Um índio e suas relações ancestrais, muitas armas novas, aliens e tiro pra todo lado!
O gênero tiro em primeira pessoa raramente apresenta elementos inovadores, consistindo sempre na mecânica: atirar, pegar munição espalhada pelo cenário e voltar a atacar inimigos com movimentos repetitivos. No caso de Prey, desde que foi anunciado, junto ao Duke Nukem Forever, a promessa feita era de que uma nova e revolucionária jogabilidade seria apresentada.
Porém, devido a inúmeros problemas de desenvolvimento, ambos os projetos ficaram estagnados, pelo menos até agora. Prey finalmente vem à tona correspondendo às expectativas gráficas e apresentando de fato novos elementos nunca vistos até então no gênero. No caso de Duke Nukem Forever a situação é outra: o título se tornou uma piada com seus mais de 10 anos de "desenvolvimento".
Quanto ao enredo, pegue um índio Cherokee, alienígenas gosmentos, ponha em visão de primeira pessoa e e você obterá Prey. O jogo conta a história de Tommy, que quer sair da sua reserva indígena, mas acaba se envolvendo com uma trama alien, juntamente com seus familiares, em uma missão de salvar o mundo (como não poderia deixar de ser).
Misturando Índios com Aliens
Tudo começa quando Tommy está frustrado e ansioso para sair de sua reserva indígena junto com sua namorada, Jen. Ela, orgulhosa de sua ascendência indígena, não quer sair da reserva onde nasceram e cresceram seus semelhantes. O avô de Tommy, por sua vez, dá-lhe umas dicas, dizendo que tudo mudará rapidamente e que ele precisará tomar decisões em breve. Após uma briga no bar em que Jen trabalha, aliens começam a invadir o planeta (chama-se a atenção para os efeitos e música ambiente nesta parte) e todos são sugados para dentro de uma nave. Após alguns acontecimentos, frutos da sorte, Tommy é libertado e passa a ter a missão de salvar seus familiares, além, é claro, do planeta Terra.
Cuidado, atrás de você!
A AI (inteligência artificial) apresentada em Prey é boa, sendo que os inimigos dão a volta em portas e lugares para pegá-lo de surpresa — apesar de terem uma mira sofrível. Os monstros aparecem no mapa normalmente através de portais (presentes em grande número no decorrer do jogo) que aumentam ainda mais a complexidade dos caminhos do mapa. Vale dizer que esses portais não estão dispostos unicamente para o jogador desfrutar deles; os monstros eventualmente saem dali, pegando-o, muitas vezes, por trás.
Há uma interação diferente com os objetos nesse jogo. Tommy literalmente desliga-se de seu corpo e controla seu espírito, o que permite que ele atravesse certas portas e veja detalhes, pegue itens e acione dispositivos. Além disso, ele pode observar pistas de como se resolver um quebra-cabeça, descobrir senhas de portas, achar a saída dos locais, ativar pontes ou atravessar lugares fisicamente impossíveis. Quando nessa forma, é possível usar um arco bastante útil em determinadas ocasiões. Também existe uma águia, em forma de espírito, oriunda do plano dos espíritos, que serve como guia pelo mapa, dando certas dicas e indicando saídas (às vezes de maneira confusa).
Mudando de ambiente em apenas um passo
Algo sobre os portais é que eles, além de ligarem um lugar ao outro e normalmente conduzirem o jogador pelo caminho certo, podem às vezes se tornar verdadeiros enigmas, construindo labirintos e emaranhados de possibilidades que exigem bastante do intelecto. Existem ainda dispositivos interessantes, como esteiras gravitacionais que permitem que se fique de ponta cabeça e um outro aparato alienígena preso às paredes (ou ao próprio chão), que quando é ativado, inverte a ordem natural da gravidade, fazendo com que o que era teto, ou parede, vire chão instantaneamente. Enfim, com todas essas possibilidades, percebe-se que o potencial para a criação de puzzles se torne ilimitado. Haja estômago para tanta vertigem e confusão espacial.
Arsenal Alienígena
Todas as armas, tirando a chave inglesa, são alienígenas, misturadas com material orgânicos e algum projétil explosivo. Inicialmente, o jogador tem à sua disposição apenas uma chave inglesa (wrench), arma padrão para os primeiros minutos do jogo. Depois encontra-se um rifle alien, que pode ser uma metralhadora com seu tiro normal ou uma espécie de sniper com seu tiro secundário. Posteriormente encontra-se a crawler, algo parecido com uma granada, mas na verdade é um bicho vivo que, ao se arrancar uma de suas pernas, vira um potente explosivo com contagem regressiva.
