Imagem de Hazel Sky
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Hazel Sky

Nota do Voxel
60

Hazel Sky tenta atingir os céus, mas ainda falta ímpeto

Atualmente, o mercado de jogos indie vem oferecendo muitas escolhas interessantes, com estúdios compostos por poucas pessoas sendo capazes de oferecer boas opções de games mais curtos e com temáticas diferentes.

E entre esses títulos independentes, temos Hazel Sky, uma aventura repleta de puzzles e exploração criada pela desenvolvedora brasileira Coffee Addict Studio, que promete oferecer uma jornada sentimental e íntima para os jogadores.

Mas será que esse jogo independente nacional realmente conseguiu trazer tudo o que pretendia? Confiram nossa análise para descobrir!

Os passos de um engenheiro

Em Hazel Sky, acompanhamos a jornada de Shane, um jovem levado a uma ilha bem longe de sua cidade flutuante, Gideon, para completar três testes e provar seu valor para se tornar um respeitado engenheiro, como seu pai, e entrar para a elite que mantém sua cidade funcionando.

Fonte:  Stella/Voxel 

Durante o desenrolar da história, descobrimos mais sobre a utópica Gideon, que foi erguida no passado pelo Primeiro Engenheiro para abrigar uma sociedade perfeita, controlada pela razão e na qual todo tipo de arte é considerada não só ilegal como sim uma praga, transformando artistas em seres marginalizados e odiados pela alta sociedade.

Porém, as coisas estão tomando um rumo sombrio na cidade, com o número de engenheiros diminuindo a cada ano, e uma revolução social ganhando cada vez mais força entre as classes mais baixas que são constantemente oprimidas.

Enquanto tenta completar as tarefas para voltar ao seu lar como uma figura respeitada, o rapaz acaba entrando em contato por rádio com Erin, uma jovem que também está passando pelas provações, e são essas conversas ilícitas entre os dois que começam a alterar a visão de mundo do protagonista.

Fonte:  Stella/Voxel 

Enquanto Shane não tem problemas para seguir as tradições impostas, a futura engenheira passa a duvidar do sistema, cada vez mais inclinada a procurar sua liberdade e uma vida em outro lugar, um no qual a música, por exemplo, não seja algo proibido, mas sim celebrado.

E são essas perguntas que seguem o personagem em sua aventura, se transformando em uma verdadeira jornada de descobrimento em vez de um mero teste de habilidades.

Apresentado através de um visual super fofinho e com uma ótima trilha sonora para acompanhar, o enredo do game traz pontos realmente interessantes sobre liberdade e tradicionalismo.

Fonte:  Stella/Voxel 

Durante seus testes, o protagonista encontra os cadáveres de outros membros de sua família que decidiram tirar a própria vida em vez de continuar em um caminho que não os faria felizes, mostrando o desespero que levar uma vida sem escolhas próprias pode causar.

Além disso, livros espalhados pelos três mapas do jogo contam mais sobre os antigos engenheiros e suas trajetórias, enquanto mensagens em rádios demonstram o caminhar da revolução e o descontentamento dos habitantes de Gideon.

Fonte:  Stella/Voxel 

Porém, a compreensão da trama de Hazel Sky não é muito simples. É preciso estar disposto a explorar cada cantinho das áreas e ler muito, pois grande parte dos arquivos são bem extensos, e mesmo assim, algumas informações podem parecer confusas e até mesmo desconexas, principalmente quando aspectos sobrenaturais são envolvidos.

No fim da jogatina, ainda fica aquele gostinho de que algo está faltando, como se algum detalhe tivesse ficado para trás, o que é uma pena, pois a premissa realmente é muito interessante e merecia mais espaço para ser desenvolvida.

Uma busca constante por soluções

Hazel Sky não apresenta nenhum tipo de combate, sendo focado em resolver puzzles para encontrar formas de consertar três máquinas voadoras e finalmente voltar à Gideon.

Fonte:  Stella/Voxel 

A parte divertida é que isso envolve desde achar materiais para remendar partes de tecido e metal, procurar carvão e até mesmo convencer bisões sonolentos a saírem do meio dos trilhos de um trem.

No geral, as tarefas são bem tranquilas e não é preciso “quebrar a cabeça” para resolver grande parte dos problemas apresentados. Porém, os controles podem acabar tirando parte da diversão em alguns momentos, sendo um tanto estranhos ou travados em determinadas situações, como pular ou escalar cordas.

Fonte:  Stella/Voxel 

O lado bom é que falhar em alguma parte devido às dificuldades nos comandos não é uma grande dor de cabeça, pois ao morrer, Shane volta automaticamente para o último local que estava, então não é preciso avançar por várias partes de novo para conseguir continuar o jogo.

As falhas da utopia

Infelizmente, a utopia de Hazel Sky tem vários pontos que precisam ser melhorados. Além das dificuldades mencionadas acima com a apresentação da história, textos muito longos e os controles, o game conta com bugs em diversas partes, como ângulos estranhos na câmera quando o protagonista está dentro da água.

Fonte:  Stella/Voxel 

A dublagem não é das melhores, com Shane parecendo desprovido de emoções em certas cenas, especialmente em uma na qual descobre um detalhe muito importante sobre sua própria história.

E sua duração bem curta, com cerca de duas horas e meia, pode ser uma desvantagem para alguns jogadores, principalmente porque não existem muitos motivos para jogá-lo mais do que uma vez.

Vale a pena?

Fonte:  Stella/Voxel 

Mesmo com os problemas, vale ressaltar que Hazel Sky foi desenvolvido por um estúdio independente com apenas seis pessoas, um feito que realmente não é nada fácil.

Então, se você está procurando uma aventura mais relaxante e rápida, com diversos puzzles divertidos para completar, talvez seja uma boa conferir este título indie, e apoiar nossa indústria nacional de jogos.

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Pontos Positivos
  • Premissa interessante
  • Visual fofinho
  • Boa trilha sonora
  • Puzzles divertidos
Pontos Negativos
  • Controles travados
  • Textos muito longos
  • Bugs de câmera
  • Dublagem fraca