Um dos jogos de maior sucesso da Epic Games ganha um novo ânimo com a versão para o PC.
Embora a nova geração de consoles tenha começado já no final 2005, com o lançamento do Xbox 360, demorou algum tempo até que seus jogos tenham se consolidado realmente como dignos de serem associados como tal. Foi então que, poucos dias antes do aniversário de um ano do console, um título destinado a mudar os rumos da geração foi lançado. Mais uma obra prima da Epic Games — desenvolvedora de Unreal Tournament —, Gears of War, como o game foi chamado, foi o segundo título da Microsoft com o maior número de pré-vendas (só perde para o clássico Halo 2) e o game mais vendido para o Xbox 360; em novembro de 2007, o número de unidades vendidas chegava a quatro milhões.
Mas apesar de sua popularidade ter quebrado as barreiras dos consoles, Gears of Wars foi lançado exclusivamente para o Xbox 360 e nada havia sido dito sobre uma versão para o PC (nenhuma outra plataforma receberia uma versão do título, em virtude da Microsoft ter publicado o game) mesmo alguns meses após o lançamento. Foi então que, em julho de 2007, a Epic Games deixou muitos jogadores aliviados, anunciando o lançamento de um dos títulos mais bem sucedidos do console da Microsoft para o PC e Mac.
Mas não é a toa que a nova versão não veio com um ano de atraso; além das já esperadas diferenças de jogabilidade, proporcionadas pelo uso do mouse e teclado como controles, o título trouxe consigo novas modalidades de jogo e cinco novos capítulos para a modalidade campanha, tornando o game ainda mais completo. Mesmo com todas as diferenças, Gears of War para o Windows apresenta uma experiência bastante fiel à versão original do game.
Do desespero à salvação
Para quem ainda não conhece, Gears of War se passa em um planeta habitado por humanos chamado Sera, que durante anos, viveu em uma guerra intensa por um valioso líquido fosforescente chamado Imulsion. Mas um dia uma força alienígena devastadora chamada Locust Horde deu um ponto final à guerra, começando um conflito muito maior — este dia ficou conhecido como Emergency Day.
Através de um complexo de túneis no planeta Sera, a Locust Horde dominou todo o território urbano e centros militares de Sera em apenas 24 horas. Os sobreviventes foram levados a um lugar seguro chamado Jacinto Plateau, no qual era possível conter os constantes ataques. Os sobreviventes que não foram capazes de chegar a este lugar ficaram conhecidos como Stranders e foram obrigados a sobreviver por conta própria.
O enredo de Gears of War começa 14 anos após o Emergency Day. A Locust Horde gradativamente enfraquece as forças da COG e suas tentativas de invadir o Jacinto Plateau chegam cada vez mais perto de serem bem sucedidas. Para reforçar seu exército, a COG foi obrigada a recrutar seus prisioneiros para a guerra.
Entre os presos recrutados está o protagonista Marcus Fenix, um renomado ex-sargento que foi preso ao desobedecer ordens de seus superiores e voltar para tentar salvar seu pai. Após apenas quatro anos de pena cumprida, o sargento é libertado por seu antigo parceiro Dominic Santiago (ou simplesmente Dom), que, após perceber o espanto de Marcus, anuncia a gravidade da situação dizendo: “precisamos de toda a ajuda que pudermos ter”.
As peças da guerra
Em relação à versão para o Xbox 360, Gears of War para Windows oferece uma experiência bastante semelhante. As maiores alterações estão relacionadas à jogabilidade e aos novos episódios adicionados ao último ato — Desperation — que narram a corrida frenética do Delta Team (equipe liderada por Marcus Fenix) ao trem das cenas finais do game. Os novos capítulos mostram como foi a perseguição implacável do monstro Brumak — um gigante armado até os dentes que mais parece um dinossauro — e alongam um pouco a admirável modalidade campanha do jogo.
Novidades a parte, o jogo é basicamente o mesmo Gears of War já conhecido e admirado por muitos jogadores. Você joga na pele de Marcus Fenix, que, após uma série de acontecimentos, torna-se o capitão do Delta Team, equipe responsável por um artefato que pode mudar o curso da guerra contra a Locust Horde.
