Imagem de Singularity
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Singularity

Nota do Voxel
75

Uma perda de tempo ou uma proposta à frente de sua geração?

Para muitos, o conceito de FPS (First Person Shooter, ou jogo de tiro em primeira pessoa) é bem simples: andar e atirar. E não podia ser diferente, já que o gênero de tiro em primeira pessoa usou e abusou desta base. Basta observar a grande maioria dos títulos para perceber que o que predomina é o tiroteio abundante. E isso é ruim? Claro que não.

Muitos jogos conseguem criar experiências intensas e divertidas usando apenas esse conceito-base que mencionamos no início. Um ótimo exemplo talvez seja o próprio Call of Duty, o qual, mesmo com algumas pequenas novidades, continua apostando na fórmula clássica que caracterizou o gênero.

Felizmente, quem já está cansado disso pode conferir alguns FPS diferentes. Primeiramente, temos o lendário BioShock, que, mesmo com arsenal robusto, trouxe uma trama e narrativa espetaculares e o uso de poderes que trouxeram mais dinamicidade ao gênero. O FPS começava a sofrer suas primeiras mutações significativas.

Posteriormente, outros títulos arriscavam remover a palavra “shooter” do FPS, e vários se saíram muito bem nessa empreitada. Para ilustrar, temos exemplos como o magistral Portal, que inovou o gênero e causou muito impacto em toda a comunidade gamer. Outro título que merece ser mencionado é Mirror’s Edge, com sua proposta acrobática e imersiva.

Em meio a um oceano navegado apenas por FPS de peso como Halo: Reach, Call of Duty: Black Ops e Battlefield: Bad Company, o ano de 2010 recebe um dos poucos corajosos a se aventurar de maneira diferente: Singularity. A nova franquia da Activision foi anunciada na Electronic Entertainment Expo (E3) de 2008, e tem como desenvolvedor a Raven, também responsável por Wolfenstein.

Singular?

Pelo nome, Singularity é um título único, singular. Sem dúvidas, o FPS se esforça bastante para se soltar dos elementos banais do gênero. Primeiramente, há uma história relativamente bem elaborada, trazendo conceitos que, embora não sejam muito originais, acabam gerando um resultado que cativa a atenção do jogador.

Mas, o grande diferencial de Singularity em relação aos demais jogos do gênero é a possibilidade de manipular o tempo. E não estamos falando somente em voltar ou avançar, mas em usá-lo como arma e de maneira jamais vista no universo do entretenimento eletrônico.

Certamente, combinar o uso de superpoderes com armas de fogo não é algo muito inovador. Na realidade, Singularity traz uma fórmula inspirada em vários jogos já conhecidos, como BioShock, F.E.A.R. e o próprio Wolfenstein. Entretanto, é sempre bom ver um FPS que se destaque do tiroteio comum, mesmo que seja para fazer algo que outros games já fizeram.

Singularity é um jogo divertido, com uma história interessante e uma jogabilidade híbrida. Mesmo assim, existem sim alguns problemas que impedem o jogo de ser o que ele poderia. Um dos principais empecilhos que o jogador notará é a qualidade técnica dos gráficos. Nem mesmo a boa direção de arte salva os medianos visuais do game, que trazem texturas de baixa qualidade e outros problemas. Mesmo assim, você não vai querer voltar no tempo depois de desfrutar do título.

Singularity se esforça para trazer uma experiência diferente ao gênero FPS. Mesmo com alguns problemas técnicos que denigrem significativamente a experiência do game, o título consegue cativar os jogadores que estão à procura de um tiroteio diferente.

Como artifício, a Raven gerou uma trama bacana, que prende facilmente a atenção de quem está segurando os controles. Como se não bastasse, há uma bela combinação na jogabilidade, culminando ataques poderosos com manipulação de tempo e poderosíssimas armas de fogo. Uma campanha maior e um multiplayer mais caprichado cairiam bem, mas Singularity não é uma perda de tempo.

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