Undercover derrapa na pista e decepciona fãs da franquia.
A velocidade e os videogames convivem juntos já há algum tempo. Desde os primórdios do entretenimento eletrônico, jogadores presenciam veículos em alta velocidade disputando corridas intensas. Seja nas ruas, em circuitos, com karts ou caminhões, o gênero é indelével em todas as plataformas.
Mas, quando nos referimos às corridas nas ruas, certamente uma franquia vem a nossa cabeça: Need for Speed. Originalmente lançado em 1994, o jogo conquistou jogadores do mundo todo com sua fórmula característica. No início, corredores tinham a sua disposição um jogo repleto de adrenalina e carros esportivos. O objetivo era simples, vencer corridas de rua sem ser pego pela polícia. Sem dúvidas, uma fórmula que cativou os fanáticos por corridas.
Contudo, após o lançamento de vários games com pequenas mudanças, Need for Speed sofreu uma de suas alterações mais radicais — e talvez a mais chamativa. Em 2003 o mundo dos games recebia Need for Speed: Underground, um jogo fortemente inspirado no filme Velozes e Furiosos. O resultado foi tão grandioso quanto o sucesso do filme, o que elevou a série a um novo patamar.
“Tunando” seus carros
A personalização dos veículos, juntamente com uma boa trilha sonora e a alta velocidade, fez de Underground um modelo para os próximos jogos de corrida. Outro fator que se destaca no título é a sensação de velocidade, que é enfatizada através de uma série de efeitos e filtros — sem mencionar os poderosos nitros, é claro. A corrida parecia estar ganha, mas o futuro reservou alguns obstáculos para a franquia.
Após o sucesso do primeiro Underground, chegava então às prateleiras um segundo título com o mesmo nome. A recepção foi calorosa e tudo parecia ainda melhor com o lançamento de Most Wanted, em que a perseguição policial retornava às pistas. Entretanto, visando inovar, a Electronic Arts derrapou feio na pista com Need for Speed: Pro Street.
Todo o sentimento arcade, em que a jogabilidade distancia-se da realidade e visa apenas à diversão, foi deixado de lado. Pro Street apresentava aos jogadores um novo sistema de danos, odiado pela crítica, e também uma jogabilidade totalmente diferente dos outros jogos da franquia. E nada de polícia ou perseguições, aqui as corridas eram legalizadas.
A própria Electronic Arts admitiu que Pro Street havia se distanciado dos elementos característicos da franquia e resolveu voltar às origens. A empresa anunciou então Need For Speed: Undercover, um game que prometia retomar todos os elementos que consolidaram a franquia — incluindo a perseguição policial. Infelizmente, o jogo derrapa na maioria de seus atributos e parece ser como uma marcha ré na franquia.
Mas, quando nos referimos às corridas nas ruas, certamente uma franquia vem a nossa cabeça: Need for Speed. Originalmente lançado em 1994, o jogo conquistou jogadores do mundo todo com sua fórmula característica. No início, corredores tinham a sua disposição um jogo repleto de adrenalina e carros esportivos. O objetivo era simples, vencer corridas de rua sem ser pego pela polícia. Sem dúvidas, uma fórmula que cativou os fanáticos por corridas.
Contudo, após o lançamento de vários games com pequenas mudanças, Need for Speed sofreu uma de suas alterações mais radicais — e talvez a mais chamativa. Em 2003 o mundo dos games recebia Need for Speed: Underground, um jogo fortemente inspirado no filme Velozes e Furiosos. O resultado foi tão grandioso quanto o sucesso do filme, o que elevou a série a um novo patamar.
“Tunando” seus carros
A personalização dos veículos, juntamente com uma boa trilha sonora e a alta velocidade, fez de Underground um modelo para os próximos jogos de corrida. Outro fator que se destaca no título é a sensação de velocidade, que é enfatizada através de uma série de efeitos e filtros — sem mencionar os poderosos nitros, é claro. A corrida parecia estar ganha, mas o futuro reservou alguns obstáculos para a franquia.
Após o sucesso do primeiro Underground, chegava então às prateleiras um segundo título com o mesmo nome. A recepção foi calorosa e tudo parecia ainda melhor com o lançamento de Most Wanted, em que a perseguição policial retornava às pistas. Entretanto, visando inovar, a Electronic Arts derrapou feio na pista com Need for Speed: Pro Street.
Todo o sentimento arcade, em que a jogabilidade distancia-se da realidade e visa apenas à diversão, foi deixado de lado. Pro Street apresentava aos jogadores um novo sistema de danos, odiado pela crítica, e também uma jogabilidade totalmente diferente dos outros jogos da franquia. E nada de polícia ou perseguições, aqui as corridas eram legalizadas.
