Esqueça o hype e aproveite o que GT5 realmente tem de melhor
A expectativa é, sem dúvidas, uma das maiores armas para qualquer tipo de mercado. Fazer as pessoas desejarem seu produto é a melhor maneira de incentivar o consumo e alavancar as vendas. Quem nunca ficou ansioso enquanto aguardava um grande lançamento?
Contudo, o hype também é uma perigosa faca de dois gumes, principalmente nos games. Ao mesmo tempo em que as apostas em determinado título crescem, maiores são as chances de você se decepcionar com o resultado final. Como todos esperam um jogo perfeito, qualquer falha pode ser vista como desastrosa.
Gran Turismo 5 é o mais recente exemplo dessa supervalorização prévia. Em produção desde 2005, um ano após o lançamento do game anterior, o novo capítulo da série de simuladores foi vítima de especulações criadas pela imprensa especializada e por gamers do mundo inteiro. Graças aos vários adiamentos e anúncios de melhorias significativas no visual e na mecânica de jogo, era natural que surgisse um sentimento de que a maior obra-prima dos consoles estava por vir.
A expectativa em torno de GT5 era tanta que até mesmo uma versão não finalizada foi comercializada. Aos fãs da franquia, Gran Turismo 5: Prologue era o suficiente para imaginar do que a Polyphony Digital conseguiria fazer com o potencial gráfico do Playstation 3.
Eis que depois de cinco anos de espera, o ansiado título finalmente chega às lojas. Com menos de uma semana após o lançamento oficial, o título já bateu vários recordes de vendas e é a maior aposta da Sony para o Natal. Isso significa que o game é realmente tudo aquilo que imaginamos? Se você faz parte do enorme grupo que entrou no hype de Gran Turismo 5, sinto informar que não.
Um banho de água fria
GT5 é o tipo de jogo que tinha tudo para ser épico e levar com facilidade o prêmio de melhor do ano. O problema é que se criou uma expectativa tão grande em torno dele que até mesmo quem não o aguardava vai se sentir decepcionado. Durante nossa análise, não foram poucas as vezes em que pessoas pararam para dizer “esse é o tal do Gran Turismo 5?”.
Isso acontece porque todo mundo espera muito do game. Depois de tantos anúncios, declarações e promessas, era óbvio que até mesmo jogadores casuais e leigos iriam querer encontrar uma obra de arte em 3D na sala de suas casas. Portanto, a frustração é certa para quem for jogar GT5 com essa perspectiva.
Isso não significa que o título é ruim ou que deixe a desejar, longe disso. Gran Turismo 5 é exatamente aquilo que nos foi prometido durante anos, principalmente em questão de jogabilidade e quantidade de conteúdo. No entanto, para aproveitar tudo o que a Polyphony Digital tem a nos oferecer, é preciso reconhecer seus erros e mergulhar de cabeça naquilo que ela fez de melhor.
Depois de cinco anos de produção, era de se esperar que Gran Turismo 5 superasse todas as expectativas dos fãs e gamers em geral. Infelizmente isso não acontece, já que como todo título, possui suas falhas e deixa a desejar em muitos aspectos. Entretanto, isso não tira o brilho que a série merece.
A infinidade de conteúdo e sua jogabilidade precisa são as principais armas da PolyPhony Digital para conquistar velhos fãs do gênero e até mesmo jogadores curiosos que não se interessam tanto por simulação. O sistema de progressão é instigante e faz com que você queira habilitar todas as funções disponíveis.
Porém, o que realmente chama a atenção e nos mostra que a desenvolvedora conseguiu chegar aonde queria com GT5 é no nível de fidelidade do game. Carros, pistas e cenários são perfeitamente representados, assim como a física e a sensação de jogabilidade. Efeitos como o head tracking e as alterações climáticas em tempo real apenas complementam como um charme a mais.
No fim das contas, o estúdio conseguiu novamente se superar e criar o que parece ser o simulador de direção definitivo. Ainda há muito que melhorar, mas ao menos sabemos que eles estão no caminho certo.
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Nota do Voxel