O que começou como um projeto complementar quase vira Halo 4.
Ralo. Reilo. Rêlo. Alo. Eilo. Não importa como você a pronuncie, a franquia Halo é sempre sinônimo de excelência em FPS para consoles. A série, exclusiva do Xbox, já chegou perto de virar um filme e até mesmo títulos de outros gêneros, como Halo Wars — um RTS. Isto não é atingido se não houver mérito genuíno dos games.
Com isto em mente, pode-se dizer que Halo 3: ODST possuía uma expectativa razoavelmente grande desde seu anúncio. Deveria não só manter a qualidade dos games anteriores e se manter fiel ao estilo da franquia, como também expandir as possibilidades existentes e inserir novas formas de experiência para não ser mais do mesmo. Conseguiu? Temos certeza de que sim.
A não ser que você já seja um veterano extremamente competitivo da série Halo, o primeiro DVD que irá inserir é o do modo single player (o game vem dividido em dois discos, um dos quais é exclusivo para o multiplayer). Aí será notada a primeira diferença crucial: a temática, que é muito mais sombria. O que entrega isto? A cena de abertura e, principalmente, a música — nada de cantos gregorianos desta vez.
Além disso, o jogador não controla o famoso protagonista dos games anteriores, Master Chief, entrando no papel de alguém cujo nome não é nem mesmo revelado — seus companheiros o chamam apenas de “novato”. Isto resultou em algumas mudanças, notadamente no sistema de vida e regeneração.
No mais, a jogabilidade tradicional retorna, assim como os inimigos já familiares do Covenant — e somente eles. Sendo assim, fãs da série irão certamente adorar as pequenas novidades de ODST e sua campanha muito bem trabalhada, além dos aprimoramentos do multiplayer, incluindo um modo totalmente novo.
Trama envolvente
Os eventos da trama se dão antes da história contada em Halo 3. Assumindo o papel do “Rookie”, o jogador embarca em uma missão que dá errado, sendo que a cápsula de desembarque de seu personagem cai em algum lugar da cidade em que ocorre um conflito entre as forças humanas e os Covenant.
A partir daí, o resto é contado de forma bastante interessante: controlando o novato, o jogador deve andar pela cidade derrotando inimigos com o objetivo de encontrar seus companheiros. No entanto, ele não os encontra propriamente ditos, mas sim objetos que revelam o que aconteceu a eles após a queda de suas respectivas cápsulas. Desta forma, o mundo de Rookie parece inicialmente com um lobby, sendo que em cada missão você assume o papel de um personagem diferente.
Isto faz da campanha uma parte excelente do título, já que a temática inédita na franquia traz um novo sabor mesmo àqueles já calejados das inúmeras partidas de Halo online.
Ambientação renovada
Desta vez, nada de cenários claros e definidos. Considerando que você está em uma cidade em guerra — a qual os humanos estão perdendo — tudo é muito escuro e sombrio. A sensação de desolação é permanente quando você está controlando o novato, a solidão quebrada apenas por barulhos provenientes das armas e veículos inimigos.
Muitas vezes, o cenário é tão escuro que é impossível enxergar qualquer coisa sem o auxílio do novo modo de visualização que pode ser ativado ou desativado a qualquer momento. Ele coloca contornos em volta das unidades para que seja mais fácil distingui-las: verde para aliados, vermelho para adversários.
Trilha sonora impecável
Mesmo partindo do conceito tradicional de corais aplicado nos outros games da franquia, a trilha sonora de ODST consegue se encaixar perfeitamente nos moldes da ambientação e da jogabilidade. Os estilos variam enormemente, mas surgem e desaparecem nos momentos mais precisos, atiçando o jogador ou fazendo com que ele se sinta desconfortável com perfeição.
Até mesmo quando ausente a trilha sonora deveria ser glorificada. Nos momentos de silêncio, a impressão que se tem é de que ele é parte da trilha sonora, como uma pausa em uma partitura, e não que está faltando algum som. Isto é especialmente notável na hora das cutscenes, em que o novato acha os objetos pertencentes a seus companheiros.
Os sons de respiração ofegante — quando o personagem leva tiros — de tiros de armas, de naves decolando ou warthogs acelerando também são todos muito precisos e imersivos. Por vezes você sente que está em um verdadeiro campo de batalha e em outros momentos parece que o único barulho ouvido é o do vento e do refrigerador do X360. Perfeito.
“Cutscenes” ou “teasers”?
Difícil dizer. As diversas cenas que aparecem durante o game não contam o jogo sem que você o jogue, embora por vezes sirvam para avançar a história. Ao invés disso, elas expõe flashes dos diálogos e cenas das missões que serão empreendidas, provocando o jogador e dando uma ideia do que vem adiante. Muito boa forma de contar a história.