A própria Electronic Arts admitiu que Pro Street havia se distanciado dos elementos característicos da franquia e resolveu voltar às origens. A empresa anunciou então Need For Speed: Undercover, um game que prometia retomar todos os elementos que consolidaram a franquia — incluindo a perseguição policial. Infelizmente, o jogo derrapa na maioria de seus atributos e parece ser como uma marcha ré na franquia.
Surpreendido por uma imensidão vazia
Logo de cara, literalmente, pois não existem menus iniciais no jogo, uma das primeiras coisas que o jogador irá perceber é que Undercover é situado em mundo aberto. Isso pode parecer legal, quando bem utilizado. Mas, o jogo da Electronic Arts simplesmente ignora este recurso, pois não há qualquer incentivo para exploração — algo bem diferente do que ocorre no grandioso Burnout Paradise.
Não há novos desafios, áreas extras ou bonificações espalhadas pela gigantesca cidade de Undercover. Para se ter uma idéia do desprezo, é impossível dirigir até sua garagem ou eventos. Existem alguns locais, indicados por sinais, que podem ser destruídos enquanto o jogador percorre a cidade, mas nada muito divertido.
Em vez de se locomover até o local de um evento para iniciá-lo, tudo que o jogador tem de fazer é acionar um determinado comando (a tecla TAB no teclado) e começar a correr. Ou seja, o mundo está lá pra nada, não há utilidade alguma para as ruas de Undercover, pois o jogo é linear, mas disfarçado.
Talvez um dos únicos motivos para contar com uma cidade a ser explorada são as perseguições policiais. Caso a polícia perceba atitudes suspeitas do jogador, ela irá imediatamente começar a perseguir o corredor das ruas. Fugir pode ser muito simples, pois a inteligência artificial dos tiras não é lá das melhores. Além disso, existem algumas estruturas na cidade que podem ser destruídas, o que é extremamente útil para deixar os policiais comendo poeira — ou até tijolos.
Corridas e mais corridas
Mas, caso deseje simplesmente correr, o que, supostamente, seria o objetivo principal do jogo, basta pressionar TAB a qualquer momento do jogo. Uma vez iniciadas, as corridas simplesmente cortam alguns pedaços da cidade, limitando o jogador a correr apenas pela área designada. Ou seja, um pista convencional — limitada, como notamos nos jogos de corrida tradicionais — em um jogo com um mundo aberto. Estranho, não?
Como se não bastasse, até mesmo os veículos que não estão participando das corridas, as pessoas normais, ficam limitadas ao trajeto estabelecido pelo jogo. Parabéns, você acaba de aprisionar civis em um racha de rua. Outro fator que pode irritar alguns é que não existe tráfego cruzado enquanto você corre — apenas veículos na mesma direção que o jogador ou na contramão.
Fora as corridas tradicionais, em que se compete com vários corredores e o objetivo é simplesmente vencer, Undercover também oferece algumas modalidades alternativas para tentar ampliar a diversão do título. Mas não pense que tudo vai melhorar. Em um dos eventos o objetivo é manter a liderança por um minuto ou mais. Tudo é muito simples, principalmente quando em uma auto-estrada, em que a vantagem se estende devido às prováveis colisões de seus oponentes.
Oponentes que gostam de poeira
Por falar é simplicidade, basicamente o jogo inteiro é relativamente fácil. A dificuldade do jogo está concentrada em não bater nos veículos e obstáculos que o compõem, pois a jogabilidade comporta atributos que tornam o game simples. Com apenas uma mão é possível dirigir sem problemas, realizando curvas em alta velocidade e desviando de veículos. A aderência dos carros é impressionante, independentemente de qual máquina escolhida. Você praticamente não derrapa nas curvas e, nas raras ocasiões, terá de somente diminuir sua velocidade soltando o acelerador.
Se já está decepcionado com o título, provavelmente ficará ainda mais frustrado devido ao sistema de personalização de Undercover. A série é, sem dúvidas, famosa por conter um robusto sistema de “tunning”, basta observar Most Wanted e a série Undergroud, e uma extensa variedade de veículos.
Personalização limitada
Em Undercover, a maioria dos carros encontra-se bloqueada no início do jogo, o que exige ao jogador certo tempo até que possa desfrutar de todas as máquinas — mesmo que conte com dinheiro suficiente para comprá-los. O sistema de aprimoramentos funciona da mesma maneira, mas a liberação de componentes não faz muito sentido. Provavelmente você poderá comprar carros realmente velozes e ainda não terá a opção para aprimorar seus veículos antigos.
