Bom para os fãs e jogadores saudosistas, mas deslocado para a atual geração
Quem não se lembra do lendário GoldenEye 007? Um dos maiores clássicos dos games debutou no Nintendo 64 em 1997, trazendo uma verdadeira revolução para os FPS para consoles. Controles inovadores, uma campanha cinematográfica e um multiplayer que ficou marcado para sempre no universo do entretenimento eletrônico. A Rare, desenvolvedora do game, certamente ficou contente com o sucesso de vendas e com a aclamação da crítica.
Mas, GoldenEye 007 não foi a única aposta da companhia. No ano 2000, a Rare retornava com o sucessor espiritual do game de James Bond. Que jogo era esse? Quem disse Perfect Dark acertou em cheio. Novamente, a desenvolvedora conseguiu criar um jogo sólido e com muitas inovações, abusando do poder do Nintendo 64.
Infelizmente, o console acabou sofrendo com a criação da softhouse. Talvez uma das lembranças mais assombrosas para os jogadores da época era a terrível taxa de quadros por segundo. Mas, mesmo com alguns pequenos problemas, Perfect Dark trazia consigo diversos elementos que o tornaram um verdadeiro sucesso.
No game, os jogadores tinham a possibilidade de desfrutar juntos de uma campanha completa, graças ao belo modo cooperativo do game — algo relativamente raro para a época. Além disso, a Rare retornou com a clássica fórmula que fez do multiplayer competitivo de GoldenEye um sucesso, trazendo até mesmo armas e mapas do game para Perfect Dark.
Bem, atualmente, a Rare pertence à Microsoft. Há tempos os jogadores esperam por um remake de GoldenEye 007 na Live ou até mesmo no Virutal Console, da Nintendo. Entretanto, há muita burocracia que impede que isto se torne realidade, o que é uma verdadeira pena.
Mas, quem não tem cão caça com gato, não é mesmo? E, aparentemente, a Microsoft sabe muito bem disso. Com ajuda da 4J Studios, a dona do Xbox 360 finalmente lança um remake de Perfect Dark na XBLA.
Então, se você é um dos milhões de fãs que desfrutou deste excelente game, agora poderá encarnar novamente Joanna Dark, mas em alta-definição e com outras novidades bacanas. Mas será que vale a pena? Ou Perfect Dark deveria ter ficado apenas em nossa memória? Veremos.
O bom e velho Perfect Dark
Bem, Perfect Dark já é um game de idade — 10 anos, para ser mais exato. Sendo assim, fica difícil compará-lo com títulos recentes, como Modern Warfare ou até mesmo BioShock. Pense da seguinte maneira: praticamente todos os jogos do gênero FPS lançados após GoldenEye e Perfect Dark tomaram como base estes dois games, aprimorando o que já havia sido alcançado pela Rare.
Ou seja, se você é um jogador que nunca sequer jogou estes dois games, então, provavelmente, eles não causaram o mesmo efeito surtido nos fãs dos títulos. Basicamente, quem é doido por GoldenEye e Perfect Dark terá muitos motivos para conferir o game, que dificilmente cativará os novatos.
Mas, vamos ao que interessa. Nesta aventura, você encarna a lendária Joanna Dark, que já apareceu no Xbox 360 quando o console foi lançado, graças a Perfect Dark: Zero. Desta vez, a agente da Carrington Institute enfrenta a conspiração de uma companhia rival, a dataDyne. Além disso, o game também retrata o conflito entre duas raças alienígenas, os Maians e os Skedar.
O jogo conta com vários modos diferentes. Em um deles, você pode simplesmente caminhar por Carrington Institute para realizar treinos e conversar com os agentes locais. A segunda opção do game traz as missões principais do game, ou seja, o modo campanha. Se você está acostumado com os games atuais, notará que Perfect Dark conta com um sistema de progressão relativamente rudimentar.
Durante a campanha, você tem de realizar diversos objetivos diferentes, como destruir determinados elementos ou infiltrar-se em locais específicos. Entretanto, a missão inteira pode ir por água abaixo se você fizer algum movimento errado. É necessária muita cautela para progredir. Além disso, não há qualquer mapa, radar ou seta para orientar o jogador durante as fases.
Certamente, é muito mais divertido desfrutar da campanha ao lado de um amigo, no modo cooperativo. Mas, além disso, Perfect Dark também conta com modos competitivos, que são as estrelas nas noites com os amigos. Em tela dividida, até quatro jogadores podem se arrebentar, virtualmente, em diversos mapas — incluindo alguns do próprio GoldenEye.
O jogo em si continua praticamente o mesmo. O remake limitou-se a trazer apenas gráficos em alta-definição e texturas novas. Além disso, a modelagem dos personagens também foi significativamente melhorada — algo que não ocorre com os ambientes. Mesmo assim, muitos elementos da versão original foram preservados, como a falta de expressão facial e o design dos níveis.
É difícil comparar Perfect Dark com os jogos da atualidade, mas este também não é nosso objetivo. Como um jogo para download, saindo por apenas 800 Microsoft Points, Perfect Dark até pode ser uma boa pedida, principalmente para quem já é fã do jogo há algum tempo. Mesmo assim, não há como negar que o game já demonstra sua idade, que Joanna retorne com muito mais maquiagem.
O remake de Perfect Dark é um produto delicado. Para os fãs, o game pode muito bem ser considerado uma excelente aquisição, pois muito da estrutura original foi mantido. Entretanto, quem é desta geração certamente irá estranhar a falta de recursos do game. Independentemente disto, Perfect Dark não esconde sua idade, trazendo elementos rudimentares e alguns problemas que não existem mais em outros títulos.
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