Há também a leech gun, poderosa e com diversos tipos de tiros, que variam conforme a carga utilizada: ataque congelante ou de fogo; a auto cannon, uma metralhadora avançada, com um disparo secundário lança-granadas que explode no impacto; a acid sprayer, similar a uma shotgun, muito eficiente para combates à curta distância. Em seu segundo tiro, a acid sprayer lança uma bola de ácido extremamente poderosa se acertar em cheio. Outras armas são a launcher, um lança-foguete, com um segundo tiro que se utiliza dos crawlers para criar um escudo de proteção; e a spirit bow, única arma na forma de espírito e que pode ajudar em diversas situações.
Gráficos superiores
Prey possui uma ótima engine, bastante modificada da mesma utilizada em Doom 3. Com isso, o resultado é uma ótima qualidade gráfica e efeitos tal como deveria ser em um jogo atual com perspectiva em primeira pessoa. Detalhes das pessoas, cenários, objetos, armas, efeitos de luz, iluminação e monstros são como o esperado para quem já jogou Doom 3, havendo muitas qualidades em comum entre eles.
Os portais ficaram realmente bem feitos e exploraram muito bem as distorções de espaço. É interessante passar de um corredor estreito a uma área ampla sem ter nenhum tipo de lentidão no computador, ou, ainda, sair de uma área grande para uma minúscula, onde tudo é reduzido, sendo que ainda dá para ver o lado de fora. Com isso, dá para ter uma idéia de como o resultado é curioso e bem feito ao mesmo tempo.
Som à altura
As vozes, falas e efeitos das armas ficaram muito bons e correspondem ao clima esperado. Mesmo assim, houve a tentativa fazer de Tommy um novo personagem que também interage com o jogador, falando coisas novas para ele mesmo ao decorrer do jogo. Algumas vezes percebe-se um tom de ironia, que, apesar da pretensão cômica, tem um resultado frustrante. A trilha sonora possui algumas músicas licenciadas, mas o som ambiente não é dos melhores porque não há nada muito marcante ou que aterrorize tanto.
Excelente para quem quer aprender a dar tiro
A principal deficiência é a facilidade de terminá-lo, tornando-o recomendado para quem está a fim de aprender a jogar melhor este gênero, uma vez que a morte do protagonista é bastante improvável. Com isso, o ato de salvar o jogo é praticamente dispensável. Para quem já é fã do estilo e procura algo novo e diferente até vale a pena dar uma chance para Prey, devido aos novos elementos da jogabilidade, diferentes da maioria dos títulos da categoria, e aos bons quebra-cabeças.
Tendo-se em conta os transtornos para lançá-lo e a expectativa em cima do jogo, Prey acabou decepcionando um pouco pelo nível esperado, mas, no geral, é um ótimo título. Quanto aos aspectos negativos expostos acima, estes foram notados especialmente pelo pessoal que estava aguardando ansiosamente o game.
Porém, devido a inúmeros problemas de desenvolvimento, ambos os projetos ficaram estagnados, pelo menos até agora. Prey finalmente vem à tona correspondendo às expectativas gráficas e apresentando de fato novos elementos nunca vistos até então no gênero. No caso de Duke Nukem Forever a situação é outra: o título se tornou uma piada com seus mais de 10 anos de "desenvolvimento".
Quanto ao enredo, pegue um índio Cherokee, alienígenas gosmentos, ponha em visão de primeira pessoa e e você obterá Prey. O jogo conta a história de Tommy, que quer sair da sua reserva indígena, mas acaba se envolvendo com uma trama alien, juntamente com seus familiares, em uma missão de salvar o mundo (como não poderia deixar de ser).
Misturando Índios com Aliens
Tudo começa quando Tommy está frustrado e ansioso para sair de sua reserva indígena junto com sua namorada, Jen. Ela, orgulhosa de sua ascendência indígena, não quer sair da reserva onde nasceram e cresceram seus semelhantes. O avô de Tommy, por sua vez, dá-lhe umas dicas, dizendo que tudo mudará rapidamente e que ele precisará tomar decisões em breve. Após uma briga no bar em que Jen trabalha, aliens começam a invadir o planeta (chama-se a atenção para os efeitos e música ambiente nesta parte) e todos são sugados para dentro de uma nave. Após alguns acontecimentos, frutos da sorte, Tommy é libertado e passa a ter a missão de salvar seus familiares, além, é claro, do planeta Terra.
Cuidado, atrás de você!
A AI (inteligência artificial) apresentada em Prey é boa, sendo que os inimigos dão a volta em portas e lugares para pegá-lo de surpresa — apesar de terem uma mira sofrível. Os monstros aparecem no mapa normalmente através de portais (presentes em grande número no decorrer do jogo) que aumentam ainda mais a complexidade dos caminhos do mapa. Vale dizer que esses portais não estão dispostos unicamente para o jogador desfrutar deles; os monstros eventualmente saem dali, pegando-o, muitas vezes, por trás.
