Exceção entre os jogos do gênero, Ice Age 2 é um exemplo de boa adaptação de uma animação para jogo de vídeo-game.
Ice Age 2: The Meltdown utiliza com competência a franquia iniciada nas animações; com gráficos, vozes e efeitos retirados dos filmes, atende ao público infantil com um jogo simples de plataforma, mas que apresenta um nível de dificuldade e duração adequados aos pequenos fãs do filme.
Respeito com os fãs
Jogos baseados em filmes têm o péssimo hábito de apenas apresentarem os personagens originais inseridos em uma jogabilidade superficial com repetição descarada da história vista nas telas. Alguns jogos desse gênero foram tão ruins que estabeleceram um parâmetro de como não fazer um jogo baseado em filme: Mulher-Gato, Clube da Luta, O Retorno da Múmia, todos jogos horríveis que apenas se utilizam do poder da franquia para estimular as vendas.
Ice Age vai na contramão da tendência, investindo em um bom tratamento visual e representação fiel dos personagens no jogo, enquanto conta a história do filme de um ponto de vista diferente, trazendo algo de novo para os fãs.
A história paralela de Scrat, o esquilo azarado
Em Ice Age 2, todos os personagens importantes aparecem. Os principais como Manny, Sid e Diego estão presentes o tempo todo, sendo que em alguns pontos você até interage com eles (a sexta fase, por exemplo, é um tobogã de gelo onde você controla Sid). Mas o fato surpreendente em Ice Age 2 é que praticamente todo o jogo é explorado através de Scrat, o esquilo pré-histórico que vive atrás de avelãs e nozes. Isso também faz com que a história do degelo seja contada de uma maneira inusitada, através dos olhos de um esquilo que só pensa em comida. Várias cenas do filme estão presentes, com uma nova narração de Manny. Você também encontrará os personagens espalhados pelo cenário de jogo, e eles fazem comentários sobre o degelo, e como isso está mudando suas vidas.
O fato de Scrat ser o personagem principal simplifica demais o enredo, pois ele é apenas um esquilo interessado em comer e continuar vivo. A busca de Manny e seus amigos é paralela e parece muito distante do que acontece com Scrat. Não há uma história real a ser contada, e o que motiva o jogador é realmente o que o jogo oferece de ação.
Um jogo dentro de outro
Ice Age 2 é um jogo de plataforma comum, com elementos já vistos em muitos outros jogos. O objetivo básico é fazer Scrat juntar o maior número de avelãs possível, enquanto procura nichos em paredes e rochedos onde vai se introduzir, o que equivale a passar de fase. Entretanto, existe um número mínimo de nozes a serem recolhidas e, caso não seja atingido, não é possível passar pelas brechas.
Existem tantas nozes espalhadas pelo cenário que é difícil não conseguir alcançar o número requerido, sendo que a dificuldade está em lidar com os demais desafios. Os outros desafios envolvem puzzles comuns de jogos de plataforma, como atingir um certo local do cenário, abrir um caminho interrompido ou fazer com que outros personagens façam alguma coisa por você. Em uma das fases, por exemplo, você participa de um mini-game de memória, baseado nos movimentos de bichos que se banham na lama. Cumprindo o desafio, os bichosoferecem seus dorsos, pra que você atravesse o poço de lama.
Os mini-games são constantes, mas não são divertidos como era de se esperar. São altamente derivativos (jogo de memória, jogo de achar a bolinha embaixo do copo, boliche, etc.) e muitos deles são simplesmente chatos. Alguns irritam o jogador, ao interromper o resto do jogo e impedir o andamento da ação. As fases são bem construídas, sendo que as nozes espalhadas por todos os lados ajudam a indicar o caminho a ser seguido. Mesmo assim, a falta de um mini-mapa pode ser sentida, pois nem sempre é fácil localizar pra onde se deve ir depois de recolher todas as nozes.
Ainda sobre a jogabilidade, embora tudo seja simples, ao menos é bem implementado. Scrat responde bem aos comandos e pular entre plataformas nunca é frustrante. É fácil atacar os inimigos e existe uma boa variedade de golpes. O único porém é que o esquilo leva um tempo pra entrar em movimento, quando parado.
