A série Metroid Prime estréia no Wii e destaca-se como um dos melhores títulos do console
Em todas as plataformas em que passou a franquia Metroid, conseguiu apresentar títulos respeitáveis. Criando uma fama tamanha a ponto de tornar sua protagonista, Samus Aran, em um dos xodós da Nintendo — com direito a participação na franquia Super Smash Bros.
Esta que é a versão mais recente da série de jogos, que também marca a estréia da saga no console de ultima geração Nintendo Wii. Esse salto vem acompanhado de gráficos 3D de alta qualidade, jogabilidade diferenciada, além de várias outras novidades nunca vistas antes na séria, bem como o retorno de outras velhas favoritas.
Em muitos aspectos o jogo lembra mais um gênero de aventura do que um shooter. Isso por conta da formula que baseia-se muito na exploração do cenário e resolução de enigmas e quebra-cabeças (mesmo porque de acordo com a própria Nintendo o jogo é classificado como aventura em primeira pessoa).
Talvez seja um grande erro classificar Corruption, como um título FPS, já que a quantidade de quebra-cabeças e exploração do cenário é desproporcional a ação de tiro em primeira pessoa.
São muitos os destaques e poucos os defeitos. Metroid Prime 3, faz jus a série, e mostra que o console da Nintendo tem títulos a altura da concorrência. Seus gráficos, mesmo que limitados pelo hardware são de alta qualidade, contando também com um excelente design, mistura que faz deste um dos mais belos títulos para o Wii.
Entretanto o ponto que coloca Corruption em evidência é a sua jogabilidade. Fluida, altamente intuitiva, precisa e muito bem atrelada ao sistema de controles singular do Wii.
Doppelgänger
Os eventos de MP3: Corruption ocorrem exatamente seis meses depois do final de Metroid Prime 2: Echoes. A história começa com a chegada de Samus a um base da Federação Galáctica, onde ela encontra outros três caçadores de recompensa; Ghor, Rundas e Gandrayda.
Após um ataque dos piratas a nave capitã da esquadra da Federação, todos os caçadores são enviados ao planeta Norion, que está sem defesas e a merce dos piratas. Os esforços de Samus e dos outros caçadores impedem uma tragédia no planeta Norion, entretanto o grupo é atacado por Dark Samus (a doppelgänder de Samus), que envenena a todos com a energia phazon.
Agora Samus tem que impedir os planos de sua contra-parte maligna, enquanto lida com a infecção de phazon que está corrompendo-a, ao mesmo tempo que terá que enfrentar os outros caçadores, já corrompidos pela energia phazon.
Aponte e atire ou Como as coisas devem ser!
Durante todo o processo de criação a equipe Retro Studios, companhia responsável pelo desenvolvimento do título, mostrou extrema preocupação com a mecânica de controles e como esta seria melhor explorada dentro do jogo.
Essa preocupação revelou toda a capacidade da dupla Wii-mote e Nunchuk. Os comandos são incrivelmente intuitivos e mesmo que o usuário não se adapte todas as configurações de controle podem ser personalizadas. Com os sensores do Wii-mote basta apontar e atirar, simples assim, e o melhor de tudo é a precisão (só perde para à de um mouse), mesmo nas lutas contra os grandes “chefes” de cada mundo — onde você deve acertar tiros com precisão em determinados pontos — o controle responde de forma acima da média.
Esta mecânica incorpora-se a jogabilidade de forma sutil, como, quando Samus opera alavancas ou pressiona botões, bastando imitar a ação, normalmente constituída em puxar o Wii-mote para trás, girar para um dos lados e empurrar de volta para a frente.
No caso do gancho energético (que pode ser utilizado para puxar objetos, derrubar estruturas, e muitas outras funções) basta simular o movimento com o Nunchuk, arremessando e puxando, mais uma vez intuitivo e preciso.
E até mesmo a “morph ball” (quando Samus converte-se em uma esfera) ficou muito mais simples de se acessar e controlar. Quando nessa forma os saltos são executados com o Wii-mote, bastando executar um simples movimento para cima.
Por dentro da armadura
Desenvolvida pela raça alienígena Chozo, mesma raça que criou Samus, o exosqueleto da heroína é poderoso, adaptável e muito funcional. Em Corruption, a versão que inicia o jogo já vem equipada com um canhão de energia, saltos impulsionados (pulo duplo) e a morph ball. Além destas características você poderá ampliar as funções do traje, coletando novas armas, e equipamentos.
O capacete da armadura apresenta três funções, para acionar o menu de funções basta pressionar o botão “-” (menos) do Wii-mote. Neste modo, o visor divide-se em três seções, cada uma correspondendo a uma função diferente. Levando a mira até a parte superior você aciona o visor Scan, na parte inferior direita você aciona o visor de controle da nave e na parte inferior esquerda você acessa o visor raio-x.
