Imagem de Saints Row: Gat Out of Hell
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Saints Row: Gat Out of Hell

Nota do Voxel
80

Está no inferno? Então abrace o capeta!

Quando as pessoas dizem que a zoeira não tem limites, alguns levam tais palavras ao pé da letra. Parece que a Volition e a Deep Silver são assim, pois resolveram transportar o espírito de porco de Saints Row para o inferno. Lá no submundo, em que o próprio capeta é a autoridade máxima, a zoeira também existe, e não há limites para você se divertir de várias formas malucas nesse parque de diversões insano.

Desta vez, o presidente dos Estados Unidos, que basicamente é o personagem que você controla em Saints Row 4, foi levado para o inferno após uma brincadeira de adivinhe num jogo de palavras entre amigos. Agora, cabe aos seus parceiros Johnny Gat e Kinzie Washington resgatarem a figura política, que de diplomática não tem nada. Será que o diabo só quer uma zoeira estendida? Sim, e a ideia é justamente abraçar esse espírito para arrancar o que há de melhor em Saints Row: Gat Out of Hell.

O DLC é uma expansão independente, ou seja, pode ser adquirido sem a necessidade de qualquer outro jogo instalado no seu HD. O game foi desenvolvido pela Volition em parceria com a High Voltage Software e distribuído pela Deep Silver.  Aqui, o jogador mais uma vez está num mundo aberto que satiriza os maiores clichês da vida real e tira sarro escrachado de games do gênero sem qualquer pudor.

Não perca tempo tentando compará-lo a títulos da mesma categoria

Gat Out of Hell segue a cartilha da franquia e traz o aspecto arcade que sempre marcou os jogos da série, com tiroteio desenfreado, milhões de coisas para fazer e uma história que poderia se transformar num clássico filme de besteirol americano. É por isso que é um erro tentar comparar Saints Row a um GTA da vida ou outros jogos mais sérios.

O espírito descompromissado reina aqui como uma das principais premissas. Jogos como Postal e Carmageddon, por exemplo, trazem a “porquidão” em seu selo – talvez seja mais viável inserir Saints Row nesse rol.

Gat Out of Hell explora ainda mais o conceito de jogabilidade aberta, dando poderes que deixam o herói páreo com jogos como Prototype, inFamous, Crackdown e até mesmo o recente Sunset Overdrive, que certamente bebeu um pouquinho da fórmula desses jogos. As asas, por exemplo, trazem um detalhe importante à forma de se movimentar pelo mundo de jogo, que tem um tamanho razoável para um DLC. No inferno, é possível dar superpulos, planar, aplicar rasantes e fazer outras traquinagens com a nova habilidade.

Humanos? Para quê?

Os detalhes mais engraçados de Gat Out of Hell estão nos ambientes. Não há humanos nas ruas. O que você encontra são almas perdidas, zumbis, demônios, gárgulas e outras criaturas das trevas, todas substituindo algum elemento da vida real. As forças policiais, por exemplo, são representadas por súditos do capeta.

Você enfrenta aberrações em supertratores, bestas voadoras e outros seres grotescos quando age fora da lei. Mas o que é ser fora da lei aqui? E ligue a sua chavinha nostálgica para a era noventista: atropelar essas pobres almas perdidas, que parecem zumbis, vai fazer os jogadores mais entusiastas se lembrarem de Carmageddon.

A história é apenas um pretexto para esse parque de diversões localizado no coração do inferno. Se considerarmos a escala de seriedade da franquia, o contexto aqui é absolutamente válido. Os “saints” só eram mais sérios nos dois primeiros jogos da série, para quem se lembra. Todos trazem propostas satíricas sensacionais, com ou sem seriedade, e a leveza na jogabilidade ajuda a garantir a medida certa na diversão, que ainda é o principal quesito dessa indústria de video games.

História: pastelão de primeira, mas “Um Drink no Inferno” é melhor!

Diferentemente dos jogos anteriores, o progresso da história ocorre quando o jogador completa certas atividades e preenche uma barra para irritar o demônio. A estrutura de missões, portanto, é ainda mais aberta e deixa espaço para você brincar como quiser no mundo de jogo.

Há um sistema de upgrades mais tímido do que nos games anteriores, mas as habilidades, ativas e passivas, são interessantes e fazem jus à atmosfera infernal. Quanto mais traquinagens você fizer, mais pontos ganha para gastar em upgrades.

Os inimigos são criaturas do inferno que dão inveja aos figurinos “lado B” do filme “Um Drink no Inferno”, de Quentin Tarantino. Aliás, a própria viagem ao inferno parece ser uma espécie de alusão à obra cinematográfica, que coloca dois irmãos assaltantes numa viagem pela sanguinolência dos vampiros e de outras aberrações.

Basicamente, o que você precisa fazer em Gat Out of Hell é resgatar o presidente dos Estados Unidos, que foi levado para o submundo após uma noite de bebedeira com os amigos e um joguinho de adivinhar palavras. Uma fenda se abre na sala e puxa o diplomata para dentro. É o mesmo personagem que você criou em Saints Row 4, com a mesma aparência. O jogo automaticamente importa o seu char.

Diversão garantida, e repetição também

As missões que você realiza em Gat Out of Hell seguem todas uma mesma fórmula: aniquilar X inimigos, explodir Y coisas e coletar N elementos. Como o mundo de jogo não é tão grande – e isso é justificável, pois se trata de um DLC, afinal de contas –, a tendência é que você “decore” o mapa rapidamente e corra o risco de ficar de saco cheio por passar pelos mesmos lugares para executar as mesmas coisas.

Os objetivos poderiam ser mais variados e rapidamente caem na repetição. Além disso, há muitos bugs (que chegam a ser engraçados e parecem estar ali propositadamente). Os gráficos estão apenas decentes, mas sofrem de serrilhados e texturas opacas nas animações faciais. A salvação fica por conta do modo cooperativo, o qual, assim como nos games anteriores, garante longevidade e permite que boa parte dos problemas seja ofuscada.

Ter alguém ao seu lado tocando o terror no inferno é, definitivamente, um elemento de grande valia para que a coisa não enjoe. Somados a isso, o clima de zoeira no submundo e as habilidades dos personagens conseguem sustentar a expansão até o final.

Pelo preço que pede, vale!

Sem a menor preocupação de se levar a sério, Saints Row: Gat Out of Hell traz toda a zoeira típica da franquia para o inferno. O segredo aqui, conforme enaltecido nesta análise, é tentar não comparar o game com outros do gênero ou se esforçar para extrair alguma densidade da história. Encare como uma trama cheia de fantasia e humor que você conseguirá arrancar o que há de melhor na expansão.

A estrutura repetitiva de missões e os milhares de bugs conseguem ser ofuscados pelas habilidades interessantes que os personagens ganham no inferno, pelo modo cooperativo e pela curiosidade em saber como eles vão sair dali com o presidente dos EUA.

Distribuído digitalmente por US$ 15 (ou R$ 30 nos serviços nacionais), Saints Row: Gat Out of Hell é uma bela dose de testosterona num lugar bastante incomum. E já que você está no inferno, abrace o capeta.

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Pontos Positivos
  • Não há local mais adequado para a zoeira do que o inferno
  • Mundo aberto generoso para um DLC
  • Habilidades diferentes, como as asas, dão o tom certo de diversão
  • Sátiras bem sacadas com a seriedade de outros jogos e do mundo real
  • Modo cooperativo dá longevidade à diversão
Pontos Negativos
  • Gráficos que sofrem de serrilhados e animações opacas
  • Bugs aos montes
  • Estrutura repetitiva de missões