Um misto dos grandes sucessos no gênero de corrida arcade, Midnight Club 3 consagra a série no PS2
O filme inseriu no vocabulário dos fãs de carros transformados do Brasil o termo tunning, fazendo com que estes ficassem ainda mais apaixonados pela prática. Além disso, milhões de adolescentes que nunca haviam tido contato com a prática passaram a sentir uma atração repentina pelo tunning.
O filme alavancou também a reinserção no mundo dos games de jogos como Midnight Club e Midtown Madness, onde o jogador era convidado a percorrer ruas movimentadas de diversas cidades em alta velocidade, realizando os mais diversos rachas e arrasando a cidade toda, bem como os veículos que transitavam pelas ruas.
Não demorou para, em 2003, surgir Need For Speed Underground. Sétimo título da franquia Need for Speed, o jogo revolucionou a série, inserindo nela todo o contexto experimentado pelos adeptos do tunning, incluindo nisso rachas e as mais diversas corridas insanas pela cidade.
Na época, Midnight Club já estava em sua segunda edição, e foi na terceira versão do jogo que este buscou igualar-se ao concorrente da Electronic Arts: Midnight Club 3 ficou conhecido por mesclar, de maneira inteligente, os principais jogos do gênero.
A consagração de uma série
Dessa forma, o jogo conseguiu colocar, mais uma vez, a Rockstar no hall da fama dos videogames. Na época a companhia já era conhecida pelo seu excelente trabalho em toda a série Grand Theft Auto, e Midnight Club 3 veio somar forças ao império Rockstar.
O sucesso de Midnight Club 3 DUB Edition garantiu o lançamento de mais um jogo para a série: Midnight Club 3 DUB Edition REMIX apresenta, como o nome já sugere, uma versão aperfeiçoada do jogo anterior.
Nela, o jogador pode agora acessar a capital japonesa, Tokyo, além das já conhecidas Detroit e San Diego. Lançado um ano após o jogo original, Midnight Club 3 DUB Edition REMIX é um verdadeiro marco na história do PlayStation 2, entrando para o hall da fama do console.
É por isso que o Baixaki Jogos decidiu relembrar os bons tempos passados em frente ao console com Midnight Club: Rachas noturnos e diurnos, perseguições da polícia e passeios em alta velocidade na cidade considerada a capital mundial do tunning (Tokyo), foram revisitados por nossa equipe.
Uma garagem limpa e bem organizada
O título apresenta diversos carros das mais variadas companhias. Desde o clássico modelo Golf, da VolksWagen até veículos mais incomuns, como o SZR4, da Dodge e o Hammer, um gigantesco 4x4 inspirado no jipe HUMVEE, do exército norte-americano.
A garagem do jogo é realmente atraente, e suas possibilidades de modificação também são muito agradáveis para um jogo de 2006: cada uma das diversas partes do motor conta com três estágios, que podem ser adquiridos conforme o jogador ganha corridas, tornando sua conta bancária mais recheada.
É claro que, para quem está acostumado com a variedade de opções que os jogos de 2008 oferecem, o título vai parecer fraco e incompleto, mas para um game lançado em 2006, não há dúvidas que Midnight Club 3 DUB Edition REMIX possui uma variedade considerável de modificações.
Mas o que mais chama atenção na garagem do jogo não é tanto a variedade de opções, e sim a ferramenta de upgrade automático oferecida pelos desenvolvedores. Imagine que você está cheio da grana e quer gastar tudo no seu carango. Abrir parte por parte do motor seria muito trabalhoso não é mesmo?
Pensando nisso, os desenvolvedores da Rockstar San Diego, estúdio que produziu o título, criaram uma ferramenta que exibe em sua tela uma lista completa de todas as atualizações disponíveis e seleciona aquelas que o seu dinheiro pode pagar.
Não gostou de alguma escolha? Desmarque-a e confirme a sua compra: se uma corrida específica está difícil de vencer, é muito simples. Basta dar um pulinho na garagem, gastar sua grana em todas as modificações possíveis e voltar à toda para humilhar os adversários.
Gráficos de 2005...