Direto da tela do cinema para a do video game
Os gráficos de Ice Age 2 são ótimos, e recriam a experiência do filme de forma satisfatória. Os modelos de Manny, Diego e Sid são muito similares aos da animação, e Scrat é uma recriação perfeita. O esquilo apresenta todas as expressões que lhe dão personalidade, com destaque para a sua expressão patética, de quem sempre está em apuros. Quando anda devagar, ele apresenta o andar cauteloso, na ponta dos pés, olhando para os lado e atento aos perigos. Mesmo correndo e pulando, ele sempre parece meio desajeitado, exatamente como deve ser.
Os cenários não são exatamente os mesmos vistos na história original, mas se baseiam neles. Tudo tem cara de Era do Gelo, e a sensação é de estar jogando dentro do filme. Em conjunto com as cenas tiradas diretamente da animação, que aparecem ocasionalmente, o pacote todo agrada aos fãs, pela fidelidade visual. As vozes dos personagens são feitas pelos atores originais, e isso contribui muito para a credibilidade no jogo. São bastante utilizadas, e dá pra ver que o jogo foi gravado como se fosse um filme à parte. Os resmungos, gemidos e murmúrios de Scrat também estão presentes, embora sejam bem menos evidentes que as vozes.
A música quase não aparece durante as fases, e quando o volume é aumentado, parecem repetitivas. Apesar disso não são irritantes, e contribuem para a ambientação dos grandes cenários abertos que serão percorridos.
Ice Age 2: The Meltdown é definitivamente um jogo recomendado em primeiro lugar para as crianças. Para elas, o maior atrativo é ver seus personagens preferidos na tela, satisfazendo-se em movimentá-los pelo cenário e realizando algumas ações simples. Os desenvolvedores entenderam a necessidade desse público, e dentro dessas premissas, apresentam um jogo satisfatório.
Para jogadores mais velhos, entretanto, é uma experiência variável. O jogo é muito fácil e a sua duração é curta, podendo ser terminado em torno de 4 a 6 horas, quando muito. Também é simples demais, mesmo para um jogo do gênero plataforma. Experimente antes de comprar.
Respeito com os fãs
Jogos baseados em filmes têm o péssimo hábito de apenas apresentarem os personagens originais inseridos em uma jogabilidade superficial com repetição descarada da história vista nas telas. Alguns jogos desse gênero foram tão ruins que estabeleceram um parâmetro de como não fazer um jogo baseado em filme: Mulher-Gato, Clube da Luta, O Retorno da Múmia, todos jogos horríveis que apenas se utilizam do poder da franquia para estimular as vendas.
Ice Age vai na contramão da tendência, investindo em um bom tratamento visual e representação fiel dos personagens no jogo, enquanto conta a história do filme de um ponto de vista diferente, trazendo algo de novo para os fãs.
A história paralela de Scrat, o esquilo azarado
Em Ice Age 2, todos os personagens importantes aparecem. Os principais como Manny, Sid e Diego estão presentes o tempo todo, sendo que em alguns pontos você até interage com eles (a sexta fase, por exemplo, é um tobogã de gelo onde você controla Sid). Mas o fato surpreendente em Ice Age 2 é que praticamente todo o jogo é explorado através de Scrat, o esquilo pré-histórico que vive atrás de avelãs e nozes. Isso também faz com que a história do degelo seja contada de uma maneira inusitada, através dos olhos de um esquilo que só pensa em comida. Várias cenas do filme estão presentes, com uma nova narração de Manny. Você também encontrará os personagens espalhados pelo cenário de jogo, e eles fazem comentários sobre o degelo, e como isso está mudando suas vidas.
O fato de Scrat ser o personagem principal simplifica demais o enredo, pois ele é apenas um esquilo interessado em comer e continuar vivo. A busca de Manny e seus amigos é paralela e parece muito distante do que acontece com Scrat. Não há uma história real a ser contada, e o que motiva o jogador é realmente o que o jogo oferece de ação.
