Simplicidade é a alma da pancadaria de qualidade
Killer Instinct é um nome que até hoje gera muita alegria no coração dos jogadores mais hardcore de games luta ao mesmo tempo em que traz péssimas lembranças. Em meados de 1994, a Rare lançou o primeiro título da série nos arcades de todo o mundo, que na sequência foi transportado para o Super Nintendo, formando um belo cartel de fãs.
Um ano mais tarde e com o apoio da Nintendo, a desenvolvedora lançou o segundo número de seu jogo mais uma vez primeiramente nos arcades. Vale dizer que, mais tarde, uma versão chamada “Gold” foi lançada para o Nintendo 64. Nesse ponto, a franquia já havia consolidado duas espécies de jogadores em relação aos seus games: aqueles que eram completamente loucos de paixão por eles e aqueles que os odiavam.
Com esse sentimento de amor e ódio tão presentes, para algumas pessoas foi realmente uma surpresa se deparar com o anúncio de uma versão remasterizada de Killer Instinct, justamente para o novíssimo console da oitava geração da Microsoft. E mais: a produção é exclusiva do Xbox One e conta com uma espécie bastante diferenciada em seu lançamento.
Gratuito, mas pago
Explicando melhor, o reboot do jogo chegou ao mercado ao mesmo tempo em que a sua plataforma e ele pode ser adquirido de forma gratuita pelos gamers. Mas, nesse formato, o game traz apenas um lutador (Jago) e uma gama praticamente mínima de desafios a serem cumpridos pelos jogadores. Os demais personagens precisam ser adquiridos por meio de microtransações.
No entanto, a nova desenvolvedora (Double Helix) está disponibilizando os novos gladiadores com muita paciência, e ela já anunciou que o modo Arcade somente será lançado depois que todos os personagens estiverem prontos. Dessa maneira, para se conseguir uma melhor experiência com o título no dia de hoje, é preciso desembolsar em torno de R$ 80, no intuito de adquirir cinco lutadores, além da primeira versão do título que rodava nos arcades há mais de 20 anos.
Depois de todo esse tempo, será que a Double Helix conseguirá manter aquilo que fazia sucesso na década de 1990 e aproveitar o fabuloso potencial mecânico da oitava geração de consoles para reerguer uma das franquias mais conhecidas do mundo dos games? Vamos conferir.
Killer Instinct é um orgulhoso reboot de um jogo nascido em 1994, que conseguiu causar sentimentos de amor e ódio em seus fãs. A Double Helix parece ter estudado a fundo os pontos positivos das produções anteriores a ponto de conseguir reproduzi-las magistralmente bem em uma obra que inaugura o gênero de lutas na oitava geração de consoles.
Quando o reboot foi anunciado, muitos temeram que o game estava sendo produzido apenas como uma forma de “apelar” aos mais nostálgicos, principalmente porque a produtora original do game, a Rare, não é mais a mesma dos dois jogos anteriores. Felizmente, a Double Helix fez um trabalho excelente e não só trouxe o espírito de Killer Instinct novamente à tona, mas criou novos recursos e desenvolveu ainda mais o sistema de jogo para criar um game que consegue agradar tanto aos mais nostálgicos quanto aos novos jogadores.
Mesmo que Killer Instinct não use muito do potencial motor do Xbox One e que tecnicamente alguns detalhes poderiam ter sido trabalhados com mais carinho, a jogabilidade é o ponto que claramente mais se destaca durante a experiência com a obra. Combos, combos e mais combos podem (e devem) ser desferidos em seus inimigos, sendo que a estratégia entre as lutas é um requisito para quem quiser sair vencedor de cada confronto.
Para que ninguém fique por fora de como a mecânica de pancadaria funciona, o título oferece um tutorial em formato de treinamento, que explica passo a passo como se tornar um mestre em esmagar conscientemente os botões de seu controle novinho. Além disso, o as dificuldades existentes no modo de luta contra a CPU são ótimas, principalmente o modo “Kyle”, no qual os lutadores geram verdadeiros desafios até para os gamers mais experientes.
A repetitividade das batalhas, a pouca variedade de personagens e alguns momentos de desequilíbrio podem tornar sua experiência um pouquinho maçante, mas tudo isso tende a se resolver com a chegada de novos lutadores e com a adesão de mais pessoas nas modalidades online.
Portanto, podemos concluir que o reboot da nova geração é um título que conseguiu reestabelecer um padrão para sua quase esquecida franquia ao mesmo tempo que mostra o quão longe estamos de uma maior exigência do poder de processamento do Xbox One. Se você é fã de jogos de luta e gosta de uma ação frenética equilibrada — não tão frenética quanto Marvel x Capcom e mais ágil que Street Fighter —, então você certamente vai curtir Killer Instinct. Vale a pena!
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