizada a trama? Parker trabalha ainda para o Clarim? E a tia May, ainda está viva? Essas são apenas algumas das lacunas deixadas pelo enredo do jogo. Aliás, Peter Parker sequer dá as caras durante o jogo.
Embora Mary Jane apareça em vários momentos, é impossível se ter certeza sobre a natureza do relacionamento entre ela e o Aranha. Não obstante, a moça não evita uma bela gafe logo no início do jogo: em meio a várias pessoas e ao lado de dois para-médicos, Mary Jane simplesmente entrega um presente de natal ao herói, o qual, em alto e bom som, chama de “Peter”.
Bem, fato é que o caos instalado ocasionou o aparecimento da SHIELD, que dá as caras para colocar toda Manhattan em quarentena por tempo indeterminado. Cabe a você, portanto, colocar um fim na infecção, conduzindo um Homem-Aranha sem identidade secreta e com voz de pré-adolescente até um dos vários finais possíveis para Web of Shadows.
Para tanto, será necessário contatar vários personagens conhecidos do universo do aracnídeo, inclusive um Wolverine um tanto fora de contexto. E o resultado será sempre o mesmo: o personagem vai enviá-lo para alguma missão desprovida de sentido, onde será necessário matar X bandidos em Y minutos.
Um exemplo? Em uma missão para evitar o assassinato de um líder de gangue, você controlará um Homem-Aranha através de vários arranha-céus, a fim de acabar com snipers de plantão, utilizando sempre a mesma mecânica (parecendo um jogo antigo de plataforma): atirar a teia, puxar, acertar o golpe. Cada inimigo genérico acertado vai conferir mais alguns segundos. E, finalmente, quando você chegar ao fim, vai descobrir que deve fazer todo o caminho de volta. Enfim, chato e totalmente sem sentido.
Força vs. agilidade
Felizmente, os efeitos do traje alienígena de Peter Parker não surtirão efeito apenas sobre o fraco enredo de WoS. A qualquer momento durante o jogo você pode pressionar o direciona analógico esquerdo (LS) para uma troca instantânea de trajes, o que vai representar também uma mudança significativa no estilo de ação e combate do Aranha.
Enquanto que o traje clássico confere ao herói uma ação mais fluida e rápida, o simbionte trará uma força sobre humana, permitindo arremessos de carros e golpes mais devastadores. Também é possível comprar vários especiais diferentes para cada um dos trajes (65 para o traje clássico e 56 para o simbionte), utilizando os pontos de experiência como moeda corrente. Os golpes são divididos em categorias, como terra, ar e teia.
Embora representem uma adição interessante, você pode acabar rapidamente considerando os combos como uma perfumaria atraente. Em primeiro lugar, porque vários combos adquiridos representam simplesmente um acréscimo a algum combo pré-existente. Em segundo lugar, as missões são tantas e tão repetitivas, que você simplesmente vai se ver passando de uma para outra com os ataques básicos, que realmente dão conta do recado.
Não obstante, a ação do aracnídeo em WoS realmente não está ruim. Conforme já dito, voar de teia em teia por Nova Iorque continua sendo divertido, e as seqüências de golpes possíveis de fato evocam o clima dos quadrinhos, conforme o herói pula de uma parede para outra, se pendura e termina aterrissando diretamente na cabeça de um vilão. O problema é que depois da milésima vez — provavelmente sem exageros — a coisa toda acaba mesmo ficando entediante.
Sentido-Aranha e uma câmera homicida
Como um adicional durante as batalhas, você ainda terá a mão um recurso clássico: o Sentido-Aranha. Servindo como uma espécie de travamento para a câmera, a habilidade do herói ainda diferencia vilões e civis pela cor, sendo azul para estes e vermelho para aqueles. Uma boa ferramenta que, embora não funcione sempre, acaba sendo uma mão na roda.
A propósito, cabe aqui ainda citar a ação das câmeras em WoS. Tem-se aqui o conhecido caso da câmera homicida. Várias vezes (várias vezes mesmo) você verá uma tentativa sua frustrada porque a câmera resolveu simplesmente mudar de ângulo sem prévio aviso, o que deve acontecer principalmente nos combates pelo ar.
A cidade de monólitos
Assim como o Homem-Aranha de WoS não é o mesmo dos quadrinhos, a Nova Iorque do jogo também não se parece muito com a “cidade que não dorme”. Embora sejam amplos, os ambientes pelo qual o Aranha pula e se pendura simplesmente não passam o realismo que se esperaria de um jogo da sétima geração.