Um jogo dentro de outro
Ice Age 2 é um jogo de plataforma comum, com elementos já vistos em muitos outros jogos. O objetivo básico é fazer Scrat juntar o maior número de avelãs possível, enquanto procura nichos em paredes e rochedos onde vai se introduzir, o que equivale a passar de fase. Entretanto, existe um número mínimo de nozes a serem recolhidas e, caso não seja atingido, não é possível passar pelas brechas.
Existem tantas nozes espalhadas pelo cenário que é difícil não conseguir alcançar o número requerido, sendo que a dificuldade está em lidar com os demais desafios. Os outros desafios envolvem puzzles comuns de jogos de plataforma, como atingir um certo local do cenário, abrir um caminho interrompido ou fazer com que outros personagens façam alguma coisa por você. Em uma das fases, por exemplo, você participa de um mini-game de memória, baseado nos movimentos de bichos que se banham na lama. Cumprindo o desafio, os bichosoferecem seus dorsos, pra que você atravesse o poço de lama.
Os mini-games são constantes, mas não são divertidos como era de se esperar. São altamente derivativos (jogo de memória, jogo de achar a bolinha embaixo do copo, boliche, etc.) e muitos deles são simplesmente chatos. Alguns irritam o jogador, ao interromper o resto do jogo e impedir o andamento da ação. As fases são bem construídas, sendo que as nozes espalhadas por todos os lados ajudam a indicar o caminho a ser seguido. Mesmo assim, a falta de um mini-mapa pode ser sentida, pois nem sempre é fácil localizar pra onde se deve ir depois de recolher todas as nozes.
Ainda sobre a jogabilidade, embora tudo seja simples, ao menos é bem implementado. Scrat responde bem aos comandos e pular entre plataformas nunca é frustrante. É fácil atacar os inimigos e existe uma boa variedade de golpes. O único porém é que o esquilo leva um tempo pra entrar em movimento, quando parado.
Direto da tela do cinema para a do video game
Os gráficos de Ice Age 2 são ótimos, e recriam a experiência do filme de forma satisfatória. Os modelos de Manny, Diego e Sid são muito similares aos da animação, e Scrat é uma recriação perfeita. O esquilo apresenta todas as expressões que lhe dão personalidade, com destaque para a sua expressão patética, de quem sempre está em apuros. Quando anda devagar, ele apresenta o andar cauteloso, na ponta dos pés, olhando para os lado e atento aos perigos. Mesmo correndo e pulando, ele sempre parece meio desajeitado, exatamente como deve ser.
Os cenários não são exatamente os mesmos vistos na história original, mas se baseiam neles. Tudo tem cara de Era do Gelo, e a sensação é de estar jogando dentro do filme. Em conjunto com as cenas tiradas diretamente da animação, que aparecem ocasionalmente, o pacote todo agrada aos fãs, pela fidelidade visual. As vozes dos personagens são feitas pelos atores originais, e isso contribui muito para a credibilidade no jogo. São bastante utilizadas, e dá pra ver que o jogo foi gravado como se fosse um filme à parte. Os resmungos, gemidos e murmúrios de Scrat também estão presentes, embora sejam bem menos evidentes que as vozes.
A música quase não aparece durante as fases, e quando o volume é aumentado, parecem repetitivas. Apesar disso não são irritantes, e contribuem para a ambientação dos grandes cenários abertos que serão percorridos.
Ice Age 2: The Meltdown é definitivamente um jogo recomendado em primeiro lugar para as crianças. Para elas, o maior atrativo é ver seus personagens preferidos na tela, satisfazendo-se em movimentá-los pelo cenário e realizando algumas ações simples. Os desenvolvedores entenderam a necessidade desse público, e dentro dessas premissas, apresentam um jogo satisfatório.
Para jogadores mais velhos, entretanto, é uma experiência variável. O jogo é muito fácil e a sua duração é curta, podendo ser terminado em torno de 4 a 6 horas, quando muito. Também é simples demais, mesmo para um jogo do gênero plataforma. Experimente antes de comprar.
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