Um retorno às origens da Keyblade e da própria série
Quando Disney e Square Enix (na época ainda Squaresoft) anunciaram um jogo que trazia a improvável união entre personagens da série Final Fantasy e de histórias infantis, muita gente olhou com desconfiança para a estranha combinação. Porém, o lançamento oficial de Kingdom Hearts, em 2002, mostrou que era possível criar um ótimo game com mundos tão diferentes.
Desde então, a franquia apenas cresceu. Além da sequência direta, também para Playstation 2, a aventura gerou histórias paralelas. É o caso de Chain of Memories e 358/2 Days, lançado para consoles portáteis e que funcionam como um elo entre um episódio e outro, além de responder a algumas questões que ficaram em aberto na série principal.
Entretanto, vários pontos continuavam obscuros, principalmente aqueles relacionados às origens daquele universo. Tanto os Ansem Reports do primeiro jogo quanto o final secreto de Kingdom Hearts II davam a entender a existência de um contexto ainda não esclarecido, o que fez com que muitos fãs ficassem sem entender o que realmente aconteceu antes de Sora receber sua Keyblade.
É exatamente para acabar com muitas dessas dúvidas que Kingdom Hearts: Birth by Sleep chega ao PSP. O game narra os acontecimentos que antecedem em dez anos o primeiro game e conta a história de Terra, Ventus e Aqua, os personagens que aparecem no misterioso vídeo.
Três caminhos, um mesmo fim
A trama deste novo episódio da franquia é totalmente focada nos três novos portadores da Keyblade. Porém, eles têm seu destino selado após a estranha visita de Xehanort e do enigmático garoto mascarado Vanitas.
Esse encontro vai motivar cada um dos protagonistas a viajar para os mais variados mundos Disney em busca de respostas enquanto enfrentam uma nova ameaça: os Unversed, criaturas nascidas dos sentimentos negativos existentes nos corações das pessoas.
O grande destaque de Birth by Sleep está exatamente na possibilidade de jogar com cada um dos novos personagens. Apesar de visitarem os mesmos locais, tudo acontece em momentos diferentes, o que faz com que a história não fique repetitiva, mas que convirja para um mesmo fim. Além disso, Terra, Ventus e Aqua possuem estilos de luta únicos, o que influencia diretamente na jogabilidade.
O que começou como um estranho encontro entre dois universos completamente diferentes cresceu e transformou-se em um universo complexo com uma história bastante peculiar. Isso fez com que várias lacunas fossem criadas a cada novo jogo.
Kingdom Hearts: Birth by Sleep não é apenas uma retomada às origens cronológicas da série, mas também na própria jogabilidade. Enquanto Chain of Memories trouxe um sistema baseado em cartas e 358/2 Days apresentou uma narrativa mais quebrada e lenta, a nova aventura é o que mais se aproxima dos títulos originais.
Talvez seja exatamente por conta disso que ele funciona como uma espécie de prólogo de toda a série e, principalmente, do aguardado Kingom Hearts III. Para os fãs da série, por mais que BBS deslize em erros já cometidos nos games anteriores, ele ainda é um dos melhores títulos da franquia e presença obrigatória em seu PSP.
Já para quem ainda desconhece os elementos desse universo, fique tranquilo: tudo é muito bem explicado e não existe praticamente nada que faça você ficar sem entender. Além disso, caso você queira somente um bom jogo de ação, as mudanças na jogabilidade e a adição de um sistema multiplayer bem mais variado fazem dele uma ótima opção de diversão para as horas em que você queria se desestressar amassando alguns botões do portátil.
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Nota do Voxel