Aproveite a liberdade para explodir tudo em uma ilha paradisíaca
O primeiro Just Cause não foi muito bem recebido pela maior parte dos jogadores e críticos. Uma proposta arriscada foi apresentada de forma bruta e pouco caprichada, fazendo com que pouca gente mergulhasse fundo nas missões de Rico Rodriguez no belo território conhecido como San Esperito. Um bom trabalho de arte, uma jogabilidade razoável, mas pouca diversão efetiva.
Ainda bem que o pessoal da Avalanche Studios aprendeu a lição e conseguiu refazer a estrutura básica da franquia. Exibindo vídeos e imagens arrepiantes, os desenvolvedores começaram a gerar fortes expectativas tanto em quem já havia experimentado o primeiro game quanto naqueles que apenas procuram por muita ação e flexibilidade no cenário.
Just Cause 2 é um jogo ousado. Muito ousado. Mas é tão acessível — de forma bastante semelhante ao que ocorre com os títulos da série Grand Theft Auto — que agrada uma ampla gama de jogadores. Ação em terceira pessoa com comandos fáceis e dinâmicos é algo procurado por muitos. Trata-se de uma verdadeira injeção de adrenalina... Tropical.
Rodriguez está de volta, desta vez sob o comando da agência conhecida como Agency (bizarro, não?). Tom Sheldon, amigo e mentor do personagem principal, desapareceu e é Rico quem deve desvendar o paradeiro do misterioso protagonista. Sheldon está em algum lugar na ilha de Panau, localizada na parte sudeste do continente asiático (arquipélago de Malay).
Panau é controlada por um ditador que enfrenta três facções criminosas: Roaches (combatentes "urbanos"), Reapers (seguidores da filosofia de Che Guevara) e Ular Boys (amantes da natureza; repudiam estrangeiros). Para obter informações sobre o destino de Sheldon, Rodriguez deve cumprir várias missões para as facções, causando o caos e recebendo recompensas polpudas em dinheiro.
Além de aumentar a área de influência das facções no mapa com o cumprimento dos objetivos estipulados, o jogador tem a possibilidade de desbloquear muitas de armas e veículos. Através de um dispositivo, há a chance de requisitar um determinado item e obtê-lo com o auxílio de um helicóptero controlado por um entregador do mercado negro. De meras pistolas a jatos espetaculares, diversos objetos podem ser comprados e entregues facilmente a Rico.
Esse sistema de "delivery" pode ser acionado até mesmo durante fortes tiroteios. Pois a munição é bem limitada quando o assunto é destruir grandes construções, não é mesmo? Mas sempre existe a oportunidade de adquirir armas, granadas e veículos durante uma empreitada em territórios hostis.
Felizmente, o gancho utilizado por Rico auxilia a movimentação do herói... E como. Além de fazer com que o combatente vá de um lugar para outro com extrema facilidade, é possível enganchar um objeto a outro para mover um deles. Um bom exemplo é a derrubada de estátuas com a ajuda de um veículo.
Quedas formidáveis (nas quais há a possibilidade de abrir e fechar o paraquedas sem parar) e manobras alucinantes com veículos também fazem parte da experiência. Falando em veículos, certas missões por tempo exigem que o jogador controle com sabedoria um determinado meio de transporte em um trajeto previamente especificado. Enfim, há muito o que fazer, o que é excelente.
Você conta com diferentes armas, veículos, explosivos e centenas de estruturas destrutíveis espalhadas em uma ilha maravilhosa. O que fazer? Encarnar um espírito rebelde, entrar em um helicóptero e sair destruindo tudo sem pensar em objetivos específicos ou causar uma confusão "organizada" na busca pelo desenrolar da linha principal da trama? Em suma, Just Cause 2 é isto: liberdade e flexibilidade das ações do jogador.
O game satisfaz os sedentos por explosões de várias maneiras. Uma delas assume a forma de pontos de Chaos, que possibilitam o desbloqueio de novas missões para a Agency. Outra é a diversidade das missões, manobras e itens que aparecem no jogo. Ideal para quem quer um sistema de ação descontraído, este jogo é recompensador.
Pela "grandeza" com que tudo é retratado, os defeitos são perfeitamente perdoáveis. Parafraseando o impetuoso Wolverine, aqui está uma boa frase para descrever as ações de Rico Rodriguez: ele é o melhor naquilo que faz, o que ele faz não é nada agradável. Um gancho, um paraquedas e muita diversão na hora de buscar o caos.
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Nota do Voxel