Knockout City é uma Queimada futurista com gostinho de infância
Knockout City é o novo game da Eletronic Arts para PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series S/X e PC. O jogo é uma reprodução futurista da Queimada, brincadeira da infância de muitos aqui no Brasil, e esporte em alguns países. A modalidade não é novidade no mundo dos games, já que desde a era 8-bits existem títulos que a reproduzem nos consoles.
Unir essa brincadeira tão popular com um multiplayer frenético e bem acessível foi a aposta da EA para tentar criar uma nova franquia de sucesso. O tiro poderia ter sido muito certo, entretanto, alguns deslizes deixaram o game divertido, mas um tanto repetitivo e sem sal. Entenda os motivos na análise completa!
Bolada neles
Caso você nunca tenha ouvido falar de Queimada, saiba que basicamente é uma brincadeira em que é preciso acertar uma bolada em algum adversário seu, ao mesmo tempo em que você precisa se proteger para não ser atingido. Embora seja simples, há muita estratégia no jogo, como tentar pegar o arremesso do adversário, correndo o risco de deixar a bola cair e você ser eliminado.
Knockout City leva às Queimadas para os consoles e PCFonte: Steam
Em cima dessa premissa, Knockout City coloca os jogadores em grandes arenas urbanas e futuristas, onde é preciso catar uma bola, especial ou não, com objetivo de eliminar seus adversários. A grande diferença entre as regras reais é que, para que um oponente seja derrotado, ele precisa levar duas boladas. Além da possibilidade de dar um esbarrão em seus adversários para remover a bola de sua posse – ou até mesmo jogá-lo para fora do mapa.
E a jogabilidade trabalha bem em fazer com que isso seja simples e eficaz. Em relação aos comandos, você conta basicamente com um pulo, um comando de empurrão, um para agarrar e, claro, outro para arremessar a bola. Também é possível arremessar seu próprio companheiro, já que também há um comando onde você pode servir como bola na tentativa de eliminar um oponente.
Knockout City traz uma jogabilidade simplesFonte: Steam
Por mais que pareçam limitados, os comandos são suficientemente bons para misturar jogadores de um nível hardcore com aqueles que ainda se confundem com o apertar de botões e teclas. Em outras palavras, é um raro jogo onde mesmo os sem intimidades com videogames podem obter sucesso nas partidas.
A experiência conta muito mais na hora de você criar estratégias com um time de conhecidos. E elas variam desde focar em um determinado alvo, proteger um local onde há muitas opções de bolas, ou se abrigar em uma plataforma limitada e ideal para empurrar seus oponentes. Essa é sem dúvida a grande cereja do bolo saboroso, mas que não conta com uma aparência das mais atrativas.
Diversão tem limites
O ponto em que quero chegar é: por mais que Knockout City seja simples e divertido, ainda faltam elementos que o tornem um game atrativo. Talvez a quantidade limitada de jogadores em uma só partida, que conta com no máximo quatro em cada grupo em certos modos, ou talvez a personalização limitada, e falta de outros elementos para deixar as partidas mais envolventes.
Knockout City diverte, mas enjoa rápidoFonte: Diego Borges / Reprodução
As primeiras dezenas de partidas foram entusiasmadas. A minha vontade era reunir os amigos de infância que jogavam “Queimada real” comigo para juntos formarmos um time. Porém, algumas horas depois, nem aquela obsessão por procurar sempre um nível mais alto de experiência me deixava animado. O simples e divertido tinha se tornado comum e monótono.
O que poderia mudar esse cenário? Talvez parcerias com alguns outros jogos, o famoso “crossover” que Fornite sabe fazer como ninguém, e que vem inspirando outros jogos similares. Viajo aqui pensando em alguma ação com FIFA 21, como skins de jogadores, times, algo que faça você se sentir empolgado para continuar tacando bolas de um lado para outro.
Apostar em um Knockout City poderia ser uma estratégia para prolongar a vida útil do jogoFonte: Diego Borges / Reprodução
Indo mais além, por que não se render a grande febre que parece nunca ter fim: o Battle Royale? Embora louco imaginar 100 jogadores arremessando bolas de um lado para outro em um gigantesco cenário, até alguns anos atrás, muitos também achavam louco um game que tinha a premissa de reviver as Queimadas nos consoles atuais. A EA precisa ousar, do contrário, será mais um game com potencial, mas que teve uma vida mais curta do que poderíamos imaginar.
