Jogo do Homem de Ferro não acompanha o sucesso do filme e decepciona os fãs.
Nos primeiros anos da conturbada década de 60, um herói surgiu como personificação de toda a agitação social da época. Um herói diferente, que mostrava toda a preocupação bélica e liberação moral de uma década marcada pelo aquecimento da Guerra Fria — a sombra do incidente na Baia dos Porcos e com o agravamento do conflito no Vietnã — e o movimento hippie.
Nas páginas da revista em quadrinhos Tales of Suspense #39 (lançada em março de 63), os icônicos membros da editora Marvel, Stan Lee, Larry Lieber, Don Heck e Jack Kirby, deram vida ao playboy, fanfarrão de intelecto brilhante.
Anthony "Tony" Edward Stark, misturava o liberalismo da geração hippie ao mesmo em que gerenciava um império financeiro baseado no desenvolvimento e produção de equipamentos bélicos. Herdeiro de uma mente brilhante e de um conglomerado empresarial, Tony Stark sofre um despertar moral após ser raptado no Vietnã e forçado a desenvolver armas para os, então inimigos dos Estados Unidos.
Para fugir do cativeiro e sobreviver aos ferimentos sofridos durante a sua estada, Tony utiliza seus recursos limitados para construir uma armadura (ao invés da arma desejada por seus captores). Munido da mais poderosa arma de guerra, Tony não apenas foge do cativeiro, mas decide mudar sua vida assumindo a alcunha de Invencível Homem de Ferro.
Ao longo da sua grande carreira de combate ao crime, o Homem de Ferro já encontrou vilões a altura de seu poder, sendo também um dos membros fundadores do grupo de super-heróis, Os Vingadores, ao lado de outros notáveis do universo Marvel como Thor, Homem-Formiga, Vespa e o Hulk.
Recentemente o herói bilionário foi agraciado com uma adaptação cinematográfica estrelada pelo galã hollywoodiano Robert Downey Jr.. Sob a batuta do diretor estadunidense Jon Favreau (mais conhecido pelos seus trabalhos independentes), o filme foi o primeiro filme a ser produzido pelos Marvel Studios.
O filme retrata de forma inteligente o herói, agradando tanto aos fãs do personagem como ao público em geral. Prova cabal do sucesso do filme são os seus impressionantes números nas bilheterias, que já arrecadou mais de 500 milhões de dólares em todo o mundo.
Tentando seguir o exemplo de títulos como The Chronicles of Ridick (superior inclusive ao filme no qual foi inspirado), o jogo do Homem de Ferro (Iron Man) chega para todas as plataformas.
Mais erros que acertos
Após a divulgação das primeiras imagens e de uma versão demonstrativa, o jogo prometia um desempenho a altura do filme. A reprodução de muitas ações típicas do membro fundador dos Vingadores, como cruzar os céus como um avião a jato ou planar feito um helicóptero se encontravam a apenas um toque da sua mão (como realmente deve ser dentro do sistema operacional projetado por Tony Stark).
Entretanto a primeira impressão não se justificou e com o lançamento oficial do jogo suas deficiências se evidenciaram. Os gráficos que antes se mostravam tão belos não suportam o teste do tempo e a jogabilidade também sucumbe ante a repetição e falta de inventividade dos desenvolvedores.
É uma pena que mais uma vez, não apenas uma adaptação cinematográfica não consiga transpor a barreira das mídias, mas o mais surpreendente a que adaptação de um super-herói não funcione nos videogames. A mistura que parece natural já rendeu alguns fracassos épicos.
É verdade que alguns já ultrapassaram esta barreira, vide alguns títulos do Homem-Aranha, X-Men e até mesmo a mega reunião de heróis de Marvel Ultimate Aliance. Mas para cada sucesso existe um Superman Returns e agora um Iron Man, que resume toda a ação e aventura dos quadrinhos e dos filmes a simples repetições executadas por marionetes virtuais.
Alguns acertos entre os erros
mesmo que o jogo realmente não consiga empolgar o jogador em nenhum momento, o título ainda tem seus méritos. Primeiro é a reprodução do sistema de vôo do traje tecnológico desenvolvido por Tony Stark.
