O arcade mais sinistro da XBLA
Limbo é um exclusivo do Xbox LIVE Arcade que, desde o começo, queremos deixar claro que vale a pena ser conferido. O título faz jus ao cultuado Braid – outro jogo de plataforma muito inteligente – e oferece não somente puzzles desafiadores como também apresenta um espetacular design criativo.
Este jogo de plataforma não exibe de forma explícita o que pretende contar, deixando o jogador constantemente em terreno desconhecido, algo parecido com o que bons filmes de terror fazem. Contudo, diferente de alguns games de terror que colocam músicas escandalosas na presença do perigo, não existem sons com exceção do próprio ambiente – e são raras as ocasiões que efeitos musicais delicados aparecem.
Entre outras características, o mundo de Limbo é sombrio e apresenta muita hostilidade, sempre caçando o protagonista principal – e aparentemente todas as outras crianças. Seu personagem pelo menos possui olhos brancos sempre visíveis, o que ajuda a identificar sua posição nos lugares mais escuros.
Os gráficos exibem somente sombras com luzes incapazes de revelar algo além do contorno de objetos ou corpos, havendo variação entre tons de cores preto e branco, mas nenhuma outra cor. A predominância da escuridão e do silêncio é o que torna o jogo figurativamente e literalmente obscuro.
Escuridão e silêncio. Esta é a morte?
Sem ler a descrição dos desenvolvedores, o que dá para entender imediatamente sobre a história é que seu personagem acorda em um lugar obscuro, silencioso, misterioso, assustador e, acima de tudo, muito perigoso. De fato, é possível que você morra várias e várias vezes, sejam na tentativa de achar uma solução para progredir ou por falta de cautela.
As cenas de morte são fortes e podem ser desabilitadas no menu de opções que substitui a brutalidades por cortes de cenas. Entre algumas das atrocidades que devem ocorrer com certa frequência, mutilações e decapitações ocupam os primeiros lugares das ocorrências.
Outro aspecto agradável é a jogabilidade do título, pois os comandos são simples, intuitivos e confiáveis. Desde 2006 a PlayDead estava elaborando o projeto e a versão final teve cerca de 70% do conteúdo removido para não descontextualizar a ação, tudo para que o jogo não ficasse medíocre em nenhum aspecto.
Diferente de todos os outros jogos, Limbo mereceu o destaque que obteve e seus prêmios na Independent Games Festival (IGF) 2010, que ocorre na Game Developers Conference (GDC). Outra vez a indústria dos games mostrou o potencial de produções independentes – que envolve uma pequena equipe e recursos limitados.
Não custa nada dar uma conferida neste indie, já que você pode jogar a demo gratuita e depois decidir por si próprio se quer comprar o título para jogar até o fim. Apesar disso, podemos garantir que se fosse para comprar às cegas, sem experimentar o gostinho do jogo, o resultado não seria decepcionante.
A forma abrupta com que Limbo acaba pode estragar a diversão, mas é recompensada pela sensação adquirida depois de conseguir resolver todos os desafios e ter explorado um mundo tão peculiar – além das conquistas, caso se interesse por elas. Mesmo assim, é bom levar em consideração a curta duração da aventura antes de investir o seu dinheiro.
Em compensação, devemos voltar a destacar os muitos aspectos positivos deste título como a jogabilidade genial, gráficos peculiares, áudio imersivo e a excelência técnica. Em resumo, vale a pena comprar, especialmente no caso de você ser um consumidor ativo de lançamentos arcades.
Nota do Voxel