É muito difícil realizar uma crítica construtiva para o quesito gráfico de um jogo de PlayStation 2 lançado em 2005 nos dias atuais. Nossa realidade agora é outra: serrilhados resumem-se a pequenos detalhes do jogo, e as texturas são cada vez mais realistas.
Portanto, nossos olhos já estão treinados a criticar outros aspectos dos jogos. E quando damos de encontro com um título que possui serrilhado até mesmo nos menus, isso pode ser muito frustrante.
É preciso então recordar o contexto da época no qual o jogo foi lançado: o que era um exemplo de gráficos de alta qualidade em 2005? Vale lembrar aqui que os gráficos de Midnight Club 3 DUB Edition REMIX não sofreram modificações dos da versão original do título, lançada em 2005.
Rapidamente recordamos um excelente exemplo para a época: Need For Speed Most Wanted. Então fica evidente que qualquer crítica pesada aos gráficos de Midnight Club 3 não fazem o menor sentido, já que o nosso grande exemplo gráfico da época possuía uma qualidade bastante similar.
Já a trilha sonora do jogo, bem... Aí é outra história!
A questão aqui é muito simples: quais são as limitações sonoras do PlayStation 2? Isso mesmo: não existem limitações neste quesito para qualquer videogame lançado após 1998. E é por isso que a trilha sonora de Midnight Club 3 deixa tanto a desejar.
Neste aspecto, os desenvolvedores realmente desonraram o nome da Rockstar, ao oferecer aos jogadores ritmos sempre iguais. Mas isso até pode ser compreendido, devido ao contexto do jogo, que tem uma boa ligação com o ritmo selecionado.
A questão que mais tirou pontos da trilha sonora de Midnight Club 3 são as músicas dos menus de jogo. Imagine que você vá visitar a garagem do jogo e decida montar as parte de seu carro sem usar a ferramenta de seleção automática.
Pode ser que você gaste mais de 20 minutos dentro da garagem, e isso acaba, hora ou outra, tornando-se cansativo. Agora imagine que nesses 20 minutos, tudo que você ouviu foi uma mesma música com duração de cerca de 30 segundos, repetindo-se incessantemente.
Isso basta para levar qualquer homem santo à loucura! E encontra-se em todos os menus do jogo. Outro ponto que irrita, levando em conta os menus, é o fato de que ao selecionar uma opção do menu, o jogador é obrigado a sempre ver um vídeo (muitas vezes demasiadamente longo) de uma câmera correndo pelas ruas de uma cidade noturna. É muito irritante.
Além disso, a trilha sonora é extremamente repetitiva no que diz respeito ao gênero musical escolhido. É perfeitamente compreensível que os desenvolvedores tenham escolhido trabalhar muito com rap e música eletrônica, isso faz sentido, devido ao contexto do jogo.
Entretanto, a Electronic Arts, em seu Need For Speed Underground 2, bem como todos os outros jogos da mesma série, prova que isso não é tudo no que diz respeito ao som que corredores gostam de ouvir.
Uma das músicas mais marcantes de Need For Speed Underground 2, por exemplo, é um sucesso de uma banda de rock dos anos 70 e 80: Riders on the Storm, música da banda The Doors. O resultado é um gritante alerta de que as músicas não precisam ser tão repetitivas mesmo num jogo com ritmos tão específicos.
Vale a pena recordar!
Não há a menor sombra de dúvidas de que Midnight Club 3 DUB Ediion REMIX é um sucesso. O simples fato da Rockstar ter lançado esta versão repaginada de seu próprio jogo prova isso.
Portanto, se você acaba de comprar um PlayStation 2 ou está apenas animado a recordar os bons jogos de seu console já antigo, Vale muito a pena jogar Midnight Club 3. Mas a experiência do jogo talvez seja um pouco repetitiva, e portanto é aconselhável que você alugue o jogo antes de comprá-lo, para não ter surpresas desagradáveis.
Fato é que o jogo possui suas limitações, e qualquer dono de um console de nova geração que se preze não estará disposto a render-se a elas. Talvez seja mais negócio recordar o PS2 com algum jogo do tipo God of War II e outros lançados no final da hegemonia do console.
Categorias
Nota do Voxel