Há uma interação diferente com os objetos nesse jogo. Tommy literalmente desliga-se de seu corpo e controla seu espírito, o que permite que ele atravesse certas portas e veja detalhes, pegue itens e acione dispositivos. Além disso, ele pode observar pistas de como se resolver um quebra-cabeça, descobrir senhas de portas, achar a saída dos locais, ativar pontes ou atravessar lugares fisicamente impossíveis. Quando nessa forma, é possível usar um arco bastante útil em determinadas ocasiões. Também existe uma águia, em forma de espírito, oriunda do plano dos espíritos, que serve como guia pelo mapa, dando certas dicas e indicando saídas (às vezes de maneira confusa).
Mudando de ambiente em apenas um passo
Algo sobre os portais é que eles, além de ligarem um lugar ao outro e normalmente conduzirem o jogador pelo caminho certo, podem às vezes se tornar verdadeiros enigmas, construindo labirintos e emaranhados de possibilidades que exigem bastante do intelecto. Existem ainda dispositivos interessantes, como esteiras gravitacionais que permitem que se fique de ponta cabeça e um outro aparato alienígena preso às paredes (ou ao próprio chão), que quando é ativado, inverte a ordem natural da gravidade, fazendo com que o que era teto, ou parede, vire chão instantaneamente. Enfim, com todas essas possibilidades, percebe-se que o potencial para a criação de puzzles se torne ilimitado. Haja estômago para tanta vertigem e confusão espacial.
Arsenal Alienígena
Todas as armas, tirando a chave inglesa, são alienígenas, misturadas com material orgânicos e algum projétil explosivo. Inicialmente, o jogador tem à sua disposição apenas uma chave inglesa (wrench), arma padrão para os primeiros minutos do jogo. Depois encontra-se um rifle alien, que pode ser uma metralhadora com seu tiro normal ou uma espécie de sniper com seu tiro secundário. Posteriormente encontra-se a crawler, algo parecido com uma granada, mas na verdade é um bicho vivo que, ao se arrancar uma de suas pernas, vira um potente explosivo com contagem regressiva.
Há também a leech gun, poderosa e com diversos tipos de tiros, que variam conforme a carga utilizada: ataque congelante ou de fogo; a auto cannon, uma metralhadora avançada, com um disparo secundário lança-granadas que explode no impacto; a acid sprayer, similar a uma shotgun, muito eficiente para combates à curta distância. Em seu segundo tiro, a acid sprayer lança uma bola de ácido extremamente poderosa se acertar em cheio. Outras armas são a launcher, um lança-foguete, com um segundo tiro que se utiliza dos crawlers para criar um escudo de proteção; e a spirit bow, única arma na forma de espírito e que pode ajudar em diversas situações.
Gráficos superiores
Prey possui uma ótima engine, bastante modificada da mesma utilizada em Doom 3. Com isso, o resultado é uma ótima qualidade gráfica e efeitos tal como deveria ser em um jogo atual com perspectiva em primeira pessoa. Detalhes das pessoas, cenários, objetos, armas, efeitos de luz, iluminação e monstros são como o esperado para quem já jogou Doom 3, havendo muitas qualidades em comum entre eles.
Os portais ficaram realmente bem feitos e exploraram muito bem as distorções de espaço. É interessante passar de um corredor estreito a uma área ampla sem ter nenhum tipo de lentidão no computador, ou, ainda, sair de uma área grande para uma minúscula, onde tudo é reduzido, sendo que ainda dá para ver o lado de fora. Com isso, dá para ter uma idéia de como o resultado é curioso e bem feito ao mesmo tempo.
Som à altura
As vozes, falas e efeitos das armas ficaram muito bons e correspondem ao clima esperado. Mesmo assim, houve a tentativa fazer de Tommy um novo personagem que também interage com o jogador, falando coisas novas para ele mesmo ao decorrer do jogo. Algumas vezes percebe-se um tom de ironia, que, apesar da pretensão cômica, tem um resultado frustrante. A trilha sonora possui algumas músicas licenciadas, mas o som ambiente não é dos melhores porque não há nada muito marcante ou que aterrorize tanto.
Excelente para quem quer aprender a dar tiro
A principal deficiência é a facilidade de terminá-lo, tornando-o recomendado para quem está a fim de aprender a jogar melhor este gênero, uma vez que a morte do protagonista é bastante improvável. Com isso, o ato de salvar o jogo é praticamente dispensável. Para quem já é fã do estilo e procura algo novo e diferente até vale a pena dar uma chance para Prey, devido aos novos elementos da jogabilidade, diferentes da maioria dos títulos da categoria, e aos bons quebra-cabeças.
Tendo-se em conta os transtornos para lançá-lo e a expectativa em cima do jogo, Prey acabou decepcionando um pouco pelo nível esperado, mas, no geral, é um ótimo título. Quanto aos aspectos negativos expostos acima, estes foram notados especialmente pelo pessoal que estava aguardando ansiosamente o game.
Nota do Voxel