O melhor Mortal Kombat de todos até agora
Mortal Kombat X não é apenas mais um jogo de luta, é um novo capítulo de uma das franquias mais antigas, famosas, polêmicas e divertidas de todos os tempos. O game é o décimo capítulo da série e sequência direta de Mortal Kombat, lançado em 2011 e que serviu para dar um reboot na história, contando os mesmos eventos dos três primeiros games anteriores, mas em uma linha de tempo alternativa.
O game de 2011 retornou às suas origens tanto na história quanto no modo de jogo. Os gráficos 3D continuaram, mas a jogabilidade voltou a ser 2D — algo que não acontecia desde Ultimate Mortal Kombat 3, lançado em 1995.
Mortal Kombat X segue os passos de seu antecessor utilizando a mesma dinâmica de jogabilidade 2D e gráficos em 3D. A história reconta os eventos de Mortal Kombat 4 em que o Deus Ancião caído Shinnok inicia uma invasão contra o Plano Terreno, agora que as forças de defesa ficaram enfraquecidas com as lutas contra Shao Kahn.
O nível de detalhes visuais impressiona
Mortal Kombat X é construído em cima de uma Unreal Engine 3 bastante modificada. Em termos de visual, ele não deixa nada a desejar em relação a outros games dessa geração. O número de polígonos com os quais os personagens são construídos impressiona bastante: os detalhes nas roupas dos lutadores não são apenas adereços espremidos em forma de texturas: tudo é independente e se mexe de forma independente no meio da luta.
Segundo o NetherRealm, a equipe utilizou uma premissa básica antes de começar a elaboração dos personagens: atingir o maior grau de perfeição possível seja nos movimentos, seja físico ou na roupa dos personagens. O trabalho começou com Scorpion e, posteriormente, Sub-Zero.
Em Mortal Kombat 9 os lutadores ficavam com o corpo coberto de sangue e cortes na pele enquanto apanhavam. Aqui, tudo acontece de forma similar mas muito mais realista. O sangue que antes era exagerado e parecia uma mancha de tinta sobre o personagem agora gruda as roupas e escorre pelos braços e pernas. Junto com o sangue, gotas de suor ao final das lutas mostram como a batalha foi intensa.
As marcas de cortes também são mais sutis. No lugar de faltar uma parte do crânio do lutador como antes, agora temos arranhões e marcas que condizem mais com o tipo de ferimento causado na luta, como os sais de Mileena, por exemplo.
Em termos de movimentação também podemos ver que a captura de movimentos foi precisa. Mortal Kombat X foi construído desde o início para ser um game mais competitivo e isso pode ser visto na estrutura de movimentação dos golpes. As animações estão bem mais precisas que antes e é possível calcular o tempo dos golpes com bastante precisão na hora das lutas.
A Exoterra ganhou vida
Os cenários também estão incrivelmente caprichados: o jogo não parece ser o mesmo que testamos na BGS 2014 ano passado; tudo agora parece estar mais caprichado que antes. O mundo de Mortal Kombat X ganhou vida.
Aqui, podemos um lado diferenciado da Exoterra, mundo que até então era quase sempre sombrio e retratado a noite agora mostra muito mais personalidade. Um grande exemplo disso é o cenário Pátio do Imperador em que trabalhadores erguem uma gigantesca estátua do imperador Kotal Kahn.
O personagem da raça Osh Tekk foi baseado na cultura Asteca, e essa influência também pode ser vista nesse cenário em questão. Se você parar para prestar atenção nos detalhes verá os trabalhadores conversando, capatazes dando ordens aos escravos e animais servindo como guindastes.
O lado vivo da Exoterra ainda pode ser visto na selva que também conta com decorações e influências da cultura Asteca ou no mercado, que mostra pela primeira vez como é a miscelânea de raças que vive nesse mundo paralelo.