Desde o momento em que o jogo tem inicio a sua maior dificuldade será a de dominar os comandos da armadura — acreditem isto é um elogio. Afinal de contas mesmo com toda a suspensão da descrença devemos admitir que não deva ser nada fácil controlar um equipamento de características tão inusitadas como a armadura do Homem de Ferro (basca conferir o filme e acompanhar um pouco do trabalho que o próprio Sr. Stark tem para dominar a fera).
Assim sendo, você terá que tomar as rédeas de um animal um tanto arisco, os propulsores de vôo do traje. Para voar e planar você deve dominar dois botões diferentes. Enquanto o manete analógico da direita controla a sua visão o da esquerda comanda a sua movimentação (sistema análogo ao de muitos jogos) — vale lembrar que, quando no modo de vôo os comandos são invertidos, como os de um avião.
Um ponto importante é a sensitividade dos gatilhos, ao planar você pode controlar a potência de seus propulsores através do gatilho, quanto mais firmemente você pressionar, mais potente será a propulsão, se você tiver tato suficiente conseguirá manter-se parado em pleno ar apenas controlando a potência de seus jatos.
Outro ponto interessante da jogabilidade é o modo de redirecionamento de energia do traje. Disposto nos quatro botões do direcional (superior, inferior, esquerda e direita), os comandos coordenam a utilização de energia da armadura tornando determinado sistema eficiente, por exemplo: redirecionando seu poder para o sistema de suporte de vida, você irá recuperar sua vida de forma mais veloz, já se você priorizar o sistema de armas seus tiros serão mais fortes.
Tunagem bélica
Além deste sistema de redirecionamento de energia, o jogo também traz uma espécie de personalização da armadura. Conforme o jogo avança, você irá receber upgrades para a sua armadura.
Essa “tunagem” bélica permite que você crie uma configuração ideal do traje, melhorando equipamentos específicos como propulsores, raios, proteção, etc. Entretanto este sistema que sugere níveis de jogabilidades distintas, não explora todo o potencial da idéia.
Por exemplo, determinadas fases poderiam exigir configurações específicas, mas independente da forma que você equipe o seu traje, basta destruir tudo e todos, que você irá conseguir passar sem maiores dificuldades.
Missões fúteis e repetitivas
Fugindo da trama do filme, o jogo prefere utilizar uma série de missões sem qualquer conexão aparente, para justificar os rampantes destrutivos de Tony Stark. Na maior parte do tempo você irá sobrevoar o cenário atrás do próximo alvo.
Uma pena já que o filme proporcionou uma boa trama envolvendo o personagem da Marvel, bastando apenas que os desenvolvedores a adaptassem para os videogames. Após alguns níveis introdutórios que servem como tutoriais, o jogador verá uma repetição enfadonha de fases que apesar de variadas em cenários são apenas variações do mesmo tema.
O jogo também tenta utilizar alguns dos grandes antagonistas da Marvel, a I.M.A (Idéias Mecânicas Avançadas) e a organização criminosa Maggia, o que também é acaba sendo mal aproveitado pela produção, já que as entidades malignas servem apenas como patrocinadoras oficiais da destruição sem sentido do Homem de Ferro.
Entre muitos mortos e dezenas de feridos
No final das contas o jogo do Homem de Ferro é uma enorme decepção, os gráficos que pareciam animadores são reduzidos a palhetas de cores pobres e nada inspiradas, longos períodos de carga, não justificam a baixa qualidade dos cenários (sem qualquer definição significativa), tanto no Xbox 360 como no PS3.
O desempenho pífio dos gráficos não fica muito atrás da trilha sonora. Sendo que o único destaque fica por conta do trabalho do ator Robert Downey Jr., que se sujeitou a emprestar sua voz e talento para as dublagens do jogo.
As modelagens dos personagens é tão horrível quanto à construção dos cenários. Sem detalhamento e na maior parte do tempo você irá pensar que se trata de um invasor Skrull (raça alienígena antagônica do universo Marvel).