Além de Marcus, a Delta Team é composta por três homens: Dom, Cole e Baird. Dom é um amigo de longa data de Marcus — também o segundo personagem das partidas multiplayer cooperativas — que, após ter sua mulher desaparecida no Emergency Day, passa a encarar a guerra contra a Locust Horde como uma luta pessoal. Cole, por sua vez, é um famoso ex-jogador de Thrashball (esporte semelhante ao futebol americano); ele também é conhecido como “The Train”, graças à sua massa muscular descomunal e sua energia aparentemente inesgotável. Já Baird é um soldado especialista em mecânica e computação que conhece a Locust Horde como ninguém.
A equipe Delta Team é uma peça fundamental não apenas no enredo, mas também na jogabilidade de Gears of War. Durante praticamente toda a trama, ao menos um membro da equipe vai acompanhar o protagonista, ajudando-o a cuidar dos inimigos e dando-lhe cobertura durante os momentos mais intensos. No entanto, a ajuda deve ser recíproca — se um de seus companheiros é criticamente atingido, por exemplo, você deve ajudá-lo a se levantar.
Ao jogar no modo campanha para apenas um jogador, no entanto, você não tem o privilégio de ser revitalizado sempre que for atingido de forma crítica, portanto, é necessário um bom armamento para enfrentar os soldados da Locust Horde. Felizmente, armas de peso não faltam no game; o arsenal varia entre rifles de assalto, lança-mísseis, pistolas, granadas de fragmentação, rifles de precisão e espingardas. Quando a distância do combate é encurtada de forma considerável, é possível ainda desferir um golpe de contato veloz com a coronha da arma — vale destacar o rifle Lancer, cuja baioneta carrega uma serra elétrica que pode ser acionada a qualquer momento para literalmente fazer os inimigos em pedaços.
Mas de nada adianta um armamento de peso sem uma boa atuação em campo de batalha. Em Gears of War, isto significa não somente tomar cobertura e atirar na hora certa, mas também recarregar sua arma com eficiência através de um recurso único, a recarga ativa. Ao acionar o comando para carregar sua arma (através da tecla R), barra com três indicações de cores aparece no canto superior direito da tela. Assim que o comando é acionado, um pequeno marcador passa pela barra, indicando o tempo certo para a recarga ativa. Ao pressionar novamente a tecla R, você pode tornar a recarga mais rápida ou ainda mais lenta, dependendo do tempo no qual o comando é acionado; se a recarga for perfeita as balas também causam maior dano aos oponentes.
Errar o tempo de uma recarga ativa pode ser fatal, afinal, isso significa ficar mais tempo exposto ao fogo do inimigo, sem a possibilidade de trocar de arma para dar continuidade ao ataque. Felizmente os cenários de Gears of War foram todos estrategicamente desenhados para proporcionar uma abordagem tática, com diversos elementos nos quais é possível tomar cobertura e avançar progressivamente; embora nem sempre evidente, na maior parte das vezes há algum lugar para se esconder a atirar com segurança.
Como em todo combate, no entanto, é comum receber dano durante as batalhas mais intensas. Em Gears of War, o dano é representado em forma de uma engrenagem vermelha, cujo desenho fica gradativamente mais forte e definido à medida que o jogador é atingido. Para evitar ser mortalmente atingido, é preciso tomar cobertura o mais breve possível assim que o desenho da engrenagem começa a se formar na tela.
Tomar cobertura, atirar
Embora seja bastante tática, a jogabilidade de Gears of War preza pela ação em primeiro lugar; há poucos momentos nos quais a ação dá lugar à exploração do cenário ou a resolução de quebra-cabeças. Ainda assim, a experiência dificilmente se torna cansativa; da mesma forma como em um jogo de tiro em multiplayer, a ênfase na ação torna o ritmo do jogo acelerado, enquanto a inteligência artificial pouco previsível evita que a fórmula torne a jogabilidade mecânica.
De alguma forma, no entanto, a inteligência artificial dos seus companheiros de equipe parece ter sido sutilmente modificada em relação à versão para o Xbox 360. Não é raro ter sua linha de fogo atravessada por um de seus companheiros de equipe. Menos raro ainda é olhar para trás e verificar que seu parceiro não está ali, e sim em algum outro lugar do mapa pelo qual você já passou. O pior é atravessar um Checkpoint nesta situação; quando isto ocorre, seu companheiro aparece instantânea e magicamente ao seu lado.
Mas nem todas as mudanças em relação à versão de Gears of War para o console são negativas. O mouse e o teclado, por exemplo, foram implementados com maestria no game. Embora os comandos de movimentação sejam mais fáceis de serem executados no controle, o mouse proporciona uma precisão e rapidez muito maior. O jogador pode optar ainda por jogar com o controle do Xbox 360 com fio; para jogar com o controle sem fio, é necessário o uso de um adaptador especial.