Visual simples e pouco atrativo
Em um jogo como Knockout City, obviamente não podemos esperar gráficos e cenários com um nível alto de realismo. Entretanto, isso não significa abrir mão de um visual que o torne pelo menos atrativo. Por exemplo, me incomoda muito um jogo em 2021 em que personagens possuem as mesmas bases, mudando apenas as suas roupas e acessórios.
Passando para os cenários, embora toda a ambientação seja uma mistura de anos 80 com um mundo futurista, isso não cola como desculpa para termos cenários tão ausentes de detalhes. Jogando a versão para PC do game, munido de uma GeForce RTX 2080 Ti e com todas as opções visuais no máximo, pouco foi a diferença de jogar em opções mais baixas. O lado bom é que se abre espaço para gamers com PCs modestos compartilharem da jogatina, porém, é mais um elemento que implica na simplicidade do jogo.
Visual de Knockout City deixa a desejarFonte: Diego Borges / Reprodução
Os elogios acabam ficando para as opções de personalização dos personagens, em que é possível criar desde um cosplay de Elvis Presley com uma bela e brilhante jaqueta de couro, até um soldado de face pintada, com um traje de baile característico dos Tempos da Brilhantina.
Modos para todos os gostos
O grande atrativo de Knockout City fica por conta dos seus variados modos de jogo. Divididos em três tipos de partidas: Públicas, Ranqueadas e Privadas, cada uma delas conta com diferentes modalidades de batalha. Entre elas temos o tradicional Nocaute de Time, que coloca três jogadores em cada equipe, onde vence quem leva dois rounds primeiro. E o exótico Combate de Vira-Bola onde não há bolas na partida, necessitando arremessar seus aliados ou oponentes para realizar os nocautes.
Também há outros modos mais simples, como um Todos Contra Todos limitado para quatro jogadores, e o Cata-Moedas, em que cada jogador possui três moedas que são perdidas a cada nocaute, vencendo o time que juntar oito primeiro.
Knockout City traz uma grande variedade de partidasFonte: Diego Borges / Reprodução
Os modos surpreendem pela forma com que diferenciam bastante as partidas. Até mesmo a estratégia citada no começo do texto muda bastante a cada modalidade, o que evita deixar o jogo como um simples “simulador de Queimada”.
A variedade de bolas também são as grandes responsáveis por criar uma certa dinâmica nas partidas. Cada uma delas possui um poder especial, por exemplo, a Bola Lunar permite que você flutue no ar para fazer um arremesso, enquanto a Bola Bomba tem um contador que explode quem estiver de posse assim que o tempo se esgota. Elas ficam presentes em determinados pontos dos mapas e, depois de usadas, demoram um certo tempo para retornarem à partida.
Knockout City traz uma pequena quantidade de mapasFonte: Diego Borges / Reprodução
E sobre os mapas, até a presente data, Knockout City conta com apenas seis arenas. Embora algumas possuam elementos para contribuir com a dinâmica do jogo, como carros em movimento que podem te atropelar, mais coisas poderiam ser adicionada para agregarem às batalhas.
Vale a pena?
Knockout City é um game simples e divertido. Um excelente título para colocar lado a lado, de uma forma bem nivelada, jogadores hardcore e quem ainda engatinha no mundo dos videogames. Os seus modos de jogo são atrativos e conseguem fazer com que uma brincadeira limitada seja tão bem explorada, entretanto, seus cenários são mal aproveitados e com gráficos simples. Para completar, o título se torna enjoativo rapidamente por não ter um “elemento chave” que prenda o jogador em um período curto. Resta saber o que a empresa fará para que seu público não evapore até o fim de ano.
Dar boladas nos seus oponentes é divertido, mas é preciso mais que isso!
Nota Voxel: 62
Pontos positivos
- Linha de aprendizado rápida
- Variedade de Modos de Jogo
- Jogabilidade simples
Pontos negativos
- Cenários simples e mal aproveitados
- Enjoa rápido
- Falta de atrativos
Knockout City foi cedido gentilmente pela Eletronic Arts para a realização desta análise.
- Linha de aprendizado rápida
- Variedade de Modos de Jogo
- Jogabilidade simples
- Cenários simples e mal aproveitados
- Enjoa rápido
- Falta de atrativos
Nota do Voxel