Um tributo aos fãs e um enorme passo nos jogos de ação em terceira pessoa
Quando Rise of the Tomb Raider foi anunciado, confesso que fiquei receoso. Convenhamos: o intervalo entre o reboot e a sequência foi relativamente curto (pouco mais de dois anos). Sabemos que, tradicionalmente, grandes sucessores demandam mais tempo que isso. Não é fácil aperfeiçoar um produto que já tem grande aceitação no mercado e está consolidado entre fãs de longa data e novatos. Tomb Raider conseguiu isso em 2013.
Após um longo hiato em relação ao último título canônico da franquia, Tomb Raider: Underworld, de 2008, o reboot chegou em 2013 com expectativas moderadas, pois a série andou na corda bamba na primeira metade da década passada. Ainda mais após o fiasco que foi Angel of Darkness, lançado para PS2 e PC (apesar de eu gostar desse jogo).
Com a chegada de Tomb Raider: Legend em 2006, Lara Croft deu seus lampejos e agradou. A sequência direta desse jogo, Underworld, também foi legal, mas já havia perdido o fôlego. A verdade, nua e crua, é que a série não caminhou nos passos de uma indústria que nunca bota o pé no freio e, perante uma versão de cuecas chamada Nathan Drake, além de outros títulos do gênero, correu o risco de cair no esquecimento.
Só que a Crystal Dynamics tem uma equipe redondinha. A desenvolvedora assumiu as rédeas da arqueóloga em 2006, com Legend, e trouxe alguns membros da Core Design, a ex-developer da série. Os dois estúdios pertencem à emblemática Eidos, a qual, por sua vez, hoje é uma subsidiada da Square Enix. Os entusiastas de plantão reconhecem a Eidos de longa data, em qualquer papo nostálgico do boteco gamer.
Foi essa mesma Crystal Dynamics entrosada que trouxe a nós o brilhante reboot de 2013 e, definitivamente, reinventou a franquia. Aclamadíssimo pelos jogadores e pela mídia, o game levantou uma questão básica a quem o terminasse: dá para ser melhor que isso? A resposta parecia estar na ponta da língua da equipe.
A consolidação de um gênero saturado
Rise of the Tomb Raider dá sequência à bem-sucedida reinvenção de 2013. Aqui, Lara Croft, mais madura e experiente, embarca numa aventura em busca de um segredo capaz de conceder imortalidade a quem encontrar um artefato sagrado na Sibéria.
Não satisfeita com suas desventuras em Yamatai, ilha amaldiçoada do game anterior, a arqueóloga parte em uma jornada iniciada pelo pai e, novamente, arrisca a própria pele para fazer jus ao legado da família Croft e deflagrar uma seita mística que pode colocar a humanidade em situação crítica.
Mas será que Rise of the Tomb Raider consegue se destacar num gênero saturado e com pouco espaço para mudanças? Ainda mais carregando o peso do antecessor, que já foi excelente e deu novo fôlego à franquia? Parece que a sequência escreve suas próprias linhas do ditado “Em time que está ganhando não se mexe” e prova que é possível construir algo maior, melhor e mais bonito em cima de um produto que já existe.
O “jogão-pipoca” para todo mundo
Apesar de parecer clichê à primeira vista, a história se desenvolve com os melhores temperos da reviravolta. As três primeiras horas introduzem o jogador no mundo do game e no contexto que fez Lara buscar o tesouro sagrado. Para equilibrar a balança entre mocinha e vilão, a exploradora enfrenta, na Sibéria, um exército de mercenários conhecidos como Trindade e comandados por Konstantin, visionário que está dizimando os habitantes locais em troca de informações e, é claro, do artefato sagrado.
Lara e os personagens coadjuvantes envolvem o jogador de forma muito natural. À primeira vista, a trama parece se resumir a um clássico caça ao tesouro, mais ou menos na linha de “A Lenda do Tesouro Perdido” ou mesmo “Indiana Jones”. Mas não se trata de mera caça ao tesouro.
Aqui, todas as pontas começam a se amarrar de maneira surpreendente, com direito a reviravoltas como traições, entrada de novos aliados e, é claro, o fator sobrenatural, que dá um contraste à relação entre humanos e elementos místicos. Tudo faz sentido dentro da proposta de jogo, num roteiro que flerta com o talento da Naughty Dog.