São longas seqüências de prédios idênticos. Carros mal construídos e cidadãos que, de uma hora para outra podem simplesmente “travar” em alguma ação — ocasionando algumas “coreografias” realmente hilárias.
Além disso, não se surpreenda com os casos de geração espontânea. “Ei, aquele prédio não estava ali há um segundo!” Pois é. São carros, pessoas e prédios surgindo do nada, denunciando uma péssima “draw distance”.
Realmente era de se esperar mais de um jogo com a feliz proposta de poder simplesmente recriar o universo do Aranha sem nenhum comprometimento necessário. Apesar disso, a história cheia de buracos, a falta de coesão entre os fatos da trama e a nova-velha jogabilidade podem mesmo acabar transformando Spider-Man: Web of Shadows em mais uma estatística na série de jogos inexpressivos do Homem-Aranha. Isso sem falar nos objetivos e vilões genéricos.
Assim sendo, caso o seu Sentido-Aranha esteja afiado, é bom tentar a sorte em outro jogo do gênero ou, pelo menos, em algum jogo mais antigo do herói.
Bem, ela realmente saiu dos quadrinhos. Porém, isso aconteceu em uma verdadeira profusão de personagens mal encaixados em uma história meio que sem pé nem cabeça. Além disso, pode-se encontrar a mesma jogabilidade dos jogos anteriores travestida de novidade por alguns adereços não muito significativos.
Não obstante, parte do que pode fazer um bom jogo do Homem-Aranha está presente: uma ampla cidade de Nova Iorque para se atravessar rapidamente de prédio em prédio, combates rápidos e no melhor estilo das HQs. O lado ruim? Bem, a Nova Iorque de Web of Shadows parece composta unicamente por monólitos e a jogabilidade pode ser divertida no início, antes que um rastro de inimigos idênticos mostre que o cerne continua igual: aperte botões o mais rápido que puder no melhor estilo “hack n’ slash” descerebrado.
Quer dizer, jogar teia em um inimigo e puxá-lo em meio a uma série de giros e cambalhotas em pleno ar sem dúvida pode ser revigorante. Mas o que dizer da necessidade de fazer isso 10... 20... 30 vezes seguidas — sem exageros aqui —? Enfim, o suficiente para deixar mesmo o mais fanático dos adoradores do aracnídeo com um tédio indisfarçável.
Dividido entre o Bem e o Mal (e algumas gafes)
Pois é, agora o Aranha terá decisões morais pela frente. Em vários momentos durante WoS, o jogo confrontará você com um dilema ético: matar ou não matar, ser correto ou nitidamente egoísta. E essas escolhas têm uma origem óbvia: o traje simbionte está de volta.
Dessa forma, ocasionalmente o jogo vai parar, e caberá a você escolher o caminho negro (do traje simbionte) ou o caminho heróico, o que terá um efeito direto na ação que estiver em andamento. Vale lembrar que essas escolhas determinarão como heróis e vilões devem reagir à sua presença no jogo.
Aliás, o Aranha não é o único a ser influenciado pelo traje. O caos mencionado no início do texto tem ligação com algo que se poderia chamar de “disseminação simbiótica”. Tendo sido iniciada por Venom — sem absolutamente nenhum motivo aparente —, a nova “doença” começa a transformar indistintamente as pessoas em fac-símiles de simbionte, o que ocasiona algumas cenas realmente bem patéticas.
Bem, quais são exatamente os motivos do senhor Eddie Brook para fazer isso? Em que momento cronológico dos quadrinhos está contextualizada a trama? Parker trabalha ainda para o Clarim? E a tia May, ainda está viva? Essas são apenas algumas das lacunas deixadas pelo enredo do jogo. Aliás, Peter Parker sequer dá as caras durante o jogo.
Embora Mary Jane apareça em vários momentos, é impossível se ter certeza sobre a natureza do relacionamento entre ela e o Aranha. Não obstante, a moça não evita uma bela gafe logo no início do jogo: em meio a várias pessoas e ao lado de dois para-médicos, Mary Jane simplesmente entrega um presente de natal ao herói, o qual, em alto e bom som, chama de “Peter”.
Bem, fato é que o caos instalado ocasionou o aparecimento da SHIELD, que dá as caras para colocar toda Manhattan em quarentena por tempo indeterminado. Cabe a você, portanto, colocar um fim na infecção, conduzindo um Homem-Aranha sem identidade secreta e com voz de pré-adolescente até um dos vários finais possíveis para Web of Shadows.