As mudanças que ocorreram nesse intervalo de 25 anos entre os acontecimentos de um jogo para outro também mostram a diferença no Plano Terreno. O cenário que retrata um Campo de Refugiados mostra as Forças Especiais abrigando foragidos da Exoterra. De tempos em tempos um portal se abre no cenário, ora trazendo fugitivos que são imediatamente acolhidos pelos soldados, ora soldados Tarkatâneos que são imediatamente abatidos.
Este é, sem dúvidas, o Mortal Kombat mais bonito de todos, sem entrar no mérito da tecnologia da época em que os games foram lançados. O tratamento visual aos detalhes é algo bem interessante e que não seria totalmente necessário para a dinâmica de um game de luta. Porém, sem dúvida, foram detalhes muito bem vindos.
A direção artística do modo história também merece reconhecimento. Os elementos e a composição das cenas foram muito bem planejados e combinam perfeitamente com a narrativa do jogo.
Novos lutadores, antigas desavenças
O cast de Mortal Kombat X é bem diferente dos jogos anteriores. Entre alguns veteranos que retornam à série, temos muitos novatos, incluindo os filhos de lutadores tradicionais, fazendo desse o jogo mais “familiar” de toda a série.
O NetherRealm Studios escolheu um grupo bem variado de lutadores e evitou, como eles mesmo disseram, “encher o jogo de ninjas coloridos”. Isso traz uma variedade interessante na jogabilidade e abre novas possibilidades, já que a maioria é bem diferente um do outro.
Em termos de jogabilidade a diferença também é visível nos lutadores. É muito difícil mudar de um personagem para outro e não precisar se acostumar totalmente com seus golpes. É um verdadeiro jogo de estratégia conhecer os movimentos e aprender como ele se sai durante as lutas.
É claro que muitos personagens fazem falta no game, principalmente em uma série que já está no mercado há mais de 20 anos e possui dezenas de lutadores entre todas as versões do game lançadas até hoje. Porém, seria inviável (e até mesmo desnecessário) incluir todos eles nesse jogo.
Ao todo, o game começa com 25 lutadores, e a promessa de mais 4 via DLC já nos próximos meses. É um número bem grande, principalmente se considerarmos que cada um possui três variações de luta, fazendo com que o cast inicial passe de 25 para 75 lutadores. Ainda acha que é pouco?
O modo história é incrivelmente recheado de surpresas e personagens exclusivos. Está com saudade de alguém? Pode ser que ele pinte no modo história de alguma forma ou de outra, mesmo que apenas como uma participação especial.
Três pelo preço de um
Uma novidade nesse jogo retoma algo que surgiu lá em Mortal Kombat 5 – Deadly Alliance, que são as três posições de luta distintas. Contudo, nesse jogo você não pode mudar de estilo no meio da luta, é preciso escolher ela na tela de seleção de personagens.
Cada uma dessas variações oferece diferenças que podem ser simples ou mais drásticas nos golpes. No geral, é possível dividir isso em três categorias cada: uma para quem gosta de fazer pressão e lutar de perto, outra para quem procura controlar a zona de combate e atacar a distância e outra mais equilibrada.
Vale lembrar que isso não é uma regra absoluta para todos os lutadores, mas a grande maioria funciona dessa maneira. Isso é ideal para que você possa adaptar o estilo de luta do personagem ao seu estilo de jogo.
Porém, isso abre portas para um problema já conhecido dos games de luta: o desequilíbrio entre os lutadores. Quanto mais golpes e variações, maior é a chance de algum problema aparecer. Até o momento, não tivemos notícias de problemas muito graves, mas o estúdio já soltou uma série de atualizações nessa primeira semana desde que o game chegou ao mercado. Vamos torcer para que essa agilidade continue, principalmente quando as competições profissionais iniciarem.
Mais competitivo que nunca
Mortal Kombat estava em declínio desde que partiu para o 3D, em Mortal Kombat 4. Quando finalmente voltou para a fórmula original com o reboot de 2011, o mundo redescobriu a franquia. Gráficos em 3D e jogabilidade em 2D parecem ter sido o segredo para o sucesso.
