Imagem de Half-Life 2: The Orange Box
Imagem de Half-Life 2: The Orange Box

Half-Life 2: The Orange Box

Nota do Voxel
96

Orange Box dá um novo ânimo à já consolidada série Half-Life.

O nome Half-Life sem dúvidas é uma das maiores referências no mundo dos games, seja quando o assunto é jogos de tiro em primeira pessoa ou apenas títulos de grande sucesso. A franquia foi especialmente aclamada com o lançamento da primeira seqüência do game, Half-Life 2, que superou até o impacto que seu antecessor havia feito no mercado, consolidando-se como um dos games mais aclamados da história.

Tamanho sucesso não foi desperdiçado ou esquecido; a Valve, desenvolvedora do game, soube muito bem como manter o nome de seu mais aclamado game na ponta da língua dos jogadores, com o lançamento de Episode 1, uma espécie de expansão que sucede os eventos de Half-Life 2. Além de apresentar um enredo completamente novo, a expansão traz novidades em sua engine, como o HDR (High Dynamic Range — filtro que simula com maior realismo a exposição da luz sobre as mais diversas superfícies e nas mais diversas situações).

Não contente com o sucesso crescente da franquia, os desenvolvedores resolveram lançar uma segunda expansão. Visando trazer ao mundo de Half-Life os poucos jogadores que ainda não haviam conhecido a série, a Valve lançou o novo episódio de Half-Life 2 em um pacote pra lá de atraente: Half-Life 2, Episode 1 e Episode 2, somados ao mod focado no multiplayer Team Fortress 2 e à adaptação do game voltada à resolução de puzzles, o Portal, tudo pelo preço de apenas um jogo. O pacote ficou conhecido como Orange Box.

E o show não pode parar


Após uma série de revoltas na Cidade 17 da população contra as tropas da ditadura autoritária da raça alienígena Combine, auxiliadas pelo protagonista Gordon Freeman e seus amigos, finalmente o reator negro de fusão foi criticamente danificado. Gordon é salvo pelo misterioso G-Man segundos antes do colapso da cidadela e Alyx Vance, sua companheira nesta aventura, também é salva a tempo, graças aos Vortigaunts (raça alienígena aliada dos humanos).

A continuação dessa aventura começa no Episode 1, quando Gordon é retirado pelo simpático robô Dog debaixo de escombros. Mas logo após reencontrar-se com Alyx — e sua arma anti-gravitacional, é claro —, o protagonista descobre, então, que a cidadela está para explodir e a única forma de sobreviver é desacelerando o processo de derretimento do núcleo do reator, que foi danificado.

A aventura continua mais tarde, no Episode 2, que narra a jornada de Gordon e Alyx para a White Forest — uma base de resistência humana — após a explosão da Cidade 17. A queda da cidadela ameaça a hegemonia da Combine, que abre um super portal para a vinda de reforços. A maior parte da aventura consiste na luta de Gordon e Alyx para levar em segurança os dados capazes de fechar o portal e conter a invasão em massa da Combine.

Os episódios que dão seqüência a Half-Life 2 são fundamentais para esclarecer o destino de Gordon e Alyx após os eventos do game original. Engana-se, portanto, quem pensa que os episódios são uma mera continuação ou uma simples maneira da Valve de implementar novas tecnologias na engine e aprimorar os gráficos do game, afinal, a narrativa continua sendo um dos elementos principais do jogo.

A fórmula, por sua vez, é exatamente a mesma; ao longo de sua jornada, Gordon vai enfrentar inimigos e resolver uma série de quebra-cabeças (muitos deles com a ajuda de sua inseparável arma anti-gravitacional). É possível notar uma pequena ênfase nos puzzles em Episode 1, enquanto Episode 2 oferece uma dose maior de ação, no entanto, a fórmula e a essência da série permanecem intactas.

A porta do raciocínio

Uma das modificações de Half-Life 2 mais inovadores e um dos componentes mais esperados do pacote Orange Box é o Portal, um jogo focado quase exclusivamente na resolução de puzzles. A grande novidade do jogo em relação a Half-Life 2 é justamente o elemento principal que dá nome ao game, uma arma capaz de abrir portais de teletransporte em superfícies planas.

