Tão caótico quanto divertido
A indústria das histórias em quadrinhos já se deu conta há um bom tempo de algo que a de games aos poucos começa a perceber: o quão lucrativo é investir em títulos que reúnem personagens de diferentes universos. Chamados de crossovers, essa união entre heróis e vilões que aparentemente não possuem nenhuma relação é a grande aposta dos estúdios para agradar fãs de diferentes franquias.
Editoras como Marvel e DC já comprovaram que essa fórmula realmente é a trilha para o sucesso. Megassagas como “Guerra Civil” e “Crise das Infinitas Terras” são, ao mesmo tempo, tanto eventos-chave para a cronologia de toda a história quanto a oportunidade de ver seus mascarados favoritos trabalhando em equipe ou (o que é mais divertido) caindo na pancadaria.
Nos video games, a iniciativa não é tão comum quanto nas HQs. No entanto, isso não significa que ela não consegue o mesmo sucesso – a Capcom que o diga. A desenvolvedora é o grande nome quando o assunto é colocar personagens de diversos mundos lado a lado em jogos de luta. O que começou como Street Fighter vs. X-Men evoluiu, ganhou novos guerreiros e se transformou em Marvel vs. Capcom, uma série que dispensa qualquer apresentação.
Isso é tão verdade que o segundo jogo, lançado originalmente para Dreamcast e PlayStation 2, é até hoje cultuado por jogadores do mundo inteiro e um dos títulos mais baixados da PSN e Xbox LIVE, em que receberam versões digitais. Eis que dez anos depois, a série chega aos consoles de nova geração com a aguardada continuação – e com todos os elementos que tornaram a franquia no melhor crossover do mercado.
O destino do mundo e a evolução do Versus
Marvel vs. Capcom 3: Fate of Two Worlds é uma nova experiência para os games de luta. Por mais clichê que isso pareça, voltar a controlar Ryu e Wolverine é algo completamente diferente tanto para novatos quanto para velhos conhecidos da fórmula. Além da tão comentada reformulação na lista de personagens, há também várias novidades nos comandos que reinventam o modo de jogar e torna tudo ainda mais fácil.
Por mais que algumas inovações possam desagradar em um primeiro momento, basta se familiarizar com o sistema para perceber com a praticidade da novidade. Os combos insanos, a jogabilidade ágil e até mesmo a bagunça na tela – marcas registradas da série Versus – estão presentes e prontos para fazer com que você elabore seu time preferido e esmague os botões para ver quem realmente é o mais forte. A bagunça de sempre voltou ainda mais bonita e divertida.
Se você é fã de games de luta, saiba que Marvel vs. Capcom 3: Fate of Two Worlds faz com que a espera de dez anos tenha valido a pena. O título está repleto de ótimas novidades, as quais devem agradar veteranos e novatos. A troca nos comandos, por exemplo, vai tornar as competições futuras muito mais acirradas, afinal os combos saem com mais facilidade mesmo sem a utilização do controle arcade.
É claro que os fãs mais puristas devem reclamar de muitas dessas alterações, mas é inegável que isso fez com que o jogo ficasse muito mais acessível e divertido. Como a essência do game – a agilidade nos movimentos e as extensas sequências de golpes – continua intacta, todas essas críticas podem ser questionadas e mostram que a Capcom continua mestre em criar ótimos crossovers.
Algumas coisas poderiam melhorar? É claro, mas isso não desmerece o título. O principal ponto que poderia ser aprimorado em MvC 3 seria, sem sombra de dúvidas, a quantidade de opções de jogo. Ainda que seja ótimo distribuir pancadas e explosões nos modos arcade e multiplayer, sentimos falta de desafios maiores e de elementos que nos motivasse a continuar. Para um lançamento cuja proposta é simplesmente lutar, ficou faltando alternativas para quem cansou de enfrentar o Galactus.
Nota do Voxel