Mortal Kombat X chega com uma tarefa difícil: manter o que o game de 2011 acertou e melhorar nos pontos que puderam ter ficado um pouco a desejar. Um dos principais era a jogabilidade, que precisava ser mais equilibrada para permitir disputas mais justas.
A movimentação dos personagens está bem parecida com o game anterior, mas tudo parece estar mais fluido e, de certa maneira, mais leve. É um pouco mais difícil encaixar os golpes e ao mesmo tempo mais fácil escapar das armadilhas. As animações estão maiores e os movimentos estão mais detalhados, permitindo que a análise dos frames possa ser feita de forma mais meticulosa.
Para emendar uma voadora, por exemplo, você precisa saber exatamente quando vai querer acertar o golpe. Se apertar o botão cedo demais, vai errar e ficar vulnerável. Se for tarde demais, talvez dê tempo para que o inimigo prepare um contra-ataque.
Quem conhece jogos de luta sabe que analisar o tempo dos golpes é fundamental para o sucesso. Saber quando os movimentos começam e terminam é parte fundamental da estratégia.
Se na parte visual também está mais fácil perceber essas diferenças, no menu de golpes está ainda é melhor: a tabela mostra em detalhes o tempo de início, duração e recuperação de todos os movimentos de todos os lutadores.
Uma novidade nesse game é a barra de stamina, que retorna depois de ficar de fora um bom tempo. Ela surgiu em MK3 e servia para duas coisas: combos e corrida. A finalidade é parecida, mas agora ela é dividida em duas partes. Essa barra enche sozinha com o tempo, mas se você tentar emendar golpes com ela vazia, possivelmente vai falhar. Isso obriga os jogadores a ter mais estratégia na hora de partir pra cima do adversário e ajuda a evitar um pouco de pressão por parte de um dos lados.
Um dos usos característicos da barra de stamina está no recuo: dois toques para trás ajudam você a escapar do oponente mais depressa que antes. Outra utilidade é ainda mais prática: a corrida.
Imagine que acabou de acertar um combo no inimigo e ele foi jogado para o ar. Dar um salto em sua direção (dois toques para frente no direcional) faz você chegar mais perto dele, mas com um tempo de recuperação maior, fazendo com que você fique impossibilitado de atacar por alguns milissegundos. Com a corrida, isso não acontece, pois não existe tempo de recuperação. Basta jogar o inimigo para o ar, correr e continuar batendo. É difícil fazer isso? No início é. Mas não é nada que um pouco de prática não resolva.
As barras de especial estão de volta e seguem o mesmo estilo do anterior. A barra é dividida em três partes e pode ser utilizada de diversas maneiras: uma para golpes especiais, duas para breaker e três para os X-Ray moves. A novidade é que o breaker pode funcionar tanto enquanto você apanha quanto quando você defende.
Outro item inserido na jogabilidade é a interação com os cenários. É possível atirar coisas na cabeça dos inimigos, utilizar a borda da tela como trampolim para fugir ou se pendurar em cipós para enganar o adversário. São pequenas alterações que deixam as lutas mais divertidas, e podem ajudar você a escapar do canto em alguns casos.
Centenas de formas de executar uma pessoa
Desde os primeiros rumores sobre a volta dos Brutalities, muita gente se animou. Afinal de contas, esse tipo de finalização já estava de fora dos jogos há um bom tempo. Quando eles finalmente foram revelados, muita gente reclamou: os golpes estavam diferentes do original, que surgiu em MK Trilogy e UMK3 para SNES e Mega.
Naqueles jogos, funcionava assim: depois de derrotar o adversário, era preciso realizar uma serie de combinações especiais nos botões até que o lutador iniciasse uma sequência que só parava quando o inimigo explodia. O movimento era diferente, mas o resultado era o mesmo para todos.
