Imagem de PlayStation Home
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PlayStation Home

Nota do Voxel
87

Integração, interação, inteiração – todas estas palavras descrevem a Home!

Um lar dentro do lar. Esta poderia ser uma definição bastante precisa para o software da Sony que permite que centenas de jogadores interajam em um ambiente agradável e descontraído através do PS3. Como? Basta acessar a PlayStation Home através da XMB, baixar uma pequena atualização e reservar cerca de 3GB de espaço em disco.

Criado para servir como uma espécie de lounge virtual – coisa já vista nos computadores há algum tempo, como em Second Life – a Home não é um jogo. Mas como se situa em um console e abrange majoritariamente conteúdo relativo à indústria de games, seria ignorância de nossa parte deixar de abordá-la. Portanto, após vários meses – não a estávamos ignorando, apenas observando suas capacidades! – segue a impressão que o software deixou em nossa equipe!

Começando por você

Seja quem você quiser! Antes de mais nada, ao melhor estilo RPG online, a primeira coisa que o usuário deve fazer é criar um avatar para representá-lo neste mundo virtual. Não há necessidade de tirar uma foto para colocar sua cara no personagem: o objetivo é criar uma identidade que o faça sentir à vontade para socializar e relacionar-se com outras pessoas – mesmo estando no conforto de sua casa.

A quantidade de opções disponíveis para fazê-lo é absolutamente incrível. É possível ajustar a forma do rosto, do cabelo, da silhueta, dos olhos... Tudo com uma sutileza impressionante, que permite que cada um crie um avatar realmente único, se assim o desejar. Até mesmo o tamanho das orelhas pode ser modificado! E tudo é feito através de um sistema gráfico em dois eixos, que permite uma modelagem bastante precisa.

As vestimentas também são escolhidas no momento da criação de personagem, mas são intencionalmente limitadas. Isto porque, dentro do espaço virtual, existem lojas para a compra de acessórios para personalizar o seu personagem – mais sobre isto abaixo. No entanto, existem opções suficientes para que você encontre algo parecido com seu gosto.

Diferentemente de jogos online, no entanto, aqui você não escolhe um nome. O seu personagem será conhecido pelo seu nome de usuário da conta utilizada no console, de forma que caso você deseje um nome “normal”, deverá lembrar-se disso ou criar outra conta – o que geralmente não é muito prático caso já existam vários aplicativos ligados à existente.

“Nascendo”

Seu ainda modesto lar Quando você finalmente termina de criar o pequeno ser à sua imagem e semelhança – ou não! – ele é colocado dentro de um apartamento pequeno, praticamente um loft, com vista para um porto onde estão parados vários barcos e iates. A vista é realmente excelente, e bastante relaxante por si só. Embora a maioria dos usuários não vá passar muito tempo dentro deste apartamento, os que querem fazê-lo possuem inúmeras opções a seu dispor para transformá-lo.

Logo de início você irá notar que existem diversos sofás e poltronas espalhados pela sala – e só. Você pode movê-los, girá-los e arrumá-los da forma que achar melhor. Ou simplesmente ir à varanda apreciar a vista, caso não esteja com humor para colocar a casa em ordem. Seja como for, no início você possui muito pouco, então decidimos sair para uma volta.

Reconhecendo o terreno

O primeiro local ao qual o tutorial nos levou foi a “Central Plaza” (algo como Praça Central), que serve como uma espécie de ponto de partida para os diversos locais públicos que compõem a Home. Um espaço aberto, com uma fonte no meio e cercado por vários prédios, ele é um dos pontos utilizados pelos jogadores para, literalmente, não fazer nada.

O que isto significa? Que existem vários bancos por ali e o local é utilizado primariamente para socializar com outros jogadores. Existe um painel que exibe eventos futuros – suas datas, onde irão acontecer, do que se trata. Também há uma espécie de palco onde as pessoas podem votar em uma música para ser tocada, que todos ao redor podem escutar – embora o som não vá muito longe, de forma a não ser invasivo.

Descontraída, mas povoada!

A primeira coisa que qualquer um nota ao chegar no local, no entanto, é a quantidade de propagandas. Mais do que vemos em nosso dia-a-dia no Brasil, mas certamente menos do que um japonês de Tóquio vê ao andar na rua. Grandes outdoors exibem novos jogos, títulos de peso e outras coisas que os desenvolvedores querem que os usuários confiram.

Um mini game onde o jogador controla um pequeno disco voador está presente no meio da fonte, para os que estão à toa, mas a principal função desta praça é conectar os diversos locais diferentes que podem ser acessados através dela: o “Mall”, um shopping center; a “Bowling Alley”, um boliche que possui também mesas de sinuca e fliperamas; o “Home Theatre”, uma espécie de cinema que exibe vídeos das mais variadas categorias; e o próprio apartamento do usuário, em um prédio característico.

