O retorno épico à Clareira dos Sonhos [vídeo]
RaymanLegends é o que se poderia chamar de uma “dança bizarra cheia de vida”. Tudo aqui pulsa, salta e rodopia ao som de algumas das melhores músicas que já embalaram o entretenimento eletrônico — com direito a uma versão mariachi de Eyeofthe Tiger. A impressão é a de ter sido colocado dentro de um enorme organismo — conforme os conceitos por trás das fases e toda a estética parecem responder a um centro comum.
Mas, apesar do ritmo de festa e dos ambientes lúdicos, a responsabilidade de Legends não é das menores. Afinal, Rayman Origins é considerado atualmente como um dos melhores títulos lançados para atual geração — tendo trazido consigo, ainda, uma incrível diversão multiplayer—, o que acabou por elevar os critérios de avaliação a um patamar bastante elevado.
Bem, basta expandir a fórmula original, oferecendo o mesmo ótimo produto novamente, certo? Errado. Basta se lembrar de que um dos maiores motivos para o sucesso estrondoso de Origins estava na originalidade da combinação entre direção artística e desafios. Dessa forma, para se forjar com uma sequência à altura, Legends precisaria também oferecer algo novo — embora mantendo a familiaridade da Clareira dos Sonhos.
Mas a Ubisoft sabe disso, é claro. Como resposta, Legends não apenas faz jus ao seu antecessor genial como ainda consegue infundir mais vida ao caos orgânico e de cores berrantes do primeiro game. E há também aqui um dos maiores jogos de cintura multiplataforma de que se tem conhecimento.
Afinal, como muita gente deve se lembrar, Rayman Legends deveria ser, a princípio, um titulo exclusivo para o Wii U. De fato, muita coisa ali foi claramente pensada tendo a plataforma da Nintendo em mente.
Entretanto, a forma como a Ubisoft incluiu as demais plataformas deixa a impressão de que essa sempre foi a ideia. Legends consegue o mesmo desempenho em todas as plataformas, descobrindo de um lado mas, logo em seguida, cobrindo de outro. Vale olhar mais de perto.
Caos vicejante
Assim como no game anterior do herói desmembrado, a impressão que fica ao jogar Legends é a de um enorme organismo vivo, pulsante tanto nos personagens quanto nos belíssimos elementos do cenário. Além de manter a beleza ímpar de Origins, Legends ainda lança mão de novos conceitos estéticos ao longo de suas dezenas de fases.
Entretanto, a impressão de que tudo respeita um mesmo leitmotiv — um “motivo gerador” comum. Assim como em Origins, há movimento em toda a parte, há múltiplos planos, há folhas flutuando e rodopiando no ar.
Mantenha o embalo!
Se Legends precisasse ser definido em apenas uma palavra, esta provavelmente seria “embalo”. Se fossem duas? “Embalo” e “ritmo”. Toda a fase parece dar início a uma enorme reação em cadeia. Não há movimentos truncados, não há paradas abruptas. Tudo é uma longa dança, do início até o final apoteótico.
Isso é ainda potencializado abundância aqui de fases estilo “corra ou morra”. Basicamente, nelas você precisará manter o passo com o herói — ou um de seus vários companheiros de jornada — enquanto todo o cenário vem abaixo ou tudo é tostado por uma enorme labareda que avança aos poucos.
Incrivelmente preciso
Mesmo correndo o risco de parecer exagerado, é preciso dizer: a Ubisoft parece ter chegado muito perto da criação de um sidescroller perfeito. A jogabilidade de Legends é incrivelmente afinada, tanto nos pulos de Rayman e Cia. quanto nas inúmeras formas de interagir com o cenário. Na verdade, as mecânicas são tão bem afinadas que uma escorregada deixa sempre claro onde está o problema: na sua própria habilidade.
Basta seguir a música
Entre os diversos formatos de desafios de Legends, há um que provoca na maior parte das pessoas o efeito “Uou!”. Trata-se das fases rítmicas, na qual o seu herói e os seus atos na tela são perfeitamente sincronizados com algumas das belas músicas do game. Destaque para Castle Rock, com ataques que disparam pratos de bateria e itens com som de solo de guitarra.
Ainda mais variado
Quando você acha que pegou o jeito de Legends, há sempre uma próxima fase para tirar essa impressão. Se em Origins os desafios já eram incrivelmente variados, aqui a criatividade da Ubisoft parece ter alcançado um novo patamar. Há diversos formatos de fases, todas com visuais próprios.
É desafio que não acaba mais
Rayman Legends é simplesmente enorme. É fase que não acaba mais. Além das dezenas de desafios básicos focados no salvamento dos teensies, há ainda desafios diários disponibilizados pela Ubisoft — completos, com ranking global —, personagens para desbloquear e uma forma muito singular (e divertida) de futebol.
Origins com funcionalidade de Legends
Além das dezenas de desafios exclusivos, Legends ainda traz uma bela surpresa: algumas das fases presentes no primeiro game foram incluídas e podem ser encaradas com os personagens exclusivos do game e com suas mecânicas próprias.
Multiplayer divertido e caótico
Assim como Origins, Legends traz um dos modos multiplayer mais divertidos da atual geração de games. Ok, não seria razoável optar por dividir a tela com três amigos caso o objetivo seja avançar rapidamente pelas fases. Isso porque a coisa toda vira facilmente um enorme caos quando vários personagens são atochados na mesma tela. Só que isso é muito, mas muito divertido!
“Awop-bop-a-loo-mopalop-bam-boom”
Origins era absolutamente incrível em seus sons e músicas, e Legends certamente mantém o ritmo. Vai-se aqui facilmente do jazz bebop à música celta, fechando tudo com belos acordes de rock n roll.
Sem multiplayer online
A Ubisoft deixou em Legends o mesmo hiato inexplicável do primeiro game: novamente, não há um multiplayer cooperativo online aqui. De fato, as funcionalidades online se limitam ao ranking global mantido para os desafios diários. Uma pena, realmente, já que o formato colaborativo aqui se encaixaria perfeitamente em uma proposta online.
Um herdeiro à altura de Rayman: Origins
Pode-se dizer que Legends conseguiu cumprir a desafiadora missão de dar sequência há um dos jogos mais celebrados da atual geração. E fez isso com sobras.
Não parece arriscado dizer que a Ubisoft chegou bem perto do que seria a perfeição em um jogo de ação em plataformas. Juntamente com uma belíssima direção de arte — no que faz jus ao seu antecessor —, há ainda uma das mecânicas mais precisas já vistas e um sidescroller.
Para fechar a experiência, um conjunto enorme de fases e personagens desbloqueáveis garantem à nova pedrada da Ubisoft muito longevidade. Uma dica? Revisite a Clareira dos Sonhos... O mais rápido possível!
- Legends é um enorme organismo vivo, pulsante tanto nos personagens quanto nos belíssimos elementos do cenário.
- Todas a fases parecem dar início a uma enorme reação em cadeia. É bom não perder o ritmo!
- Jogabilidade incrivelmente afinada, tanto nos pulos de Rayman e Cia. quanto nas inúmeras formas de interagir com o cenário.
- Fases rítmicas são um chamariz à parte.
- Multiplayer divertido e caótico.
- Excelente trilha sonora original.
- Enorme quantidade de fases e desafios.
- Ausência um tanto inexplicável de modos multiplayer online.
Nota do Voxel