Em Mortal Kombat X os Brutalities são um pouco diferentes, principalmente porque agora é possível executar os movimentos antes mesmo de o inimigo morrer. Para que isso funcione é preciso cumprir alguns requisitos durante a luta.
O resultado é que agora está muito melhor que antes, e por um simples fato: como é possível realizar esses golpes antes de a luta terminar, acaba ficando muito melhor para pegar o adversário de surpresa. Imagine que o seu inimigo está lá, tentando fugir, com um pedacinho da barra sobrando.
Quando ele acha que vai conseguir se safar, você emenda um Brutality e acaba com a luta na mesma hora. O efeito de humilhação no oponente é muito maior que com um simples Fatality. Afinal de contas, o oponente ainda tem chance de revidar quando você acaba com ele. É o equivalente a matar o inimigo com a faquinha no CS.
Cada um dos lutadores possui pelo menos cinco Brutalities diferentes, deixando as variações bem abrangentes e chegando perto de 130 movimentos distintos. Existem explosões, decapitações, desmembramentos, queimaduras de terceiro grau e praticamente qualquer forma imaginável de matar uma pessoa.
Uma das principais marcas de Mortal Kombat sempre foram os Fatalities, e é claro que eles não poderiam ficar de fora do novo jogo. E a nova geração fez muito bem para os golpes que agora estão mais reais do que nunca. Ainda podemos contar com o bom humor característico, como o impagável “Selfie Fatality” de Cassie Cage, ou a “remoção de tripas” de Ermac e Takeda, que são brutais ao extremo.
A nova geração permitiu que o NetherRealm Studios criasse corpos bem detalhados, biologicamente falando. Os Fatalities e os golpes Raio-X são verdadeiras aulas de anatomia em que é possível ver as camadas de ossos, músculos e órgãos sendo dilacerados de forma nunca antes vista em um jogo de videogame.
É exagerado? Não mais do que em 1992, quando o primeiro jogo da série foi lançado. A ideia da violência esteve sempre presente no jogo e com gráficos pixelizados ou em FullHD a premissa é sempre a mesma: derrote o inimigo e dilacere sua carne de forma brutal.
O único ponto que pode soar mais agressivo que nos games anteriores é que nesse temos muitas famílias lutando. Sendo assim, ver um lutador assassinar um inimigo é uma coisa, já ver Johnny Cage arrancando as tripas de sua própria filha pode ser um pouco mais brutal de o que estamos acostumados.
Outra novidade incluída nesse jogo é o Faction Kill. Esse tipo de execução não é realizada pelo lutador, e sim pela facção à qual ele faz parte. Ao todo, cada grupo possui 5 finalizações diferentes, e elas são as mesmas para todos os lutadores.
Onde estão os Stage Fatalities?
Muita gente sentiu falta dos Stage Fatalities em Mortal Kombat X, mas eles estão presentes sim, só que não como antes. Agora você não precisa mais realizar algum comando específico após a luta para finalizar o oponente.
Em vez disso, esses movimentos agora são secretos e tem tudo a ver com a interação com os cenários. Na fase da floresta, você pode atirar um tronco de árvore no peito do inimigo, por exemplo, realizando uma espécie de “Brutality secreto”.
Para que isso funcione é preciso cumprir alguns requisitos, que não estão descritos em lugar nenhum do jogo. Quase todos os cenários possuem movimentos de interação. Será que todos eles possuem esses golpes secretos?
A jogatina online está mais sólida
Um dos maiores problemas de Mortal Kombat 9 eram as partidas online. Dificilmente você conseguia finalizar um round sem várias engasgadas durante a luta. Durante a BGS 2014, conversamos com Ed Boon, o cocriador da série. Ele garantiu que a equipe aprendeu muito bem com MK9 e Injustice e que, dessa vez, teremos um jogo mais suave na rede.