Aqueles que já estão acostumados com o jogo no controle do Xbox 360 vão sentir como se a quantidade de comandos tivesse aumentado consideravelmente. Isto é dado pelo fato de comandos como o andar — realizado com um toque leve no analógico esquerdo — exijam o uso de comandos específicos no teclado.
Diferenças de controle à parte, a versão para Windows de Gears of War traz basicamente os mesmos movimentos da versão para o Xbox 360. Marcus pode correr, tomar cobertura, desviar-se pulando, dar ordens ao seu esquadrão, desferir ataques de contato e gastar pilhas de munição atirando em seus inimigos, é claro.
Há diversas formas de atirar em Gears of War; cada uma delas possui sua eficiência. Para atingir inimigos à distância, o ideal é atirar enquanto mira — de preferência enquanto toma cobertura. Atirar sem mirar é vantajoso principalmente em dois casos: quando inimigos (principalmente os menores e mais rápidos, conhecidos como Wretches) se aproximam com velocidade ou quando o tiroteio é muito intenso e é necessário se manter sob cobertura. Neste último caso, o soldado simplesmente levanta sua arma e atira cegamente e sem precisão; vale destacar que, utilizando o mouse, ficou mais fácil atingir seus adversários desta forma.
Uma chuva de sangue
Embora todas as mudanças em relação à versão do Xbox 360 sejam bastante sutis, é possível destacar entre elas os gráficos, que foram aprimorados significativamente. A qualidade gráfica do jogo é maior do que nunca, principalmente nas resoluções maiores; tudo está mais definido e os efeitos de luz são ainda mais realistas.
Há algumas falhas, no entanto, que não existem na versão para o Xbox 360. É possível, por exemplo, ver os efeitos de luz agirem de forma pouco natural à medida que você anda pelos cenários. A mudança na iluminação acontece de forma extremamente brusca em determinados casos, tornando os efeitos de luz um pouco artificiais.
A grande vantagem é que, mesmo embora os gráficos estejam de se tirar o chapéu, a taxa de quadros por segundo é estável e raramente cai. É verdade que o título exige um pouco do hardware, no entanto, a qualidade compensa o investimento e o jogo roda de forma estável do começo ao fim.
Esta incrível qualidade gráfica é aliada ao já conhecido conceito estético empregado pela Epic, fazendo de Gears of War um dos jogos mais impressionantes do gênero. Os tiros de rifle, seja através do som ou de efeitos visuais, dão a impressão de causar um dano impressionante aos inimigos. As explosões fazem pedaços dos personagens voarem para todos os lados, enquanto a motosserra, quando colocada em ação, lava os cenários pós apocalípticos do jogo — e o seu monitor, é claro — com sangue.
Os ecos da guerra
A sonoplastia e trilha sonora de Gears of War não trazem novidades em relação à versão para o Xbox 360, mas vale mencionar a qualidade dos efeitos sonoros e dublagens, além da trilha sonora, que se encaixa perfeitamente no ritmo da aventura e foi composta por Kevin Riepl, o responsável pelas músicas dos clássicos Unreal Tournament 2003 e Unreal Championship. As composições de Gears of War seguem o ritmo da guerra; quando a ação é intensa e descontrolada, por exemplo, ritmos mais acelerados tomam conta.
Os diálogos também são muito interessantes, e, embora nem sempre sejam pertinentes (o que não é ruim), trazem informações fundamentais para a compreensão de alguns fatos, sejam eles da vida dos personagens ou de fatos ocorridos antes ou durante a guerra. As dublagens foram muito bem feitas e dão características únicas aos personagens. Vale destacar o grandalhão Cole, que, dublado pelo ator Lester “Mighty Rasta” Speight, faz comentários bastante peculiares e cômicos através de um vocabulário nada convencional.
Um clássico ainda novo
Gears of War é um jogo que dispensa apresentações; o sucesso da versão para o Xbox 360 fala por si só. A fórmula extremamente bem sucedida do título, aliada a um conceito extraordinário, um enredo simples e eficiente e gráficos de tirar o chapéu impressiona até mesmo a quem não é fã do gênero. Mesmo um ano após o lançamento do game, o jogo ainda é atual e compete de igual para igual com os maiores lançamentos da atualidade.
