Imagem de GRID: Autosport
Imagem de GRID: Autosport

GRID: Autosport

Nota do Voxel
88

Alta velocidade para todos os gostos

Se você perguntar para um fã de jogos de corrida qual é a melhor franquia do gênero na atualidade, dificilmente ele citará os títulos da série GRID como um dos melhores. Entretanto, não é porque as séries Forza e Gran Turismo dividem a atenção do público que os títulos interessantes desse nicho se limitam apenas aos jogos relacionados a essa disputa.

A série GRID, da Codemasters, é um bom exemplo de como é possível desenvolver um título competitivo e divertido, sem necessariamente se preocupar em brigar pelo título de “melhor franquia da categoria”. O game reúne elementos que o tornam agradável tanto para os jogadores mais casuais, que veem no modo arcade um estilo de jogo mais atrativo, quanto para os gamers hardcore, que buscam realismo e detalhes em cada corrida.

GRID: Autosport chega às lojas pouco mais de um ano depois de GRID 2. Embora não existam muitas diferenças em termos de jogabilidade entre os dois títulos – as inovações foram mais fortes no game do ano passado –, a desenvolvedora fez uma série de ajustes nas metodologias do jogo, tornando-o ainda mais acessível ao grande público.

Agradando a todos os públicos

Uma das principais características que faz com que GRID: Autosport, a exemplo do seu antecessor, seja abrangente é o fato de que suas regras podem ser modificadas de acordo com o seu propósito no jogo. Se você quer apenas se divertir, levando o estilo arcade ao extremo, é possível desabilitar a influência dos danos físicos na dirigibilidade do veículo.

Na prática, ao se chocar contra outros veículos ou obstáculos, é possível observar os danos no carro, sem que isso altere o seu desempenho na corrida. Por outro lado, aqueles que não veem sentido na ausência de um ambiente mais realista, podem manter ativas essas configurações, fazendo com que cada batida resulte em uma pior performance na pista.

Para os mais detalhistas, até mesmo a maneira como você dirige e as características do autódromo em questão deverão ser observadas, uma vez que o desgaste dos pneus, em longo prazo pode influenciar nos resultados.

Objetividade acima de tudo

Alguns elementos introduzidos em GRID 2 pareciam em um primeiro momento bastante interessantes. No jogo anterior, por exemplo, havia um sistema que mensurava a quantidade de fãs que você adquiria à medida que seu desempenho nas pistas evoluía. Firulas como essas ficaram em segundo plano em prol de um objetivo básico: as equipes querem ver você correr. E bem.

Assim, ao entrar em um dos torneios, você pode escolher entre uma equipe e outra, cada uma com um objetivo claro em mente. Nas provas iniciais, por exemplo, sua meta pode ser a de chegar à frente do seu companheiro de equipe ou derrotar um piloto de uma equipe rival. Em uma situação dessas, caso você seja o penúltimo colocado da prova em que o seu concorrente seja o último, parabéns: você será bem sucedido aos olhos da sua equipe.

Obviamente, à medida que você avança, suas missões se tornam mais desafiadoras e tenha em mente que o trabalho em equipe é essencial em GRID: Autosport. Objetivos secundários, como se manter na liderança pelo maior número de voltas ou fazer a volta mais rápida em uma corrida também contam pontos de experiência. Tudo isso somado determina a sua evolução na carreira e faz aumentar o número de propostas de trabalho.

Campeonatos de acordo com o seu perfil

No total, há seis modos de jogo disponíveis em GRID: Autosport. Cada um deles se adequa a um perfil de jogador e valoriza uma habilidade específica. “Touring” é o campeonato em que o modo arcade mais se destaca, com disputas que requerem que você seja “bom de braço”. Usar outros veículos para se escorar nas curvas aqui é algo completamente normal.

Em “Endurance” sua resistência é testada. Aqui o mais importante é seguir o seu traçado e se manter constantemente entre os primeiros colocados. Além de corridas noturnas, é preciso também ter em mente que um desgaste nos seus pneus pode influenciar consideravelmente seu desempenho ao longo da prova.

Evitar contatos a todo custo é a proposta da categoria “Open Wheel”, uma espécie de Fórmula 3000. Nela, carros leves e rápidos são colocados à prova em circuitos conhecidos do mundo da Fórmula 1. Já o modo “Tuner” mantém seu foco na variedade de estilos. Sua missão será conquistar a volta mais rápida a todo custo ou ainda fazer o máximo de drift que puder para impressionar a sua equipe.

