Ghostrunner traz ação frenética munida de muita frustração
O mundo cyberpunk está na moda. Basta dar uma olhada no catálogo de jogos lançados este ano, sem contar a expectativa criada em torno de Cyberpunk 2077, que chega em dezembro. Um futuro que está cada vez mais presente em nossos dias, com ingredientes futuristas, tecnológicos e cheio de máquinas e androides.
Nos últimos meses, me diverti horrores com Cloudpunk, um representante digno do gênero. No fim de outubro, Ghostrunner foi apresentado ao mercado, tema desta análise. Game que poderá divertir incessantemente os jogadores, ou frustrá-los por completo.
Ghostrunner é considerado um jogo de ação frenética com ingredientes que marcaram a série Mirror's Edge. O título polonês foi feito pela One More Level, em parceria com a 3D Realms e a Slipgate Ironworks, além de usar o Unreal Engine 4 como pano de fundo. Quem comprar o jogo para a atual geração de consoles receberá o game gratuitamente para Playstation 5 e Xbox Series em 2021. Basta vincular as contas antigas, nos consoles novos.
A história por trás do game é totalmente dispensável. Você é um Ghostrunner e precisa descobrir o que aconteceu com a humanidade. Para te ajudar na aventura, Arquiteto será a voz em seu inconsciente. Ele foi traído por Mara, que agora domina a cidade, por meio da torre Dharma.
O pano de fundo se perde com personagens pouco marcantes e sem carisma, tudo devido ao proporcionado pelo jogo. É estranho falar isso, mas o próprio game faz com que a história seja totalmente secundária, pois o seu principal desafio será dominar o seu protagonista.
Diversão ou frustração?
Ghostrunner levará a jogabilidade para um outro patamar. O título mistura ingredientes de parkour, vistos primeiramente em Mirror's Edge e a ação frenética encontrada no estilo “1 hit kill“. Destruir os inimigos não será problema. Apenas uma espadada e eles morrerão. Mas prepare-se, pois qualquer dano poderá te matar também.
São estes detalhes que tornam o título um grande desafio para os players. Dominar toda a jogabilidade poderá custar horas de exercício nos controles e, também, a sua vontade de jogar. Os gamers terão três grandes desafios pela frente. O primeiro é aprender a pular de forma correta e no lugar certo. O segundo será acertar o inimigo para derrubá-lo e, o terceiro, utilizar a sua principal especialidade para fugir dos tiros. Esta habilidade ajuda você a se mover no tempo e espaço sem ser atingido.
A grande questão é que todos os fatores estão relacionados e interferem diretamente na conclusão de uma ação. Ao pular errado, um pouco para esquerda ou direita, errar uma espadada ou utilizar sua habilidade um pouco atrasada, comprometerá tudo.
É praticamente impossível passar pelas fases sem morrer dezenas de vezes. Isto faz com que tudo se quebre ao seu redor, o enredo, a diversão e até o significado de estar jogando. Ou seja, vem a frustração. Lógico que esta foi a minha percepção. Alguns jogadores com mais facilidade no manuseio do controle terão muito mais facilidade do que eu e pode ter uma experiência bem diferente.
A aventura pode ser resumida em pular pelas paredes e atravessar os inimigos com sua espada, utilizando habilidades que poderão ser recebidas ao longo da aventura. Se o jogador conseguir passar pela primeira fase, a experiência melhora um pouco, pelo fato de ter se adaptado aos comandos. Nestas transições de níveis, que ocorrem sempre por um elevador, alguns terminais aparecem para o Ghostrunner receber novas habilidades ou upar as já existentes.
Por mais que a jogabilidade seja complexa, temos que ressaltar o excelente trabalho feito pelos poloneses em trazer controles extremamente responsivos. Por mais que os jogadores de consoles possam enfrentar uma curva de aprendizado maior, o grande problema não será em uma jogabilidade travada. Ela é fluída e proporcionará o controle completo da situação. Porém é como disse acima. Você está disposto a passar por um grande tempo de frustração?
Injeta mais adrenalina aí!
Por ter uma ação frenética, Ghostrunner se apropria muito bem da visão em primeira pessoa. A sensação de intensidade chega ao extremo e pode mexer com o seu emocional. Caso você seja uma pessoa tranquila e com muita paciência, vai perceber a injeção de adrenalina que o game te proporciona em cada ataque, cada movimento bem executado. Para os mais ansiosos, recomendo tomar cuidado. Prepare-se para sentir seu coração saltando pela boca e até mesmo o seu corpo mais tenso do que o normal em praticamente todos os momentos de ação.
Lindo!
Ghostrunner retrata muito bem o universo cyberpunk, com os famosos cenários noturnos cheios de luminosidade e brilho. Utilizei uma RTX 2080ti e impressiona como a interação é suave e lisa. Ele se apropria muito bem das tecnologias de Ray Tracing e roda tranquilamente em 4k e 60 fps.
Por mais que grande parte do cenário não seja interativo, todos os detalhes estarão presentes nele, inclusive as marcas de sangue e os tiros que os inimigos vão te mandar. As paredes e cenários são altamente bem feitos e detalhados, trazendo uma imersão tremenda ao título polonês. A trilha sonora é condizente com o que encontramos no game e ajuda a criar uma imersão.
Vale a pena?
Ghostrunner não é para qualquer jogador. É um game único. Um FPS frenético que vai levar suas habilidades a algo jamais visto na indústria de jogos. A grande pergunta é saber se você está pronto a desafiá-lo. Ame ou odeie, o título polonês possui diversas qualidades e poderá divertir os jogadores com maior facilidade em domar seus comandos. Caso contrário, passe longe dele.
NOTA: 80
"Jogos são feitos para se divertir, mas muitos deles podem gerar grande frustração"
Categorias
- Ação frenética
- Controles responsivos
- Gráficos bonitos e excelente otimização
- História dispensável
- Pode ser frustrante
- Personagens sem carisma
Nota do Voxel