Gameplay: simplesmente absurdo
O gameplay exerce um papel fundamental nessa sequência, assim como no reboot. A responsabilidade que Rise of the Tomb Raider tinha nas costas era enorme e conseguiu ser executada de maneira exemplar. O game é maior e melhor em absolutamente todos os aspectos: exploração, coleta de itens, upgrades de armas, desafios opcionais e até mesmo missões secundárias, algo inédito em comparação com o jogo de 2013.
A nova aventura de Lara Croft belisca muito mais com o RPG do que o reboot. O sistema de crafting, por exemplo, está muito mais completo. É preciso coletar uma série de objetos de sucata e somá-los a peles de animais, penas, plantas e outros elementos que permitem construir melhorias, medicamentos de cura, flechas e demais materiais necessários para a sobrevivência de Lara nas gélidas montanhas siberianas. Se antes tínhamos um cardápio com dez opções, agora temos um menu com mais de vinte.
A variedade de animais está muito maior, e cada espécie está alocada num ponto diferente do mapa, mais ou menos como vemos em jogos do calibre de Far Cry ou Red Dead Redemption. Rise of the Tomb Raider se inspirou no reboot, que é a sua base, e claramente adotou elementos da franquia da Ubisoft para estabelecer algumas novidades, inclusive o aprimorado sistema de crafting e a coleta de itens.
Muitas novidades: missões secundárias, a presença de um “mercador” e mais
A quantidade de tudo aumentou consideravelmente comparada à do game anterior. Os atributos de armas, por exemplo, estão mais ramificados, com um vasto leque de customizações que fortalecem o equipamento da heroína.
Nota-se o cuidadoso trabalho que a equipe teve em trazer novidades que não se limitam a estar ali só para representar uma novidade. A presença de um mercador, por exemplo, faz sentido para ampliar o arsenal da arqueóloga. Basicamente, o cara é um membro arrependido da Trindade. O ex-mercenário não concordou com as práticas de Konstantin e viu uma oportunidade de sair daquele ambiente inóspito. Mas, para isso, ele precisa vender seu equipamento.
A única forma de fazer negócio com esse comerciante é por meio das moedas bizantinas, muitíssimo bem escondidas pelos enormes cenários do jogo. Prepare-se para vestir as botas de explorador e encare as tumbas ocultas para encontrar tesouros valiosos. Portanto, como dito ali atrás, a presença do mercador é absolutamente natural para que você use essas relíquias encontradas.
A adição de missões secundárias é uma novidade muito bem-vinda. Em sua jornada pela Sibéria, Lara encontra habitantes locais que também combatem a incursão dos mercenários. Nem amigos e nem inimigos da arqueóloga, esses personagens podem se tornar poderosos aliados, mas precisam conquistar a confiança da heroína. É aí que entram as missões secundárias: os nativos locais pedem favores que devem ser rastreados e cumpridos em troca de informações adicionais ou itens que desbloqueiam upgrades.
Esses objetivos não estão ali para forçar alguma novidade ou empurrar algo desnecessário ao jogador. Eles existem por um motivo e justificam sua presença dentro da história. Além disso, as tarefas que Lara deve executar fazem sentido e jamais são repetitivas. Pelo contrário: a cada etapa avançada, um novo desafio, totalmente diferente do anterior, aparece para a exploradora. A sua vontade em cumprir tudo será natural. E pode reservar aí umas 40 a 60 horinhas da sua vida, pois há muita coisa para fazer aqui. Mas assim: MUITA coisa. Muito mais do que no reboot.
Uma jornada longa, consistente e entupida de coisas para fazer
Além das missões secundárias, as tumbas com tesouros e os desafios opcionais estão de volta, só que incrementados. Cada tumba, por exemplo, apresenta bifurcações que conduzem a um mesmo objetivo, e em cada caminho há itens que podem ser coletados.
Os desafios opcionais estão mais numerosos e variados. Em um mesmo mapa, por exemplo, você pode ter diferentes tipos de metas secundárias, desde queimar bandeiras soviéticas até destruir laptops com informações confidenciais.
Além disso, há missões que podem ser realizadas em caráter de desafios a partir do menu principal, fora da história. É possível aplicar filtros para canalizar sua diversão em puzzles, cenas de ação/tiroteio, stealth e mais. Conforme atinge certos feitos no jogo, você ganha cartas que podem ser trocadas por habilidades especiais, as quais, por sua vez, podem ser utilizadas nesses desafios.
