Nas asas da Maverick as inovações parecem formiguinhas
Nostalgia não é um jogo fabuloso, mas sem dúvida merece algumas medalhas de mérito. O RPG possui raízes fincadas profundamente nas tradições do gênero ao estilo japonês, com batalhas baseadas em turnos e um toque de Final Fantasy – não é à toa que a Matrix Software se responsabilizou pelos remakes de FF III e FF IV.
A atração principal do título é a Maverick, uma aeronave com capacidade de subir aos "céus mais altos". Existem três níveis de altitude a serem alcançados e um mapa consideravelmente grande a ser explorado. Toda a trama do game está relacionada com o sumiço do pai do personagem principal que deixou para trás a Maverick como presente e herança para o filho.
Todos os protagonistas centrais são adolescentes. Porém, o design deles leva a acreditar que são crianças e isso chega a ser engraçado quando começam a pedir para você eliminar grandes ameaças ao mundo: "Nossa, aquele dragão já matou 215 cavaleiros! Acho uma boa ideia mandar esse grupo de crianças atrás dele."
Enfim, o grupo de aventureiros é composto por um espadachim, uma sacerdotisa, um ladrão-pistoleiro e uma bruxa. Os comandos básicos em combates são: atacar, defender, fugir, usar itens e ativar habilidades. Para evoluir e ganhar novas habilidades existe um sistema em que o jogador aloca pontos ganhos em cada batalha – através de uma grade que indica o "caminho" para liberar novos poderes.
As sub-missões possuem o roteiro básico de conversar com alguém e procurar algo em dungeons – termo comum para estruturas como criptas, cavernas e masmorras – visitadas previamente e no fim requisitar sua recompensa. Já as missões principais possuem um roteiro menos repetitivo, sempre guiando para novas localidades e só às vezes retornando a Londres.
Nostalgia se esforça para deixar claro o clima de aventura, tanto que as tarefas opcionais são dadas por uma instituição chamada Adventurers Association, uma associação de aventureiros com a função de distribuir missões para os membros dela. A palavra "adventure" é jogada repetidas vezes na tela, como se não bastasse estar voando ao lado de perigosos piratas a bordo da Maverick.
O jogo falha em impressionar em diversos aspectos, inclusive no quesito "diversão", comprometido pela jogabilidade repetitiva. A história não é interessante o suficiente para você querer descobrir o final, por outro lado o conteúdo é adequado para crianças.
Já o conceito artístico é plausível, só que os gráficos não chegam a ser admiráveis. Mesmo a extraordinária Maverick não consegue fugir da mesmice, com combates aéreos que são quase idênticos aos em solo.
No fim, o game poderia ser indicado para quem nunca enjoa de JRPGs. Ainda assim é recomendável procurar melhores opções como Mario and Luigi: Partners in Time, Chrono Trigger, Disgaea e Castlevania, ou até mesmo FF III e Dragon Quest, que são do tipo mais tradicional.
Nostalgia não é a pior coisa deste mundo, mas é genérico demais. Se o game fosse lançado há 14 anos – data original planejada para o projeto que foi abortado – não teríamos muitas reclamações a respeito dele, pois seus conceitos não estariam tão ultrapassados.
Nota do Voxel