Muita ação e nostalgia com um tempero brasileiro
Prepare-se para revisitar o mundo dos 8-bits. Depois de lançar o sucesso Oniken, em 2012, o estúdio brasileiro JoyMasher retorna com mais uma "máquina do tempo" que fará os saudosos gamers dos anos 90 tremerem nas bases. O nome da nova obra da produtora brazuca é Odallus: The Dark Call.
Assim como Oniken, o game também revisita a era dos 8-bits e traz a história de Haggis, um guerreiro cansado de lutar, que precisará brandir sua espada mais uma vez, para resgatar seu filho. O problema é que os deuses antigos se esqueceram da Terra e a escuridão começou a se espalhar, coletando almas humanas para seu exército de monstros.
Apesar de ser chamado por muitos jogadores de "O Castlevania Brasileiro", Odallus: The Dark Call foi inspirado no clássico Demon’s Crest, do Super Nintendo, e teve o apoio do público através do site Indiegogo para ser produzido e lançado. A campanha do título precisou de um mês para atingir sua meta de US$ 5 mil (R$ 17,3 mil) e terminou com 151% alcançados no total.
Chega de papo-furado
Se você está pensando que por ser um game plataforma em 8-bits vai ser rapidinho e fácil de terminar, tire seu cavalinho da chuva. O game jogando diretamente pode ter mais de cinco horas de duração até o final. Mas, para descobrir e coletar todos os segredos do jogo levamos muito mais do que isso.
Durante a aventura, encaramos mais de 50 tipos de monstros e exploramos oito níveis abertos — sim, caros leitores, aberto mesmo. Os caminhos não são lineares você pode explorar as fases do modo que quiser, e em muitos momentos terá que voltar para resolver algum puzzle —, além disso, o game conta com dois finais possíveis.
Tudo começa com Haggins voltando de um trabalho já pensando em se aposentar dessa dura vida de guerreiro. Contudo, ao chegar ao seu vilarejo, ele vê tudo em chamas e corre desesperadamente para salvar encontrar seu filho. No meio do caminho ele encontra seu antigo capitão, que começa a agir estranhamente e o ataca.
É a partir desse momento que Haggins descobre que algo muito maior está acontecendo e que, além de encontrar seu filho, terá que colocar um fim nesse mal que aflige sua terra.
Vamos para o jogo
Como qualquer bom game de plataforma das antigas, Odallus conta com uma mecânica de controles bem simples, um botão para pular, um para atacar, um para trocar de sub-armas, um para arremessar e os direcionais que movem o personagem. Essa simplicidade é o que torna o nostálgico título ainda mais interessante.
Além da espada, nosso protagonista conta com várias outras armas para destruir os monstros pelo caminho: lanças, machados e tochas fazem parte do arsenal do guerreiro. Cada um dos adversários que encontramos tem um padrão diferente de ataque. Por exemplo, o arqueiro atira três flechas antes de precisar recarregar a besta, que tal tentar atacar nesse momento?
Essas pequenas observações são muito importantes, pois como dito anteriormente, o game não é um passeio no parque em um sábado ensolarado enquanto os passarinhos cantam uma pela canção no horizonte. Não, o jogador vai sofrer no início até conseguir "pegar" essas nuances.
Uma roupa para cada situação
Além de suas armas, Haggins conta com equipamentos mágicos para dar continuidade a usa missão, entre eles, um bracelete mágico que aumenta a força (permite que empurremos blocos gigantes nas fases), partes de armaduras que resistem a danos, anéis mágicos, enfim, em resumo: Odallus é aquele tipo de jogo de ação e aventura, em que temos uma ênfase muito grande em exploração e obtenção de itens que permitem acessar áreas que não podíamos antes e uma porrada de caminhos e segredos em todas as fases do jogo.
Portanto, o game vai obrigar o jogador a voltar diversas vezes na mesma fase para obriga-lo a seguir diferentes caminhos. Entretanto, isso não deixa o jogo repetitivo, pelo contrário, o bom trabalho da equipe de desenvolvimento deixou o jogo com um gameplay extremamente sólido e bem pensado. Por conta disso, revisitar as fases não é custoso, mas sim gostoso.
A beleza de uma era
Como falar de um game que desafia a atualidade trazendo um visual nostálgico do início dos anos 90? Basta dizer que Odallus: The Dark Call tem a beleza de uma era. Graficamente falando é claro que ele é totalmente diferente do que existe hoje, tempos de PlayStation 4, com The Order, e de Xbox One, com o Ryse, mas não quer dizer que ele não seja bonito.
As animações são muito belas — levando em consideração o estilo do game —, e apesar de ser um game em 2D, não contar com aqueles gráficos ultrarrealistas que vemos atualmente, elas são bem imersivas. Durante os “filminhos” nos sentimos dentro do game e com raiva dos inimigos que não pensam duas vezes antes de incinerar vilarejos inteiros e pessoas.
Vale a pena?
Com certeza, Odallus: The Dark Call é uma revelação. Não só pelo sentimento nostálgico que nos bate ao pegar o joystick — ah sim, vale essa dica: o game se torna melhor ainda quando jogado usando um controle e não o teclado —, mas por realmente trazer aquilo que os antigos jogos tinham de melhor e unir isso a um gameplay moderno com exploração e equipamentos que modelam o estilo de jogo, que o título merece a nota que leva.
Categorias
- Divertido
- Sensação de nostalgia
- Belas animações e cenários
- Jogabilidade simples
- Faltou uma melhor explicação sobre a evolução dos itens
Nota do Voxel