Pelo que pudemos testar até o momento, ele não mentiu. As conexões online estão bem mais estáveis que antes e as lutas fluem melhor. Tanto na versão para PC quanto na versão para PS4 foi possível ver melhorias significativas em relação ao game anterior, é claro, desde que você e o oponente possuam uma conexão estável.
Apesar disso, o sistema não é a prova de falhas e diversos momentos foi quase impossível manter uma conexão estável o suficiente para completar as lutas. O lag está presente em alguns momentos, mas ainda assim é possível jogar a maioria do tempo sem muitos problemas.
Os servidores do jogo apresentaram problemas nos primeiros dias, impedindo muitos jogadores de sequer acessarem o modo online. Felizmente esse não é mais o caso — pelo menos até o fechamento desta análise.
Sem dúvidas existe espaço para melhorias, mas já é possível garantir o funcionamento das partidas online, algo que não acontecia tão bem no jogo anterior.
Guerra de Facções e modos de jogo
Mortal Kombat X conta com um modo de jogo online bem abrangente chamado Guerra de Facções. Nele, o jogador deverá escolher entre cinco grupos diferentes: Dragão Negro, Irmandade das Sombras, Lin Kuei, Forças Especiais e Lótus Branca.
Ao se cadastrar em uma das facções o jogador receberá pontos para cada atividade que realizar durante o jogo. Tudo rende pontos: lutas online, off-line, Fatalities, kombos e, principalmente, derrotar adversários de facções inimigas. Tudo isso é contabilizado para deixar a facção mais poderosa.
Toda semana haverá uma “guerra” entre as facções e aquela que tiver mais pontos, vence. A Guerra de Facções poderá unir os jogadores do mundo todo em diferentes grupos, todos com um objetivo em comum. O interessante é que o placar de pontos será geral e vai incluir todas as plataformas (não é cross-play, apenas a contagem de pontos será universal).
Outro evento semanal que acontecerá todas as semanas são as invasões. Em um dia qualquer, todas as facções precisam enfrentar uma invasão de um dos mundos mais poderosos como o Submundo, a Exoterra ou o Mundo do Caos.
A facção vencedora receberá alguns benefícios na semana seguinte, enquanto tenta defender o título de campeã e os jogadores podem subir no ranking da facção, acumulando outros benefícios especiais.
A ideia é unir os jogadores e fazer com que todos trabalhem em equipe para alcançar o mesmo objetivo, não importando o nível de habilidade.
Um detalhe importante: a facção é ligada ao jogador e não ao lutador. Isso significa que você poderá ter um Kano lutado pelas Forças especiais ou um Scorpion no Lin Kuei, por exemplo. O jogador também não precisará ficar atrelado à mesma facção para sempre, pois será possível mudar de equipe a qualquer hora.
Esse sistema adiciona um modo de competição que anda em desuso nos tempos atuais: a competição por pontos. Sua equipe venceu? Ótimo, provavelmente você fez parte da resistência.
Outro modo de jogo incluído no game são as Torres Vivas, uma evolução das Torres de Desafio encontradas no game anterior. Assim como antes, cada luta terá uma condição especial para vencer: em algumas você poderá utilizar apenas soco, desviar de bombas e minas terrestres, e por aí vai.
Os desafios mudam conforme a torre escolhida. A primeira torre é a mais fácil, e é reiniciada automaticamente depois de algumas horas funcionando. A segunda é mais difícil e fica no ar por 24 horas. Já a terceira torre é a mais difícil de todas e fica no ar por uma semana. Cada competição vencida libera algum tipo de prêmio especial. Com isso, sempre que você jogar encontrará tanto um desafio diferente com um prêmio também diferente.
Os modos de jogo são bem variados e bem mais competitivos que antes, graças ao sistema de facções e placares. Agora você tem um objetivo a mais para vencer as lutas.
