Imagem de Kingdom Hearts Re:Coded
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Kingdom Hearts Re:Coded

Nota do Voxel
72

Uma boa história não precisa ser contada infinitas vezes

Déjà vu. O termo francês utilizado para descrever a sensação de já ter visto ou vivido determinada situação é a melhor forma de apresentar o novo Kingdom Hearts Re:Coded. A impressão de que tudo aquilo visto nas duas telas do portátil já não é novidade está presente a partir do momento em que você liga o aparelho.

Desde a música de abertura – alguém ainda aguenta ouvir “Simple and Clean”? – até os mundos e acontecimentos são praticamente os mesmos daquilo que já vimos nos jogos anteriores. E isso é realmente algo ruim?

Img_normalPor mais que isso pareça ser um enorme problema, é inegável que a nova aventura de Sora tem seu charme, já que essa aparente repetição tem uma razão de existir e que é muito bem explicada já nos primeiros minutos de jogo. Mais do isso, o título se mostra como essencial para quem acompanhou os demais jogos da saga e aguarda o já lendário Kingdom Hearts 3, pois ele é o elo de ligação entre o segundo e o terceiro jogo.

No entanto, também é impossível não perceber que essa repetição é cansativa, principalmente para quem já conhece a história e aguarda grandes novidades. Sendo o sexto game da série, é natural que todos os fãs esperem algo realmente inédito e que acrescente outros elementos ao universo criado por Tetsuya Nomura. Porém, Re:Coded consegue se diferenciar e empolgar como seus antecessores?

Passando a limpo seu diário de bordo

Apesar de chegar ao Nintendo DS somente agora, Re:Coded não é um jogo novo. Na verdade, o lançamento trata-se de um remake de um game disponibilizado para celulares no Japão em 2008, o que justifica a mecânica muito mais voltada para os puzzles e até mesmo a simplicidade na narrativa.

A história se inicia quando Jiminy Cricket – o Grilo Falante, de “Pinóquio” – decide organizar seus relatos das duas aventuras ao lado de Sora, Donald e Pateta. No entanto, ao verificar as anotações que correspondem aos acontecimentos do primeiro jogo, percebe que todas as páginas estão em branco e que as únicas palavras existentes não foram escritas por ele.

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O aparente pedido de socorro faz com que o pequeno inseto e o Rei Mickey peçam a Chip e Dale (conhecidos no Brasil como Tico e Teco) que inventem uma máquina capaz de resgatar os dados perdidos. A partir disso, eles descobrem que os diários foram corrompidos de alguma forma e a única maneira de consertá-los é eliminando os problemas internamente.

A solução para isso foi criar uma versão digital de Sora, o qual poderia utilizar o poder de uma Keyblade virtual para apagar todos os bugs e reescrever os códigos existentes nos mundos Disney. O problema é que o surgimento de uma figura misteriosa começa a fazer com que cenas que nunca aconteceram passem a ser exibidas, assim como o surgimento de novos pedidos de ajuda nas anotações.

Img_normalNem mesmo a promessa de ser o gancho com Kingdom Hearts 3 consegue salvar Re:Coded da mediocridade. Não que ele seja um jogo ruim, mas não consegue manter o mesmo nível dos demais games da franquia. Até mesmo 358/2 Days, criticado pela extrema repetição nas missões, consegue ser mais atraente.

A principal falha neste remake do título para celular é a falta de novidades na história. Por mais que adicione alguns elementos na trama, não é o suficiente para empolgar quem já conhece e é fã da franquia. Já jogadores que estão se aventurando pela primeira vez podem se divertir sem problemas, embora as câmeras e controles desanimem.

É impossível não comparar Re:Coded com Chain of Memories, o jogo lançado para Game Boy Advance e que fazia ponte entre os dois primeiros Kingdom Hearts. A história é basicamente a mesma: uma repetição de KH original, com apenas algumas mudanças no enredo. A diferença (e salvação) deste lançamento é a não utilização de um sistema de combate tão confuso e complicado quanto aquelas famigeradas cartas.

Por fim, a fragilidade da trama do game só deixa claro que não há mais terreno a ser preparado para a chegada de Kingdom Hearts 3. Não existe mais nenhum detalhe a ser revelado depois do que foi exibido em Birth by Sleep e a insistência em adicionar mais elementos pode fazer com que a série perca a força – o que pode ser fatal para a próxima aventura no 3DS.

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