Moderno? Sim. Inovador? Não. Mas é bom ver a franquia de volta
Desde seu lançamento no PlayStation original, a franquia Medal of Honor percorreu um longo caminho. Caminho esse que foi interrompido em 2007, quando foi lançado o último game da série (antes deste que analisamos agora, obviamente). As razões foram várias, mas a grande competitividade dentro do gênero de jogos de tiro foi um fator determinante.
Essa competição possui um nome em especial: Call of Duty. Assim como Medal of Honor, a franquia da Activision havia começado sua história com games sobre a Segunda Guerra Mundial. A diferença é que soube se adaptar e evoluir muito melhor do que a concorrência — logo, era preciso que a Electronic Arts fizesse algo parecido. Assim, Medal of Honor vem aos tempos atuais.
Este game apresenta uma ambientação tão contemporânea que chegou até mesmo a ser polêmica, por retratar eventos que ainda acontecem no mundo. E aqui não existe (ou não existia até pouco antes do lançamento) dissimulação ou eufemismos: o retrato é fiel aos acontecimentos que pretende representar. Assim, o exército norte-americano é o exército norte-americano, e o Talibã é o Talibã.
Colocar o dedo em feridas recentes causa desconforto em muita gente, obviamente. Para termos uma ideia do impacto, o game não é distribuído no sistema de vendas para soldados estadunidenses dispostos em cenários de guerra — já que foi vetado pela instituição das forças armadas norte-americanas que realiza esses envios.
Com isso em mente, imaginávamos, antes de sequer jogar o título, algo bastante realista, que mostrasse alguns dos lados mais crus da guerra do Afeganistão. Mas, infelizmente, a experiência de jogo se voltou aos padrões mais clichês dos games de guerra que vimos nos últimos tempos, e se deixou levar pela segurança em vez de oferecer algo realmente novo.
Com tantas falhas a serem notadas, seria fácil dizer que Medal of Honor não vale a pena. Isso, no entanto, não é verdade. Por mais que tenha seus problemas, o título é divertido — o modo multiplayer, acima de tudo — e consegue expor uma visão um pouco diferente, já que engloba uma guerra que ainda está acontecendo.
Mais importante ainda, o título inaugura um recomeço para a franquia, e a Electronic Arts já afirmou que esse lançamento é o início de um esforço contínuo no sentido de ganhar mercado no segmento de jogos de tiro em primeira pessoa. Ou seja, podemos esperar melhorias futuras e, possivelmente, correções para os problemas encontrados nessa ressurreição de Medal of Honor.
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Nota do Voxel