Resumindo, o vingador de armadura encontrou no jogo da SEGA um inimigo a altura, capaz de difamar sua reputação e prejudicar futuros lançamentos do herói. Na dúvida assista ao filme, este sim uma adaptação de respeito do super-herói da Marvel.
Nas páginas da revista em quadrinhos Tales of Suspense #39 (lançada em março de 63), os icônicos membros da editora Marvel, Stan Lee, Larry Lieber, Don Heck e Jack Kirby, deram vida ao playboy, fanfarrão de intelecto brilhante.
Anthony "Tony" Edward Stark, misturava o liberalismo da geração hippie ao mesmo em que gerenciava um império financeiro baseado no desenvolvimento e produção de equipamentos bélicos. Herdeiro de uma mente brilhante e de um conglomerado empresarial, Tony Stark sofre um despertar moral após ser raptado no Vietnã e forçado a desenvolver armas para os, então inimigos dos Estados Unidos.
Para fugir do cativeiro e sobreviver aos ferimentos sofridos durante a sua estada, Tony utiliza seus recursos limitados para construir uma armadura (ao invés da arma desejada por seus captores). Munido da mais poderosa arma de guerra, Tony não apenas foge do cativeiro, mas decide mudar sua vida assumindo a alcunha de Invencível Homem de Ferro.
Ao longo da sua grande carreira de combate ao crime, o Homem de Ferro já encontrou vilões a altura de seu poder, sendo também um dos membros fundadores do grupo de super-heróis, Os Vingadores, ao lado de outros notáveis do universo Marvel como Thor, Homem-Formiga, Vespa e o Hulk.
Recentemente o herói bilionário foi agraciado com uma adaptação cinematográfica estrelada pelo galã hollywoodiano Robert Downey Jr.. Sob a batuta do diretor estadunidense Jon Favreau (mais conhecido pelos seus trabalhos independentes), o filme foi o primeiro filme a ser produzido pelos Marvel Studios.
O filme retrata de forma inteligente o herói, agradando tanto aos fãs do personagem como ao público em geral. Prova cabal do sucesso do filme são os seus impressionantes números nas bilheterias, que já arrecadou mais de 500 milhões de dólares em todo o mundo.
Tentando seguir o exemplo de títulos como The Chronicles of Ridick (superior inclusive ao filme no qual foi inspirado), o jogo do Homem de Ferro (Iron Man) chega para todas as plataformas.
Mais erros que acertos
Após a divulgação das primeiras imagens e de uma versão demonstrativa, o jogo prometia um desempenho a altura do filme. A reprodução de muitas ações típicas do membro fundador dos Vingadores, como cruzar os céus como um avião a jato ou planar feito um helicóptero se encontravam a apenas um toque da sua mão (como realmente deve ser dentro do sistema operacional projetado por Tony Stark).
Entretanto a primeira impressão não se justificou e com o lançamento oficial do jogo suas deficiências se evidenciaram. Os gráficos que antes se mostravam tão belos não suportam o teste do tempo e a jogabilidade também sucumbe ante a repetição e falta de inventividade dos desenvolvedores.
É uma pena que mais uma vez, não apenas uma adaptação cinematográfica não consiga transpor a barreira das mídias, mas o mais surpreendente a que adaptação de um super-herói não funcione nos videogames. A mistura que parece natural já rendeu alguns fracassos épicos.
É verdade que alguns já ultrapassaram esta barreira, vide alguns títulos do Homem-Aranha, X-Men e até mesmo a mega reunião de heróis de Marvel Ultimate Aliance. Mas para cada sucesso existe um Superman Returns e agora um Iron Man, que resume toda a ação e aventura dos quadrinhos e dos filmes a simples repetições executadas por marionetes virtuais.
Alguns acertos entre os erros
mesmo que o jogo realmente não consiga empolgar o jogador em nenhum momento, o título ainda tem seus méritos. Primeiro é a reprodução do sistema de vôo do traje tecnológico desenvolvido por Tony Stark.