Beliscando o open-world
A exploração, que é marca registrada da série, foi aprimorada. É preciso se esforçar mais do que você fez no jogo de 2013. Os cenários, muito maiores que os do game anterior, escondem moedas bizantinas, documentos, artefatos históricos, plantas, penas, mapas e até mesmo inscrições em paredes.
Agora, Lara é capaz de adquirir proficiência em três idiomas: russo, mongol e grego. Para isso, a protagonista precisa encontrar essas inscrições em murais e documentos históricos. Todas essas coisas estão espalhadas uniformemente pelo mapa.
Ao apertar start, a sensação que você tem é a de estar num open-world. Rise of the Tomb Raider fica pertinho desse conceito porque, além dos cenários muito maiores, permite o backtracking, isto é, o retorno a locais já visitados para alcançar trechos antes inacessíveis, e tem mais de 30 pontos de viagem rápida, que são os acampamentos. O reboot já trouxe esses elementos, mas eles estão dobrados – ou quase triplicados – na sequência.
Prepare-se para avançar, retroceder e avançar novamente se você quiser coletar tudo. E acredite: você vai querer. O gameplay é simplesmente tão delicioso que a sua vontade em cumprir tudo, conforme já mencionado aqui, será natural. Ainda mais com uma direção artística tão brilhante que é um colírio aos olhos.
Tecnicamente impecável
Visualmente falando, Rise of the Tomb Raider é, sem parar para hesitar, um dos melhores jogos do Xbox One. Muitos podem não notar diferenças tão brutais olhando apenas os vídeos ou comparando o game com o reboot. Mas o salto é grande.
As expressões faciais de Lara e dos outros personagens tiveram um trabalho exímio do setor responsável lá na Crystal Dynamics. Complexo, o processo funcionou mais ou menos como em L.A. Noire (com mais de 100 câmeras para capturar as feições) e adotou uma nova tecnologia, em que milhares de pontos de dados foram alocados no rosto de Lara e traduzidos através do sistema para a modelização facial. Com isso, a protagonista reage de maneira verossímil a cada situação sem que seja preciso citar uma palavra sequer.
A heroína treme, bate os dentes de frio, franze as sobrancelhas, fecha o rosto e tem diversas outras animações que representam suas caras e bocas diante de cada situação. As animações podem expressar dor, saudade, alegria, desconfiança, medo. Isso envolve o jogador diretamente no contexto da história e no drama de Lara, que ainda se mostra frágil e ao mesmo tempo mais corajosa, mas não tão durona. Ela transmite sentimentos e se conecta ao jogador.
Durante a exploração, o cuidado com os detalhes é de deixar qualquer “olho chato” perplexo. Nos cenários a céu aberto, flocos de neve ficam grudados no cabelo de Lara e se dissipam no ar após algum tempo. Quando a exploradora sai da água, o cabelo dela se encolhe e fica em gotas por um bom tempo enquanto ela mexe o rabo de cavalo para se ajeitar.
As tumbas estão ricas em detalhes. Ao destruir uma parede com o machado de escalada, por exemplo, é possível ver cada partícula de pó caindo sobre os ombros da heroína, que fica moderadamente suja. O mesmo ocorre na hora de escalar estruturas de gelo. A cada picaretada, pequenos fragmentos se estilhaçam pelo ar e adornam a roupa de Lara.
Tudo isso rodando de forma estupenda no Xbox One. Não há um gargalo sequer no desempenho enquanto as ações são executadas, mesmo quando há muitos inimigos na tela. A taxa de quadros por segundo varia entre 30 e 45, raramente abaixo disso, o que assegura bastante estabilidade. Resolução de 900p? 1080p? Sinceramente: não senti necessidade alguma de checar isso.
Versão para PC apresenta estabilidade e se destaca por conseguir alcançar 60 fps sem comprometer visual
Antes de jogar a versão para PC de Rise of the Tomb Raider, lançada no dia 28 de janeiro de 2016 (pouco mais de dois meses após o lançamento no Xbox One), confesso que estava um pouco receoso. Não por um eventual deslize da Crystal Dynamics em otimizar o game junto às fabricantes de placas de vídeo. Boto a mão no fogo por essa equipe redondinha, algo que endossei bastante ao longo desta análise. Mas sim porque o game ficou tão “a cara” do Xbox One que, sei lá, o charme poderia não ser o mesmo.
