L.A. Noire Remaster é caro, tem poucas mudanças e não empolga muito
Na geração passada, L.A. Noire foi um daqueles jogos que eram extremamente aguardados: novas técnicas gráficas e a promessa de um GTA investigativo na década de 40. Porém, após o lançamento, o game foi rapidamente ofuscado e esquecido. Agora, ele chega remasterizado para o Xbox One, PlayStation 4 e Nintendo Switch. Mas será que vale a compra?
Essa análise será mais enxuta e será focada nos elementos remasterizados, não na qualidade do jogo em si (que já ganhou review há muito tempo aqui no site). Por conta disso, a crítica será no formato de Jogo Rápido, formato que inauguramos há um tempo no site e tem como objetivo cobrir jogos menores ou remasterizações que não seriam analisados no site. Portanto, vamos ao review completo.
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L.A. Noire nunca foi um jogo ruim. O game pode não ter atendido ao hype inicial em alguns aspectos e não ser um mundo aberto recheado de conteúdo, mas foi sem dúvidas uma experiência investigativa muito boa e, no mínimo, bem interessante. Mas, infelizmente, o custo-benefício dessa rematerização não é dos melhores, pois temos poucas mudanças para um título que é vendido por um preço bem próximo do valor cheio nas lojas digitais (US$ 39,99 nas lojas americanas e R$ 199,90 nas brasileiras).
Primeiro, vamos comentar sobre o conteúdo, que não há reclamações: temos o game completo e todos os DLCs, extras e quaisquer outros elementos adicionais. Em outras palavras, trata-se da versão definitiva. Basicamente, é a trama investigativa completa de Cole Phelps, com direito a interrogatórios e análise de cenas de crimes para achar o culpado, tudo de forma bem cinematográfica. Apesar de ser essencialmente o mesmo game, há algumas mudanças sutis, seja gráfica ou mecanicamente.
Na jogabilidade, as alterações são sutis: em vez de ter as opções “Verdade”, “Dúvida” e “Mentira” como escolhas nos interrogatórios, agora há “Policial bom”, “Policial mau” e “Acusar”. No geral, acaba fazendo mais sentido e ajuda a tomar decisões melhores, mas o impacto é baixo demais, nada que altere estruturalmente o jogo. Além disso, há dois modos de câmera extras: um com mais aproximação do ombro do personagem e outro com maior distância. Mais uma vez, algo legal, mas nada substancial ou marcante.
Teoricamente, as mudanças mais substanciais são os gráficos, que estão mais refinados e adaptados à nova geração. De fato, há melhorias que dão retoques para telas modernas, como aumento na vegetação, distância de renderização, melhorias em algumas texturas e até mesmo no clima, que tem mais neblina e outros efeitos. Porém, o trabalho passa longe do que vimos em Grand Theft Auto V, que ficou bem mais próximo da nova geração. O contraste entre os gráficos comuns e os rostos capturados por câmeras acabam destoando em algum momento (algo que, na época, era muito bom) e o game mostra claramente a sua idade (sequer há uma opção de rodar em 60 fps, mesmo nos consoles mais poderosos).
Tudo isso não seria necessariamente ruim, já que estamos falando de uma remasterização. O maior problema é o preço: ter algo próximo do valor integral é simplesmente desanimador para um retrabalho que nem é tão bom assim. Se você tem muito carinho pelo jogo, talvez valha a pena garanti-lo em uma promoção, mas é difícil recomendar o game no preço atual.
E no Switch?
Apesar de muito falarmos das versões de Xbox One e PlayStation 4, há o Switch correndo por fora. Há diferenças? De forma curta e grossa, sim. O conteúdo é o mesmo, mas há pequenas mudanças gráficas. O jogo é mais capado nos visuais, tem qualidade de reflexos menores, sombras um pouco piores e, principalmente, distância de renderização. No geral, o game fica entre a geração passada e a nova, mas com resolução atualizada (720p no portátil e 1080p no modo dock).
Além disso, temos suporte aos controles de movimento dos Joycons e comandos touchscreen durante o modo portátil. Apesar de ser mais simples, a versão de Switch foi a que mais me cativou por conta da portabilidade. Além disso, a tela menor acaba escondendo parte das limitações gráficas e torna a experiência mais agradável.
*Este jogo foi gentilmente cedido pela Rockstar para a realização desta análise.
Categorias
- Conteúdo completo e com todos os adicionais
- A narrativa e a jogabilidade continuam bem legais
- O tratamento gráfico é de qualidade superior a da maioria dos remasters
- Modos de controle de movimento e touchscreen do Switch são legais
- Alguns elementos envelheceram mal
- Preço bem acima da média por uma remasterização
- Poucas novidades que justificam a compra
Nota do Voxel