O modo história é incrivelmente completo aqui nesse jogo e faz inveja aos filmes da série lançados há alguns anos. Aqui você vai ver um roteiro com muitos clichês, mas convincente, animações incríveis e surpresas o tempo todo.
Os diálogos são relativamente grandes, e as cenas são intercaladas com quick time events durante as animações. Se você errar, a animação muda, mas não é preciso recomeçar. Excelente para quem não quer perder tempo.
É um modo de jogo bem divertido e altamente recomendado para quem é fã da série.
Sistema de som excelente, dublagem complicada
Mortal Kombat X é o primeiro jogo da série a vir totalmente em português, com dublagens e tudo. O trabalho, em geral, está regular. Entre um deslize aqui e uma frase desconexa ali, fica ainda a polêmica escolha de Pitty para a dublagem de Cassie Cage. Como a cantora não é dubladora profissional, o trabalho deixou um pouco a desejar.
Sabemos que a Warner é capaz de realizar trabalhos de dublagem melhores que esse, como o que vimos em Shadow of Mordor, e é isso que acabou deixando os jogadores um pouco frustrados com o resultado do trabalho. Em determinados momentos a dublagem parece ter sido feito com preguiça e isso destoa da qualidade do jogo em si.
A dublagem de Mileena está muito bem produzida.
Mas é claro que o trabalho não ficou totalmente ruim. Algumas vozes encaixaram muito bem, como D´Vorah e Kotal Kahn, por exemplo, que trazem uma qualidade bastante próxima à da dublagem original, que por sinal está excelente.
No restante, a trilha sonora do game está arrasadora com músicas e efeitos sonoros bem adaptados em todos os momentos, especialmente na hora dos Fatalities.
Microtransações: o jogo veio incompleto?
As microtransações estão presentes na maioria dos games hoje em dia e em Mortal Kombat X isso está mais explícito que nunca. Logo na tela de início você tem um atalho para a loja e lá é possível comprar skins, liberar os itens da Kripta e comprar fichas que permitem Fatalities mais fáceis.
Além disso, o jogo já chegou com a promessa de um DLC com quatro novos lutadores que devem chegar progressivamente.
Para aumentar um pouco mais a polêmica, o modo história traz a presença de alguns lutadores extras (spoiler), como Baraka, Sindel e Rain. Muita gente achou que os lutadores foram incluídos no jogo somente para serem vendidos mais tarde.
Nesse ponto, é preciso esclarecer a confusão: os lutadores estão presentes no modo história sim, mas não estão completos e prontos para jogar. São meras versões reaproveitadas do jogo anterior, presentes ali somente para deixar o modo história mais divertido. Não há variações, especiais ou Fatalities.
Alguns dos itens que podem ser comprados na loja também podem ser conseguidos no jogo naturalmente, ou seja, você compra apenas se quiser. Diferentemente de games free to play, aqui você não poderá comprar golpes mais poderosos, apenas atalhos para os Fatalities.
Outros elementos, apenas comprando mesmo, como lutadores extras e alguns skins exclusivos.
O que podemos concluir é que Mortal Kombat X chegou bem completo e cheio de itens para serem desbloqueados. Os personagens do DLC também não fazem falta para “completar” a história ou qualquer aspecto do jogo. Ou seja, a loja está o tempo todo esfregando itens na sua cara, mas eles são meramente opcionais.
Dois acertos e um vacilo
Mortal Kombat X chegou no último dia 14 de abril em três versões diferentes: PlayStation 4, Xbox One e PC. Destas, a versão para os consoles ficou a cargo do próprio NetherRealm Studios, enquanto a versão de PC foi terceirizada pela High Voltage, que já trabalhou nas conversões de Injustice: Gods Among Us e Mortal Kombat (2011). A empresa também está trabalhando no port para PS3 e Xbox 360.
Nos consoles o game oferece basicamente a mesma qualidade visual, com pequenas diferenças no Xbox One devido à resolução de tela inferior. No PS4, MKX roda em Full HD, já no Xbox One em aproximadamente 1360x1080 pixels, segundo o Digital Foundry.
