Pequenos problemas não impedem uma fórmula de ser literalmente mágica
São muitas as desenvolvedoras que resolvem apostar em ideias simples, mas cativantes. E está ficando cada vez mais comum o surgimento de video games criados a partir de poucos recursos, mas capazes de gerar uma forte repercussão no mercado. Alguns deles herdam características de jogos de grande porte, enquanto outros conseguem impressionar com propostas singulares.
Certas pessoas podem afirmar que Magicka lembra experiências de títulos como Diablo e DeathSpank. O diferencial do game distribuído pela Paradox Interactive, entretanto, se destaca das demais fórmulas presentes no gênero RPG. Simples assim: Magicka, como o nome sugere, leva o jogador a criar e aplicar diferentes magias, combinando cinco esferas de dez elementos variados.
Logo no menu você pode visualizar a simplicidade de tudo. Um livro se abre e cinco seções são apresentadas: opções (som, vídeo, controles...), Leaderboards (pontuações do jogador e de outros gamers online), Online Play (multiplayer cooperativo para até quatro magos), Challenges (mapas como Hávindr Arena e The Glade com hordas consecutivas de inimigos) e Adventure, o modo de jogo principal que comporta até quatro gamers.
O enredo possui fortes traços da mitologia nórdica, desde os nomes de locais e objetos até a forma das criaturas enfrentadas. Porém a história é acessível e compreensível para pessoas de todas as idades e culturas. Os cenários são retratados com cores vibrantes e podem atrapalhar ou auxiliar o mago controlado pelo jogador durante as batalhas. É importante reforçar que magos não sabem nadar e morrem se tentarem fazê-lo. Precipícios também são muito perigosos.
Pura magia
Um tutorial precede a aventura central da trama. Nele, você tem a possibilidade de “pegar o jeito” dos controles e dos oito elementos manipulados. Antes disso, é possível escolher uma cor para as roupas do mago, mas as armas — cajado e arma secundária (espadas, martelos e até mesmo metralhadoras) — só podem ser trocadas por outras encontradas pelo caminho. As Magicks também são aprendidas por meio de livros espalhados pelo mapa.
Voltando à base da jogabilidade, eis os elementos utilizados para a criação de Spells (magias, feitiços): Água, Fogo, Raios, Terra, Frio, Escudo, Arcano e Vida. Além disso, há dois originados de combinações: Água e Frio formam Gelo, e Fogo e Água formam Vapor.
É importante reforçar que cada um desses dez elementos possui propriedades específicas e caracterizam o estilo da Spell ou da Magick utilizada. Certos elementos se anulam por natureza, sendo que às vezes é importante ficar ligado na animação do personagem para, por exemplo, apagar o fogo das roupas com água.
Como consta acima, o gamer deve lidar com até cinco esferas desses elementos para ter sucesso nos embates. E conjurar mais de uma esfera do mesmo tipo aumenta o poder do efeito. Mas, a cada orbe criado, a velocidade do personagem diminui até que a magia seja liberada. Portanto, você deve ser ágil para não deixar o mago lento por muito tempo. Por outro lado, deixar o botão de disparo pressionado por um longo período (“carregar” o disparo) pode gerar um resultado destruidor.
As Magicks são combinações específicas que acarretam em efeitos únicos. Exemplos? Que tal gerar uma chuva de meteoros? O que você acha de induzir um inimigo a se voltar contra outros inimigos do mago? Invisibilidade temporária, óleo no chão, buraco negro por tempo limitado, aumento de velocidade... Como o título do game sugere, magia é o que não falta.
30 mil cópias vendidas digitalmente — via Steam — em menos de 24 horas após o lançamento. Desenvolvedores constantemente preocupados em atualizar o jogo com correções e melhorias. E uma proposta muito simples, mas capaz de prender a atenção dos fãs de magia por muitas horas. Foi uma recepção e tanto.
Magicka só não conseguiu fazer mais sucesso (até o momento em que esta análise foi escrita) porque ainda conta com uma quantidade enervante de problemas diversos. E os infortúnios vão desde a estrutura geral do game até bugs gráficos. Mas, conforme o indicado acima, esses empecilhos são de pequeno porte e — por pouco — não quebram a expressão da fórmula prática e envolvente criada pelos desenvolvedores da Arrowhead Game Studios.
A criatividade relativa à criação e aplicação de magias com os quatro diferentes elementos à disposição é o pilar da experiência. Tanto no modo single player quanto na pancadaria multiplayer (apenas de forma cooperativa), é difícil não se deixar levar pela diversão dos combates regados a habilidades explosivas, congelantes e, por fim, caóticas.
Nota do Voxel