Além disso, a versão para PC trouxe novidades. Os novos episódios dão um novo ar ao game e, junto à significativa melhora nos gráficos, compensam a espera de um ano dos usuários de PC. É claro que o impacto do lançamento não é o mesmo, no entanto, é uma ótima oportunidade aos jogadores de PC para provarem o gosto de um dos melhores jogos de todos os tempos.
Mas apesar de sua popularidade ter quebrado as barreiras dos consoles, Gears of Wars foi lançado exclusivamente para o Xbox 360 e nada havia sido dito sobre uma versão para o PC (nenhuma outra plataforma receberia uma versão do título, em virtude da Microsoft ter publicado o game) mesmo alguns meses após o lançamento. Foi então que, em julho de 2007, a Epic Games deixou muitos jogadores aliviados, anunciando o lançamento de um dos títulos mais bem sucedidos do console da Microsoft para o PC e Mac.
Mas não é a toa que a nova versão não veio com um ano de atraso; além das já esperadas diferenças de jogabilidade, proporcionadas pelo uso do mouse e teclado como controles, o título trouxe consigo novas modalidades de jogo e cinco novos capítulos para a modalidade campanha, tornando o game ainda mais completo. Mesmo com todas as diferenças, Gears of War para o Windows apresenta uma experiência bastante fiel à versão original do game.
Do desespero à salvação
Para quem ainda não conhece, Gears of War se passa em um planeta habitado por humanos chamado Sera, que durante anos, viveu em uma guerra intensa por um valioso líquido fosforescente chamado Imulsion. Mas um dia uma força alienígena devastadora chamada Locust Horde deu um ponto final à guerra, começando um conflito muito maior — este dia ficou conhecido como Emergency Day.
Através de um complexo de túneis no planeta Sera, a Locust Horde dominou todo o território urbano e centros militares de Sera em apenas 24 horas. Os sobreviventes foram levados a um lugar seguro chamado Jacinto Plateau, no qual era possível conter os constantes ataques. Os sobreviventes que não foram capazes de chegar a este lugar ficaram conhecidos como Stranders e foram obrigados a sobreviver por conta própria.
O enredo de Gears of War começa 14 anos após o Emergency Day. A Locust Horde gradativamente enfraquece as forças da COG e suas tentativas de invadir o Jacinto Plateau chegam cada vez mais perto de serem bem sucedidas. Para reforçar seu exército, a COG foi obrigada a recrutar seus prisioneiros para a guerra.
Entre os presos recrutados está o protagonista Marcus Fenix, um renomado ex-sargento que foi preso ao desobedecer ordens de seus superiores e voltar para tentar salvar seu pai. Após apenas quatro anos de pena cumprida, o sargento é libertado por seu antigo parceiro Dominic Santiago (ou simplesmente Dom), que, após perceber o espanto de Marcus, anuncia a gravidade da situação dizendo: “precisamos de toda a ajuda que pudermos ter”.
As peças da guerra
Em relação à versão para o Xbox 360, Gears of War para Windows oferece uma experiência bastante semelhante. As maiores alterações estão relacionadas à jogabilidade e aos novos episódios adicionados ao último ato — Desperation — que narram a corrida frenética do Delta Team (equipe liderada por Marcus Fenix) ao trem das cenas finais do game. Os novos capítulos mostram como foi a perseguição implacável do monstro Brumak — um gigante armado até os dentes que mais parece um dinossauro — e alongam um pouco a admirável modalidade campanha do jogo.
Novidades a parte, o jogo é basicamente o mesmo Gears of War já conhecido e admirado por muitos jogadores. Você joga na pele de Marcus Fenix, que, após uma série de acontecimentos, torna-se o capitão do Delta Team, equipe responsável por um artefato que pode mudar o curso da guerra contra a Locust Horde.
Além de Marcus, a Delta Team é composta por três homens: Dom, Cole e Baird. Dom é um amigo de longa data de Marcus — também o segundo personagem das partidas multiplayer cooperativas — que, após ter sua mulher desaparecida no Emergency Day, passa a encarar a guerra contra a Locust Horde como uma luta pessoal. Cole, por sua vez, é um famoso ex-jogador de Thrashball (esporte semelhante ao futebol americano); ele também é conhecido como “The Train”, graças à sua massa muscular descomunal e sua energia aparentemente inesgotável. Já Baird é um soldado especialista em mecânica e computação que conhece a Locust Horde como ninguém.