O multiplayer, já carimbado, foi melhorado
Um dos poucos casos em que mais do mesmo foi melhor, o multiplayer consagrado de Halo 3 retorna com alguns novos mapas e modos, mas com a mesma empolgação já vista anteriormente. O novo modo Tiroteio dá ainda mais longevidade ao jogo e ajuda a refrescar a experiência de forma emocionante, enquanto os modos já conhecidos retornam em grande estilo.
Traduções
O game é inteiro dublado e traduzido para o português, o que é uma coisa boa. Porém, as vozes utilizadas são infelizmente aquelas mesmas que todo mundo já ouviu em filmes da Sessão da Tarde, do estilo Loucademia de Polícia e Beethoven 5. Assim fica difícil levar a sério as falas mais dramáticas dos personagens...
Alguns elementos da interface
A interface como um todo é bastante apropriada, mas alguns elementos são bem incômodos. Um exemplo é o barulho constante que ocorre quando o jogador está com poucos pontos de vida, ao estilo daqueles aparelhos de hospital que ficam apitando incessantemente: pi, pi, pi, pi, pi... Se já é chato ler apenas cinco “pis”, imagine ouvir uns quinhentos.
Outro é o sistema de mira, que após três games poderia ter sido aprimorado para amenizar a imprecisão dos consoles em jogos FPS. Muitas vezes a mira inteira está no alvo imóvel, se torna vermelha e o tiro ainda erra. A interface deve ajudar, não enganar o usuário.
Loading...
Os tempos de espera são enormes na hora dos carregamentos. O problema não é tão grande no single player, mas existem partidas online que duram, literalmente, menos do que o tempo passado no lobby enquanto o jogo carrega os mapas e outros elementos. Isto é bastante frustrante e resulta em diversos momentos de raiva.
Vale, sem dúvida. Especialmente para os fãs da franquia, mas também para novatos — piada subliminar com relação ao protagonista totalmente intencional — Halo 3: ODST é um prato cheio. O seu single player é extremamente sólido e envolvente enquanto o multiplayer pode render horas de diversão para aqueles que não se incomodam em jogar FPS no console.
A grande variedade de modos multiplayer — e mesmo na campanha, que pode ser jogada cooperativamente — garante boa longevidade ao título, que certamente é um daqueles que donos de Xbox 360 não se arrependerão de possuir em sua prateleira. É um daqueles raros games dos quais mesmo os que odeiam jogar FPS em consoles tirarão horas de diversão.
Com isto em mente, pode-se dizer que Halo 3: ODST possuía uma expectativa razoavelmente grande desde seu anúncio. Deveria não só manter a qualidade dos games anteriores e se manter fiel ao estilo da franquia, como também expandir as possibilidades existentes e inserir novas formas de experiência para não ser mais do mesmo. Conseguiu? Temos certeza de que sim.
A não ser que você já seja um veterano extremamente competitivo da série Halo, o primeiro DVD que irá inserir é o do modo single player (o game vem dividido em dois discos, um dos quais é exclusivo para o multiplayer). Aí será notada a primeira diferença crucial: a temática, que é muito mais sombria. O que entrega isto? A cena de abertura e, principalmente, a música — nada de cantos gregorianos desta vez.
Além disso, o jogador não controla o famoso protagonista dos games anteriores, Master Chief, entrando no papel de alguém cujo nome não é nem mesmo revelado — seus companheiros o chamam apenas de “novato”. Isto resultou em algumas mudanças, notadamente no sistema de vida e regeneração.
No mais, a jogabilidade tradicional retorna, assim como os inimigos já familiares do Covenant — e somente eles. Sendo assim, fãs da série irão certamente adorar as pequenas novidades de ODST e sua campanha muito bem trabalhada, além dos aprimoramentos do multiplayer, incluindo um modo totalmente novo.
Aprovado
Do que nós gostamos
Do que nós gostamos
Trama envolvente
Os eventos da trama se dão antes da história contada em Halo 3. Assumindo o papel do “Rookie”, o jogador embarca em uma missão que dá errado, sendo que a cápsula de desembarque de seu personagem cai em algum lugar da cidade em que ocorre um conflito entre as forças humanas e os Covenant.
A partir daí, o resto é contado de forma bastante interessante: controlando o novato, o jogador deve andar pela cidade derrotando inimigos com o objetivo de encontrar seus companheiros. No entanto, ele não os encontra propriamente ditos, mas sim objetos que revelam o que aconteceu a eles após a queda de suas respectivas cápsulas. Desta forma, o mundo de Rookie parece inicialmente com um lobby, sendo que em cada missão você assume o papel de um personagem diferente.
Isto faz da campanha uma parte excelente do título, já que a temática inédita na franquia traz um novo sabor mesmo àqueles já calejados das inúmeras partidas de Halo online.