No shopping estão as lojas que todo usuário precisa se quer diferenciar o seu avatar dos demais. Ali podem ser adquiridas – por dinheiro real, através do sistema da PlayStation Store – casas de verão, roupas, móveis... Tudo para rechear ainda mais a experiência. O único problema é que os preços são, especialmente para nós brasileiros, razoavelmente altos: para equipar uma casa, é difícil gastar menos do que 30 dólares – e isto sendo bastante pão-duro.

No quesito roupa, a coisa pode piorar. Existem inúmeras peças e até mesmo marcas do mundo real que fazem uma aparição por lá. Um exemplo é a Diesel, que disponibiliza acessórios personalizados para quem quiser pagar mais do que o preço das roupas padrão.

Comprar demais pode te levar à ruina - no mundo real!

Dentro do shopping existe ainda uma grande tela exibindo vídeos variados, especialmente de propaganda. Há também um espaço para jogar xadrez contra outros usuários, caso deseje exercitar suas capacidades de raciocínio. Mas como não estávamos com grana no bolso – afinal de contas, estamos já quase no final do mês – decidimos conferir as outras áreas.

No boliche, a coisa se resume basicamente a mini games. Seja nos arcades, que pelo que vimos possuem três tipos diferentes, no boliche ou na sinuca, existe diversão para várias horas – os jogos são simples porém bastante divertidos, e sempre há alguem com quem jogar.

O cinema exibe vídeos tanto de jogos como de empresas que querem expor alguma coisa – vinculadas à Sony ou não. O ponto alto que deve ser ressaltado a respeito dos vídeos é que eles estão completamente integrados ao mundo virtual. Embora sejam carregos conforme o jogador se aproxima, eles não levam o usuário a uma tela separada, e você pode controlar seu avatar conforme vai passando o vídeo na tela. Isto não se limita ao cinema, sendo assim em todo lugar.

Os espaços públicos

Fora esta área comum que é acessada a partir da praça, existem também outros locais que podem ser visitados através de um “mapa do mundo” – basta pressionar Start e selecionar Locations. Ali, o usuário pode partir para lounges de eventos, onde em alguns momentos desenvolvedores fazem apresentações, e o ponto alto da Home – os lounges dos games.

Jogos podem ter seu próprio espaço temático dentro da Home, com diversas características específicas. Decorados de acordo com os títulos que representam, eles colocam à disponibilidade dos jogadores vários extras que enriquecem a experiência ou divulgam atualizações e conteúdos novos.

It's in the game?

O potencial destes espaços é tão grande que, há alguns meses, o jogo de realidade alternativa Xi foi lançado através da Home. Utilizando-se das ferramentas do software e mesclando o virtual com o real, ele expandiu as fronteiras do que é possível realizar com este tipo de conteúdo.

A liberdade é tão grande que a Electronic Arts possui o EA Sports Complex dentro da Home, um prédio em que existem diversos tipos de jogos – desde pôquer até corrida, passando por golfe. Considerando que ainda estamos nos primórdios do serviço, podemos apenas imaginar até onde isto irá.

Integração


O grande potencial da Home consiste do fato de que todas as suas características estão interligadas aos demais serviços disponíveis para os usuários das plataformas da Sony. O jogador pode acessar jogos, tirar fotos e colocar na sua casa virtual, participar de promoções de games, assistir a vídeos, entrevistas e simpósios... As possibilidades são inúmeras.

O objetivo parece ser a disponibilização de um local para que os usuários da plataforma troquem experiências e socializem, já que é possível convidar outros avatares para conhecer seu apartamento, jogar algum título com você – e até mesmo realizar alguns curtas, caso você possua um set de filmagem dentro da Home!

Grande potencial

Embora esteja apenas engatinhando, não é difícil ver um futuro em que o usuário irá, ao ligar seu sistema, logar direto na Home para ver quais amigos seus estão online, como os gamers de computador fazem. Somente a partir daí é que ele irá decidir que tipo de atividade realizar e, mais importante ainda, com quem.

Pequenas falhas que podem ser consertadas

Como a proposta não é a de ser um estupendo game de última geração com gráficos alucinantes, não há como criticar este departamento. Mas, ainda assim, a Home possui gráficos bons, embora possa consertar algumas coisas como os efeitos da água e da movimento do personagem. Permitir que os avatares pulem seria mais do que suficiente para tornar os ambientes ainda mais descontraídos, sem que o usuário trave em pequenos defeitos do terreno.

O chat fica infinitamente melhor com um teclado, então quem está disposto a passar horas no serviço deve considerar seriamente a possibilidade de adquirir um. Fora isso, basta ignorar o enorme número de usuários irritantes de plantão e divertir-se com os amigos em um ambiente que transforma a experiência anteriormente solitária dos consoles em algo realmente integrado e interativo.

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