Ledo engano. Só para que se tenha um parâmetro, o game foi testado numa máquina equipada com GeForce GTX 780 (3 GB dedicados), processador i7 3770 3.4 GHz, da terceira geração, e 16 GB de memória RAM. Uma bela configuração, mas nenhum foguete. A plataforma da GeForce tratou de ajustar as opções gráficas e, de cara, deixou tudo no “High”, com destaque para o Anisotropic em 16x e as sombras em densidade máxima (sombras pesam muito no processamento). Até estranhei uma otimização tão competente assim.
Mas aí, para conseguir um olhar mais “clínico”, botei tudo no Ultra. O resultado? Absoluta estabilidade. Utilizei o Fraps para fazer o monitoramento da taxa de quadros por segundo, a qual, no canto superior direito da tela, raramente exibiu um valor abaixo de 40, oscilando entre 50 e 60 durante a maior parte do tempo. As ligeiras quedas ficavam por conta das cenas de ação com mais inimigos/elementos na tela. Mas essa perda de ritmo não ficava abaixo dos 40 fps – característica que, por si só, já apresenta superioridade com relação à versão do Xbox One, que roda em 30 fps travados.
HBAO+: não se assuste com a sigla, se deleite com o que ela oferece
Os veteranos de plantão certamente conhecem a sigla AO, ou “Ambiente Occlusion” (Oclusão de Ambiente, menos comum em português, mas também utilizado). Ela permite que os desenvolvedores criem sombras mais realistas em torno de objetos e pode criar formas não uniformes de sombras, em desenhos que acrescentam profundidade à cena.
Quem utiliza GeForce terá uma fartura graças ao HBAO+, recurso aprimorado do HBAO, criado pela NVIDIA em 2008. Basicamente, a tecnologia maximiza a eficiência em GPUs DX11 ao otimizar os pontos exatos de samples gerados pelo buffer do cenário. Traduzindo, isso aumenta a densidade da vegetação e da folhagem, que ganham mais volume e consistência em comparação à versão original, dá mais preenchimento de cenário, mais partículas, mais deformações em objetos rochosos e superfícies. Confira só:
Suporte a 4K e G-Sync
Quem tiver um monstrinho chamado GeForce GTX 980 Ti poderá se deleitar na linda resolução de 2560 x 1440, isto é, 4K. De resto, a resolução fica em 1920 x 1080, que também é plenamente satisfatória – ainda mais com todos os luxos e opções refinadas que a versão de PC oferece.
Outro componente importante para você ostentar um desempenho ainda mais fluido é um monitor com G-Sync. Como a tecnologia diminui absurdamente o input lag, aumenta a suavidade e conversa melhor com o hardware da sua máquina, a performance melhora substancialmente. No caso de Rise of the Tomb Raider, o bom é que isso não fica só na teoria e é especialmente útil nos tiroteios e nos momentos acrobáticos, que costumam ser frenéticos e sempre envolvem Lara fugindo de uma tumba desmoronando.
Considerando que estamos nos primeiros dias de lançamento do título no PC, a otimização está excelente, com raros momentos de gargalo. É redundante falar isso a usuários da plataforma, mas nunca é demais lembrar que é necessário atualizar todos os seus drivers de vídeo para assegurar o melhor desempenho possível. Portanto, fique ligado aí no seu GeForce Experience.
Combate espetacular
O combate mantém a fórmula estabelecida no reboot e dá algumas opções adicionais a quem quiser adotar uma abordagem stealth. Os ataques aéreos, por exemplo, podem ser estratégicos em ambientes maiores. O arbusto é outra novidade bem-vinda e se mostra um grande aliado contra grandes grupos de inimigos.
O arco e flecha continuam sendo a melhor opção para ataques silenciosos à longa distância, inclusive contra animais. Tome cuidado com os ursos: eles são uma espécie de subchefe e devem ser enfrentados com preparo e cautela. O machado de escalada continua sendo uma ferramenta versátil para o combate corpo a corpo, a movimentação de Lara em paredes e a abertura de portas, baús, armários e outras coisas.
O jogo sabe intercalar muito bem os momentos de tiroteio com os acrobáticos. Todos eles, conforme mencionado, ocorrem com fluidez impressionante e exploram muito bem o hardware do Xbox One. Em nossa experiência, os bugs foram praticamente inexistentes.