A equipe Delta Team é uma peça fundamental não apenas no enredo, mas também na jogabilidade de Gears of War. Durante praticamente toda a trama, ao menos um membro da equipe vai acompanhar o protagonista, ajudando-o a cuidar dos inimigos e dando-lhe cobertura durante os momentos mais intensos. No entanto, a ajuda deve ser recíproca — se um de seus companheiros é criticamente atingido, por exemplo, você deve ajudá-lo a se levantar.
Ao jogar no modo campanha para apenas um jogador, no entanto, você não tem o privilégio de ser revitalizado sempre que for atingido de forma crítica, portanto, é necessário um bom armamento para enfrentar os soldados da Locust Horde. Felizmente, armas de peso não faltam no game; o arsenal varia entre rifles de assalto, lança-mísseis, pistolas, granadas de fragmentação, rifles de precisão e espingardas. Quando a distância do combate é encurtada de forma considerável, é possível ainda desferir um golpe de contato veloz com a coronha da arma — vale destacar o rifle Lancer, cuja baioneta carrega uma serra elétrica que pode ser acionada a qualquer momento para literalmente fazer os inimigos em pedaços.
Mas de nada adianta um armamento de peso sem uma boa atuação em campo de batalha. Em Gears of War, isto significa não somente tomar cobertura e atirar na hora certa, mas também recarregar sua arma com eficiência através de um recurso único, a recarga ativa. Ao acionar o comando para carregar sua arma (através da tecla R), barra com três indicações de cores aparece no canto superior direito da tela. Assim que o comando é acionado, um pequeno marcador passa pela barra, indicando o tempo certo para a recarga ativa. Ao pressionar novamente a tecla R, você pode tornar a recarga mais rápida ou ainda mais lenta, dependendo do tempo no qual o comando é acionado; se a recarga for perfeita as balas também causam maior dano aos oponentes.
Errar o tempo de uma recarga ativa pode ser fatal, afinal, isso significa ficar mais tempo exposto ao fogo do inimigo, sem a possibilidade de trocar de arma para dar continuidade ao ataque. Felizmente os cenários de Gears of War foram todos estrategicamente desenhados para proporcionar uma abordagem tática, com diversos elementos nos quais é possível tomar cobertura e avançar progressivamente; embora nem sempre evidente, na maior parte das vezes há algum lugar para se esconder a atirar com segurança.
Como em todo combate, no entanto, é comum receber dano durante as batalhas mais intensas. Em Gears of War, o dano é representado em forma de uma engrenagem vermelha, cujo desenho fica gradativamente mais forte e definido à medida que o jogador é atingido. Para evitar ser mortalmente atingido, é preciso tomar cobertura o mais breve possível assim que o desenho da engrenagem começa a se formar na tela.
Tomar cobertura, atirar
Embora seja bastante tática, a jogabilidade de Gears of War preza pela ação em primeiro lugar; há poucos momentos nos quais a ação dá lugar à exploração do cenário ou a resolução de quebra-cabeças. Ainda assim, a experiência dificilmente se torna cansativa; da mesma forma como em um jogo de tiro em multiplayer, a ênfase na ação torna o ritmo do jogo acelerado, enquanto a inteligência artificial pouco previsível evita que a fórmula torne a jogabilidade mecânica.
De alguma forma, no entanto, a inteligência artificial dos seus companheiros de equipe parece ter sido sutilmente modificada em relação à versão para o Xbox 360. Não é raro ter sua linha de fogo atravessada por um de seus companheiros de equipe. Menos raro ainda é olhar para trás e verificar que seu parceiro não está ali, e sim em algum outro lugar do mapa pelo qual você já passou. O pior é atravessar um Checkpoint nesta situação; quando isto ocorre, seu companheiro aparece instantânea e magicamente ao seu lado.
Mas nem todas as mudanças em relação à versão de Gears of War para o console são negativas. O mouse e o teclado, por exemplo, foram implementados com maestria no game. Embora os comandos de movimentação sejam mais fáceis de serem executados no controle, o mouse proporciona uma precisão e rapidez muito maior. O jogador pode optar ainda por jogar com o controle do Xbox 360 com fio; para jogar com o controle sem fio, é necessário o uso de um adaptador especial.
Aqueles que já estão acostumados com o jogo no controle do Xbox 360 vão sentir como se a quantidade de comandos tivesse aumentado consideravelmente. Isto é dado pelo fato de comandos como o andar — realizado com um toque leve no analógico esquerdo — exijam o uso de comandos específicos no teclado.
