Imagem de Guitar Hero On Tour Decades
Imagem de Guitar Hero On Tour Decades

Guitar Hero On Tour Decades

Nota do Voxel
48

O show deve continuar! Embarque em uma jornada musical através das décadas na nova edição de Guitar Hero para o DS.

O sono de se tornar um rei da guitarra (antes vedado aos que se importavam em aprender a tocar o instrumento e aprimorar suas habilidades) está ao alcance de todos. Desde que a Harmonix lançou o primeiro título da linha Guitar Hero uma leva de músicos de sofá começou a despontar pelo mundo.

Depois de fazer sucesso nos consoles caseiros, com direito a guitarras de plástico e baterias de brinquedo, a  linha Guitar Hero finalmente chegou ao portátil da Nintendo, com Guitar Hero: On Tour.

Infelizmente, a versão da Activision para o Nintendo DS foi uma tentativa frustrada de imergir os usuários do console no expansivo universo da popular franquia. A boa idéia cai no “mosh” vítima de uma construção desajeitada e pouco ergonômica.

Agora a linha retorna ao DS com Guitar Hero Decades. Novas músicas, novos personagens, novos modo de jogos e os mesmos problemas. Será que dessa vez os acertos vão pesar mais dos que os erros?


De volta aos palcos
 
Para quem não conhece a série Guitar Hero pode ser resumida como uma espécie de puzzle rítmico, no qual você deve pressionar os botões multicoloridos (nos controles e, caso possível, nos periféricos especiais) no ritmo da música que está sendo executada.

Há ainda a chance de obter um bônus especial caso uma determinada sequência de notas seja efetuada corretamente, o que aumenta consideravelmente o número de pontos obtidos.


A cada música executada, seus pontos são convertidos em dinheiro, que por sua vez pode ser utilizado para adquiri novas músicas, instrumentos, acessórios e outras espécies de conteúdo extra disponível no jogo.


Yeahhhhhhh! Um dos grandes atrativos do linha são os periféricos em forma de instrumentos musicais (guitarra, baixo, bateria e microfone) desenvolvidos especialmente para o jogo. A versão do Nintendo DS conta um acessório de quatro botões (ao invés dos cinco das outras versões) e uma pequena palheta (utilizada para “tocar” na tela do DS).

Câimbra nos dedos

O suporte que acompanha o jogo era pra ser um item inovador em On Tour. "Era", porque o periférico de quatro botões, denominado Guitar Grip (que é inserido no slot dedicado a jogos do Game Boy Advance) é na melhor das definições pouco ergonômico.

Os problemas de design constatados já na primeira edição da derivação de Guitar Hero para o DS, permanecem inalterados. Uma vez que o acessório está conectado ao console portátil, basta passar a mão esquerda por trás do console e por dentro da alça do dispositivo, com as pontas dos dedos direcionadas aos botões de forma semelhante como ocorre em um braço de uma guitarra — contanto também com uma modo para canhoto.

Segurando o console como se fosse um livro aberto, o jogador deve segurar os botões no acessório e palhetar as notas na tela sensível ao toque do DS. Entretanto nenhuma dessas operações é tão simples quanto parece.

Apesar de superar obstáculos técnicos relativamente difíceis para pôr em prática o dispositivo de quatro botões, a Vicarious Visions não obteve pleno sucesso com o acessório. Extremamente desconfortável, o periférico contém botões demasiadamente pequenos, o que dificulta a jogabilidade.

Além disso, o "palhetar" na tela do DS pode causar uma incrível neurose em certos jogadores. A incapacidade do DS de responder a todos os comandos do jogador demanda uma grande quantidade de paciência por parte dos usuários.

Susse que nem musse. Acho que não!

Assim como nos demais jogos da série, há quatro níveis de dificuldade: fácil, médio, difícil e expert. Se nas versões para os outros consoles o nível expert traz uma avalanche de notas em uma velocidade absurda, Decades parece ser uma versão “light” do jogo, que só se torna impossível por conta dos problemas de design do jogo.

O Star Power também aparece nessa versão e como em seu antecessor, On tour, o jogador pode ativá-lo de duas formas, pressionando a tela no indicador Star Power, ou gritando no microfone do portátil. Entretanto a sensibilidade do microfone é tão alta que quase qualquer barulho ambiente é capaz de ativar o poder.

Problemas físicos de vários tipos também podem aparecer facilmente. Além da dor na mão e no pulso, o tamanho da mão e dos dedos influencia bastante no uso do periférico.

Músicas novas, mas poucas

A lista de músicas de Guitar Hero: On Tour contém 28 faixas (duas a mais do que em On tour), das quais algumas são inéditas na série. A maioria das músicas é executada por seus compositores, ou seja, gravações originais.

 A trilha concebida como um passeio por várias décadas (como o próprio nome sugere) e estilos musicais traz vários notáveis da indústria fonográfica, entre os destaques estão "Buddy Holly" (Weezer), "We Are The Champions" (Queen) e "I Can't Drive 55" (Sammy Hagar) entre outros.
Palhetando contra o vento
Infelizmente o som de forma geral, não é muito bom. Da mesma forma que já havia sido constatado na primeira edição da linha no Nintendo DS, a qualidade das músicas foi reduzida significativamente para que as 28 faixas pudessem ser colocadas no pequeno cartucho do DS.

Ouvi-las através dos alto-falantes do console é terrível, mas um par de fones de ouvido resolve o problema, apesar de realçar a baixa fidelidade das notas reproduzidas.

Sem grandes destaques dentro de jogo

Decades conta com um modo Career, Guitar Duel e um excelente multiplayer online, bem como algumas ferramentas de edição que agregam algum valor ao produto, entretanto no final das contas Decades não passa de uma versão de On tour com novas músicas (sendo que a faixas do jogo original podem ser utilizadas nessa versão).

Apesar de inventivos, os extras acabam não compensando os problemas presentes no jogo. Graficamente, o jogo está razoável, considerando o nível de processamento do portátil da Nintendo. Tanto Decades como seu predecessor, On Tour, rodam de maneira estável e sólida.

Mas o som — apenas o principal item do jogo — é que possui suas fraquezas. Dessa forma, a dor, o desconforto e músicas executadas de forma pobre são quesitos que prejudicam demais a derivação da linha Guitar Hero para o Nintendo DS.

Entretanto ainda estamos falando de uma das maiores franquia de jogos rítmicos do mundo, sendo que o seu apelo permanece forte mesmo com todos os problemas vistos nessas versões. No final das contas o jogo ainda pode ser divertido, mas se você tiver a escolha opte por qualquer uma das versões para os consoles caseiros.
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