Embora o foco principal de Portal esteja muito longe de ser o enredo, há uma pequena explicação para o que se passa no game. Você assume o papel da prisioneira Chell, que é mantida em cativeiro nas instalações da Aperture Science, uma corporação aparentemente controlada por um super computador que realiza pesquisas científicas. O jogo começa quando Chell é libertada momentaneamente de seu cativeiro para que realize uma série de testes utilizando um novo dispositivo desenvolvido pela corporação, a arma dos portais.

Como o próprio enredo do jogo sugere, seu objetivo em Portal é basicamente vencer uma série de desafios utilizando apenas a arma para abrir portais. Os recursos são limitados; além de andar e pular, obviamente, você pode cair de locais altos sem problemas (graças aos protetores de calcanhar instalados nos pés da protagonista), carregar objetos e abrir portais de teletransporte em determinadas superfícies.

A arma dos portais funciona de forma bastante simples. Um clique com o botão esquerdo do mouse abre um portal azul, enquanto o botão direito abre um portal laranja — o portal azul dá acesso ao portal laranja e vice versa. Entretanto, engana-se aquele que imagina que a facilidade da forma como a arma é utilizada é refletida nos desafios do game. Ao longo do jogo, você vai utilizar a não apenas para teletransportar-se, mas para transportar objetos, bolas de energia, mísseis e até inimigos.

Há ainda desafios mais complexos e avançados, que exigem habilidade, destreza e muito raciocínio. Há casos, por exemplo, nos quais é preciso abrir um portal em uma plataforma inferior e pular neste, para assim aproveitar a força da gravidade e projetar-se a plataformas mais altas ou distantes através de outro portal.

Embora soe extremamente complicado, a linha de aprendizado do game é suave. Os primeiros testes funcionam como uma espécie de tutorial, nos quais, inclusive, a arma dos portais nem ao menos é utilizada. Alguns testes mais avançados podem parecer impossíveis, mas sempre há um elemento no cenário que denuncia a solução; basta raciocinar.

Uma batalha animada

Ao longo dos anos, a série Half-Life ganhou uma série de modificações baseadas no multiplayer que se tornaram muito populares — um ótimo exemplo disso é Counter-Strike, uma das modificações mais populares do game. É claro, portanto, que um pacote como o Orange Box nunca estaria completo sem um jogo baseado no multiplayer. Para cumprir tal responsabilidade, o escolhido foi Team Fortress 2.

Embora tenha sido originalmente lançada como um mod para o clássico Quake, quando os desenvolvedores Walter e Cook foram contratados pela Valve, uma nova versão da série chamada Team Fortress Classic foi lançada à partir da engine de Half-Life. Nada mais natural, portanto, que a segunda versão da franquia fosse desenvolvida à partir da Source, engine de Half-Life 2; é exatamente o que aconteceu.

É óbvio que a nova engine trouxe novas possibilidades, no entanto, é engano falar que esta foi a principal causa das mudanças na aparência do game. Trazendo um novo conceito artístico, os desenvolvedores adaptaram uma nova estética à série: os combatentes ganharam um tom de caricatura, o jogo é muito mais colorido que seu antecessor e o tom de sátira empregado é perceptível logo nos menus de apresentação.

Diferenças estéticas à parte, Team Fortress 2 tem muito em comum com seus antecessores. Baseado na ação intensa e incessante, o game mantém a fórmula intensa já característica série. Além disso título traz os mesmos nove personagens de Team Fortress Classic: Scout, Sniper, Soldier, Pyro, Engineer, Spy, Heavy, Demoman e Medic. Cada personagem tem atributos e armas bastante diferentes, além de pontos fortes e fracos que exigem estratégias específicas para serem administrados.

As classes são divididas em três categorias: ofensiva, defensiva e suporte. Na ofensiva se enquadram o Scout (personagem rápido e ágil, eficiente no combate direto e à curta distância), Soldier (soldado lento, mas resistente e habilidoso com armas poderosas) e Pyro (personagem que usa um lança chamas e exige uma abordagem mais agressiva). Já na defensiva, são enquadradas as classes Heavy (soldado muito lento, mas bastante resistente e eficiente com armas pesadas), Demoman (um especialista em bombas) e Engineer (personagem capaz de construir armas e dispositivos bastante úteis durante os combates). A equipe de suporte, por sua vez, é composta pelo Sniper (franco-atirador), Spy (espião capaz de se disfarçar, infiltrar o território inimigo e eliminar inimigos sorrateiramente) e Medic (doutor capaz de curar os ferimentos mais críticos em poucos segundos).

