O hack ‘n’ slash agora mostra a calcinha enquanto retalha zumbis! [vídeo]
O hack ‘n’ slash andava se repetindo? Entre vísceras e litros de sangue espirrados na tela, pairava certa aura enfadonha de repetição industrial? Ok, sem problemas. Basta fazer a desgastada fórmula do “bata em tudo que se mexer” passar pela cabeça pervertida e caótica (em igual proporção) do icônico Suda51... Não tem como não ocorrer algo inusitado.
Não que Lollipop Chainsaw seja assim tão distinto de tudo o que foi feito anteriormente, é claro. Na verdade, beldades inclinadas à violência gratuita já são moda há muito tempo — tendência recentemente reforçada pela curvilínea Bayonetta. Mas há algo mais aqui: certa obscenidade cômica, controlada, porque, afinal, associações como a pioneira caçadora de Mortal Kombat ainda espreitam em cada canto, certo? Nunca se sabe.
Mas, espere, há um detalhe extra aqui. Os alvos primordiais da estonteante cheerleader Juliet Starling não são “seres humanos”, em sentido estrito, mas sim zumbis devoradores de cérebro — algo que normalmente agrada à censura, estranhamente condescendente em relação a tudo q envolva sangue azul e explosões de purpurina, por assim dizer. A fim de tornar tudo muito mais interessante, as tradicionais escopetas de cano serrado foram trocadas por uma motosserra nada sutil, naturalmente — dois vivas ao bom e velho Suda!
Entretanto, em meio a um universo High School absolutamente nonsense, Lollipop Chainsaw não chega a ser realmente nada além de... Comum. Pelo menos em relação à jogabilidade. Afora uma heroína relutante em mostrar as partes íntimas — experimente passear com a câmera pelo chão para ter uma grata surpresa —, há, novamente, sequências de golpes, dúzias de inimigos potencialmente idênticos e várias fases com temática diversa.
Em suma, além do rock ‘n’ roll, do estereótipo do sex appeal colegial, há um jogo simplesmente... Normal. Mas ei! Ainda é um jogo com a assinatura de um dos mais endiabrados designers da atualidade, certo? Dessa forma, vale a pena pelo menos dar uma olhada.
Os jogos que levam a assinatura do icônico Suda51 parecem padecer da mesma benção-maldição de algumas empreitadas do igualmente criativo Tim Burton (este nos cinemas, é claro). Tecnicamente, a coisa pode simplesmente não funcionar muito bem. Também é provável que acabe com várias pontas soltas. Entretanto, não há como negar: há uma marca aqui. Uma assinatura.
Esse é exatamente o caso de Lollipop Chainsaw. Embora derrape exemplarmente em alguns quesitos — mecânica com fórmula repetitiva, equívocos gráficos etc. —, trata-se inegavelmente de um jogo com os genes absurdos/obscenos/criativos do seu criador. Afinal, qualquer um pode organizar uma caçada a zumbis... Mas não DESTE jeito. Não com ESTES diálogos e nem com ESTAS tiradas de humor nonsense.
Dessa forma, se para você o que andava faltando ao hack ‘n’ slash era uma boa dose de Goichi Suda... Então vá em frente. Mas fica o aviso: Juliet não gosta muito que espiem por baixo da sua saia — e ela tem uma motosserra na mão, certo? Enfim.
Categorias
Nota do Voxel