Desde o momento em que o jogo tem inicio a sua maior dificuldade será a de dominar os comandos da armadura — acreditem isto é um elogio. Afinal de contas mesmo com toda a suspensão da descrença devemos admitir que não deva ser nada fácil controlar um equipamento de características tão inusitadas como a armadura do Homem de Ferro (basca conferir o filme e acompanhar um pouco do trabalho que o próprio Sr. Stark tem para dominar a fera).
Assim sendo, você terá que tomar as rédeas de um animal um tanto arisco, os propulsores de vôo do traje. Para voar e planar você deve dominar dois botões diferentes. Enquanto o manete analógico da direita controla a sua visão o da esquerda comanda a sua movimentação (sistema análogo ao de muitos jogos) — vale lembrar que, quando no modo de vôo os comandos são invertidos, como os de um avião.
Um ponto importante é a sensitividade dos gatilhos, ao planar você pode controlar a potência de seus propulsores através do gatilho, quanto mais firmemente você pressionar, mais potente será a propulsão, se você tiver tato suficiente conseguirá manter-se parado em pleno ar apenas controlando a potência de seus jatos.
Outro ponto interessante da jogabilidade é o modo de redirecionamento de energia do traje. Disposto nos quatro botões do direcional (superior, inferior, esquerda e direita), os comandos coordenam a utilização de energia da armadura tornando determinado sistema eficiente, por exemplo: redirecionando seu poder para o sistema de suporte de vida, você irá recuperar sua vida de forma mais veloz, já se você priorizar o sistema de armas seus tiros serão mais fortes.
Tunagem bélica
Além deste sistema de redirecionamento de energia, o jogo também traz uma espécie de personalização da armadura. Conforme o jogo avança, você irá receber upgrades para a sua armadura.
Essa “tunagem” bélica permite que você crie uma configuração ideal do traje, melhorando equipamentos específicos como propulsores, raios, proteção, etc. Entretanto este sistema que sugere níveis de jogabilidades distintas, não explora todo o potencial da idéia.
Por exemplo, determinadas fases poderiam exigir configurações específicas, mas independente da forma que você equipe o seu traje, basta destruir tudo e todos, que você irá conseguir passar sem maiores dificuldades.
Missões fúteis e repetitivas
Fugindo da trama do filme, o jogo prefere utilizar uma série de missões sem qualquer conexão aparente, para justificar os rampantes destrutivos de Tony Stark. Na maior parte do tempo você irá sobrevoar o cenário atrás do próximo alvo.
Uma pena já que o filme proporcionou uma boa trama envolvendo o personagem da Marvel, bastando apenas que os desenvolvedores a adaptassem para os videogames. Após alguns níveis introdutórios que servem como tutoriais, o jogador verá uma repetição enfadonha de fases que apesar de variadas em cenários são apenas variações do mesmo tema.
O jogo também tenta utilizar alguns dos grandes antagonistas da Marvel, a I.M.A (Idéias Mecânicas Avançadas) e a organização criminosa Maggia, o que também é acaba sendo mal aproveitado pela produção, já que as entidades malignas servem apenas como patrocinadoras oficiais da destruição sem sentido do Homem de Ferro.
Entre muitos mortos e dezenas de feridos
No final das contas o jogo do Homem de Ferro é uma enorme decepção, os gráficos que pareciam animadores são reduzidos a palhetas de cores pobres e nada inspiradas, longos períodos de carga, não justificam a baixa qualidade dos cenários (sem qualquer definição significativa), tanto no Xbox 360 como no PS3.
O desempenho pífio dos gráficos não fica muito atrás da trilha sonora. Sendo que o único destaque fica por conta do trabalho do ator Robert Downey Jr., que se sujeitou a emprestar sua voz e talento para as dublagens do jogo.
As modelagens dos personagens é tão horrível quanto à construção dos cenários. Sem detalhamento e na maior parte do tempo você irá pensar que se trata de um invasor Skrull (raça alienígena antagônica do universo Marvel).
Resumindo, o vingador de armadura encontrou no jogo da SEGA um inimigo a altura, capaz de difamar sua reputação e prejudicar futuros lançamentos do herói. Na dúvida assista ao filme, este sim uma adaptação de respeito do super-herói da Marvel.
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