Cada um dos personagens porta uma arma principal, uma secundária e uma arma de contato, cada qual condizente com a função do combatente. Um Spy, por exemplo, carrega consigo armas leves e silenciosas, como uma pistola e uma faca, enquanto o Heavy é armado com uma metralhadora pesada e uma caçadeira — além de seus próprios punhos, é claro.

Os objetivos em Team Fortress 2 são baseados em times — diferenciados apenas pela cor do uniforme — e variam entre capturar a bandeira, obter um ponto específico de controle ou dominar determinado território; a variação é dada em função do mapa. Para realizar tal tarefa, é necessário que cada uma das classes cumpra sua função devidamente, seja para sabotar o território inimigo, seja para lutar na linha de frente e enfraquecer o time adversário.

Irmãos de sangue


Embora todos os games contidos no pacote Orange Box pareçam bastante distintos entre si, o único fator realmente alterado entre eles é a forma como cada um aborda o gênero, afinal, as mecânicas mais básicas de Half-Life 2 são comuns a todos eles. Assim, mesmo embora os focos dos games que integram o pacote sejam completamente diferentes, todos são fáceis de serem assimilados e aprendidos por quem já possui certa experiência com a série.

Ainda assim, o pacote oferece uma diversidade de fórmulas boa o suficiente para garantir a diversão dos mais diferentes perfis de jogadores. Enquanto Portal apresenta uma jogabilidade orientada para o raciocínio, Team Fortress 2 garante a diversão dos fãs de tiroteios desmedidos e jogos voltados ao multiplayer. Os episódios 1 e 2, por sua vez, oferecem uma jogabilidade balanceada entre estes dois aspectos, consolidando a diversidade do pacote e garantindo uma boa dose de diversão.

Um novo brilho

Embora tenham sido construídos com base na mesma engine e sejam parte integrante de um mesmo pacote, os jogos contidos no Orange Box trazem conceitos artísticos e visuais bastante distintos. O exemplo mais gritante é Team Fortress 2, que, graças ao emprego do Phong Shading (recurso gráfico utilizado para dar um visual de animação cartoon ao game) em modelos mais parecidos com caricaturas, faz uma paródia divertida do universo da guerra, seguindo um conceito comumente usado por ilustradores no começo do século 20.

Os dois episódios que dão seqüência à trama de Half-Life 2, por sua vez, apresentam tênues melhoras nos gráficos (melhorias facilmente percebidas ao se compará-los com o game original). As melhorias que foram gradualmente implementadas à engine Source incluem a adição de filtros como o HDR e aprimoramentos na física e animações faciais; tudo isso se reflete em efeitos de iluminação e animações muito mais realistas.

Já os efeitos sonoros parecem não ter recebido grandes aprimoramentos nos novos episódios. Os diálogos continuam muito bons — e longos, o que pode incomodar a quem prefere ação à falação. Já em Team Fortress 2, a sonoplastia e diálogos merecem um destaque muito maior; assim como os gráficos, eles são divertidos e satirizados. Portal, por sua vez, traz apenas um personagem que fala: o computador encarregado de controlar a fortaleza na qual o game se passa. Os diálogos, somados a uma trilha sonora variada e intensa, ajudam a criar o clima perfeito para a simples e intensa trama.

Um bom negócio

Quando Half-Life 2 foi originalmente lançado, em 2004, foi considerado um dos melhores jogos de todos os tempos. Três anos depois, o sólido nome do game continua fazendo muito sucesso entre os jogadores. O lançamento de um pacote com novos episódios continuando o enredo e aprimorando os mais diversos aspectos do título só refrescam a já consolidada fórmula, enquanto as modificações Portal e Team Fortress 2 oferecem incríveis novidades aos entusiastas da série.

É fato que Orange Box não oferece nenhum game novo com um modo campanha extenso e realmente inovador, mas a quantidade de atrativos e a variedade de opções devem se encaixar a todos os perfis de jogadores. Fãs de ficção científica e um enredo forte têm a opção de jogar Half-Life 2 e os dois episódios que o sucedem; entusiastas de puzzles de quebrar a cabeça e mecânicas inovadoras têm o Portal ao seu dispor; já a quem gosta mesmo de explosões e tiros para todos os lados, Team Fortress 2 pode ser uma excelente opção. Orange Box, enfim, é um bom negócio não somente a entusiastas da série Half-Life, como a qualquer fã de jogos de tiro em primeira pessoa.
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