Imagem de Okamiden
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Okamiden

Nota do Voxel
90

A mais bela pintura do DS

Infelizmente, a cultura gamer da atualidade ainda continua com o triste costume de julgar um título pela capa. Há também os casos mais preocupantes, que acreditam que jogos bons são apenas aqueles que trazem um belo nível de realismo, abandonando uma das maiores dádivas da humanidade: a capacidade expor e manifestar perspectivas de mundo diferentes do achatado plano real em que vivemos.

É realmente frustrante quando vemos títulos com uma direção de arte espetacular, repleta de referências a estilos artísticos de culturas riquíssimas, sendo simplesmente ignorados pela ausência de um visual realista.

Demorou muito até que nós pudéssemos nos desprender de conceitos restritos e, finalmente,  nos libertarmos por meio da arte. Após a era do Renascimento, artistas começaram a se valorizar e a valorizar a arte pela arte, e não apenas como um simples retrato condenado a reproduzir fielmente o que já existe.

Incrivelmente, após quase seiscentos anos de grandes revoluções na arte, muitos ainda se recusam a enxergar o que vai além da realidade. Isso se reflete também no mundo dos games, mesmo que de maneira inconsciente para a maioria dos jogadores.

Img_normal“Quadros” como No More Heroes, Madworld, Prince of Persia, Jet Grind Radio e Braid simplesmente são ignorados pela grande massa por um simples motivo: eles não apresentam visuais que aproveitam toda a capacidade gráfica da plataforma para criar gráficos realistas. Até mesmo a própria lendária franquia Zelda sofreu com o preconceito quando The Wind Waker, para GameCube, chegou às lojas.

E é óbvio que muitos jogadores quebraram, e ainda quebram, a cara quando decidem colocar as mãos em games como os supracitados — seja por força ou apenas para tentar colher mais argumentos negativos.

Um dos exemplos maiores da triste tendência da cultura gamer atual é o belíssimo Okami. O título chegou ao PlayStation 2 em 2007, na mesma época em que o brutal God of War 2 aterrissava nas lojas. Em termos de vendas, Okami foi um fracasso, prejudicando até mesmo a própria desenvolvedora, a Clover Studio, que logo depois fecharia suas portas.

Mesmo assim, Okami é, definitivamente, um dos melhores jogos do PlayStation 2. Atualmente, o título conta 93 pontos no site Metacritic, que reúne análises do mundo todo e faz uma média. A Capcom, confiante no talento e na belíssima proposta do game, decidiu arriscar-se em favor dos jogadores, lançando também uma excelente versão para o Wii em 2008.

Desta vez, as vendas foram um pouco melhores, graças, principalmente, a impulsão dada pela mídia especializada, que aclamou o título original e acabou convencendo muitos jogadores de mente fechada.

Definitivamente, é difícil não gostar de um jogo tão bonito, divertido e inovador como Okami. Para a sorte de muitos, a Capcom conhece o potencial da franquia, o que foi comprovado quando Okamiden,a sequência do título original, foi anunciado.

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Agora, toda a jornada inspirada pela arte e por lendas japonesas pode ser desfrutada em suas mãos. Okamiden chega ao Nintendo DS com uma proposta bem semelhante à do original, mantendo todo o charme e a mecânica que consagraram o título como um dos grandes jogos do entretenimento eletrônico.

Mesmo sem as mãos do genial Hideki Kamiya — responsável pela criação de games como Devil May Cry, Viewtiful Joe, Bayonetta, entre outros —, Okamiden consegue reproduzir tudo o que o game original trouxe para a indústria, adicionando, de quebra, várias mecânicas que só seriam possíveis no portátil de duas telas da "Big N".

Um título com uma direção de arte baseada nas pinturas nipônicas de estilo sumi-e (tinta e água, ou nanquim) lançado para um portátil com mais de cinco anos de vida. Uma combinação perfeita para repelir muitos dos jogadores da cultura gamer atual. Mas, faça um esforço e acredite: Okamiden é uma obra e tanto. Ainda não se convenceu? Então fique com a nossa análise.

Okamiden é um dos últimos lançamentos do Nintendo DS. E, felizmente, o jogo não faz feio. A proposta da versão original foi mantida e os jogadores ainda ganharam uma experiência mais natural e intuitiva, graças aos recursos do portátil de duas telas.

Um novo personagem, novos ambientes e o mesmo humor e atmosfera que consolidaram o primeiro título como um dos grandes jogos do PlayStation 2. Okamiden pode não superar o original, mas definitivamente não deve ser dispensado pelos jogadores que possuem um DS. Abra sua mente.

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