Para tanto, será necessário contatar vários personagens conhecidos do universo do aracnídeo, inclusive um Wolverine um tanto fora de contexto. E o resultado será sempre o mesmo: o personagem vai enviá-lo para alguma missão desprovida de sentido, onde será necessário matar X bandidos em Y minutos.
Um exemplo? Em uma missão para evitar o assassinato de um líder de gangue, você controlará um Homem-Aranha através de vários arranha-céus, a fim de acabar com snipers de plantão, utilizando sempre a mesma mecânica (parecendo um jogo antigo de plataforma): atirar a teia, puxar, acertar o golpe. Cada inimigo genérico acertado vai conferir mais alguns segundos. E, finalmente, quando você chegar ao fim, vai descobrir que deve fazer todo o caminho de volta. Enfim, chato e totalmente sem sentido.
Força vs. agilidade
Felizmente, os efeitos do traje alienígena de Peter Parker não surtirão efeito apenas sobre o fraco enredo de WoS. A qualquer momento durante o jogo você pode pressionar o direciona analógico esquerdo (LS) para uma troca instantânea de trajes, o que vai representar também uma mudança significativa no estilo de ação e combate do Aranha.
Enquanto que o traje clássico confere ao herói uma ação mais fluida e rápida, o simbionte trará uma força sobre humana, permitindo arremessos de carros e golpes mais devastadores. Também é possível comprar vários especiais diferentes para cada um dos trajes (65 para o traje clássico e 56 para o simbionte), utilizando os pontos de experiência como moeda corrente. Os golpes são divididos em categorias, como terra, ar e teia.
Embora representem uma adição interessante, você pode acabar rapidamente considerando os combos como uma perfumaria atraente. Em primeiro lugar, porque vários combos adquiridos representam simplesmente um acréscimo a algum combo pré-existente. Em segundo lugar, as missões são tantas e tão repetitivas, que você simplesmente vai se ver passando de uma para outra com os ataques básicos, que realmente dão conta do recado.
Não obstante, a ação do aracnídeo em WoS realmente não está ruim. Conforme já dito, voar de teia em teia por Nova Iorque continua sendo divertido, e as seqüências de golpes possíveis de fato evocam o clima dos quadrinhos, conforme o herói pula de uma parede para outra, se pendura e termina aterrissando diretamente na cabeça de um vilão. O problema é que depois da milésima vez — provavelmente sem exageros — a coisa toda acaba mesmo ficando entediante.
Sentido-Aranha e uma câmera homicida
Como um adicional durante as batalhas, você ainda terá a mão um recurso clássico: o Sentido-Aranha. Servindo como uma espécie de travamento para a câmera, a habilidade do herói ainda diferencia vilões e civis pela cor, sendo azul para estes e vermelho para aqueles. Uma boa ferramenta que, embora não funcione sempre, acaba sendo uma mão na roda.
A propósito, cabe aqui ainda citar a ação das câmeras em WoS. Tem-se aqui o conhecido caso da câmera homicida. Várias vezes (várias vezes mesmo) você verá uma tentativa sua frustrada porque a câmera resolveu simplesmente mudar de ângulo sem prévio aviso, o que deve acontecer principalmente nos combates pelo ar.
A cidade de monólitos
Assim como o Homem-Aranha de WoS não é o mesmo dos quadrinhos, a Nova Iorque do jogo também não se parece muito com a “cidade que não dorme”. Embora sejam amplos, os ambientes pelo qual o Aranha pula e se pendura simplesmente não passam o realismo que se esperaria de um jogo da sétima geração.
São longas seqüências de prédios idênticos. Carros mal construídos e cidadãos que, de uma hora para outra podem simplesmente “travar” em alguma ação — ocasionando algumas “coreografias” realmente hilárias.
Além disso, não se surpreenda com os casos de geração espontânea. “Ei, aquele prédio não estava ali há um segundo!” Pois é. São carros, pessoas e prédios surgindo do nada, denunciando uma péssima “draw distance”.
Realmente era de se esperar mais de um jogo com a feliz proposta de poder simplesmente recriar o universo do Aranha sem nenhum comprometimento necessário. Apesar disso, a história cheia de buracos, a falta de coesão entre os fatos da trama e a nova-velha jogabilidade podem mesmo acabar transformando Spider-Man: Web of Shadows em mais uma estatística na série de jogos inexpressivos do Homem-Aranha. Isso sem falar nos objetivos e vilões genéricos.
Assim sendo, caso o seu Sentido-Aranha esteja afiado, é bom tentar a sorte em outro jogo do gênero ou, pelo menos, em algum jogo mais antigo do herói.
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