O sistema de cobertura não é lá dos mais eficientes, cabe ressalvar. Ele mantém o esquema do game anterior. Apesar de funcionar, por vezes ele não se comporta da maneira que você quer. Isso porque não há um botão de cobertura. Lara se posiciona automaticamente atrás de caixas e pilares para se proteger da chuva de balas dos inimigos, mas essa automatização nem sempre executa aquilo que o jogador quer.
Como a personagem é leve, fica fácil sair de uma cobertura sem querer e tomar bala à toa. Se houvesse um botão para isso, a dinâmica poderia ser melhor. Mas esse é um pequeno detalhe e pode incomodar só alguns, nada que ofusque o brilho da experiência geral nos incessantes tiroteios. As cenas de perseguições alucinantes à la Uncharted, aliás, são tão emocionantes que você chega a ter arrepios após a conclusão de algumas delas. É a mesma sensação que se tem ao ver aquele filmão-pipoca no cinema: você fica ansioso para contar aos amigos o que viu. Genial e memorável.
Obrigatório a fãs e novatos
Nem tão frágil e nem tão corajosa, Lara Croft pouco a pouco constrói sua personalidade numa aventura consistente, marcante e praticamente isenta de defeitos. Rise of the Tomb Raider é como aquelas grandes aventuras do cinema, iguais às de Steven Spielberg ou James Cameron, em que uma história inesquecível se alia a personagens carismáticos e tem uma apresentação estética impecável.
Com mais influências do que o reboot, a sequência claramente se inspira em mecânicas robustas adotadas em Far Cry, Red Dead Redemption e até mesmo Resident Evil. Os níveis de customização são tantos que pegam de raspão nos elementos de um RPG, com excelente equilíbrio de simplicidade e complexidade.
Acima de tudo, Rise of the Tomb Raider é capaz de consagrar um renascimento iniciado em 2013 e, com méritos próprios, consegue não apenas superar o anterior como também traz grandes inspirações ao gênero como um todo. É um enorme passo à frente e uma cartilha de ouro para jogos de ação em terceira pessoa.
Comentei, com o pessoal aqui da redação, que estava me esforçando para achar defeitos ou pontos fracos após concluir a história. Mas a resposta foi simples: “Se você está se divertindo tanto com o jogo a ponto de não achar esses defeitos, é porque ele está excelente”. E é exatamente isso. Rise of the Tomb Raider é simplesmente delicioso de se jogar, é divertido demais. Isso é tudo que um jogo precisa ser.
Sabe aquela manteiga que está no ponto certo? Nem muito mole nem muito dura? Assim é a nova aventura de Lara Croft. O jogo simplesmente acerta em tudo a que se propõe. E não é porque é um nota 100 que não tem ressalvas: o sistema de cobertura durante os tiroteios ainda pode ser melhorado, e a história, eventualmente, pode se tornar previsível. Mas há muitas reviravoltas no caminho. Tenho certeza de que, na próxima vez, a Crystal Dynamics não vai deixar a menor margem para isso. Ela provou que consegue melhorar aquilo que já é impecável, assim como fez do reboot pra cá.
Aos poucos, a Lara durona, experiente e madura dos anos 90 vai sendo construída num formato acessível, capaz de atender a veteranos e novatos da franquia. Rise of the Tomb Raider se estabelece como importante player que compete em pé de igualdade com Uncharted e dá uma lição de customização a Nathan Drake.
Somada a tudo isso, a ótima dublagem em português faz desta uma aventura muito prazerosa de se jogar. Azar de quem não tem Xbox One neste fim de ano.
Categorias
- Jornada longa e recheada de conteúdo
- Lara Croft com muita personalidade e ótima dramatização
- Excelente dublagem em português
- Viciante, intenso, lotado de atividades opcionais e colecionáveis
- Gameplay absurdo e bem intercalado entre tiroteios e momentos acrobáticos
- Customização incrementada e profunda para armas e equipamentos
- Linda direção artística e absoluta estabilidade no desempenho
- Enorme passo à frente em comparação com o anterior
- O sistema de cobertura ainda tem espaço para melhorias
- A história é envolvente e cheia de reviravoltas, mas pode ser ainda menos previsível
Nota do Voxel