Entre acertos e derrapadas, Karting traz uma boa expansão para o universo de LBP
Poucos gêneros encontram-se mais saturados do que jogos de corrida de kart. Afinal, trata-se daquela quase inevitável para estender a exploração de uma marca — normalmente entrando em cena quando várias outras coisas já foram tentadas. Na verdade, mesmo correndo o risco de cometer uma heresia, é preciso dizer: mesmo o pioneiro Super Mario Kart não escapou muito dessa fórmula — embora tenha sido inegavelmente original.
Dessa forma, qualquer jogo que se proponha a apostar novamente naquele velho caminho das pedras — com carrinhos minúsculos e personagens cabeçudos — deve, necessariamente, ser capaz de acrescentar algum tempero a uma receita das mais manjadas. Bem, em termos, esse é o caso de LittleBigPlanet Karting.
Na verdade, a franquia da Media Molecule tem algo que, normalmente, é um bom ponto de partida para a abordagem: há um universo absolutamente inconfundível, todo ele centrado na figura do carismático Sackboy e seu mundo construído de retalhos de tecido, papelão e desenhos lúdicos.
Entretanto, nem tudo aqui foi executado com a maestria encontrada nos títulos principais da série (os games de plataforma). Por um lado, há uma “física” um tanto quanto aleatória — que o diga quem tiver a “oportunidade” de levar um soco de uma luva de boxe gigantesca, um dos itens aqui. Por outro, um dos maiores diferenciais da franquia, os modos de personalização, encontram-se aqui soterrados por horas e horas de um modo tutorial maçante e inevitável.
É verdade que, nas pistas, as coisas funcionam. Há os já clássicos “drifts” para ganhar velocidade — o que tem se tornado uma espécie de padrão em jogo do gênero —, e uma miríade de itens para “avacalhar” as corridas, tornado a coisa toda muito mais divertida. A questão é: LittleBigPlanet Karting realmente consegue se “sustentar” com isso? Vamos aos detalhes.
LittleBigPlanet Karting não é, nem de longe, um jogo ruim. Na verdade, a temática característica do universo criado pela Media Molecule combinou perfeitamente com a ideia de corridas de kart — que, naturalmente, evocam uma abordagem mais lúdica, pelo menos nos vídeo games.
Mas algumas escolhas infelizes acabaram por limitar um pouco o brilho aqui, transformando a proposta em “mais um jogo de kart”. Embora o rico habitat de Sackboy — com figuras de papelão, tecido e certo “feeling” de infância — realmente salte à vista, não se pode dizer que isso seja suficiente para todo tipo de jogador. Quer dizer, caso você busque simplesmente um bom jogo de karts, com certeza há opções mais interessantes.
Entretanto, como um complemento ao universo singular de LBP, Karting com certeza faz um bom trabalho. Afinal, se há algo próprio de um fã, é aquela reconhecida capacidade de fazer vista grossa a alguns deslizes de uma franquia favorita — a fim de ter mais algumas doses de uma diversão familiar.
Categorias
Nota do Voxel