Um bom motivo para você largar o video game e asistir aos desenhos
Tudo bem, Scooby-Doo nunca foi conhecido por inspirar bons jogos. Além disso, First Frights ainda visa, nitidamente, um público infanto-juvenil e seus malfadados pais (para o caso de se jogar cooperativamente).
O problema aqui é que First Frights simplesmente se desliga quase completamente do espírito e do clima que sempre animaram os desenhos de Scooby-Doo — nem vale a pena comentar aqui as temíveis adaptações cinematográficas...
Em primeiro lugar, porque Scooby, Salsicha, Velma e Cia. aparentemente resolveram se aposentar como detetives no sentido mais clássico. Em lugar do discernimento e da análise de pistas, eles agora socam dezenas de fantasmas, bruxas, caveiras e o que mais de metafísico cruzar o caminho. Em segundo lugar... de onde exatamente vem essas criaturas todas?!?
First Frights traz um total de quatro fases, cada um com um “mistério” a ser resolvido. Deixando um pouco de lado o fato de o suspeito ser completamente óbvio, absolutamente nada explica como toda uma miríade de seres mágicos/mitológicos pôde ocupar o interior das fases, servindo de prévia ao chefão — talvez o único sujeito simplesmente fantasiado aqui. E, se você espera que uma explicação da musa “geek”, Velma, poderia explicar tudo, melhor esquecer.
Mas, se a quase totalidade do que construiu Scooby-Doo é aqui sumariamente negligenciada, também não se pode negar que First Frights pode garantir um pouco de diversão sem compromisso.
Quer dizer, deixando um pouco de lado que a Velma possa estar vestida como um lutador de sumô, ou que a Daphne dispara um ataque semelhante ao “Bicycle Kick” do Liu Kang, talvez você consiga alguns momentos de diversão e risadas — a maior parte devida ao humor involuntário do jogo.
Bem, caso você tenha mais de dez anos e espere um jogo com um mínimo de substância, provavelmente a resposta seria não. Não que First Frights não seja capaz de ao menos proporcionar uma diversão cooperativa descerebrada. O problema é que é tudo tão igual, tão repetitivo, que mesmo o mais condescendente dos jogadores vai preferir jogar frisbee depois de no máximo meia hora de jogo.
Mas a coisa ainda pode piorar, caso você seja um fã nostálgico e inveterado das incursões da “Mystery Inc.”. Isso porque praticamente nada de Scooby-Doo pode ser encontrado aqui. O humor é fraco, os personagens deixaram o carisma em algum ponto da década de 80 ou 90 e, finalmente, o “brainstorm” que se encarregava de cada mistério deu lugar a uma pancadaria sem sentido contra fantasmas nitidamente masoquistas. Talvez o melhor mesmo seja revisitar algum episódio perdido de “Scooby-Doo, Where Are You!”.
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Nota do Voxel