Imagem de Need for Speed Unbound
Imagem de Need for Speed Unbound

Need for Speed Unbound

Nota do Voxel
78

Need for Speed: Unbound é agressivo, original, mas falta consistência

Mais um ano termina e temos à nossa disposição um novo jogo da série Need for Speed. Depois de sucessos e derrocadas, problemas e surpresas, Unbound está entre nós.

Mas será que o 25º jogo de uma das franquias com mais títulos da história tem o que contar? Será que Need for Speed realmente voltou? Esta talvez seja a pergunta de 1 milhão de dólares. O questionamento mais desejado da história dos jogos de corrida.

Nos últimos anos, a série bebeu de muitas fontes, como o mundo aberto, que foi observado e contado em histórias próprias nas séries Underground, Most Wanted e Carbon.

Nos levou para o outro lado da história, ao nos colocar na pele da lei, vestindo roupas de policial, como ocorreu em Hot Pursuit. E, até mesmo, nos colocou em corridas de circuitos fechados, como na série Shift.

A realidade é que para voltar a responder à pergunta com sabedoria e relevância seria importante que a franquia voltasse a ser o que nós encontramos em seus primeiros jogos.

Aprovado?

Para podermos construir uma narrativa que nos apoie, é fundamental mapear o terreno. Unbound ataca nas corridas de rua, como no primórdio da série. Mas isso não significa que ele é exatamente o que encontramos no passado.

Desenvolvido pela Criterion, que substitui a Eletronic Arts de Gotemburgo, o novo Need for Speed se passa em Lakeshore, uma cidade fictícia de Chicago.

Junte a este cenário, um trabalho gráfico totalmente original e surpreendente. No meio do mundo real foi inserida uma excelente arte de rua.

Vale destacar que a arte não aparece apenas em menus, personagens e CGs. Tudo isto está inserido diretamente no gameplay do jogo, que torna tudo muito diferente do que você já viu. E aí você me pergunta? Mas não é uma quebra de paradigma? Sim. É uma quebra gigantesca.

A primeira impressão que tive foi de indiferença. Mas depois tudo faz sentido e você se sente convencido de que ela deveria estar por lá.

Falando em história, ela também está presente. Não espere nenhum prêmio de grande narrativa, mas ela possui vínculo, apego e tudo aquilo que te deixa com mais vontade de correr pelas ruas.

O enredo segue o clichê que nós já conhecemos, mas que não fere e não trai ninguém. Simplista, mas com personalidade.

Diante de jogos de corrida que possuem milhões de coisas para serem feitas, Unbound é minimalista, mas que deixa o conteúdo de qualidade se perder com o tempo. Tudo bem que os objetivos são diretos e retos: ganhar eventos, dinheiro para melhorar a garagem e, no fim das contas, duelar com Yas, no The Grand e receber o prêmio de 1 Milhão.

O mundo das corridas se divide em 4 tipos: sprint, endurance, drift e o Takeover. Este último premia os condutores que conseguem fazer super manobras e os que derrubam objetos na pista.

Durante sua primeira jogatina será interessante ver cutscenes e momentos da história que te ajudam na jogabilidade. Porém, depois de 1 hora e meia tudo se perde: voltamos ao solitário mundo das corridas offline.

Os gráficos são muito bons, nada espetaculares, mas a otimização está acima da média. Excelente para ser verdade. Mesmo com tantos itens e detalhes na tela é possível ver o trabalho bem feito  da produtora.

Derrapadas desastrosas

A física segue o que encontramos nos últimos jogos da franquia. Mas tenho que falar algo para vocês que, infelizmente, não pode passar batido.

O que são aquelas freadas que entortam a traseira do carro de forma grotesca, que lembram Out Run, um jogo arcade da década de 1980?

O mesmo pode ser dito das perseguições policiais. Quem não se lembra do excelente trabalho feito pela Criterion, em Burnout?

É impressionante como este quesito foi desvalorizado no jogo, o que torna a aventura pouco desafiadora neste sentido. Diferente de Heat, em Unbound o jogo foi para o outro extremo.

Grande parte dos carros de polícia apenas aparecem ao seu lado e não são nem um pouco agressivos. Era melhor não ter colocado carros de polícia no jogo.

Outro fator interessante é que a perseguição tem muito foco em quem está na liderança. Não entendi essa premissa, mas ela está presente.

Mas há o que se destaca

Enquanto isso, nas pistas o bicho vai comer. A inteligência artificial é de bom gosto e muito competitiva. A agressividade que falta para os carros de polícia sobram para os adversários na pista.

O sistema de turbo é correto e intimida até mesmo os mais experientes pilotos. Mesmo estando em condições ruins na classificação é possível se recuperar, caso utilize bem este artifício.

Os detalhes dentro das pistas impressionam. Os carros também não ficam para trás, com um visual intimidador e de excelente gosto.

Vale a pena?

Respondendo à pergunta do início do texto, Unbound cumpre grande parte das expectativas de um Need for Speed clássico. O jogo traz ingredientes originais para dar uma sobrevida e um toque diferentão na série, bebendo de outros games que tiveram destaque no passado.

Infelizmente eles não são utilizados da melhor forma, o que deixa o jogo com um gostinho de decepção. Ele está longe de ser enfadonho. Por sinal, é muito divertido.

Para quem procura diversão e um pouco de saudosismo, o jogo compre um pouco suas frustrações em títulos passados, deixando um gostinho de que poderia ser melhor

O asfalto vai trincar de tanta ação que transborda pelas corridas

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Pontos Positivos
  • Arte de rua incrível e gráficos bem detalhados dos carros
  • Excelente ritmo de progressão na carreira, focando o que é mais importante: as corridas
  • Excelente otimização
Pontos Negativos
  • Narrativa simples
  • Jogabilidade bem alterada em relação aos outros jogos
  • Perseguições policiais bem rasas e pouco desafiadoras