Bowser’s Inside Story continua sendo um dos melhores capítulos da série
Lançado no dia 11 de janeiro para o Nintendo 3DS, Bowser’s Inside Story + Bowser Jr’s Journey é uma espécie um tanto estranha de remake. Não que as melhorias gráficas feitas pela Nintendo não sejam bem-vindas, mas o fato de a companhia se ater de forma tão próxima à história e ao gameplay original fazem com que a proposta seja menos atraente para os donos do original — que é retrocompatível com o 3DS.
Deixando isso de lado, temos em mão uma atualização de um dos títulos mais adorados da série e que mostra o quanto o potencial do portátil da Nintendo foi deixado de lado nos últimos anos. A história começa em um momento no qual o Reino dos Cogumelos se depara com uma doença conhecida como “the Blorbs”, que faz com que seus cidadãos inchem e não consigam se mexer.
No meio de um debate que visa descobrir uma cura para o problema, Bowser invade o castelo do reino e exige saber porque não foi convocado. Em meio às discussões, o efeito de um cogumelo misterioso que ele havia comido surgem e ele acaba engolindo todos os presentes, incluindo Peach, Mario e Luigi. A partir desse ponto, você tem que se dividir em dois grupos: um que explora o interior do vilão, e outro em que o próprio Bowser tenta recuperar seu reino e impedir os planos de Fawful, verdadeiro responsável por toda a confusão.
História divertida e leve
Bowser’s Inside Story é um game que abusa do bom humor na hora de contar sua história, mostrando uma visão um tanto distinta do reino dos cogumelos. Bowser é a verdadeira estrela daqui, usando sua personalidade briguenta e teimosa para encarar desafios que vão das típicas lutas em turno (com golpes e defesas controlados em tempo real) até comer uma cenoura gigante ou enfrentar uma versão maligna de si próprio.
A história segue um caminho bastante linear, alternando momentos em que você controla o vilão (geralmente na tela de cima) e aqueles em que Mario & Luigi são as estrelas (geralmente na tela de baixo) e devem enfrentar uma ameaça dentro do corpo de Bowser. Para quebrar um pouco o ritmo das batalhas, o game também apresenta momentos de exploração e uma série de minigames, em um ritmo que, em geral, é bem espaçado.
A estrutura do remake se mantém exatamente a mesma do original, e as mudanças são mais no campo artístico (usando a engine que fez a estreia em Dream Team) do que no prático — um ou outro objeto muda de lugar, mas nada muito radical. Minha crítica ao game está relacionada ao fato de que ele perde um pouco o ritmo nos momentos finais, reciclando alguns elementos para expandir sua duração.
Isso fica especialmente evidente nos momentos derradeiros: quando você finalmente acha que derrotou o último chefe, ainda vai ter que ver Bowser se transformando novamente em um gigante e derrotar os vilões mais três ou quatro vezes antes de ver os créditos rolarem. A batalha final também se alonga um pouco demais, exigindo que você repita todo o processo caso não mate o núcleo do chefão na primeira oportunidade.
Tudo isso é compensado pela maneira inteligente como o game usa as duas telas do 3DS. Seja alternando sua atenção entre o controle de Bowser e da dupla Mario & Luigi, usando a tela de toque para realizar ataques especiais ou virando o console de lado para conseguir ver algumas cenas, o jogo usa bem as características únicas do portátil — mas deixa de lado qualquer recurso 3D, repetindo algo visto nos lançamentos mais recentes da própria Nintendo (e não há a opção de salvar em qualquer lugar incorporada no remake de Superstar Saga).
Bowser Jr’s Journey
A grande novidade do remake é a inclusão de Bowser Jr’s Journey, aventura que acontece em paralelo aos eventos do game principal. Nela, o filho de Bowser assume a missão de encontrar uma cura para os Blorbs, empregando o exército de seu pai como unidades para destruir os inimigos por seu caminho.
Enquanto a história adicional é divertida e tem personagens bem inscritos, não posso dizer que gostei muito do gameplay. Você até pode decidir quais unidades e formações usar em campo, mas nunca controla diretamente suas ações (com exceção de um ou outro quick time event), algo que se mostra pouco envolvente. No geral, esse modo se trata mais de adivinhar o que o game quer que você faça do que um desafio realmente envolvente ou que possui uma profundidade notável. É algo “divertidinho” e nada mais do que isso.
Vale a pena?
Mario & Luigi: Bowser’s Inside Story é um dos melhores jogos da série, e seu remake acompanhado de Bowser Jr’s Journey não muda essa impressão. Embora as adições feitas pela Nintendo não tenham contribuído para melhorar o trabalho original, o pacote oferece uma boa dose de diversão que deve mantê-lo ocupado por 30 a 40 horas, dependendo de sua velocidade de jogatina.
A aventura nem sempre acerta no ritmo e recicla algumas ideias em sua porção final, mas um sistema de combates envolvente e um conjunto de personagens bem escritos asseguram a vontade de continuar jogando. Seja você um fã do original que quer um motivo para reviver a aventura, ou alguém que nunca teve a oportunidade de conferi-la, vale a pena ligar novamente seu portátil para dar uma chance a ela.
- Gameplay variado e que combina bem o controle de Bowser e da dupla Mario & Luigi
- Personagens carismáticos e bem escritos que abusam do estilo de humor peculiar à série
- Usa bem as características do 3DS, como a tela de toque e o giroscópio (mas o 3DS não é usado)
- Boa dosagem de exploração de ambientes e minigames
- Perde um pouco o ritmo nos momentos finais, reaproveitando ideias para alongar a duração da história
- A jogabilidade de Bowser Jr’s Journey é simplista e não dá muito controle aos jogadores
- A batalha contra o chefe final se arrasta demais, exigindo mais paciência do que habilidade para ser vencida
Nota do Voxel