Há também uma espécie de pontos pessoais que são obtidos nas corridas ao vencê-las ou desempenhar manobras como drifts e “finas” de outros veículos. Cada vez que vencer uma corrida, as habilidades do jogador são ampliadas. Alguns elementos, como descontos em partes de veículos, são realmente bem-vindos e fornecem um ar de incentivo ao game. Os oponentes também se tornam menos fáceis.
Fora isso, Undercover também traz de volta o sistema Autosculpt, que fora deixado de lado na versão Pro Street. Este recurso pode não influenciar diretamente em seu desempenho, mas é legal poder contar com este sistema de personalização que agradou a tantos nas versões anteriores de Need for Speed.
Longe dos cinemas
Entretanto, uma das maiores e mais comentadas novidades de Undercover são as cut-scenes com atores reais, algo enfatizado desde o anúncio do jogo. Maggie Q é, sem dúvidas, uma excelente atriz, mas Need for Speed: Undercover consegue denegrir sua imagem e dos demais atores que aparecem no jogo.
As cenas são simplesmente deploráveis. A maioria delas conta com uma destas seqüências: rapazes nervosos falando besteiras em frente à câmera antes ou depois das corridas, ou a sensual Maggie Q informando ao jogador qual é seu próximo objetivo. Vale lembrar que você é um agente secreto que busca acabar com as corridas ilegais.
Basicamente, Maggie Q sempre pede para que você vença as corridas para adquirir provas suficientes que comprovem a ação criminosa dos corredores. Mas as cenas não deixam isto explícito e, na maioria das vezes, são simplesmente genéricas, com diálogos sem muita profundidade.
Como um policial, você também terá de encarar algumas missões diferentes, em que se deve roubar carros, fazer entregas e muito mais. Mas não existe qualquer sensação de “objetivo completo”, pois, novamente, tudo é muito genérico. A história acaba servindo apenas como desculpa pelas corridas, e nem mesmo as cenas com atores reais são capazes de salvá-la. O exagero das atuações também é decepcionante — os personagens sempre tentam ser extremamente maldosos enquanto Maggie parece estar atuando para ingressar em um dos comerciais exibidos durante a madrugada na televisão.
Um borrão na franquia
Os gráficos do jogo também não são nada cinematográficos. Os veículos até contam com certo nível de detalhes, mas o ambiente não apresenta muita vida — nada de cidades de neon, como acontecia em Underground. Os prédios contam com texturas flácidas, e parecem ter sido feitos de papelão. Não existem pedestres, o tráfego é baixo e nada lhe convence de que realmente existe vida neste local. Há também um exagerado filtro “blur” que incomoda e fornece a sensação de que estamos em outro planeta.
Um dos maiores absurdos gráficos talvez sejam as sombras. Em alguns momentos de nossa análise, ficamos simplesmente espantados com a qualidade delas. Não se pode dizer que o que vimos foram serrilhados de borda, mas linhas completamente pontilhadas. Fora isso, existem alguns momentos em que estes efeitos agem sem naturalidade e é possível notar a sombra sendo criada por uma linha que percorre a tela.
Derrapando mundo afora
Há também o modo online do jogo, que deveria tentar compensar os momentos frustrantes na campanha de um só jogador. Basicamente, existem três modos. Circuits Races and Dashes são simples corridas, uma com múltiplas voltas e a outra com linhas denominando início e fim.
Já em Cops and Robbers o jogo divide os jogadores em duas equipes: policiais e ladrões. O objetivo dos ladrões é levar a grana até o esconderijo, enquanto os policiais têm de impedi-los para acabar com toda a bagunça. A variedade poderia ser maior e, mesmo que os modos sejam divertidos, a experiência pode ser enjoativa.
Talvez, um dos poucos motivos para se conferir Need for Speed: Undercover esteja concentrado na parte sonora do título. O ruído dos motores é bom, e existe uma grande diferença de carro para carro. Alguns veículos realmente irão deixar seus ouvidos aguçados e ampliar a sensação de estar “voando baixo”.
Não restam dúvidas de que Undercover não supera Most Wanted ou Underground. Uma execução pobre, com dezenas de problemas, faz do jogo simplesmente um título dispensável em uma época em que se pode contar com games como Burnout Paradise e até GRiD. Um mundo aberto e inútil, corridas fechadas e fáceis, personalização limitada e sem sentido em um jogo que prometia retornar às origens de uma aclamada série, mas acabou sendo simplesmente dispensável e ruim.
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Nota do Voxel