Imagem de Guilty Gear Xrd -SIGN-
Imagem de Guilty Gear Xrd -SIGN-

Guilty Gear Xrd -SIGN-

Nota do Voxel
90

Um retorno aos dias de glória — com o mesmo espírito heavy metal

Primeiro Guilty Gear a aparecer na “nova geração de consoles”, Guilty Gear Xrd —SIGN— marca uma volta às raízes da série. Na tentativa diferenciá-la de sua outra franquia de jogos de luta (BlazBlue), a Arc Systems Works abandonou os gráficos desenhados à mão e adotou uma versão modificada da Unreal Engine 3 combinada a texturas com o efeito cell shading.

O resultado dessa decisão é um game que, embora mantenha um estilo visual semelhante aos seus antecessores, é diferente o suficiente nesse e em outros sentidos para parecer uma verdadeira sequência. Apresentando uma seleção de personagens ligeiramente reduzida em relação ao passado (com direito à inclusão de novas caras), o novo capítulo é uma base sólida sobre a qual a série pode se apoiar para retomar seus dias de glória.

Ceú ou Inferno

Apesar de ser imediatamente reconhecível para veteranos, Guilty Gear Xrd —SIGN— é um jogo bastante convidativo a quem nunca se iniciou na série e até mesmo a quem desconhece o universo dos games de luta. Assim como em títulos como Persona 4 Arena, a Arc Systems Works investiu em um tutorial completo e acessível que, com certa dedicação, permite aprender todos os sistemas disponíveis.

Inicialmente, o título vai guiar você em princípios básicos, ensinando desde as características dos ataques simples até como cancelar comandos e se recuperar de ataques inimigos. No entanto, esse é somente o aperitivo para aulas que envolvem o controle de zonas de ataque, combinações complexas e contra-ataques — só para citar algumas das mecânicas envolvidas.

Entre os sistemas que retornam, às vezes de forma ligeiramente modificada, estão o Roman Cancel (que permite cancelar as animações de praticamente qualquer ataque) e os Dust Attacks (responsáveis por lançar os inimigos para longe), cujo uso se mostra essencial em batalhas de alto nível. Além deles, você também pode utilizar o novo Blitz Shield, uma ferramenta defensiva capaz de mudar totalmente o fluxo de um combate.

Se esses nomes parecem confusos e intimidadores, é porque eles realmente o são — assim como em outros games da Arc, é preciso investir uma quantidade generosa de tempo para dominar totalmente o jogo. Levando em consideração que todos os personagens disponíveis apresentam características únicas (o que só torna mais impressionante o nível de balanceamento alcançado pela produtora), Guilty Gear —SIGN— garante algumas centenas de horas de conteúdo a quem deseja explorar tudo o que ele tem a oferecer.

Game renovado

O aspecto que mais chama atenção no novo Guilty Gear é seu visual totalmente renovado. Embora o título utilize a Unreal Engine, o efeito cell-shading aplicado pela Arc System Works faz o jogador esquecer que está lidando com personagens e cenários tridimensionais.

Além da técnica usada pelo estúdio, ajuda o fato de o universo do jogo ser preenchido por personagens com características bastante excêntricas e únicas. Apesar de Sol Badguy e Ky Kyske parecerem um tanto “genéricos” em alguns sentidos, figuras como Faust, I-No, Chipp e Venom possuem personalidade suficiente para impedir que você confunda essa com outra série de games de luta.

A Unreal Engine 3 permitiu que a Arc System Works deixasse de lado a sensação de “estagnação” vista nos últimos capítulos da franquia, cujo reaproveitamento de quadros de animação denotava certa “preguiça” por parte dos desenvolvedores. O motor gráfico também permitiu que o estúdio investisse em câmeras dinâmicas que se aproximam da ação em momentos-chave — efeito usado com parcimônia e que, justamente por isso, não se torna repetitivo.

Para completar, o título mantém a tradição da série de investir em uma trilha sonora de qualidade. Embora um tanto reduzida em relação à que foi oferecida no passado, a seleção de faixas constituída pelos mais puros hard rock e heavy metal dá um tom único às lutas e combina bastante com o ritmo agressivo de cada confronto.

Pequenos tropeços

Mesmo fazendo um trabalho bastante competente em geral, a Arc System Works peca em alguns quesitos pequenos. Entre eles, o que merece mais críticas é o sistema online do jogo, cuja organização não é exatamente intuitiva — o que pode gerar dificuldades na hora de encontrar partidas com as regras e os adversários que você deseja.

Embora a possibilidade de jogadores das versões de PlayStation 3 e PlayStation 4 jogarem entre si seja positiva, nem sempre o netcode do game colaborada nesse sentido. Durante nossos testes, enfrentamos momentos em que encontrar uma partida acontecia de maneira instantânea e outros em que, misteriosamente, parecia não haver meios de encontrar adversários — apesar de os lobbies online estarem relativamente cheios.

Algo que não pesa como um quesito negativo, mas que faz falta para quem acompanha a série de perto, é a ausência de personagens conhecidos como Baiken. A esperança nesse sentido é que Xrd —SIGN— consiga sucesso suficiente para justificar o lançamento de iterações que tragam de volta algumas das figuras que aprendemos a admirar nos últimos anos.

Um ótimo recomeço

Com Guilty Gear Xrd – SIGN -, a Arc System Works consegue cumprir um objetivo poucas vezes alcançado por uma empresa que lida com uma série com tanta história. Ao mesmo tempo que é familiar a fãs antigos — com direito à inclusão de novas mecânicas que tornam os combates ainda mais estratégicos e complexos —, o título é acessível o suficiente para atrair novos fãs e até mesmo quem nunca se aventurou no gênero luta.

Apresentando um visual atraente (que roda a 1080p e a 60 quadros por segundo no PlayStation 4, caso você se apegue a detalhes técnicos), o game é obrigatório para quem é fã da franquia. Já aqueles que nunca ouviram falar da série ou estão mais acostumados com títulos como BlazBlue ou Street Fighter também devem dar uma oportunidade ao trabalho — são poucas as chances de que isso vá resultar em arrependimento.

Com personagens marcantes, um sistema de luta sólido e equilibrado e centenas de horas de conteúdo, Guilty Gear Xrd – SIGN – é um jogo que definitivamente não merece a repercussão discreta que seu lançamento causou. O game é um retorno triunfante da série e deve servir como base para a construção de sequências ainda mais completas e interessantes.

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Pontos Positivos
  • Visual renovado e atraente
  • Sistema de luta complexo, mas acessível a iniciantes
  • Personagens únicos que são bem equilibrados entre si
Pontos Negativos
  • Experiência online poderia ser mais intuitiva