Diferenças de controle à parte, a versão para Windows de Gears of War traz basicamente os mesmos movimentos da versão para o Xbox 360. Marcus pode correr, tomar cobertura, desviar-se pulando, dar ordens ao seu esquadrão, desferir ataques de contato e gastar pilhas de munição atirando em seus inimigos, é claro.
Há diversas formas de atirar em Gears of War; cada uma delas possui sua eficiência. Para atingir inimigos à distância, o ideal é atirar enquanto mira — de preferência enquanto toma cobertura. Atirar sem mirar é vantajoso principalmente em dois casos: quando inimigos (principalmente os menores e mais rápidos, conhecidos como Wretches) se aproximam com velocidade ou quando o tiroteio é muito intenso e é necessário se manter sob cobertura. Neste último caso, o soldado simplesmente levanta sua arma e atira cegamente e sem precisão; vale destacar que, utilizando o mouse, ficou mais fácil atingir seus adversários desta forma.
Uma chuva de sangue
Embora todas as mudanças em relação à versão do Xbox 360 sejam bastante sutis, é possível destacar entre elas os gráficos, que foram aprimorados significativamente. A qualidade gráfica do jogo é maior do que nunca, principalmente nas resoluções maiores; tudo está mais definido e os efeitos de luz são ainda mais realistas.
Há algumas falhas, no entanto, que não existem na versão para o Xbox 360. É possível, por exemplo, ver os efeitos de luz agirem de forma pouco natural à medida que você anda pelos cenários. A mudança na iluminação acontece de forma extremamente brusca em determinados casos, tornando os efeitos de luz um pouco artificiais.
A grande vantagem é que, mesmo embora os gráficos estejam de se tirar o chapéu, a taxa de quadros por segundo é estável e raramente cai. É verdade que o título exige um pouco do hardware, no entanto, a qualidade compensa o investimento e o jogo roda de forma estável do começo ao fim.
Esta incrível qualidade gráfica é aliada ao já conhecido conceito estético empregado pela Epic, fazendo de Gears of War um dos jogos mais impressionantes do gênero. Os tiros de rifle, seja através do som ou de efeitos visuais, dão a impressão de causar um dano impressionante aos inimigos. As explosões fazem pedaços dos personagens voarem para todos os lados, enquanto a motosserra, quando colocada em ação, lava os cenários pós apocalípticos do jogo — e o seu monitor, é claro — com sangue.
Os ecos da guerra
A sonoplastia e trilha sonora de Gears of War não trazem novidades em relação à versão para o Xbox 360, mas vale mencionar a qualidade dos efeitos sonoros e dublagens, além da trilha sonora, que se encaixa perfeitamente no ritmo da aventura e foi composta por Kevin Riepl, o responsável pelas músicas dos clássicos Unreal Tournament 2003 e Unreal Championship. As composições de Gears of War seguem o ritmo da guerra; quando a ação é intensa e descontrolada, por exemplo, ritmos mais acelerados tomam conta.
Os diálogos também são muito interessantes, e, embora nem sempre sejam pertinentes (o que não é ruim), trazem informações fundamentais para a compreensão de alguns fatos, sejam eles da vida dos personagens ou de fatos ocorridos antes ou durante a guerra. As dublagens foram muito bem feitas e dão características únicas aos personagens. Vale destacar o grandalhão Cole, que, dublado pelo ator Lester “Mighty Rasta” Speight, faz comentários bastante peculiares e cômicos através de um vocabulário nada convencional.
Um clássico ainda novo
Gears of War é um jogo que dispensa apresentações; o sucesso da versão para o Xbox 360 fala por si só. A fórmula extremamente bem sucedida do título, aliada a um conceito extraordinário, um enredo simples e eficiente e gráficos de tirar o chapéu impressiona até mesmo a quem não é fã do gênero. Mesmo um ano após o lançamento do game, o jogo ainda é atual e compete de igual para igual com os maiores lançamentos da atualidade.
Além disso, a versão para PC trouxe novidades. Os novos episódios dão um novo ar ao game e, junto à significativa melhora nos gráficos, compensam a espera de um ano dos usuários de PC. É claro que o impacto do lançamento não é o mesmo, no entanto, é uma ótima oportunidade aos jogadores de PC para provarem o gosto de um dos melhores jogos de todos os tempos.
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