Ambientação renovada
Desta vez, nada de cenários claros e definidos. Considerando que você está em uma cidade em guerra — a qual os humanos estão perdendo — tudo é muito escuro e sombrio. A sensação de desolação é permanente quando você está controlando o novato, a solidão quebrada apenas por barulhos provenientes das armas e veículos inimigos.
Muitas vezes, o cenário é tão escuro que é impossível enxergar qualquer coisa sem o auxílio do novo modo de visualização que pode ser ativado ou desativado a qualquer momento. Ele coloca contornos em volta das unidades para que seja mais fácil distingui-las: verde para aliados, vermelho para adversários.
Trilha sonora impecável
Mesmo partindo do conceito tradicional de corais aplicado nos outros games da franquia, a trilha sonora de ODST consegue se encaixar perfeitamente nos moldes da ambientação e da jogabilidade. Os estilos variam enormemente, mas surgem e desaparecem nos momentos mais precisos, atiçando o jogador ou fazendo com que ele se sinta desconfortável com perfeição.
Até mesmo quando ausente a trilha sonora deveria ser glorificada. Nos momentos de silêncio, a impressão que se tem é de que ele é parte da trilha sonora, como uma pausa em uma partitura, e não que está faltando algum som. Isto é especialmente notável na hora das cutscenes, em que o novato acha os objetos pertencentes a seus companheiros.
Os sons de respiração ofegante — quando o personagem leva tiros — de tiros de armas, de naves decolando ou warthogs acelerando também são todos muito precisos e imersivos. Por vezes você sente que está em um verdadeiro campo de batalha e em outros momentos parece que o único barulho ouvido é o do vento e do refrigerador do X360. Perfeito.
“Cutscenes” ou “teasers”?
Difícil dizer. As diversas cenas que aparecem durante o game não contam o jogo sem que você o jogue, embora por vezes sirvam para avançar a história. Ao invés disso, elas expõe flashes dos diálogos e cenas das missões que serão empreendidas, provocando o jogador e dando uma ideia do que vem adiante. Muito boa forma de contar a história.
O multiplayer, já carimbado, foi melhorado
Um dos poucos casos em que mais do mesmo foi melhor, o multiplayer consagrado de Halo 3 retorna com alguns novos mapas e modos, mas com a mesma empolgação já vista anteriormente. O novo modo Tiroteio dá ainda mais longevidade ao jogo e ajuda a refrescar a experiência de forma emocionante, enquanto os modos já conhecidos retornam em grande estilo.
Reprovado
O que espantou o BJ... No mau sentido
O que espantou o BJ... No mau sentido
Traduções
O game é inteiro dublado e traduzido para o português, o que é uma coisa boa. Porém, as vozes utilizadas são infelizmente aquelas mesmas que todo mundo já ouviu em filmes da Sessão da Tarde, do estilo Loucademia de Polícia e Beethoven 5. Assim fica difícil levar a sério as falas mais dramáticas dos personagens...
Alguns elementos da interface
A interface como um todo é bastante apropriada, mas alguns elementos são bem incômodos. Um exemplo é o barulho constante que ocorre quando o jogador está com poucos pontos de vida, ao estilo daqueles aparelhos de hospital que ficam apitando incessantemente: pi, pi, pi, pi, pi... Se já é chato ler apenas cinco “pis”, imagine ouvir uns quinhentos.
Outro é o sistema de mira, que após três games poderia ter sido aprimorado para amenizar a imprecisão dos consoles em jogos FPS. Muitas vezes a mira inteira está no alvo imóvel, se torna vermelha e o tiro ainda erra. A interface deve ajudar, não enganar o usuário.
Loading...
Os tempos de espera são enormes na hora dos carregamentos. O problema não é tão grande no single player, mas existem partidas online que duram, literalmente, menos do que o tempo passado no lobby enquanto o jogo carrega os mapas e outros elementos. Isto é bastante frustrante e resulta em diversos momentos de raiva.
Avaliação Final
Vale a pena?
Vale a pena?
Vale, sem dúvida. Especialmente para os fãs da franquia, mas também para novatos — piada subliminar com relação ao protagonista totalmente intencional — Halo 3: ODST é um prato cheio. O seu single player é extremamente sólido e envolvente enquanto o multiplayer pode render horas de diversão para aqueles que não se incomodam em jogar FPS no console.
A grande variedade de modos multiplayer — e mesmo na campanha, que pode ser jogada cooperativamente — garante boa longevidade ao título, que certamente é um daqueles que donos de Xbox 360 não se arrependerão de possuir em sua prateleira. É um daqueles raros games dos quais mesmo os que odeiam jogar FPS em consoles tirarão horas de diversão.
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Nota do Voxel