Prenda a respiração e mergulhe de cabeça em uma grande conspiração
Se existe algo cuja representação nos games é sempre complicada, mais do que qualquer outro aspecto, poderíamos dizer que esse elemento é a água. Praticamente onipresente em quaisquer cenários que os criadores de jogos queiram representar em seus produtos, não há como dizer que houve, até hoje, algum jogo que tenha retratado adequadamente a aparência e o comportamento de grandes porções de água.
Oceanos, lagos, rios, chuva... Tudo isso é visto constantemente nos mais variados jogos. Igualmente diversificada é a forma como a água é exposta: alguns desenvolvedores preferem fazer com que ela pareça realista, mas que não esteja acessível ou interaja com os personagens, enquanto outros querem algo mais envolvente — mesmo que um pouco menos bonito.
Com o nome de Hydrophobia, este título certamente possui um grande foco nesse último ponto: a interação entre os personagens e a água. Ainda assim, não deixa de lado a tentativa de fazer a água parecer real, embora isso fique mesmo em segundo plano com relação aos efeitos físicos e ao comportamento dos fluidos.
A trama do game acompanha as aventuras de Kate Wilson, uma engenheira que reside em um navio futurista, que é, por si só, uma cidade inteira. Quando facções rivais entram em um conflito ideológico que assume proporções militares, é preciso que a protagonista aja rapidamente para evitar a morte de inúmeros inocentes.
Em estilo bastante cinematográfico, a ação de Hydrophobia se desenrola de forma bem similar a boa parte dos filmes hollywoodianos sobre navios afundando, com muitos corredores inundados, vidros sendo estraçalhados pela pressão da água e fumaça subindo do encontro da enchente com incêndios espalhados pelo barco.
Para isso, o game utiliza um motor gráfico chamado de HydroEngine, que permite a modelagem de fluidos e interage com outras engines, de forma a criar uma experiência de jogo mais precisa. O resultado é a independência do comportamento da água com relação a todo o resto dos acontecimentos em torno do personagem, criando situações mais reais.
Hydrophobia é um bom jogo, que explora muito bem as capacidades de sua engine gráfica focada na gestão dos fluidos. A água se comporta muito melhor do que em grandes blockbusters e é responsável pelos melhores momentos e pelas melhores experiências encontradas pelo usuário ao longo das partidas.
Ainda assim, falta muito para ser considerado um grande jogo ou algo que mereça elogios vastos. O fato de ser inconsistente em vários de seus aspectos também joga contra, e a divisão da aventura em episódios não nos permite julgar a qualidade total da narrativa. Em suma, é bom para os fãs do gênero que querem ver o potencial que os jogos do futuro possuem para o gerenciamento da água.
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Nota do Voxel