Desligue o cérebro e destrua tudo à sua frente [vídeo]
Lançar uma sequência nunca é tarefa fácil, mas se torna ainda pior quando essa “continuação” volta no tempo para apresentar fatos anteriores à história original. É o chamado prequel, um recurso narrativo bastante comum, principalmente no mundo dos games.
No entanto, quando é que ele é realmente necessário? Em Devil May Cry 3, por exemplo, retornamos para antes do primeiro jogo para entender a relação entre Dante e Vergil, enquanto Kingdom Hearts: Birth by Sleep regressa dez anos no passado para introduzir fatos que vão influenciar o futuro da série. E em God of War: Ascension, qual é a função desse resgate dos primeiros anos de Kratos como servo de Ares?
Desde que o título foi anunciado, muita gente ficou realmente com um pé atrás diante de tudo o que era apresentado. A série foi muito bem fechada em God of War 3 e não havia pontas soltas que exigissem a produção de um prequel, mas a Sony fez questão de deixar claro que o Fantasma Espartano ainda tinha alguns monstros em seu passado e que chegou a hora de conhecê-los. Afinal, antes de ser um deus, ele era um humano.
Por outro lado, a revelação de que Ascension marcaria a estreia de um modo multiplayer para a franquia apenas acentuou as desconfianças. Será que essa “sequência” era realmente necessária ou apenas uma justificativa para inserir partidas online e filar um pouco desse segmento tão lucrativo da indústria?
E é exatamente em meio às incertezas e à empolgação de controlar um dos personagens mais emblemáticos das últimas gerações que God of War: Ascension chega aos PlayStation 3, trazendo toda a brutalidade característica de Kratos, que está mais violento do que nunca. Mas será que tudo isso é o suficiente para sustentar um novo jogo?
É impossível não se empolgar com a chegada de um único jogo. Apesar de não conseguir manter o brilho da trilogia original, Ascension consegue refinar muitos elementos da série e trazer uma jogabilidade muito mais fluida, brutal e divertida. Para os milhares de fãs que se apaixonaram pela ideia de ver um guerreiro espartano destruindo tudo da forma mais selvagem possível, o novo capítulo é um prato cheio para você soltar esse monstro que existe em você.
E o multiplayer vem apenas para comprovar isso. Aproveitando-se de cada uma das melhorias na mecânica, o modo online vem para estender a vida do game para além da campanha, fazendo com que você continue vestindo o manto de campeão dos deuses por mais tempo, apesar das melhorias que ainda precisam ser feitas.
Por outro lado, não há como se decepcionar com o fraquíssimo enredo. Mesmo a violência e a ação sendo os carros-chefes da série, a falta de uma história convincente faz com que você se questione sobre a validade do lançamento a não ser justificar a estreia do multiplayer.
A Sony falha ao tentar humanizar Kratos, pois não há o que fazer para desvencilhá-lo da imagem monstruosa construída em torno dele. E isso fica claro quando você percebe que está se divertindo com a brutalidade da mecânica, sem se importar com a trama apresentada. Se destruir é o seu negócio, God of War: Ascension foi feito para você.
Por outro lado, a falta de profundidade narrativa deixa claro que não há mais o que contar sobre o Fantasma Espartano. Voltar ao seu passado não é interessante e nem acrescenta nada à sua mitologia, provando que o personagem já nos ofereceu o seu melhor e que chegou a hora de seguirmos em frente. Só queremos lembrar à Sony de Deimos continua disponível.
God of War: Ascension foi gentilmente cedido pela ShopB.
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Nota do Voxel