No geral, o game roda muito bem no console, com uma taxa sólida de 60 fps durante as lutas no PS4 e ligeiras quedas em momentos específicos na plataforma da Microsoft.
A maior decepção fica por conta da versão PC que parece ter sido feita com preguiça. Os problemas começaram no dia do lançamento quando um pre-load diferenciado prometia que os jogadores baixassem o conteúdo enquanto jogavam. Não funcionou. Enquanto jogadores dos consoles se divertiam na primeiras horas do dia 14, os jogadores de PC lotavam os fóruns do Steam com mensagens de ódio, ajuda e o mínimo de luz por parte da High Voltage.
Após muitas horas de frustração, o download finalmente funcionou e todos puderam instalar o jogo. Pensa que acabaram os problemas? Não acabaram. O jogo passou a apresentar travamentos e uma série de problemas técnicos absurdos, como quedas de fps brutais em cenários específicos e até mesmo problemas com a cor preta. Tudo isso não importando o quão robusto fosse o PC.
Se isso não fosse o suficiente, o game chegou com menos animações que a versão dos consoles. Quando você escolhe um lutador, eles se encaram, dão as costas e vão pra luta. No PC a tela corta esse último pedaço. Seria falta de capacidade do PC, a plataforma mais poderosa de todas? Provavelmente não.
Até o momento, cerca de uma semana após o lançamento, o estúdio já disponibilizou uma série de atualizações, incluindo um patch de 15 GB. Muitos dos problemas foram resolvidos, mas muita gente ainda sofre com os problemas técnicos.
Vale a pena?
Mortal Kombat X consegue trazer de forma equilibrada tudo o que é preciso para uma fórmula de sucesso: gráficos de boa qualidade, som muito bem produzido, cast de lutadores equilibrado e, acima de tudo, uma jogabilidade que evoluiu durante os anos e agora está mais sólida que nunca.
Jogos de luta costumam ser mais cruéis com os novatos, já que exigem um bom treinamento. Felizmente, na curva de aprendizado de Mortal Kombat X, se você não tem muita experiência, vai aprender rapidinho.
Mortal Kombat X mostra que mesmo depois de mais de vinte anos ainda há tempo para aprender com os erros e acertos do passado. Muitas das ideias do jogo não são originais, mas sua execução quase perfeita merece reconhecimento. Alguns dos destaques ficam para o modo história e para as torres vivas que agora contam pontos, aumentando a competitividade entre os jogadores.
O netcode ainda não está perfeito, mas agora está mais robusto e permite combates épicos pela internet, é claro, se você tiver uma conexão estável e der sorte de encontrar outro jogador assim.
A maior decepção fica por conta da versão para PC e seus inúmeros problemas técnicos, algo que não aconteceu nos consoles, felizmente.
O hype em torno desse jogo era grande e aumentou muito no último mês com novidades quase diárias sobre os segredos da aventura. Felizmente ele sobreviveu à enorme expectativa criada e conseguiu suprir a maioria delas, algo que nem sempre acontece — vide The Order: 1886 que prometeu muito e mostrou pouco.
Desde o final da era dos arcades, o mundo pedia por um jogo de luta mais competitivo da série e finalmente ele chegou.
Mortal Kombat X é o melhor Mortal Kombat já feito e sem dúvidas um dos melhores jogos de luta já desenvolvidos.
Fique ligado que o especial de Mortal Kombat X chega em alguns dias!
Categorias
- Jogabilidade excelente favorece a competitividade
- Gráficos e efeitos visuais desenvolvidos com capricho
- Ainda mais violento e brutal que os antecessores
- Brutality!
- Modo história divertido para passar o tempo
- Músicas e efeitos sonoros excelentes
- A dublagem poderia ser melhor
- Versão para PC problemática
Nota do Voxel