O modo “Street” é o mais parecido com as provas iniciais de GRID, inclusive repetindo a ordem de pistas. Aqui seu desafio é enfrentar outros corredores em pistas de rua, passando por espaços estreitos e desafiando curvas fechadas. Por fim, há o modo “Grid Series”, um campeonato para o qual você é convidado apenas depois de se destacar em outras categorias.

Modo online com exclusivo Party Mode

A experiência que você acumula nos campeonatos convencionais conta pontos também quando você ingressa no modo online. Semanalmente são oferecidos torneios em pelo menos seis categorias. Seu objetivo, mais uma vez, é simples: basta conseguir o melhor tempo possível para receber uma medalha. Além disso, na classificação geral, os melhores tempos também são bonificados com dinheiro e XP.

O dinheiro acumulado serve para que você possa comprar novos veículos, uma vez que em cada uma das categorias você conta apenas com um modelo básico para disputa. Aqui, toda e qualquer experiência no que diz respeito ao ajuste do carro conta muito. É possível fazer ajuste mecânicos além de comprar peças para deixar seus veículos melhor equipados.

Na versão online há ainda uma categoria exclusiva chamada “Party Mode”. Trata-se de uma corrida em circuito em que as pistas se cruzam a todo instante e bater nos seus oponentes para tirá-los da pista é também uma de suas missões. Extremamente divertido, o estilo “Demolition Derby” é ideal para relaxar no intervalo entre as provas mais complexas.

Até certo ponto, é mais do mesmo

De certa forma, GRID 2 pode decepcionar aqueles que esperavam inovações em GRID: Autosport. Em linhas gerais, no que diz respeito às mecânicas de jogo, o game é praticamente o mesmo, não trazendo muitas novidades. Entretanto, é na organização do conteúdo e na disponibilização de recursos úteis que reside o grande salto de Autosport.

No total, o game conta agora com 22 localidades, apresentando 15 circuitos e 7 cidades. Combinadas, as rotas e possibilidades chegam a mais de 100 pistas. Em cada uma das categorias há em média 20 carros, o que totaliza mais de 100 opções em veículos para você comprar ao longo da sua trajetória.

Outro ponto bastante solicitado pelos jogadores de GRID 2, a câmera com ponto de vista de dentro do carro, também está de volta, numa prova que a Codemasters ouviu os seus jogadores. Em termos gráficos tudo está praticamente igual, porém exibido de uma forma levemente mais refinada, algo perceptível nos cenários que se repetem em relação à versão passada.

Se por um lado não há muitas novidades em GRID: Autosport – quem não gostou do segundo título não vai encontrar motivos a mais por aqui para gostar agora -, por outro aqueles que se divertiram com a versão de 2013 encontrarão um universo mais organizado e estimulante para a diversão.

Vale a pena?

GRID: Autosport se propõe a ser um game de corrida que mescla os estilos arcade e simulador, de acordo com o interesse do jogador. Em nenhum dos dois estilos ele pode ser considerado o melhor do segmento, entretanto isso não significa que o game seja ruim ou se situe como “apenas mais um” entre tantos jogos de corrida.

Se a objetividade e a boa organização dos campeonatos são a marca registrada de GRID: Autosport, sejamos objetivos também: sim, vale a pena adquirir GRID: Autosport. Para aqueles que tiveram a oportunidade de jogar o segundo título da franquia e gostaram do que viram, certamente as novas atualizações trarão mais diversão à franquia, em especial no modo online.

Já para aqueles que não gostaram da versão anterior, não há muitas novidades que possam convencê-lo a apostar no título dessa vez. Há melhorias gráficas sutis, o conteúdo e os modos de jogo estão mais organizados, detalhes como a câmera em primeira pessoa estão de volta, além de terem sido disponibilizados mais carros e mais pistas. Entretanto, no momento do jogo, que é o que mais importa, temos praticamente o mesmo título.

Nessa hora, vale pesar qual foi a sua experiência na versão anterior e decidir se fará a aposta na compra ou não. Para quem ainda não está familiarizado com a franquia, certamente GRID: Autosport é a melhor das escolhas, pois reúne apenas o melhor dos dois primeiros títulos, tudo isso disposto de uma forma agradável e estimulante. Simpático, GRID: Autosport é uma boa surpresa e merece a sua atenção.

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Pontos Positivos
  • Campeonatos com estilos variados, focados em diversos perfis de jogadores
  • Menus objetivos e com modos de jogo mais organizados
  • Correção de problemas apontados pelos jogadores em GRID 2
  • Aumento no número de pistas e carros
Pontos Negativos
  • Poucas inovações em relação ao título anterior
  • Mudanças sutis no que diz respeito a gráficos