No inicio do jogo você só terá o visor Scanner. Com esses acessório Samus é capaz de analisar qualquer objeto, pessoa ou criatura. Você terá motivos dobrados para analisar todo o ambiente, além de receber informações importantes, como os pontos vulneráveis de determinado inimigo, ao analisar e catalogar suas descobertas você receberá uma espécie de moeda, que por sua vez poderão ser trocadas por conteúdo extra bloqueado, como imagens, trilha sonora e uma ferramenta que tira screenshots do jogo.
Como dito, o capacete de Samus apresenta um visor dedicado ao controle remoto da sua nave. Além de redesenhada, a nave também apresenta novos recursos e desempenha um importante papel na trama e na jogabilidade de Metroid Prime 3. Utilizando o visor você poderá navegar a nave e utiliza-la para destruir grandes objetos, auxiliar em lutas contra inimigos mais poderosos e salvar seu progresso.
Corrompida pelo poder
No início da trama de Corruption, Dark Samus envenena Samus e outros três caçadores de recompensa com a energia Phazon. Entretanto os cientistas da Federação Galáctica, perceberam que Samus estava produzindo a energia phazon (por conta do ataque promovido por Dark Samus) e desenvolveram o PED — Phazon Enhancement Device (dispositivo de enriquecimento de pahzon) — que permite a Samus controlar a contaminação e utiliza-la para aumentar suas habilidade momentaneamente (hypermode).
Mas não abuse, como todo esteróide anabolizante, o uso acarreta graves consequências a saúde. Se utilizado de forma prolongada o modo hyper pode levar Samus a morte instantânea, corrompendo-a totalmente, eis o porque do subtítulo do jogo Corruption.
Mundos a serem explorados
Os puzzles estão mais presentes e inventivos do que nunca. O jogador terá que prestar muita atenção ao cenário, utilizar os visores do capacete (principalmente o Scan) com muita frequência, para analisar o ambiente e encontrar a melhor saída.
Os próprios confrontos são mini-puzzles, já que você terá que observar bem a situação, o ambiente e em alguns casos terá que utilizar seu visor Scan para analisar o inimigo e descobrir seu ponto fraco.
Um destaque são os desafios envolvendo os espaços constritos acessíveis somente no morph ball e aqueles com a spider ball, que permitem que você role por algumas paredes. Inteligentes e divertidos estes desafios farão você querer jogar Metroid Prime Pinball.
Mais uma vez o Wii decepciona os fãs e não inclui nenhuma opção multiplayer. O título dispões de opções de compartilhamento de dados online (utilizando as moedas você pode trocar conteúdo com seus amigos), entretanto nenhuma opção multiplayer. É uma pena já que o jogo que obviamente destaca-se como um dos melhores títulos do console, não aproveita de uma passo simples e orgânico a qualquer FPS (um multiplayer online).
Paisagens alienígenas
Metroid Prime 3 possui uma boa qualidade gráfica mostrando que mesmo com as limitações obvias do hardware, os jogos do Wii podem sim apresentar gráficos de qualidade.
Mas deve-se elogiar e muito o design dos cenários e personagens. A direção de arte conseguiu manter uma das marcas registradas da série, os cenários exuberantes e bem trabalhados. A qualidade dos gráficos fica evidente nos grandes ambientes abertos. O jogo conta com uma muitos polígonos e boas texturas.
Apesar de nada comprometedor essa qualidade causa algumas demoras nos “loadings” do jogo. As portas demoram um pouco para abrir pois o cenário está sendo carregado. Essa solução é interessando e evita quebras na jogabilidade, entretanto pode se tornar muito frustrante quando você está correndo de um inimigo e a sua rota de fuga é interrompida por uma porta “emperrada”.
Os efeitos sonoros, bem como a música, integram-se de forma harmoniosa ao jogo. A trilha de Kenji Yamamoto pontua a ação enquanto as dublagens destacam-se na qualidade que utiliza-se de vozes bem populares nos Estados Unidos, como a do dublador de Vegeta de Dragon Ball Z.
O melhor até agora
Metroid Prime 3: Corruption é sem sombra de dúvida um dos melhores títulos já lançados para o Nintendo Wii. Seus belos gráficos e a jogabilidade espetacular enriquecem a biblioteca de jogos do Wii.
Fãs da série irão apreciar o título pelo simples fato de trazer de volta aspectos que funcionaram no passado, ao mesmo tempo que introduz uma série de melhorias (principalmente em relação ao sistema de controles).
Para aqueles alheios a saga de Samus Aran contra os piratas espaciais e a criatura Metroid, o jogo ainda exerce grande apelo, com sua mescla bem temperada de aventura, onde você irá passar horas explorando cenários e resolvendo inúmeros quebra-cabeças, e FPS (tiro em primeira pessoa).
Alguns pequenos defeitos como a ausência total de uma opção de jogo multiplayer e outros pequenos detalhes que prejudicam a apresentação final do jogo, evitam que Metroid Prime 3: Corruption alcance seu potencial máximo.
Outro mérito de Corruption é o de mostrar que o Wii tem capacidade de trazer títulos arrojados e não apenas uma coleção de mini-games.
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